Mostrando postagens com marcador ONU. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador ONU. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 20 de maio de 2020

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, O PODER DAS NOVAS TECNOLOGIAS E BOA GOVERNANÇA NA GLOBALIZAÇÃO E AS LUZES DOS VERSOS ÁUREOS NA TRAVESSIA DAS PANDEMIAS NA SUSTENTABILIDADE


“O que a pandemia revela sobre a globalização
        O processo de globalização tem sido objeto de ataques de intelectuais, políticos e governantes mundo afora. Enquanto as esquerdas o denunciavam como instrumento de maior exploração das classes trabalhadoras, de concentração de renda e de ampliação das desigualdades em escala mundial, a direita se regozijava de seus feitos na ampliação dos mercados e na geração de riquezas.
         Com o passar do tempo, as esquerdas mais radicais, talvez entusiasmadas com o espetacular avanço econômico da China, se silenciaram, deixando a cargo da direita os ataques mais ferrenhos aos efeitos “perversos” do fenômeno, como o desemprego no mundo desenvolvido, as migrações e seus impactos nas culturas locais.
         Tais críticas servem, quando muito, para promover a instabilidade política mundial, dado que a globalização é um processo estrutural e, portanto, imune a críticas ou à vontade política. Trata-se de um fenômeno resultante da trajetória do capitalismo avançado que, com o auxílio decisivo das novas tecnologias, enfrenta a ferrenha disputa por mercados na realização de seus lucros.
         Esse é o pano de fundo da emergência, nos últimos anos, de movimentos e governos populistas de extrema direita embalados por teorias da conspiração que atribuem os males da sociedade contemporânea ao chamado “marxismo cultural” de inspiração gramsciana. Vem daí o ódio à diversidade, aos intelectuais, à ciência moderna e às organizações supranacionais como a Organização das Nações Unidas (ONU) e a Organização Mundial da Saúde (OMS), para não falar das organizações não governamentais que, a serviço do comunismo, visariam à implantação de um governo mundial.
         Por outro lado, nada como uma pandemia para revelar os impactos mais insólitos da globalização sobre as economias dos países ocidentais avançados, em especial o da vulnerabilidade da superpotência norte-americana.
         Ancorados nos elevados lucros de suas empresas de tecnologia de ponta, os Estados Unidos deixaram a cargo de outros países toda a produção industrial intensiva em mão de obra. A China, que durante anos enviou centenas de milhares de estudantes aos Estados Unidos, soube combinar a absorção e o aprimoramento das novas tecnologias com a multiplicação de indústrias intensivas em mão de obra, tornando-se a maior supridora mundial de panos de prato a insumos para a indústria farmacêutica e os laboratórios de pesquisa.
         O combate à pandemia tem sido dificultado pela carência, em muitos países, de respiradores, equipamentos de proteção para os profissionais da saúde e insumos para pesquisa e testes de pacientes. Ironia das ironias, o Brasil se viu na contingência de buscar rotas alternativas às que incluem escala nos Estados Unidos para evitar o confisco dos equipamentos importados da China pelas autoridades daquele país. Só nos resta esperar pelo fim da pandemia para ver o que o futuro nos reserva.”.

(Flávio Saliba Cunha. Sociólogo e professor (UFMG), em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 15 de maio de 2020, caderno OPINIÃO, página 17).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 18 de maio de 2020, caderno A.PARTE, página 10, de autoria de VITTORIO MEDIOLI, e que merece igualmente integral transcrição:

“Versos áureos
Entre os ensinamentos morais que não deveriam faltar na mesa de um homem de poder, ou de quem tem apreço a si e à humanidade, estão os “Versos Áureos”, de Pitágoras. Confesso que muitas vezes me esqueço de consultá-los e, assim, afundo-me em meus erros. É sempre bom lembrá-los antes de uma decisão.
         
         Aos deuses, segundo as leis, presta justas homenagens; respeita a palavra dada, os heróis e os sábios; honra teus pais, teus reis, teus benfeitores; escolhe para teus amigos os melhores dos homens; sê obsequioso, sê fácil nos negócios; não odeies tem amigo por faltas leves; serve com teu poder à causa do bom direito; quem faz tudo o que pode faz tudo o que deve.

         Sabe reprimir, como um mestre severo, o apetite e o sono, Vênus e a cólera.

         Não peques contra a honra nem de longe, nem de perto. E só sê juiz severo de ti mesmo; sê justo em ações, e não em palavras; não ofereças pretextos frívolos ao mal.

         A sorte não enriquece, ela pode empobrecer-nos. Fracos ou poderosos, devemos todos morrer.

         Não sejas refratário a tua dor, aceita-a; aceita o remédio útil e salutar e sabe que os homens virtuosos são os menos infelizes dos mortais aflitos; que teu coração se resigne aos injustos colóquios (à calúnia).

         Deixa falar o mundo e segue sempre teu caminho, mas não faças nada levado pelo exemplo que seja sem retidão e sem utilidade.

         Faze caminhar à frente o conselho que te aclara para que a obscuridade não venha atrás.

         A tolice é sempre a maior das desgraças; não faças nada sem saber, sê cioso para aprender. Dá ao estudo um tempo que a felicidade deverá retribuir.

         Não sejas negligente em cuidar de tua saúde e toma o necessário com sobriedade; tudo o que não pode prejudicar é permitido na vida.

         Sê elegante e puro sem excitar a inveja; foge à negligência e ao fausto insolente; o luxo mais simples é o excelente.

         Não procedas sem pensar no que vais fazer e reflete, à noite, sobre toda a tua jornada: “O que fiz”, “o que ouvi”, “o que devo lastimar”.

         Por essa via de justiça divina, assim tu poderás escalar a excelência.

Dispensam comentários.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 130 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em março a estratosférica marca de 326,4% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 130,0%; e já o IPCA, em abril, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 2,40%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2020, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,651 trilhão (44,79%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,004 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...        

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.




segunda-feira, 7 de outubro de 2019

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A FORÇA TRANSFORMADORA DA TECNOLOGIA NO ENSINO E AS LUZES E DESAFIOS DA AGENDA 2030 NA SUSTENTABILIDADE


“Tecnologia como agente 
transformador da educação
        O termo blended learning, ou ensino híbrido, tem sido pautado como a evolução do modo de ensinar. A expressão que significa disponibilizar ao aluno parte das aulas de maneira presencial e outro de modo remoto, explorando o uso de aplicativos e recursos on-line, é também uma possibilidade de usar a força da internet para escalar o aprendizado personalizado. Enquanto no ensino presencial o professor está pessoalmente na sala de aula, expondo o conteúdo e interagindo com os alunos, momento essencial para o processo de aprendizado, mas nem sempre viável àqueles que não têm tempo para estar lá, no ensino híbrido é possível usar o tempo de maneira mais produtiva, transferindo parte da dedicação à internet. Assim, professor e aluno podem estar conectados, ensinando e aprendendo através de plataforma on-line, sem precisar sair de onde estão.
         Embora as promessas que ronda essa nova forma de lecionar sejam bastante positivas, por facilitar a participação de mais alunos nas aulas, é preciso ter bem claro que o professor segue insubstituível. Cursos 100% on-line, onde não há a interação presencial com um professor pelo menos, durante parte da carga horária, tendem a ter um alto nível de desistência, pois não há engajamento e o aluno tem mais dificuldade em ver seu progresso. Porém, a fórmula que combina parte do ensino presencial, em sala de aula com um professor e outros alunos, e parte do processo de forma remota, seja através de exercícios práticos ou até de aulas on-line, é hoje o formato ideal para que alunos com restrições de tempo e de dedicação possam participar das aulas, aprender e concluir seus cursos. É um modelo de ensino, portanto, que veio para ficar.
         Quando se trata de crianças, porém, há algumas diferenças. Para as crianças da primeira infância, que procuram na imagem na imagem do professor alguém em quem possam confiar e se apoiar ao longo do período escolar, a interação presencial é ainda mais necessária e imprescindível para o desenvolvimento de suas habilidades. Nesse caso, a sugestão é inserir a tecnologia em sala de aula por meio do uso de recursos como lousa interativa, aplicativos com jogos e atividades complementares e aulas no computador, orientadas sempre por um professor. O que motiva o aluno do público infantil a querer aprender é a curiosidade e a ludicidade das aulas.
         Se o professor resolve explorar um temo animais exóticos, por exemplo, para ensinar o vocabulário e algumas estruturas gramaticais que podem ser usadas para descrevê-los, é possível trazer para a sala de aula um vídeo sobre curiosidades, mostrando cada um em seu hábitat e abrindo uma excelente oportunidade para o debate. É usar a tecnologia como um aliado para que os alunos entrem em contato com pessoas de outras nacionalidades e façam entrevistas ao vivo para o aprendizado de perguntas e respostas do dia a dia. A gamificação, outra ótima opção, também pode ser usada como um poderoso recurso para o aluno estudar em casa, sem depender de um adulto, possibilitando complementar o aprendizado de sala de aula e se divertir ao mesmo tempo.
         O uso de tecnologia em sala de aula facilitou muito o aguçamento da curiosidade e a exposição do aluno a conteúdos relevantes, assim como a disponibilização de aplicativos para todos os níveis. Portanto, deve ser usada como aliada no processo educacional, uma ferramenta a mais que o professor tem à disposição para aumentar a motivação e o engajamento dos alunos. Nesse cenário, cabe ao educador se atualizar, uma vez que o perfil da criança e do jovem do século 21 é muito diferente dos de outrora: são menos pacientes por ser expostos a um excesso de informação e estímulos, o que dificulta a atenção e a motivação. Por isso, é essencial que o educador esteja a par das tecnologias disponíveis e traga para a sala de aula os recursos que melhor se adequam ao perfil e à faixa etária de seus alunos, de forma a criar um equilíbrio entre o uso da tecnologia e a interação com o professor, contribuindo para o aprendizado mais eficiente de seus alunos.         .

(SYLVIA DE MORAES E BARROS. CEO da The Kids Club, rede de franquias especializada no ensino de inglês para crianças, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 28 de setembro de 2019, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 25 de setembro de 2019, mesmo caderno e página, de autoria de SERGIO ANDRADE, diretor-executivo da Agenda Pública e especialista no aprimoramento de serviços públicos, e que merece igualmente integral transcrição:

“Tempo de mudança
        Há uma transformação de consciência notória em curso. Falamos, hoje, muito mais sobre diversidade, sustentabilidade, buscamos alternativas de deslocamento no dia a dia. Sabemos a importância demais mulheres na liderança gerando impactos para suas comunidades. Já entendemos a ligação óbvia entre educação, saúde, saneamento, conservação ambiental e energias renováveis para a qualidade de vida das populações e geração de trabalho, emprego e renda. Porém, governos conservadores surgem pelo mundo em uma tentativa incomodada de mudança no status quo de privilégio e poder para poucos. Em perspectiva história, movimentos como a luta por direitos civis ou em favor de causas ambientais, apesar de enfrentar reveses políticos sérios, avançaram tremendamente e transformaram o mundo. Da mesma forma, expressões do conservadorismo contemporâneo buscam frear a compreensão da sociedade de que não podemos mais esperar para mudar hábitos e comportamentos nocivos ao planeta, às economias e às pessoas. Por uma ótica otimista, como antes, também não conseguirão parar a poderosa onda da mudança. O futuro é sustentável, ou não será!
         Este 25 de setembro, Dia de Ação Global pela Agenda 2030, ou Dia dos ODS, marca o quarto ano de adesão de 193 estados-membros da Organização das Nações Unidas (ONU) aos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) para o mundo – Brasil entre eles. E o norte desta agenda de oportunidades econômicas e de soluções de problemas acompanha essa transformação de consciência. Para solucionar os problemas complexos do nosso tempo, precisamos agir de forma coordenada, combinando esforços entre governos, empresas e sociedade civil. Ações fragmentadas não produzem efeitos satisfatórios sobre questões sistêmicas que têm causas interligadas, como segurança, desenvolvimento econômico, pobreza, conservação ambiental ou bem-estar. Por isso, estamos diante de uma nova forma de organizar a administração pública e os negócios. Uma revolução nos modelos de trabalho que trará os empregos de que precisamos e possibilitará avanços civilizatórios e segurança coletiva.
         Muitos de nós estão trabalhando, realmente empenhados para que esses objetivos sejam alcançados. Organizações e empresas integraram os ODS em suas estratégias de ação e negócios, priorizando temas como erradicação da pobreza, agricultura sustentável, cidades e comunidades sustentáveis, igualdade de gênero, saúde e bem-estar, consumo responsável, instituições eficazes, só para citar alguns. Apesar disso, estamos no caminho de alcançar tais metas? Não exatamente.
Cientistas independentes publicaram suas conclusões no relatório “O futuro é agora: ciência para alcançar o desenvolvimento sustentável”, avaliando o desempenho dos países em relação ao cumprimento da Agenda 2030. O documento completo será revelado hoje, durante o Fórum Político de Alto Nível na Cúpula dos ODS de 2019, reunindo chefes de Estado em Nova York.
Vale destacar que nosso país-irmão, Portugal, está entre as 30 nações mais sustentáveis do mundo, em um honroso 26º lugar. Por lá, foi criado o Ministério do Ambiente e Transição Energética, provando que o país compreendeu a importância das tecnologias verdes e das energias renováveis, tanto para mitigar os impactos ambientais quanto para impulsionar a economia.
Apesar de bons exemplos como Portugal, o Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais (Desa) da ONU classificou, a partir dos resultados do relatório, que o progresso rumo aos objetivos globais está em perigo. Ressalta que o atual modelo de desenvolvimento ameaça reverter cerca de 20 anos de progresso, com evidente desigualdade social e declínios “potencialmente irreversíveis” no ambiente. O documento conclui que as mudanças estão lentas demais, não garantindo o cumprimento dos ODS até 2030.
É urgente a mudança da relação entre pessoas e natureza. O atual modelo de prosperidade ocorreu às custas da degradação de recursos naturais e de crescente desigualdade social, impossibilitando o crescimento global. O incentivo a um consumo desenfreado também mostra seu preço: até 2060, passaremos de 89 gigatoneladas de recursos para 167 gigatoneladas, resultando em aumento de emissão de gases de efeito estufa e outros efeitos tóxicos da extração de recursos, dizem os cientistas.
Por outro lado, milhares de iniciativas têm florescido mundo afora apontando caminhos desse futuro possível, agora. Aqui, no Brasil, movimentos como Amazônia Possível, Estratégia ODS e Coalização Clima, Floresta e Agricultura mostram que dicotomias simplistas e maniqueísmos não tornarão essa revolução possível. Produção e conservação, público e privado, sustentabilidade e consumo, crescimento econômico e igualdade social são dimensões conciliatórias. É hora de todos assumirmos responsabilidades e agir de forma coordenada – setor público, iniciativa privada e a sociedade civil organizada –, seja a partir de um território delimitado ou de um tema dessa agenda.
No plano individual, se cada cidadão repensar o próprio consumo, mudar comportamentos no cotidiano, exigir transparência e conhecimento dos governos e das empresas sobre como estão tratando os ODS, apoiar e incentivar o trabalho de organizações não governamentais comprometidas com a Agenda 2030, ainda temos chance de construir um futuro mais sustentável e humano. Temos as condições e os incentivos para isso. O tempo da mudança é agora!”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 129 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em agosto a ainda estratosférica marca de 307,20% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou em históricos 306,86%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 3,43%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2019, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,422 trilhão (43,6%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 758,672 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...        

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.


        


quinta-feira, 19 de setembro de 2019

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS URGÊNCIAS E EXIGÊNCIAS DA RICA AGENDA DO CLIMA E A TRANSCENDÊNCIA DA DIGNIDADE HUMANA NA SUSTENTABILIDADE


“Os compromissos do Brasil na 
       agenda do clima de 2019
        O calendário internacional do segundo semestre será muito importante para a luta da humanidade contra o aquecimento da Terra. Em 23 de setembro, na sede da ONU, em Nova York, acontecerá a Cúpula do Clima, e de11 a 22 de novembro, em Santiago do Chile, será realizada a Conferência das Partes da Convenção do Clima das Nações Unidas (COP 25), inicialmente prevista para o Brasil, que abriu mão de sediá-la. São das oportunidades para reiterar e fortalecer os pontos acordados no Acordo de Paris e definir rumos concretos para o cumprimento da Agenda 2030, relativa aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.
         Para o Brasil, os dois eventos, em especial a COP 25, têm significado especial, considerando haver uma expectativa quanto à posição de nosso país no tocante aos compromissos assumidos, após os questionamentos do governo Bolsonaro quanto ao Acordo de Paris. Deve-se lembrar de que coube a cada nação estabelecer seus próprios compromissos, indicando e se comprometendo com metas relativas à diminuição de emissões de gases de efeito estufa, conforme projetos que cada governo considerasse econômica e socialmente viável.
         O Brasil concluiu e entregou à ONU, em setembro de 2016, seu processo de ratificação do Acordo de Paris, após aprovação do Congresso Nacional. Oficialmente, isso significou um compromisso, e não mais um protocolo de intenções. Ou seja, não será tão simples assim descumprir o que acordamos com o planeta, embora a prolongada crise econômica e os problemas políticos dos últimos anos sejam dificultadores.
         Os compromissos brasileiros são ousados, mas não impossíveis: reduzir emissões de gases de efeito estufa em 37% abaixo dos níveis apurados em 2005, até 2025, e em 43%, em 2030. Para viabilizar tais metas, nos propusemos, em síntese, a cumprir o seguinte até 2030: aumentar a participação da bioenergia em 18% e alcançar 45% de energias renováveis em nossa matriz energética, restaurar e reflorestar 12 milhões de hectares de florestas.
         Cabe ponderar que nossos objetivos colocam-se num patamar de exigência mais elevado em relação a outros países, pois já preservamos florestas e matas nativas em propriedades particulares, conforme prevê a lei e, sobretudo, em decorrência da consciência ecológica crescente dos produtores rurais. Além disso, devido à grande produção de etanol e biodiesel, já havíamos avançado de maneira expressiva na “limpeza” de nossa matriz energética. Não computamos no Acordo de Paris tais progressos que já havíamos promovido anteriormente. Muitas nações nem sequer cumpriram esses quesitos essenciais, mas, ao fazê-lo, ganharão percentuais expressivos de redução das emissões de carbono.
         A despeito dessa situação de injusto desequilíbrio, podemos, sim, cumprir os compromissos que assumimos, pois, o sucesso nesse desafio será muito importante para nosso desenvolvimento, independentemente de nossa relevante contribuição ecológica para o futuro da humanidade. Significa imensa oportunidade de investimentos e geração de empregos, como se observa, por exemplo, na Política Nacional de Biocombustíveis – RenovaBio (Lei 13.576/2017), que já propicia ganhos de produtividade e eficiência. Deve-se, ainda, descartar qualquer hipótese de internacionalização da Amazônia, temida por nosso governo, que não é cogitada no Acordo de Paris ou em qualquer outro documento oficial.
         O Brasil tem plenas condições de ser protagonista na luta contra as mudanças climáticas, realizando um projeto de economia limpa harmônico e indutor do crescimento sustentado.”.

(JOÃO GUILHERME SABINO OMETTO. Engenheiro (Escola de Engenharia de São Carlos – EESC/USP), vice-presidente do Conselho de Administração da Usina São Martinho e membro da Academia Nacional de Agricultura (ANA), em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 13 de setembro de 2019, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição, caderno e página, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e que merece igualmente integral transcrição:

“Uma pessoa vale mais
        Duzentos anos atrás, uma francesa, fundadora da Congregação das Irmãs do Bom Pastor, Santa Maria Eufrásia Pelletier, gritou misticamente: “Uma pessoa vale mais que o mundo”. Ela gritou, especialmente, em defesa da mulher, naquela época pouco valorizada e reconhecida. Esse gesto precisa ecoar no coração da sociedade pós-moderna para o enfrentamento de tudo aquilo que empurra para o alto, de modo assustador, as estatísticas dos milhares de seres humanos que desistem de viver. É uma situação alarmante. A cada 40 segundos, uma pessoa, no mundo, se suicida. Esses números, algumas vezes omitidos em respeito à dor daqueles que vivem o luto, ou por falta de coragem de se dedicar a um complexo  problema e, ainda, quem sabe, pela indiferença gélida que compassa as dinâmicas da atualidade, comprovam a urgência  de entendimentos e de reações que impulsionem a recuperação daquilo que, após perdido, faz a vida também perder o sentido.
         É oportuno e necessário pensar o alcance e o significado da afirmação: “Uma pessoa vale mais que o mundo”. O tesouro do mundo é cada pessoa. O mundo só tem sentido pelo valor inestimável de cada pessoa. Não se pode escolher valorizar um ou outro indivíduo, lógica perversa de discriminações e de segregações mortais, em razão da ganância e da idolatria patológica do dinheiro. A humanidade precisa, para além da tecnologia e do mesquinho sonho de sempre ter mais, a todo custo, sem limites, compreender que uma pessoa vale mais que o mundo. Esse, incontestavelmente, é o ponto de partida para um novo humanismo. Assim, a campanha Setembro Amarelo põe no horizonte de toda a sociedade, no portal da casa de cada família e nas fachadas das instituições esta máxima: “Uma pessoa vale mais que o mundo”. A partir desse entendimento, práticas solidárias poderão corrigir descompassos que anulam a vida de maneira irreversível, subjugando-a. E a vida, quando subjugada, gera avassalador vazio existencial que animaliza e desfigura a humanidade, consequência de uma abominável antropofagia. Multidões desistem de viver, ou vivem pela metade. Perdem o gosto de praticar a solidariedade, enjaulando indivíduos em dinâmicas perversas, distantes da beleza do dom da vida.
         O suicídio é uma realidade terrível na sociedade contemporânea e revela a imponência velada da morte – teme-la acirra o apego mesquinho a bens e riquezas, o que leva a depredações e violências de todo tipo, impactando em situação fragilizada. Sem forças, antecipam, no desespero, o final de suas vidas. O suicídio é sintoma de uma sociedade que desrespeita, e até mesmo anula, a dignidade a que todos têm direito, desvirtuando a vivência da verdadeira liberdade humana. Paradoxalmente, é sinal de profunda solidão, no tempo das sinapses das redes sociais e das comunicações. Merece, pois, redobrada atenção e adequado tratamento os condicionalismos sociais provocadores de suicídio – que incluem o histórico familiar e as enfermidades. Urgentes são a abordagem e a identificação, com o auxílio dos recursos técnicos e existenciais-relacionais, para enfrentar essa calamitosa situação, muitas vezes camuflada.
         O número de suicídios é tão impressionante e atinge tantas e diferentes faixas etárias que parece inverossímil. Mas é certo que essas mortes causam um buraco doloroso na vida de famílias, déficits enormes para a sociedade. Obviamente, o primeiro passo para superar essa cruel realidade é ter coragem para não deixar que o suicídio seja tratado como tabu, além de estar sempre atento aos sinais dados pelas pessoas ao redor. É preciso enfrenta-lo antes que ele bata à porta, que se instale no coração de alguém próximo ou na sua própria vida. Não se pode dispensar o tratamento adequado, ainda um desafio para a saúde pública, e precisa-se da espiritualidade com força para produzir o sentido de vida. Essa união pode favorecer a reorganização das sinapses cerebrais, responsáveis por funcionamentos que reúnem neurotransmissores decisivos no reconhecimento do sentido existencial, possibilitando a percepção da vida como dom que se revela na alegria de amar e ser solidário.
         A fé cristã tem indicações preciosas ao promover o encontro de cada pessoa com Jesus Cristo. Assim, possibilita a reorientação permanente na perspectiva do amor que dá sentido ao viver, mesmo diante de dificuldades e das labutas mais desafiadoras, até mesmo quando se chega ao limite do martírio. O alarme do suicídio põe no horizonte as urgências de um novo modo de se pensar a vida. O ponto de partida desse exercício, com força profética e impulso transformador, é o princípio para corrigir modos de viver e conviver: “Uma pessoa vale mais que o mundo”.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 129 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em julho a ainda estratosférica marca de 300,29% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou em históricos 318,65%; e já o IPCA, em agosto, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 3,43%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2019, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,422 trilhão (43,6%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 758,672 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...        

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.