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segunda-feira, 25 de julho de 2016

A CIDADANIA, A VERDADE DE CADA UM E OS PILARES DA SUSTENTABILIDADE DA CULTURA

“#partiupravida
        Uma das maiores violências que podemos sofrer é não ser escutados. Quem de nós nunca passou por isso? Duvido que alguém responda com isenção a essa pergunta. Quando alienada, a alma sofre. Ser ignorado em nossas verdades fere. Ficar colado na verdade do outro significa desconhecer a si próprio.
         Há quem pretenda saber de nós mais do que nós mesmos. Há quem impute ao outro suas opiniões e impressões, sem considerar nenhuma ponderação. E decrete o que este outro é, sem sequer lhe dar a chance de opinar. O julgamento severo e impiedoso é um dos perigos que devemos temer seriamente.
         Mas é assim: somos feitos como o outro quer que sejamos, pelo menos para ele. Se por infelicidade nos encaixamos onde o outro nos coloca, seremos apenas o espectro de suas acusações ou pareceres, que nunca serão aquilo que de fato somos.
         É como ser roubado naquilo que de mais precioso temos. A alma pode nos ser roubada, como se fosse a flor arrancada de um jardim – colhida, tem morte decretada. Deixar de ser sujeito na vida é viver a morte em vida. É motivo de depressão e amargura.
         É como disse o poeta Eduardo Alves da Costa:
         “Na primeira noite eles se aproximam/ e roubam uma flor do nosso jardim./ E não dizemos nada./ Na segunda noite, já não se escondem:/ pisam as flores,/ matam nosso cão,/ e não dizemos nada.// Até que um dia,/ o mais frágil deles/ entra sozinho em nossa casa,/ rouba-nos a luz e,/ conhecendo nosso medo,/ arranca-nos a voz da garganta./ E já não podemos dizer nada.”
         Como disse Elza Soares, no último domingo, apresentando a um vasto e diversificado público, na Virada Cultural de BH, seu último lançamento, A mulher do fim do mundo: precisamos lutar, lutar, lutar, lutar.
         Lutar para expulsar do mundo o preconceito, o autoritarismo, o machismo e a covardia moral exercida sobre a pessoa. Nunca podemos nos cansar de dizer não quando somos achacados pelo outro, pressionados, chantageados por aqueles que exigem que sejamos e façamos o que eles querem, sob pena de sermos excluídos de sua vida.
         Saibamos perder com honra. Saibamos buscar aqueles nos amam e suportar os que não. Jamais seremos unanimidade. Saibamos quem somos e queremos ser. Nunca em tempo algum sejamos reduzidos a coincidir com o que o outro diz sobre nós. Nosso desejo vem do outro, que é matriz, mas precisamos nos apropriar dele para fazê-lo nosso, ao nosso modo.
         Essa é a verdadeira forma de liberdade de viver a vida que temos, nossa única chance de vive-la em abundância. De deitar no travesseiro sem nos perdermos em noites de insônia, atormentados por culpas e fantasmas que nos cobram exigências inatingíveis e preços impagáveis em nome de idealizações desumanas. Sem amarras ou aprisionamentos que nos são exigidos por covardes e torturadores da alma humana. Esses que condicionam a aceitação do outro apenas se ele lhe serve, acatando seus caprichos e mandamentos como verdade.
         Ora, a verdade não é única e nunca será. É plural. O certo, para uns, parece errado a outros – e assim será. A diferença não pode ser negada e não pode ser motivo de guerra ou ódio. Mas, lamentavelmente, é. Para muitos, continuará sendo.
         A verdade de cada um vem da vivência singular e da íntima interpretação de cada um do que viveu. Da história familiar, das lembranças e dos esquecidos. Se abrimos mão das nossas verdades por temos de desagradar ou perder o outro, já perdemos, sem saber, a vida que devemos prezar como o nosso maior bem.”.

(REGINA TEIXEIRA DA COSTA, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 17 de julho de 2016, caderno CULTURA, coluna EM DIA COM A PSICANÁLISE, página 2).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 22 de julho de 2016, caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“Pilares para a cultura
        O conjunto arquitetônico modernista da Pampulha, agora patrimônio da humanidade, é mais do que justa homenagem aos belo-horizontinos e à ousadia de Juscelino Kubitschek. Além da alegria experimentada por cada um de nós – com o anúncio da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), a merecida distinção inscreve no horizonte de Minas Gerais, particularmente da capital mineira, um importante desafio: reverter essa nova realidade configurada em benefício de toda a cidade e da perenidade de cada uma das obras desse complexo de alta significação arquitetônica, cultural e turística, importante capítulo na história da arquitetura mundial. Tarefa que desafia especialmente os governantes, operadores e gestores de turismo e todo povo mineiro.
         O conjunto arquitetônico que colocou Belo Horizonte à frente de seu tempo, com sua inauguração em 1943, ainda é símbolo da lucidez e ousadia de Juscelino Kubitschek e do talentoso Niemeyer – à época, no início de sua carreira, hoje reconhecido mundialmente. A medida dessa lucidez e ousadia pode ser avaliada a partir da seguinte imagem: a Pampulha sem o complexo arquitetônico em seu redor.
         Isso significa que, em seu tempo, cada governante é desafiado a interpretar e a tratar com clarividência e audácia a realidade na qual se insere como servidor. Não só quanto ao legado recebido. Por exemplo, no caso da Lagoa da Pampulha, não basta somente cuidar de sua urgente e inteligente despoluição, é preciso ver adiante. É preciso oferecer no seu tempo uma contribuição que assente mais pilares para a cultura. Neste horizonte, conservar e tratar adequadamente o patrimônio que se tem e intuir os novos e exigidos desafios, tecendo uma história que possa assegurar sustentabilidade à vida social, política, cultural e econômica.
         Os pilares da cultura, em arquitetura, infraestrutura e investimentos não são obras mortas. São forças incidentes na circulação do sangue que move a vida de uma sociedade, gerando economia produtiva e inclusiva por meio do turismo, uma força de referência que ultrapassa as fronteiras de Minas e do Brasil. É também o fortalecimento da consciência, corre-se o risco de ver as riquezas, naturais, culturais, religiosas, artísticas e populares se dispersarem. Isso se verifica em realidades articuladas por culturas diferentes, numa riqueza tão plural que pode levar a sociedade a se entender repartida, enfraquecendo sua identidade. A sociedade, assim, se sente impotente para multiplicar as próprias riquezas, torna-se incapaz de produzir cenários de mais justiça e o mais grave: de ser protagonista de sua história. Repete-se, então, o estribilho de que o melhor é o que vem de fora. De que só os outros são capazes de grandes conquistas. Alimenta-se a lógica do desmanche da própria identidade, perdendo riquezas produzidas e legadas.
         A alegria do reconhecimento conquistado pelo complexo arquitetônico da Pampulha deve se transmutar em ardor guerreiro por novos passos em Minas Gerais. É indispensável o entendimento inteligente de fazer crescer o potencial turístico do estado, valorizando singularidades. Entre elas, vale destacar o inexplorado potencial do turismo religioso, tesouro da nossa realidade histórico-cultural. Um exemplo é o caminho Religioso da Estrada Real (Crer), que liga o Santuário de Nossa Senhora da Piedade, padroeira de Minas Gerais, ao Santuário de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil. Trajeto tão rico pela beleza do conjunto paisagístico e arquitetônico, particularmente sacro, como o Caminho de Santiago de Compostela, na Espanha. Esse é um dos projetos com potencial turístico ainda adormecido, esperando ações mais efetivas e entendimentos governamentais e empresariais para tratamento competente para que, de fato, beneficie os mineiros.
         Não menos importante é o desafio de colocar no coração de cada mineiro a padroeira de Minas Gerais – Nossa Senhora da Piedade. E que cada mineiro se sinta guardião da Serra da Piedade, que em breve aspiramos ser já reconhecida como patrimônio da humanidade pela sua relevância ambiental, paisagística, histórica e religiosa. Um patrimônio que merece mais empenho dos representantes do povo, a começar pela duplicação da rodovia BR-381, lamentavelmente conhecida por Rodovia da Morte.
         Patrimônio que traz a fé e a religiosidade enraizada na cultura e na vida do povo mineiro. Um exemplo é a Igreja São Francisco de Assis, símbolo e coração do complexo arquitetônico da Pampulha, a primeira projetada por Niemeyer. Bem perto está a Catedral Cristo Rei e a Cidade Administrativa, pela Avenida Pedro I, passando pelo final da Avenida Cristiano Machado e seguindo pela MG-010. Trecho de quatro quilômetros que merece ser reconhecido como uma grande avenida com o nome de São João Paulo II. É hora de novas audácias e novos passos pelo bem de Minas e dos mineiros.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a educação – universal e de qualidade –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em maio a ainda estratosférica marca de 471,3% para um período de doze meses; e, em junho, o IPCA acumulado nos doze meses chegou a 8,84%, e a taxa de juros do cheque especial em maio registrou históricos 311,3%...); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com projeção para 2016, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,348 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,044 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a   Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do Pré-Sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- 55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...

- Estamos nos descobrindo através da Cidadania e Qualidade...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por uma Nova Política Brasileira...