“Humildade
é sinal de inteligência
‘A humildade não está
na pobreza, não está na indigência, na penúria, na necessidade, na nudez e nem
na fome. A humildade está na pessoa, que, tendo o direito de reclamar, julgar,
reprovar e tomar qualquer atitude compreensível no brio pessoal, apenas
abençoa’ – Chico Xavier.
Um
dia, após uma de minhas palestras, o curador do evento se aproximou de mim e ao
me elogiar agradeceu minha humildade, dizendo, para minha surpresa, que é comum
os palestrantes serem metidos.
Esse
comentário fez com eu escrevesse este artigo e refletisse que, assim como
devemos ser humildes para ensinar. Afinal, não somos melhores que ninguém.
Posso, possivelmente, saber mais a fundo determinado assunto, mas certamente
não todos.
Por
que, então, não agimos mais como uma criança de 7 anos que interage com outra
criança com seu coração aberto para novas amizades e curiosidades? Já parou
para pensar nisso? Que todos nós somos semelhantes, que temos algumas
habilidades, outras não, e assim, também, as outras pessoas. Que cada um tem o
seu tempo, sua velocidade, suas necessidades e suas virtudes.
Há um tempo, acompanhava, nas redes sociais,
um colega que treinava para uma prova de 10 quilômetros. Mesmo sem muito
interesse, eu era levado a acompanhar o passo a passo da sua preparação, já
que, diariamente, fotos eram postadas. No dia do evento, foram inúmeros cliques
durante o início da prova, mas, para minha surpresa, nenhum clique no final.
Tempos depois, eu soube que a prova não havia sido concluída por motivos
físicos.
Então, me pergunto: por que só o lado feliz e
vencedor é mostrado nas redes sociais e também na vida? Por que não mostrar,
também, quando não alcançamos o que queríamos, apesar de todo o esforço, e que
assim estaremos prontos para uma nova tentativa, a fim de superar ou mostrar,
sem medo ou receio, que somos humanos e propensos a erros e insucessos?
Humildade
é mostrar sua vulnerabilidade, que nem tudo está sempre tão bem assim.
Humildade, também, é sinal de inteligência, unindo os indivíduos, ao contrário
do orgulho. Sendo humilde e ajudando os demais, a chance de um dia você ser
ajudado passa a ser maior, pois lembre-se de que todos nós precisamos de algum
tipo de ajuda em algum momento da vida.
“Para
o orgulhoso, a humildade é uma humilhação”. (Eclesiástico 13,20)
Esperar
o tempo da vida para as respostas que queremos de imediato é outro sinal de
humildade. Lembrar que, por mais que sejamos bem-sucedidos profissionalmente,
tenhamos conhecimento ou posição social, não somos nada mediante os acasos da
vida e do tempo. Que nunca saberemos com quem realmente estamos falando, pois
todos têm suas bagagens, suas histórias e, consequentemente, seus valores.
Não
queira estar sempre certo, apenas os tolos estão sempre corretos, os sábios
procuram estar atentos a novos conhecimentos, aceite críticas e não fique
melindrado com elas.
Antes
de ser um excelente profissional, seja um bom ser humano, procurando ter a
consciência de quem se é, que somente um ser humano pode salvar a vida de outro
e aí, talvez, um dos maiores exemplos de humildade seja confessar a outro ser
humano precisar dele para existir. “O dinheiro faz homens ricos, o conhecimento
faz homens sábios e a humildade faz grandes homens.” (Gandhi).”.
(ANDRE CASTRO.
Dentista com especialização em odontopediatria e MBA em gestão em planos de
saúde, em artigo publicado no jornal ESTADO
DE MINAS, edição de 17 de fevereiro de 2019, caderno OPINIÃO, página 7).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a
Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de
18 de fevereiro de 2019, mesmo caderno e página, de autoria de JANGUIÊ DINIZ, mestre e doutor em
direito, fundador e presidente do conselho de administração do grupo Ser
Educacional, e que merece igualmente integral transcrição:
“Educação
brasileira diante do espelho
Vivemos em um país
enorme cujas fronteiras delimitam muito mais do que território. Delimitam
populações com culturas, tradições e desafios tão diversos que não há quem
questione o fato de termos diversos “brasis” dentro do Brasil.
Em um
contexto tão amplo e diversificado, desenvolver políticas públicas que atendam
a todos de forma indistinta, como preconiza a nossa Carta Magna, não é uma
tarefa simples. Qualquer recorte que se pegue envolve milhões de pessoas. Por
exemplo, apenas no universo da educação superior, o país tem mais de 8,2
milhões de estudantes, quase a população de Israel, nação que se destaca por
sua capacidade de inovação e que tem 8,4 milhões de habitantes.
A
realização de ações e programas voltados para um público tão grande e distinto
não seria possível sem o amparo de dados e análises de qualidade. São
necessárias informações que apontem o norte na busca pela melhoria do bem-estar
da população e do progresso do país como um todo.
Nesse
cenário, o trabalho desenvolvido pelo Ministério da Educação e pelo Instituto
Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) tem sido de
extrema relevância. Hoje, sabemos exatamente quantos alunos estão nas salas de
aula e o perfil deles; quantas e onde estão as instituições de educação
superior brasileiras; a quantidade e o grau de formação dos nossos docentes; e
outros diversos dados.
São
números que, associados a muitos outros, nos permitem não só conhecer a
realidade, mas ir além. Por meio deles é possível dimensionar desafios e
necessidades que estão apresentados, mas que muitas vezes ficam escondidos
entre um dado e outro. Uma análise detalhada dos dados nos convida a extrair
deles soluções ou alternativas capazes de contribuir para o equacionamento da
relação entre demanda e oferta; entre anseios e possibilidades; entre onde
estamos e aonde queremos chegar.
Por
exemplo, dados recentes do IBGE mostra que pessoas com educação superior
completa têm rendimento médio aproximadamente três vezes maior do que o
daquelas com ensino médio completo. Apesar disso, apenas 17% dos jovens adultos
brasileiros, com idade entre 25 e 34 anos, têm graduação.
As
estatísticas que relevam esse cenário também indicam o quanto estamos distantes
de atingir as metas estabelecidas no Plano Nacional de Educação. Para alcançar
a taxa bruta de matrículas estipulada na meta 12, é preciso que o número de
novas matrículas cresça 4,8% ao ano, até 2024. Para atingir a taxa líquida, o
desafio é ainda maior: sem o crescimento de 8,1%, ao ano, nas matrículas, não
conseguiremos garantir 33% da população de 18 a 24 anos matriculada na educação
superior.
A
transformação de números aparentemente frios em análises que permitam
confrontar a realidade com as necessidades, mapear tendências, e discutir
políticas públicas é algo que contribui não só para a elaboração de ações
necessárias e adequadas à realidade do país, mas também para a abertura de
caminhos que podem ser trilhados por setores estratégicos, como o particular de
educação superior, de modo a cooperarem para o êxito da política governamental.
Nesse
sentido, em evento recente realizado na sede da Associação Brasileira de
Mantenedoras de Ensino Superior (Abmes), o Inep confrontou as instituições
particulares de educação superior com estatísticas do Censo 2017 associadas a
resultados da educação básica em avaliações de desempenho e do censo desse
nível educacional.
Em síntese, a
intersecção de dados feita pelo instituto evidenciou a relação entre o baixo
desempenho dos estudantes da educação básica com a carência de professores
formados para atuar na disciplina que lecionam. Nos últimos anos do ensino
fundamental, apenas 62,5% dos professores de língua portuguesa e 50% dos
docentes de geografia são graduados nas respectivas áreas.
Diante
dessa realidade, o Inep provocou as instituições de educação superior a
ofertarem mais vagas em áreas específicas da literatura, o que exclui
pedagogia. Entretanto, na contramão dessa necessidade, está a realidade
enfrentada cotidianamente por professores, que precisam superar obstáculos, que
vão desde baixas remunerações até a falta de material para trabalhar e o
desrespeito por parte dos alunos.
Pesquisa
realizada em 35 países pela Varkey Foundation constatou que o Brasil é a nação
que menos prestigia seus docentes. Aqui, apenas 9% das pessoas acham que os
alunos respeitam os educadores em sala de aula e 88% consideram a profissão de
professor como sendo de “baixo status”.
Enquanto
esse for o cenário que aguarda profissionais que dedicam três ou quatro anos de
sua vida a uma graduação, o setor particular de educação superior pode ofertar
quantas vagas forem que o problema não será resolvido. O entrave não está na
oferta, mas na demanda.
A
carência de professores qualificados para atuarem em sala de aula não é
novidade. Há tempos os dados evidenciam essa realidade, assim como tantas
outras. Apesar disso, nas últimas décadas, pouco foi efetivamente feito para
mudar esse panorama.
Como
afirmei antes, dados estatísticos descortinam cenários ocultos, mas também
jogam luz sobre realidades e necessidades que muitas vezes relegamos a segundo
plano. Entretanto, como evidenciam os números apresentados pelo Inep e tantos
outros que ajudam a mapear o nosso país, se governos e sociedade civil não
construírem soluções conjuntas, não existirão saídas possíveis.
O setor
particular de educação superior nunca se furtou a trabalhar de forma conjunta
com o governo, de modo a contribuir para a construção da nação mais educada e
desenvolvida que todos almejamos. Entretanto, nesse caso específico, a solução
exige que antes de qualquer coisa sejam desenvolvidas políticas públicas de
estímulo à carreira docente. Só assim será possível equalizar a relação entre
oferta e demanda por professores nas escolas brasileiras. Não há alternativa.”.
Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e
oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança
de nossa história – que é de ética, de
moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e
sustentavelmente desenvolvidas...
Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras
cruciais como:
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas, gerando o pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional
(enfim, 129 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente
o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional
todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da
educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da
participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b) o combate implacável, sem eufemismos e
sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:
I – a inflação, a exigir permanente,
competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares
civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa
de juros do cartão de crédito atingiu em dezembro a ainda estratosférica marca
de 285,4% nos últimos doze meses, e a
taxa de juros do cheque especial chegou em históricos 312,6%; e já o IPCA,
também no acumulado dos últimos doze meses, em janeiro, chegou a 3,78%); II – a
corrupção, há séculos, na mais
perversa promiscuidade – “dinheiro público versus interesses privados”
–, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando
incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária
ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da
Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor,
de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é
cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional; eis, portanto, que todos os valores que vão
sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518
anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios,
malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a
corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar
inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo,
segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a
“... Desconfiança das empresas e das famílias é
grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase
nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses
recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à
ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de
infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de
planejamento...”;
c) a dívida pública brasileira - (interna e
externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para
2019, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos
Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e
insuportável desembolso de cerca de R$
1,422 trilhão (43,6%), a título de juros, encargos, amortização e
refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 758,672 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria
grega, do direito e da justiça:
- pagar,
sim, até o último centavo;
-
rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
-
realizar uma IMEDIATA, abrangente,
qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda
a propósito, no artigo Melancolia,
Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente
degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das
contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).
Destarte,
torna-se absolutamente inútil lamentarmos
a falta de recursos diante de tão
descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a
nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a
credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e
regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores
como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias,
hidrovias, portos, aeroportos); a educação;
a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos
sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana
(trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às
commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência
social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas;
polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência,
tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações;
qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –,
transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e
melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre
outros...
São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira
alguma, abatem o nosso ânimo e nem
arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta
grande cruzada nacional pela excelência
educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada,
civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e
desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas
riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos
os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos
bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de
infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à
luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização
das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas
tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a
nossa esperança... e perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
57 anos
de testemunho de um servidor público (1961 – 2018)
-
Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
-
ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por
uma Nova Política Brasileira ...
- Pela
excelência na Gestão Pública ...
- Pelo
fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares
do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e,
ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A
alegria da vocação ...
Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou
asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...
E
P Í L O G O
CLAMOR
E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador e Legislador, fonte de infinita
misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra
sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios,
injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da
dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.