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segunda-feira, 10 de junho de 2013

A CIDADANIA, O CENTENÁRIO DE UM MESTRE, A CRACOLÂNDIA E A CRISTOLÂNDIA

“Centenário de um mestre
        
         São mais do que justas as homenagens prestadas ao saudoso professor Edgard Godoy da Matta Machado para assinalar o transcurso de seu centenário de nascimento.
         Descendente de tradicional família diamantinense, ele herdou aqueles atributos morais que tanto caracterizam os mineiros, seguindo em sua vida particular e pública a trajetória firme e impecável que tanto marcou a sua personalidade.
         Em sua dadivosa existência, não foram poucos os exemplos de comportamento pessoal, de chefe de família exemplar, de amigo e companheiro leal, de homem íntegro e de incorruptível caráter.
         Neste sentido, bem se poderia dizer que ele pautou sua vida dentro dos melhores padrões de dignidade, honradez, honestidade, probidade e fraterna convivência.
         Sua nobre atividade política levou-o a exercer destacadas funções na vida pública, onde seguiu sempre uma segura e retilínea linha de conduta. Homem de pensamento, de cultura e inteligência, haveria de ser brilhante como professor, atividade em que soube demonstrar toda a sua bagagem intelectual e sólida formação universitária.
         Escritor e pensador católico, deixou vasta bibliografia, à qual se somam preciosas traduções de autores franceses.
         Fujamos, porém, da exaltação de seus méritos pessoais – engrandecidos hoje diante da amoralização dos costumes – para focalizar, ainda que ligeiramente , toda a dimensão do homem público e do pensador católico. Pois, na verdade, não se sabe bem o que mais nele se poderia realçar: se a grandeza humana, ou a lúcida visão dos problemas sociais e religiosos que atormentam e desafiam a geração contemporânea.
         E é oportuno observar que Edgard da Matta Machado soube, com arguta inteligência, seguir uma linha filosófica tão bem definida por Maritain, em busca da liberdade individual e da verdade eterna do cristianismo.
         Diante dessas tímidas observações, indagamos: não estaria, nesta conciliação, o caminho iluminado das luzes do futuro?”

(JOSÉ BENTO TEIXEIRA DE SALLES, em crônica publicada no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 14 de maio de 2013, caderno CULTURA, página 2).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 1º de junho de 2013, caderno PENSAR, página 3, de autoria de OSCAR CIRINO, que é psicanalista e integra a equipe do Centro Mineiro de Toxicomania, e que merece igualmente integral transcrição:

“Cracolândia e

CRISTOLÂNDIA
        
         Na recente discussão sobre as internações compulsórias, internações de dependentes de drogas determinadas pela Justiça, o promotor paulista Marcelo Barone propõe que coloquemos na balança: “O que é mais importante: o direito à saúde ou o direito de ir e vir?” E conclui: “O bem maior garantido pela Constituição é a vida do ser humano”. Essa questão, para a qual o promotor de Justiça já deu sua resposta, nos leva a perguntar se é possível gozar de saúde sem liberdade e se em nome da vida tudo é permitido.
         Michel Foucault destacou a emergência de um biopoder, de um controle do saber e da intervenção do poder sobre o corpo, que se exerce ela vida a partir da vida, e não mais ameaçando de morte: “O homem, durante milênios, permaneceu o que era para Aristóteles: um animal vivo e, além disso, capaz de existência política; o homem moderno é um animal, em cuja política, sua vida de ser vivo está em questão”.
         Exemplo dessa apreensão da vida pelo poder são as internações compulsórias e involuntárias efetivadas em algumas cidades brasileiras. Elas se configuram como iniciativas que visariam acabar com as chamadas cracolândias. Nas línguas anglo-saxônicas, o pospositivo “lândia” remete a uma região ou país, como, por exemplo, Finlândia. No Brasil, além dessa referência a um lugar, essa designação ganhou conotação com valor afetivo e pitoresco: Pagolândia, Cinelândia, Gurilândia. Já as cracolândias são difundidas como o território da sujeira, da marginalidade, da desesperança e da doença, constituindo um fenômeno social, que suscita ações impactantes e desesperadas de quem não pensa em respostas de médio e longo prazo para lidar com a situação.
         Há algum tempo escutei de colega da área da saúde mental que “as cracolândias não existem”. Sua intenção com essa enunciação certamente era enfraquecer a força dessas significações reducionistas relacionadas a essa forma de perceber o fenômeno. No entanto, no campo da linguagem, a cracolândia existe e valendo-se desse pressuposto algumas igrejas evangélicas denominam sua missão de acolhimento de usuários e dependentes de crack, em Belo Horizonte e em outras capitais brasileiras, de Cristolândia – “pronto-socorro para os que buscam libertação”.
         Não se trata apenas de uma astúcia de linguagem, mas de iniciativa, com repercussão social, efeito da dispersão provocada pelo combate policial às cracolândias e da anêmica incidência das políticas públicas de saúde e outros setores. Os refugiados e desassistidos dessas ações encontram nesse misto de igreja e centro comunitário, que funciona 24 horas em regiões centrais das capitais, “alimento espiritual” e material (refeições, banho, roupa limpa). Como pensar essa substituição do crack por Cristo, efetivada a partir da cosmovisão evangélica e de seus elementos doutrinários?

TRIUNFO DA RELIGIÃO O aumento do fenômeno religioso, como forma de objeção às soluções oferecidas pela ciência ao mal-estar da vida em sociedade, é mundial e não apenas brasileiro. Lacan anunciava, já em 1794, o “triunfo da religião”. Para ele, o fato de a ciência introduzir uma série de invenções perturbadoras (bomba atômica, fecundação in vitro, clonagem, eutanásia, internet) na vida de todos faria empuxo à necessidade de dar um sentido a todas essas reviravoltas introduzidas pela ciência, que chegam a angustiar até os próprios cientistas.
         No importante artigo “Escravos de Deus: algumas considerações sobre toxicomania e religião evangélica” (2003), a psicanalista carioca Lígia Bittencourt parte da constatação da existência de inúmeras instituições evangélicas que se propõem ao tratamento de dependentes de drogas e busca analisar as especificidades dessa religião -  especialmente na vertente pentecostal -  que facilitariam seus fiéis a lidar com a questão do consumo excessivo de drogas.
         Destaca inicialmente a “conversão”, que promove rupturas marcantes no comportamento de seus seguidores. Há um antes e um depois da conversão, que se configura como solução para uma grave crise pessoal.
         O caminho da conversão implica o arrependimento e a fé. Querer mudar de vida é um ato de fé, a demonstração da confiança em Deus. O novo nascimento a partir da conversão implica a comunhão com o Espírito de Deus. Passa-se de uma posição de desconhecimento do outro para posição de crença e total submissão a ele. Este nascer de novo faz com que todos tenham o mesmo pai, tornando-se “irmãos de fé”.
         Nesse processo de identificação simbólica com Deus e sua verdade, acontece um exercício gradual de desintegração e morte do eu, em nome da identificação ao outro. “Já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim.” Todo esse processo contribui para reforçar a inscrição simbólica do sujeito.
         O segundo aspecto diz respeito ao culto de cura ou libertação. Os evangélicos se distinguem pela ênfase religiosa em questões morais e com isso os fatos da moralidade e dos costumes são objeto de exame atento por parte da coletividade. Em geral, “desvios” e “tentações” sofridos por algum membro são motivo de intervenções, orações coletivas, provações e até medidas punitivas.
         O aforismo “o mundo jaz no maligno” explica os valores deformados da vida secular e justifica o afastamento das coisas do mundo em favor da proximidade da igreja, lugar de culto e adoração. Por conta do pecado original, os crentes creem que o home deu legalidade ao demônio, uma das facetas do real, para que fosse príncipe do mundo. Neste sentido, os valores do mundo não são os valores de Deus, mas sim do demônio. Por isso, a dependência de drogas e a própria droga são vistas como obra do maligno.
         A noção do corpo na doutrina evangélica também merece realce. O corpo é o templo do Espírito Santo, e o sujeito apenas o inquilino daquilo que Deus lhe deu. Nesse sentido, o usuário de drogas (seja dependente ou não) é alguém que está cuidando mal do dono do corpo. Já a saúde é compreendida pelos pentecostais como fruto apenas de problemas físicos, mas também como reflexo de questões morais e espirituais. Perspectiva interessante, pois supera o debate sobre se a toxicomania é uma doença orgânica, genética ou não, ao mesmo tempo em que apela para a responsabilidade do sujeito que se droga.
         Desta forma, doença/pecado/falha moral se confundem, recebem a mesma atribuição de sentido e podem ser combatidas com fé em Deus. Nas palavras de um fiel “a relação com Deus dá tanto prazer, é tão boa que retira a necessidade da droga. Deus preenche qualquer vazio”.
         Outro aspecto notável refere-se ao valor concedido ao poder transformador da palavra: ela cura, profetiza, exorciza.
         Portanto, o toxicômano disposto a reformular sua existência encontra na religião evangélica uma espécie de outro mundo dotado de regras, crenças e valores próprios, que propiciarão a produção de uma nova subjetividade e de uma nova experiência de sociabilidade em torno de uma comunidade fraterna.
         Na verdade, esse tipo de cura, de acordo com Bittencourt, não trata a dependência, mas oferece outra, uma vez que o centro da vida não é o homem, mas sim Deus, invenção substitutiva. A posição do sujeito enquanto servo do outro o inscreve numa espécie de tutela totalitária, pois não há espaço para a sua divisão (conflitos, incertezas, sonhos, pesadelos). O crente constrói sua vida sob os auspícios de um pai ideal, extremamente forte, onipotente, que determina o que pode e o que não pode, o que está certo e o que está errado, enfim, o que é bom para viver.

PARTICIPAÇÃO SOCIAL Em 28 e 29 de junho será realizada a 1ª Conferência Municipal de Políticas Públicas sobre Drogas de Belo Horizonte, oportunidade inédita de participação de diferentes segmentos sociais na formulação e no controle das políticas públicas sobre o tema. Todos residentes e trabalhadores, maiores de 16 anos, de cada uma das nove regionais administrativas da capital, poderão se inscrever e discutir nos grupos temáticos sobre tratamento, prevenção, redes locais e marcos regulatórios. As pré-conferências, em cada uma das regionais, estão sendo realizadas desde 27 de abril, estendendo-se até 8 de junho.
         A organização da conferência parte de um pressuposto fundamental: a temática das drogas envolve diferentes áreas públicas e por isso sua discussão não pode estar restrita à segurança pública e à saúde, devendo considerar também o âmbito da educação, da cultura, do esporte, do trabalho, da habitação e da justiça.
         No campo específico do tratamento, haverá a possibilidade de se demarcar a importância de se efetivar uma política pública consistente que contemple a constituição de uma rede de atenção psicossocial, com o aumento do número de Centros de Atenção Psicossocial – Álcool e Drogas (Capsad), a ampliação do número de consultórios de rua, de unidades de acolhimento e de leitos em hospitais gerais.
         Outro ponto central de debate diz respeito à internação: sua prática, objetivos e modalidades, além das expectativas a ela imputadas. Os cidadãos e os profissionais de saúde não podem recuar diante desse tema, a fim de que não fique relegado às iniciativas de cunho religioso ou judicial, constituindo-se muitas vezes em práticas de confinamento. As internações involuntárias e compulsórias se justificam apenas em situações específicas de risco de morte e raramente implicam a adesão ao tratamento, chegando frequentemente  a prejudicar possibilidades futuras. Por sua vez, quando efetivada com pertinência e consentimento do sujeito, a partir da construção de uma relação de confiança, a internação pode representar o início de mudança da relação privilegiada estabelecida com a susbstância psicoativa.
         O fundamental é entender que esse sujeito não pode se refugiar em sua “doença”, como uma vítima, recusando sua capacidade de dizer, de dar resposta. Enfim, ele não pode deixar de se responsabilizar e de ser responsabilizado pelo modo como conduz sua vida.”

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
     
     a)     a educação – universal e de qualidade, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas;

     b)    o combate, implacável e sem trégua, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero; II – a corrupção, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem; III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, inexoravelmente irreparáveis;
     
     c)     a dívida pública brasileira, com projeção para 2013, segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (apenas com esta rubrica, previsão de R$ 610 bilhões), a exigir igualmente uma imediata, abrangente, qualificada e eficaz auditoria...

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tanta sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais contundente ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; turismo; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; sistema financeiro nacional; esporte, cultura e lazer; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, desenvolvida e solidária, que possa partilhar suas extraordinárias e abundantes riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros, especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a Copa das Confederações neste mês; a 27ª Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro em julho; a Copa do Mundo de 2014; a Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do pré-sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!...

O BRASIL TEM JEITO!...

     

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

A CIDADANIA E O DESAFIO DA FOME

“Convivendo com a miséria

Agrava-se, dia a dia, o problema dos marginalizados da vida que, sem casa para morar, espalham-se pelas ruas e praças da cidade, em deprimente espetáculo da miséria e fome.

Verdadeira chaga social, a ocorrência estende-se pelos quatro cantos da capital, quer sejam pessoas isoladas, famílias ou ainda agrupamentos de dezenas de desabrigados, vivendo nas mais precárias condições.

Não seria necessário insistir nos aspectos deploráveis do fato nem enfatizar suas diversificadas conseqüências: a nódoa social é vista e constatada por toda a população.

E aí está, infelizmente, um agravante do problema, qual seja a insensibilidade popular e das autoridades diante desse quadro de agressivo subdesenvolvimento. Sob os olhares complacentes da polícia, o habitante dos grandes centros urbanos está se acostumando a conviver com a miséria alheia e isso é profundamente desumano. Pouco nos importa a fome de milhares de irmãos, amontoados pelas sarjetas infectas. Contornamos nos passeios, entre indiferentes e temerosos, os grupos de desajustados, fugindo, assim, da visão de uma dolorosa realidade.

Lembro-me de quando, criança ainda, impressionava-me ao ver um mendigo estendido na rua, uma raridade que exigia a imediata assistência do mais próximo guarda civil ou da mais caridosa alma que por ali passasse.

Hoje, não. Ignoramos egoisticamente o problema, enquanto as autoridades se omitem de maneira criminosa.

Poderá ser dito que as causas são de ordem social e, por isso mesmo, os paliativos beneficentes não resolvem. De pleno acordo. A onda avassaladora de miséria humana, todavia, há de ser contida, para se evitar que o país se transforme no vasto campo árido da injustiça e da fome.
Nem se alegue que o problema não tem solução, pois a realidade comprova que ele foi encontrado em diversos municípios brasileiros.

O que falta aos responsáveis é determinação e competência, sem falar na ausência de sensibilidade ou até mesmo de sentimento cristão para assegurar ao nosso semelhante desassistido um mínimo de dignidade humana e justiça social.”
(JOSÉ BENTO TEIXEIRA DE SALLES, em artigo publicado no Jornal ESTADO DE MINAS, edição de 12 de outubro de 2010, Caderno CULTURA, página 2).

Mais uma IMPORTANTE e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de EDITORIAL publicado no mesmo veículo, Caderno OPINIÃO, página 8, que merece INTEGRAL transcrição:

“O desafio da fome

Vinte e nove países ainda apresentaram níveis alarmantes de fome e mais de l bilhão de pessoas não tinham o que comer em 2009, de acordo com um novo relatório sobre a situação no mundo todo. Líderes mundiais estão longe de uma das Metas do Milênio, estabelecidas em 1990, de reduzir pela metade o número de pessoas famintas em 2015, segundo o Índice Mundial da Fome, publicação anual do Instituto Internacional de Pesquisa de Políticas Alimentares e outras entidades assistenciais. A maioria desses países fica na África Subsaariana e no Sul da Ásia. As crianças são citadas como especialmente vulneráveis. “Países com número elevado de pessoas que passam fome precisam agir para melhorar a nutrição das crianças durante os primeiros mil dias depois da concepção, incluindo a nutrição pré-natal e programas de educação nutricional para mulheres grávidas”, alerta Marie Ruel, chefe da Divisão de Pobreza, Saúde e Nutrição do instituto.

A desnutrição na primeira infância perpetua a pobreza de uma geração para a outra. A porcentagem de pessoas subnutridas caiu de 20% em 1990-1992 para 16% em 2004-2006. A Organização das Nações Unidas (ONU) acredita que o número de pessoas que passam fome caia de 1 bilhão em 2009 para 925 milhões este ano. Mas o índice mostra que algumas regiões ainda estão lutando contra o problema e que as causas da fome diferem em todo o mundo, de acordo com o relatório.Nos últimos 20 anos, globalmente, o índice mundial da fome melhorou 24%. No entanto, o progresso varia enormemente de uma região para outra. Os 10 países com os piores indicadores de fome – todos classificados como “extremamente alarmantes” ou “alarmantes” – foram a República Democrática do Congo, Burundi, Eritreia, Chade, Etiópia, Serra Leoa, Haiti, Comoros, Madagascar e República Centro-Africana.

No Brasil, a fome reside onde há pobreza e falta de acesso a direitos sociais básicos. Mesmo com a mobilização histórica da sociedade civil pela causa e a implementação de políticas públicas de segurança alimentar, ainda existem em todo o país pessoas que não têm acesso a alimentos em quantidade e qualidade suficiente para a manutenção da saúde. A desnutrição infantil dá sinais mais claros do problema nas áreas rurais e urbanas. No Rio de Janeiro, na Cidade de Deus, um levantamento feito em 2008 mostrou que 22% das mais de 2 mil crianças pesquisadas estavam desnutridas. Em Alagoas, 9,5% das crianças de até 5 anos apresentam desnutrição crônica (baixa altura em relação à idade). Em fevereiro, a alimentação passou a ser um direito garantido na Constituição Federal (CF), incluído no artigo 6º da Carta, passando a ser assegurado pelo Estado. Resta agora ao poder público cumprir a determinação constitucional. Nos últimos anos, programas assistencialistas têm dado bons resultados, mas ainda são frágeis para apagar de vez essa mácula da vida nacional.”

São retratos desafiadores como esses que nos MOTIVAM e nos FORTALECEM nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, CIVILIZADA, SAUDÁVEL, LIVRE, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que possa PARTILHAR suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para eventos como a COPA DO MUNDO DE 2014, a OLIMPÍADA DE 2016 e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO XXI, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um mundo da PAZ e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...

sexta-feira, 30 de abril de 2010

NA CIDADANIA, AS MÃOS SÃO LIMPAS


“Desonestidade e cinismo deixam o País estarrecido


Sempre pensei na conveniência de se fazer uma análise psicológica do homem desonesto, sem caráter. Qual será a sua reação diante do julgamento popular de seus atos: pensará ele que está iludindo a boa fé de todos para se passar por honesto ou considera desprezível a opinião alheia?[...]”
(JOSÉ BENTO TEIXEIRA DE SALLES, em artigo publicado no Jornal ESTADO DE MINAS, edição de 6 de março de 1998,Caderno ESPETÁCULO/OPINIÃO, página 4, a respeito do desabamento do Pálace 2).

Mais uma IMPORTANTE contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo também publicado no Jornal ESTADO DE MINAS, edição de 20 de junho de 2007, Caderno OPINIÃO, página 11, de autoria de LUÍS CLÁUDIO DA SILVA CHAVES, Vice-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção MG, que merece INTEGRAL transcrição:

“Mãos limpas

Estava pensando como seria o Brasil sem os corruptos. Não me digam que é utopia. Foi apenas uma reflexão. Pensei no montante de dinheiro que já foi desviado da nação e que poderia ter sido investido em educação, saúde, segurança pública, na Justiça, nos programas sociais, na reforma de estradas, na construção de penitenciárias e em tantas outras carências do povo brasileiro. Concluí que os escândalos não acabam, apenas mudam, é um após o outro, em diferentes lugares, com diferentes personagens, mas quase sempre com o dinheiro público. O Brasil nunca vai melhorar?

Enxergar o pior é óbvio demais. Cheguei a uma conclusão diferente. O Brasil vai melhorar. Sou otimista. Isso porque, mesmo com tanta picaretagem e corrupção, o país resiste, o que me leva a crer que, vencida a corrupção, o Brasil poderá se tornar uma nação desenvolvida. O raciocínio é simples. É puro cálculo. Milhões da fraude da Previdência, mais milhões do valerioduto, com outros tantos milhões denunciados pelas operações furacão e navalha, outros muitos milhões da construção do TRT de São Paulo, sem deixar de somar quantias astronômicas de milhares de outros desvios de verbas públicas ao longo de sua história. Poucos países e povos do mundo agüentariam tanto calote. O Brasil, até agora, resistiu. Entretanto, precisa virar o jogo para se firmar, no futuro, como nação desenvolvida, sem desigualdades sociais, acentuadas pelos crimes de alguns agentes públicos, que assaltam o povo impunemente. No país, pune-se, com rigor, o ladrão de galinha. Já o gatuno de colarinho branco esconde-se atrás do prestígio que conseguiu com o dinheiro arrancado dos cofres públicos. Ele desvia milhões da saúde, da Previdência, das obras públicas, e ampara-se, geralmente, na imunidade do cargo que ocupa. Reside, comumente, longe das favelas, em condomínios de luxo; relaciona-se bem, vende prestígio e seduz com poder ou dinheiro.

Mas como vencer a corrupção? Na Itália, há um precedente da operação mãos limpas que foi vitoriosa. No Brasil, podemos começar a luta por investir mais na estrutura do Poder Judiciário, com o aumento o número de juízes, tornando a prestação jurisdicional célere. A morosidade da Justiça leva à impunidade, que, por sua vez, estimula o crime. Devemos, ainda, aperfeiçoar o sistema prisional, alterar a legislação, facilitando, como isso, a repatriação de recursos desviados para fora do país, o confisco dos bens dos condenados por tráfico de drogas, concussão, corrupção ou prevaricação, fazendo uma ampla reforma política, com o término da estrutura bicameral do Congresso Nacional, com a diminuição dos poderes nas mãos das autoridades, transferindo-se o poder decisório às comunidades, como no caso dos orçamentos participativos, fomentando os serviços voluntários, as associações comunitárias ou de bairros, para que elas possam, também, controlar os investimentos públicos na sua microrregião, ou seja, o cidadão exercendo o controle da gestão pública.

O poder emana do povo e em seu nome deve ser exercido. O ponto fundamental é o combate à impunidade. A idéia de que o poderoso não será punido precisa acabar. Nenhuma autoridade está acima da lei. Algo mudou no últimos tempos. Veja-se a prisão do Edinho, filho do Pelé. Todos apostaram que ele sairia logo. Não saiu rapidamente. Recentemente, foram presos desembargadores federais, policiais, advogados e políticos influentes. Ocorre que o sistema deve ser aperfeiçoado para que os crimes dessa natureza tenham penas altas e que recaiam, também, sobre o patrimônio do acusado, eis que o corrupto deve ser privado das regalias que queria obter e obteve com o produto do crime.

Contra a corrupção, pois, devem-se tomar várias medidas. A maior de todas é a vontade de mudar. Ocorre que a corrupção vem, algumas vezes, do próprio poder constituído, ou seja, do Judiciário, do Legislativo e do Executivo. Eles, certamente, não produzirão instrumentos legais que possam ser usados contra eles. Daí decorre a importância, desprezada por muitos, da consciência do voto. Cobre de seus eleitos uma legislação eficaz no combate à corrupção em nosso país. Mãos limpas já!”

São páginas que em diferentes situações e ordem de tempo demonstram, de maneira CONTUNDENTE, a profunda necessidade e nos MOTIVAM e nos FORTALECEM nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando sobretudo a construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, LIVRE, EDUCADA, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA que possa tornar BENEFICIÁRIOS de suas EXTRAORDINÁRIA RIQUEZAS e POTENCIALIDADES efetivamente TODOS os BRASILEIROS e TODAS as BRASILEIRAS, principalmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS como os previstos para a COPA DO MUNDO de 2014, a OLIMPÍADA de 2016 e os projetos do PRÉ-SAL...

Este é o nosso SONHO, a nossa LUTA, o nosso AMOR, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

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