“É possível crescer na crise?
Períodos
de crise econômica costumam ser um pesadelo para empresas e gestores. As contas
apertam, os clientes desaparecem, tudo fica mais caro. O cenário parece
desalentador. No entanto, com criatividade e organização, é possível atravessar
a recessão e até crescer com ela. A crise pode ser, inclusive, uma oportunidade
para startups.
Sendo as
startups basicamente empresas pequenas, de base tecnológica e que oferecem produtos
escaláveis, elas podem se beneficiar dos períodos de depressão econômica. É
que, nesses tempos, o setor de tecnologia costuma ser o único não afetado. O
motivo é bem simples: as empresas passam a ter que reduzir gastos, enxugar suas
estruturas, otimizar a produção. E as soluções tecnológicas chegam como
“salvadoras” para os gestores às voltas com as contas que não fecham. Aí reside
a oportunidade das startups. É a chance de atender a essas demandas e oferecer
produtos ou serviços que solucionem os problemas das companhias que sofrem com
as quedas. Independentemente do setor em que atue, é importante que a startup
esteja atenta aos movimentos do mercado e esteja pronta para aproveitar as
oportunidades que aparecerem.
Em
tempos de economia instável, é essencial para qualquer companhia, seja uma
startup ou multinacional, mirar na inovação. Por meio da inovação, é possível
se manter competitivo, ainda quem em dificuldades. Desenvolver soluções
inovadoras, sejam internas ou para fornecer para terceiros, garante fòlego e
sucesso. Para as pequenas empresas, períodos de crise podem ser menos difíceis
até por questões técnicas. Acontece que as grandes companhias, por terem
estruturas complexas, acabam por ter mais entraves, sem muita flexibilidade; o
que não ocorre com as micro e pequenas ou startups: por serem mais simples, são
mais maleáveis e conseguem se adaptar melhor à realidade que se apresenta.
O Brasil
ainda tem outra vantagem para quem está atento às oportunidades da crise: o
baixo índice de competitividade. Apesar de ser um país altamente empreendedor,
muitos dos que se aventuram nesta seara o fazem sem preparo ou habilidade, o
que é um prato cheio para aqueles que entram no jogo determinados a ganhar. É
diferente dos Estados Unidos, por exemplo, em que os mercados são bem saturados
e a competição é muito maior. Portanto, vale a regra do “que vença o melhor”.
Acima de
tudo, no entanto, para fugir da crise, é necessário saber conviver com ela e
não transformá-la em um bicho de sete cabeças. Quem tem competência para
trabalhar bem não sofre, pois sempre terá seu público, mesmo que diminuído. Os
que se preocupam muito com a recessão, e não falam em outra coisa, acabam por
se afundar na lama da crise e não conseguem mais sair dela. O importante é
manter a cabeça erguida e enxergar o horizonte à frente, que é sempre
promissor.”.
(JANGUIÊ DINIZ. Mestre e doutor em direito,
fundador e presidente do Conselho de Administração do grupo Ser Educacional, em
artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 31 de maio de
2019, caderno OPINIÃO, página 7).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de
artigo publicado no mesmo veículo, edição, caderno e página, de autoria de DOM
WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e
presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e que merece
igualmente integral transcrição:
“Modular os poderes
Ser
filho de Deus é condição que remete a um poder fundamental, com força para
qualificar todas as formas de se exercer responsabilidades. Esse poder
relaciona-se à capacidade humana de perceber a vida como dom mais precioso do
Criador. Compreensão que deve se alicerçar na consciência de que todos são
amados por Deus. Desconhecer ou relativizar esse entendimento produz
incompetência, principalmente nos muitos processos de gestão e, não raramente,
compromete a condução da vida, em seus contextos sociopolíticos, por
manipulação interesseira, “excessos” e mesquinhez.
Sabe-se
muito bem que uma casa com alicerces comprometidos ganha rachaduras e se torna
ameaça para seus habitantes. Do mesmo modo, pessoas sem o devido alicerce, por
ignorarem o real valor da própria vida e da existência dos outros, tornam-se
frágeis e pouco contribuem para o bem-estar da coletividade. Urge-se, portanto,
no horizonte de grandes reformas necessárias à vida social, relacionadas à
prática do poder, dedicar-se à condição individual que permita compreender
melhor o poder que é próprio de cada um – ser amado por Deus.
Todos
devem cultivar no coração o real sentido da existência humana, evitando
reducionismos. É comprometedor e muito comum na sociedade, por exemplo,
acreditar que indivíduos são apenas peças da engrenagem social. Isso alimenta a
convicção de que pessoas podem ser descartadas, substituídas. Um entendimento
que se desdobra em atitudes mesquinhas, alimentando ganâncias e idolatrias como
a do dinheiro, que distorcem tudo, inclusive a compreensão sobre o valor de
cada pessoa. O resultado dessa perda de sentido relacionada à própria existência,
que se desdobra na desconsideração do outro, revela-se nas diferentes formas de
violência, particularmente na corrupção. E o mundo torna-se, cada vez mais,
regido pela lei do “salve-se quem puder”.
A
reversão desse cenário exige que todos reconheçam: as raízes da sociabilidade
humana se inscrevem no horizonte do amor de Deus – Pai, Filho e Espírito Santo.
Ignorar essa referência configura uma orfandade que faz crescer a delinquência.
Hoje, muitos aparentam agir orientados por inquestionável racionalidade,
apresentam-se de modo a impressionar positivamente, mas, quando observados de
perto, são desmascarados. Revelam-se agentes que contribuem para fazer da
sociedade contemporânea lugar marcado por vergonhosas desigualdades, que
aceleram os passos da humana rumo ao caos. Reconhecer que a sociabilidade
humana está inscrita no horizonte do amor de Deus é caminho para livrá-la das
exorbitâncias dos que acumulam muito poder, mas não possuem a requerida
qualidade humanística, emocional e espiritual para exercê-lo adequadamente.
Ora,
cada pessoa é imagem e semelhança de Deus, o Criador e Senhor Único. Isso
significa admitir e compreender que o ser humano tem uma constituição
intrínseca de transcendência. Sem reconhecê-la, age-se guiado simplesmente por
um instinto animal, nos parâmetros da irracionalidade e da insensibilidade
social. A falta de lucidez sobre a sacralidade do ser humano é fenômeno muito
comum, inclusive entre vários cristãos. Muitos não se envergonham e não se
incomodam diante das injustiças na sociedade. Indiferentes, não se engajam para
mudar cenários lamentáveis. Tornam-se, pois, corresponsáveis pelas injustiças
cometidas, pois, mesmo professando a fé, não agem, com rapidez e eficácia, para
minimizar as dores dos pobres e sofredores.
Quem não
reconhece a dimensão transcendente da vida corre o risco de ser engolido pela
ambição sem limites, substituindo o “ser” pelo “ter”. Passa a buscar, de modo
insaciável, dinheiro e poder. Hoje, tem muita gente “podendo demais”, adoecida
e submersa na delinquência, exatamente por dedicar sua vida à acumulação de
bens, sem limites. A atitude capaz de corrigir esses desiquilíbrios do poder e
da falta de sentido para a vida é fazer-se discípulo e discípula de Jesus:
compreender a si mesmo, por profunda transformação interior, como servidor,
lembrado sempre da palavra do Mestre que garante ser o maior aquele que serve
mais e serve a todos.
As
reformas urgentes para a sociedade, em muitos âmbitos, passam, desse modo, pela
compreensão de que uma virada civilizatória precisa acontecer a partir do poder
que se sustenta em qualificada humanização – uma nova modulação dos poderes na
sociedade.”.
Eis, portanto, mais
páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que
acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de
valores –, para a imperiosa e
urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas,
civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e
sustentavelmente desenvolvidas...
Assim, urge ainda a
efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a) a excelência
educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação
profissional –, desde a educação
infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em
pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas
crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –,
até a pós-graduação (especialização,
mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade
absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação
profissional (enfim, 129 anos depois, a República proclama o que esperamos
seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de
maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova
pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da
civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b) o combate
implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e
mais devastadores inimigos que são: I – a inflação,
a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se
em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco
Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em abril a ainda
estratosférica marca de 298,57% nos últimos
doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou em históricos
323,31%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a
4,94%); II – a corrupção, há
séculos, na mais perversa promiscuidade
– “dinheiro público versus
interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da
vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e
comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador
chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela
trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é
que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter
transnacional; eis, portanto, que todos
os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos,
pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina,
fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso
patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas
modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente
irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na
Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das
empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é
desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de
problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos,
quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas
de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à
corrupção e à falta de planejamento...”;
c) a dívida
pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e
municipal) –, com previsão para 2019, apenas segundo o Orçamento Geral da
União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão
Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,422 trilhão (43,6%), a título de
juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica,
previsão de R$ 758,672 bilhões), a
exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar,
sim, até o último centavo;
-
rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
-
realizar uma IMEDIATA, abrangente,
qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e
ainda a propósito, no artigo Melancolia,
Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente
degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das
contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).
Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão
descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a
nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a
credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e
regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores
como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias,
hidrovias, portos, aeroportos); a educação;
a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos
sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana
(trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às
commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência
social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas;
polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência,
tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações;
qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –,
transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e
melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre
outros...
São, e bem o sabemos,
gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande
cruzada nacional pela excelência
educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada,
civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e
desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas
riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos
os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos
bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de
infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à
luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização
das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas
tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o
nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!
“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos de testemunho de um servidor público
(1961 – 2019)
- Estamos nos descobrindo através da Excelência
Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando
nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da
sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral:
econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e
preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...
Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou
asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...
E
P Í L O G O
CLAMOR
E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de
infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre
pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios,
ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da
dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.