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sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

A CIDADANIA E A EDUCAÇÃO LEVAM À INCLUSÃO SOCIAL

“A partir das relações do homem com a realidade, resultantes de estar com ela e de estar nela, pelos atos de criação, recriação e decisão, vai ele dinamizando o seu mundo. Vai dominando a realidade. Vai humanizando. Vai acrescentando a ela algo de que ele mesmo é o fazedor. Vai temporalizando os espaços geográficos. Faz cultura. E é ainda o jogo destas relações do homem com o mundo e do homem com os homens, desafiado e respondendo ao desafio, alterando, criando, que permite a imobilidade, a não ser em termos de relativa preponderância, nem das sociedades nem das culturas. E, na medida em que cria, recria e decide, vão se conformando as épocas históricas. É também criando, recriando e decidindo que o homem deve participar destas épocas.”
(PAULO FREIRE, in Educação como prática da liberdade. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1999).

Mais uma IMPORTANTE contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no Jornal ESTADO DE MINAS, edição de 21 de novembro de 2009, Caderno OPINIÃO, página 9, de autoria de VIVINA RIOS BALBINO, Psicóloga e professora universitária, que merece INTEGRAL transcrição:

“Educação e inclusão social

Sabemos que a educação é o fator maior de inclusão social, cidadania e realização profissional. Segundo o educador brasileiro Paulo Freire, é por meio dela que o homem se torna cidadão e aprende a ler a realidade social como participante ativo. Prova disso é a recente pesquisa da Associação dos Magistrados do Brasil, Justiça em números – novos ângulos, de Maria Tereza Sadek, que revela a relação direta entre o nível de escolaridade e a busca dos direitos na Justiça no país. Sobre os resultados, a autora comenta que a alfabetização implica maior conhecimento dos direitos e as pessoas procuram mais a Justiça. Nos estados mais pobres, com maior número de analfabetos, há menor procura pela Justiça. Segundo o presidente da AMB, as pessoas mais esclarecidas reivindicam mais os seus direitos e têm maior noção de cidadania.

Frequentar escola, principalmente na infância e na adolescência, assumindo com compromisso o processo educativo, é de suma importância. Mas, no Brasil, cerca de 1,5 milhão de jovens entre 15 e 17 anos estão fora das escolas ficando à mercê do envolvimento com drogas, bebidas e criminalidade. É certo que muitos deles buscam o mercado de trabalho, mas é possível conjugar as duas atividades. Pesquisa recente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontou um aumento de 82% para 84,1% da demanda nas escolas de ensino médio. O Ministério da Educação (MEC) estuda a possibilidade de tornar o ensino obrigatório dos 4 aos 17 anos no Brasil e que de fato todos estejam estudando. Outro dado preocupante é que cerca de 30% das crianças na faixa dos 4 a 6 anos também não estão matriculadas em escolas. Crianças e adolescentes fora das escolas, como mostram os dados, criam um espaço perigoso para o surgimento de graves problemas sociais, como ociosidade, desestruturação familiar, envolvimento com drogas, bebidas, pequenos delitos, prostituição e pedofilia, entre outros.

O MEC inova em vários programas educativos com sucesso, como o Programa Universidade para Todos (ProUni); Exame Nacional do Ensino Médio (Enem); sistemas de cotas nas universidades, Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade), Prova Brasil, entre outros. Mas é necessário avançar na maior inclusão social pela educação buscando processos mais eficientes de inserção de crianças e jovens em escolas de qualidade, em que os conhecimentos estejam articulados à realidade social dos alunos, proporcionando de fato a formação de uma nova consciência intelectual e cidadã.

Há discussão de mudanças no enfoque teórico-metodológico. De curso meramente preparador para o vestibular para uma educação geral de qualidade com bons laboratórios e também conteúdos embasados na sociologia, filosofia e psicologia, que possibilitem o aprofundamento da dimensão humana nos problemas do dia a dia: o indivíduo cidadão, político, sensível aos direitos humanos e participante das grandes questões sociais da comunidade e do país.

Nas universidades, importante priorizar os cursos que formam educadores – pedagogia e licenciaturas. Alocar bons mestres e doutores nessa área estratégica, e não professores menos qualificados. Esses cursos ainda têm pouco prestígio nas universidades. O prestígio virá com a valorização real da categoria, com a implantação do piso nacional salarial do educador no Brasil e com essa consciência de que a educação transforma a realidade. Importante cooptar todos os estudantes para os grandes projetos científicos e humanitários, promovendo uma revolucionária inclusão social pela educação de qualidade em todos os níveis de ensino, incluindo o mutirão nacional para eliminar o analfabetismo de adultos. Com certeza, é um projeto possível!”

Eis, pois, mais uma dimensão muito ESPECIAL da grande CRUZADA NACIONAL pela EDUCAÇÃO e, assim, para a CIDADANIA E QUALIDADE, visando a transformação do BRASIL numa NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, LIVRE, ÉTICA, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, partilhando TODAS as RIQUEZAS, quer CULTURAIS, NATURAIS, ECONÔMICAS, aí as originadas do PRÉ-SAL, com TODOS os BRASILEIROS e TODAS as BRASILEIRAS...

O BRASIL TEM JEITO! – porque é o nosso SONHO, a nossa LUTA, a nossa ESPERANÇA...