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sexta-feira, 21 de dezembro de 2018

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A FORÇA DA LIBERDADE E DA AUTONOMIA E OS SUBLIMES CAMINHOS DA ESPIRITUALIDADE NA SUSTENTABILIDADE


“Sobre tudo e nada
        Infelizmente, as pessoas deduzem e concluem cedo demais sobre tudo. Acreditam que podem rotular uma pessoa por algumas palavras que leem ou escutam dela. A pressa de ter certezas sobre tudo e garantir a segurança através do saber, mesmo que precipitado, é danosa e nos conduz a erros e perdas desnecessárias.
         Sempre me intrigou, por exemplo, a forma como alguns que se intitulam cristãos são os primeiros a condenar aquilo que parece errado. Condenam o pecador e nem se lembram que Jesus salvou Maria Madalena do apedrejamento por mau comportamento, que multiplicou o vinho da festa do casamento para alegrar o povo, que dividiu o pão e multiplicou peixes, isto é, do pouco fez muito e esta divisão proveu tantos.
         Homem como nós, ele se assentava e circulava entre os diferentes para levar até eles aquilo que acreditava, pois afirmava que estando sempre entre seus pares e iguais não poderia alcançar quem precisava. Assim nos admira ver que as pessoas em seu nome fazem exclusões e precipitam-se ao fogo dos diferentes.
         Entendo que não seja fácil andar na linha e seguir uma ideologia plenamente. A prática da tolerância é coisa dificílima, pois somos seres agressivos e gostamos de estar no topo da hierarquia quando se trata se garantias e poder, e, embora sejam imaginarizados, tais valores não garantem nada.
         Qualquer desses valores imaginários podem sustentar o ego, mas desmoronam a qualquer tremor. Por isso, dizemos que viver é perigoso. O que você tem hoje pode perder amanhã, seja emprego, dinheiro, amor e até mesmo a vida. Porque viver é névoa nada. Passa como nuvem.
         E aquele que desejar ser eternizado, que deixe suas marcas porque só o será pela palavra dos que ainda falarão e pelas obras que deixou, seja um filho, um livro, uma árvore. E é muito fácil perder o foco neste nosso tempo quando andamos sob uma chuva de informações que passa por nós como água em penas de um pato.
         Eles tentam o comando, têm um alcance imperativo, requerem o estatuto de verdade absoluta, mas elas, estas informações, não são “a verdade”. A verdade, verdade mesmo, é isso que funciona entre nós, que trabalha em nós e que faz em nós uma lógica imbatível, um acontecimento.
         Acontecimento que marca e muda um funcionamento depois dela, alterando a lógica anterior. Uma enunciação que, uma vez escutada, nos transporta para outro posicionamento.
         Precisamos ter muito cuidado com os donos da verdade, aqueles que querem exercer o domínio do pensar e do viver, traçando mandamentos imperativos contra o que é o real, contra os furos do real e quanto! São como uma rede de um pescador, muitos furos sustentados por firmes nós que suportam a carga a ser içada do mar.
         E se quisermos pescar bons peixes, precisaremos encarar os furos que deixam escapar ainda bons frutos, mas assim é e será. Sempre teremos diante de nossos olhos fatos com os quais não concordamos, formas de vida diferentes e incompreensíveis. Porém, não podemos enquadrar o que quer que seja entre as categorias normal ou patológica.
         Este insuportável em que o real nos coloca, que desperta a raiva, a reação exacerbada, quando podemos chegar a agressões, crimes e tribunais, este cume do ápice que nos arrebata, embaraça, chamamos gozo da pulsão de morte. Fruição do pior que granjeia entre nós.
         Que possamos, antes de agir como queremos, pensar se não estamos mergulhados demais entre os peixes da rede, esta rede que nos torna isca fácil para as vozes do mercado e pela sua mão invisível que nos aponta um caminho que nem ele sabe aonde vai dar.”.

(REGINA TEIXEIRA DA COSTA, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 16 de dezembro de 2018, caderno CULTURA, coluna EM DIA COM A PSICANÁLISE, página 2).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 14 de dezembro de 2018, caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“Ortodoxia e ortopatia
        A sociedade contemporânea, já tão ferida por graves descompassos, não pode confundir visíveis situações patológicas com o bem. No conjunto dessas situações, estão aqueles que se acham defensores da “verdade absoluta” e, por isso mesmo, distanciam-se da verdade, que é Deus misericordioso. Assim se configuram os radicalismos e as polarizações, o ataque a pessoas e a instituições, os grupos que se acham no direito de tirar a vida do outro em nome daquilo em que acreditam. Mentes doentias, que necessitam recuperar a sanidade, a inteireza moral e afetiva.
         O surgimento de dinâmicas messiânicas perigosas, agrupamentos que se percebem como “donos da verdade” e com o direito de julgar os outros em nome da fé, mesmo sem a mínima competência, revela uma urgência: investimentos humanísticos e espirituais para que todos se compreendam como irmãos uns dos outros, filhos e filhas de Deus. Essa compreensão é necessária para que cada pessoa faça a diferença, agindo a partir de valores ético-morais coerentes com o evangelho de Jesus Cristo. A sociedade não pode permanecer indiferente diante de um progressivo e generalizado adoecimento que está corroendo a condição humana.
         É preocupante o desvario verificado nos mais variados segmentos sociais, institucionais e, também, no contexto religioso. Situações que merecem ser conhecidas em suas complexidades, a partir da contribuição de diferentes campos do saber – antropologia, filosofia, sociologia, teologia e tantos outros. Avaliações a partir de referências à ortodoxia e à ortopatia são caminho promissor para conhecer e mudar essa realidade. O conjunto de sentimentos e paixões (pathos) é elemento fundante e determinante da condição humana – saudável ou doentia. Tem fortíssima influência na dimensão racional. Pode gerar, assim, desvios de conduta e doenças, a partir tanto da dinâmica da rigidez quanto do laxismo.
         O conceito de ortodoxia, diferentemente do que pensa o senso comum, não serve apenas para denotar posturas enrijecidas. Define a desafiadora interpretação correta de uma verdade, como crença ou como dogma. O funcionamento correto da capacidade humana de conhecer a realidade é fundamental para qualificar as relações interpessoais e também para o desenvolvimento de instituições, em estreita fidelidade à sua natureza e missão. A ortodoxia requer processos cognitivos que naveguem nas águas do sentido da verdade, sem manipulações ou adaptações que se tornem, consequentemente, negação de valores e princípios. Mas essa fidelidade não pode significar “estreitar a verdade” a partir de mentalidades e posturas. Eis, pois, a importância do que define por ortopatia: o cultivo correto de sentimentos, de modo coerente com a espiritualidade, a transcendência e a fé.
         Uma permanente urgência é investir em ortodoxia e ortopatia, para evitar confusões, os enrijecimentos que levam pessoas a fazer justiça com as próprias mãos, resultado de descompassos afetivos e cognitivos. Esses desajustes adoecem pessoas e a própria sociedade. São obstáculos para ações solidárias e impedem que cada pessoas se reconheça como filho de Deus, o Pai de todos. Não há mudança social sem investimentos no desenvolvimento humano-afetivo. As contribuições da política são indispensáveis, as indicações sociais têm seu lugar e o horizonte cultural influencia determinantemente esse desenvolvimento. Mas há algo que é fundamental: a experiência espiritual – que não pode confundida com fanatismo ou mera religiosidade. Trata-se da experiência mística de buscar Deus, que ilumina a condição humana.
         Para a fé cristã, a qualificada espiritualidade é a experiência do encontro pessoal com Jesus, sentido forte do tempo do advento, preparação para o Natal. Um antídoto para a ortodoxia que vira rigidez e instrumento de condenações e demonização dos outros, algo incompatível com a requerida ortopatia. Só a autêntica espiritualidade pode livrar a contemporaneidade dos fundamentalismos e ódios devastadores. Somente a vivência de uma qualificada mística, coerente com o evangelho, pode evitar que a ortodoxia seja instrumento para criar divisões, substituindo a ortopatia por graves delinquências. Sejam todos coerentes com os ensinamentos de Cristo, que vem ao encontro da humanidade, como seu salvador e redentor, para vivenciar a espiritualidade de modo autêntico e fecundo.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 129 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em outubro a ainda estratosférica marca de 275,68% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial se manteve em históricos 300,37%; e já o IPCA, em novembro, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,05%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2018, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,847 trilhão (52,4%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,106 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
57 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2018)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...      

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador e Legislador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.







sexta-feira, 28 de setembro de 2018

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, O PODER DO ALTRUÍSMO NA EVOLUÇÃO HUMANA E A CHAMA DO AMOR INCONDICIONAL NA SUSTENTABILIDADE


“Brasil em chamas
        Setembro não começou bem. O incêndio do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro causou comoção mundial. Triste assistir impotente às chamas devorando o acervo. Doeu na alma.
         Como vem sendo comentado, o incêndio foi uma tragédia anunciada e motivado pela inversão de valores que acompanha a distribuição dos recursos no país. Uma perda inestimável, que deixa no coração do brasileiro mais uma triste marca.
         E este é um dos importantes motivos para nos alertar para as eleições e é na urna a única chance de mudar a política atual e mostrar nossa real desagrado. O pouco prestígio político no aniversário de 200 anos do museu reflete a situação.
         O mesmo descaso se vê na educação em estado de abandono, assim como os professores, especialmente estaduais, com salários atrasados e datas anunciadas e não respeitadas. Saúde, idem. Como pagarão suas contas? Por que o Executivo é sacrificado? Por que o Judiciário e o Legislativo ignoram a situação? Reflexo inegável dos valores da nossa cultura. Os ricos intocáveis e os pobres desvalorizados.
         É hora de escolher em quem apostar e são poucos, se é que há quem possa oferecer melhores opções no sistema político absolutamente corrompido, como se pode ver diariamente na mídia. Mas não podemos abandonar a nós próprios.
         Escolha difícil para os brasileiros perdidos diante do desanimador cenário nacional. Principalmente por que apenas pensar a coletividade tem sido insuficiente para de fato sanar as mazelas crescentes do país. É preciso fazer. Retificar posições. E depende da união de cada um entre tantos diferentes.
         Sair de uma crise requer muito trabalho. Trabalho rigoroso e honesto que bem poderia se mirar no exemplo dos japoneses. Eles não se impõem, dão preferência ao outro. As pessoas se reverenciam e só entram em uma conversa quando convidadas. Devem ser incluídas pelos outros! Menos ego, mais respeito, educação.
         Se um povo pensasse na coletividade, se as pessoas se preocupassem com seu próximo mais do que com seu próprio ego, teríamos uma realidade muito diferente. Mas é tempo de celebridades, narcisismos exacerbados em que a imagem, o dinheiro e o sucesso são valores mais almejados.
         A civilização foi uma conquista coletiva para garantir a sobrevivência visando ao bem comum e à proteção da vida frente aos perigos da natureza, entendendo que a união fez a força. Mas nos perdemos no caminho. A finalidade de nos proteger se perdeu ou se voltou contra nós, porque não soubemos administrar este poder alcançado pela ciência, tecnologia e facilidades da vida moderna.
         No entanto, não nos tornamos deuses, embora há quem se ache. Somos humanos errantes e um tanto estúpidos (sem ofensas) quando pensamos somente nas nossas garantias. Quanto maior nosso ego, menor nossa capacidade de sobreviver coletivamente, sendo esta, de fato, nossa garantia (se é que temos alguma) de nos salvar da iminente ameaça de destruição de nossa própria casa, a Terra.
         Para que a sociedade evolua é preciso abandonar os interesses individuais por meio do respeito pelo outro, pela coletividade, pela civilização, pela história do homem. É preciso educação. É preciso retomar o motivo de a termos construído, a saber, a sobrevivência. Caminho único em tempos de crise ecológica, convulsão social, moral e ética.”.

(REGINA TEIXEIRA DA COSTA, artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 9 de setembro de 2018, caderno CULTURA, coluna EM DIA COM A PSICANÁLISE, página 2).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 14 de setembro de 2018, caderno OPINIÃO, página 9, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“A vida não é amarela
        Setembro é amarelo, já a vida não pode ser confundida com qualquer cor que remeta à palidez. Ela tem a beleza das flores, a generosidade colorida que a natureza manifesta de maneira tão pródiga. A vida é para ser primavera, estação que começa justamente agora, em setembro. O colorido alegre das florações gera contraste com o “mês amarelo”, sinal de advertência para grave situação: o número de pessoas que cometem suicídio nos dias atuais. Na campanha Setembro Amarelo, igrejas, pontos turísticos, monumentos e fachadas de prédios históricos recebem iluminação em tom amarelado, também outdoors, cartazes e campanhas, com as mesmas cores, convocando a população para ajudar na prevenção ao suicídio, compromisso cidadão e humanitário.
         Popularmente é dito que “amarelar” representa omitir-se, embora seja notável a beleza da cor amarela na natureza, bandeiras e vestes. No contexto da campanha realizada no mês de setembro, o alerto é claro: a vida não pode amarelar, perder seu brilho, a sua chama. As pessoas não podem desistir de viver. Eis, pois, a urgência de um mutirão para preservar esse dom, e mudar a triste realidade revelada em estatísticas a respeito do suicídio no Brasil e no mundo. A união em defesa da vida deve contar com o empenho de segmentos importantes na sociedade, que incluem as instituições públicas e privadas, as escolas, as famílias, os amigos, os colegas de trabalho.
         Pede-se, ainda, aos meios de comunicação que invistam, cada vez mais, no processo educativo capaz de quebrar um tabu – falar sobre o suicídio. Muitos ainda acreditam que se dedicar ao tema motiva as pessoas a colocarem fim às próprias vidas. Falar sobre o suicídio e do amor ao próximo, permite agir decisivamente na prevenção desse mal. Importante, também, distanciar-se das inverdades, sobre si, sobre o outro e a respeito da vida, para enfrentar, inventiva e afetivamente, os desgastes que a sociedade contemporânea impõe a todos, com seus ritmos, dinâmicas e falta de valores essenciais ao bem comum.
         O Setembro Amarelo é, pois, convocação para um empenho educativo amplo e global, para que a vida se torne prioridade, reconhecendo-a como dom. Ora, é alarmante a estatística sobre o número de suicídios no Brasil – a cada dia, 32 pessoas colocam fim à própria vida. E a Organização Mundial da Saúde informa: nove em cada 10 suicídios poderiam ser evitados. Isso indica que todos precisam dedicar mais atenção às pessoas próximas, buscar perceber os sinais de que algo não vai bem na vida do outro. Há muitas formas de evitar o suicídio – do tratamento medicamentoso, quando médicos detectam doenças psiquiátricas, a qualificação das relações interpessoais. Importante é reconhecer o lugar central dos vínculos entre pessoas, constituídos no amor, na verdade, pela força da fé, que permite recuperar a percepção da beleza primaveril da vida. A proximidade e a atenção ao próximo são forças que mantêm acesa a chama da vida, ou reacendem o pavio que ainda fumega, sem deixar o fogo se extinguir.
         Que todos os cidadãos se dediquem a aprender modos de prevenir o suicídio, que vitima crianças, adolescentes, jovens e adultos. Urgente, também, é o investimento no cuidado com as emoções, pois doenças mentais, que se instalam a partir de componentes biológicos e ambientais, estão entre os principais fatores que levam uma pessoa a tentar pôr fim à própria vida. A ciência mostra que o suicídio não é ato primário, mas a triste conclusão de um processo que se desenvolve e etapas. É preciso vencer o despreparo institucional, empresarial, de igrejas, entidades educativas e das pessoas, de um modo geral, para que todos sejam capazes de identificar as etapas desse processo. Assim, mortes poderão ser evitadas.
         Entre as providências urgentes para reverter o quadro alarmante de suicídios na sociedade brasileira, é fundamental reconhecer a importância da espiritualidade. Não “espiritualidades sectárias”, que configuram pequenos “clubes de amigos”, mas um modo de viver a fé que permita ao indivíduo dar novo sentido à própria vida, a redescobrir o gosto de viver, mesmo diante dos sacrifícios cotidianos.
         A vida não pode ser amarelada. Deve ter o frescor e o colorido da primavera. Que cada pessoa, com a ajuda de seu semelhante, possa encantar-se com a própria existência.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 128 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em julho a ainda estratosférica marca de 271,43% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial em históricos 303,19%; e já o IPCA, em agosto, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,19%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2018, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,847 trilhão (52,4%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,106 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
56 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2017)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...      

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador e Legislador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios,
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.



        


sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A SABEDORIA NA BUSCA DA VERDADE E A INTEGRAÇÃO DAS FRONTEIRAS NA SUSTENTABILIDADE

“Verdade verdadeira
        Continuo insistindo na era da pós-verdade, do boato acima dos fatos, porque é um assunto que causa confusão e equívocos, impedindo a formação de opinião consistente e julgamentos errôneos. E terminamos assim, como disse Sócrates com sua sabedoria: “Só sei que nada sei.” Só que neste caso sem a sabedoria.
         Na era da pós-verdade, circula nas redes sociais todo tipo de verdade e inverdades, e devemos partir para a certificação de tudo que repassamos a fim de diminuir o “achismo”. E também a onda de formação de ideias forjadas fazendo dos internautas massa de manobra manipulada por mal-intencionados.
         Agora mesmo, após a lamentável morte por acidente do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki, continuamos sem saber se ele foi um herói para o país, contribuindo com as investigações da Lava-Jato, como anunciou o juiz Moro em seu discurso, ou se o que mais fez foi atrasar os processos em andamento com burocracias e procrastinações, já que tinha posicionamento de esquerda.
         Sabemos que a demora nas apurações faz parte da profissão de jurista, que investigações devem seguir etapas sólidas e legais, cabendo ao Judiciário zelar para que os processos tramitem da maneira correta. Nas redes sociais, publicaram em nome do filho de Zavascki várias notícias falsas.
         E também sofremos, nós, mortais, pois sé muito difícil saber que são os envolvidos e vê-los se sustentar em cargos públicos ainda por muito tempo, às vezes anos, para ver a Justiça agir, o que é tremendamente frustrante. Como foi o caso do ex-presidente da Câmara dos Deputado Eduardo Cunha, atualmente preso, e de muitos outras ainda soltos. Esperamos que a justiça seja feita ainda que tardiamente.
         No que diz respeito aos boatos que ganham corpo de verdade, são tantas ondas que jamais saberemos a verdade cabal e absoluta. E para complicar mais um pouco, não teremos a verdade porque não existe verdade única. A verdade é plural e depende do ângulo do qual é interpretada.
         Assim é para tudo. Tanto que numa família, enquanto um filho tem o pai com ressentimento e muitas críticas, outro o tem como aquele que lhe deu tudo o que tem. O pai não é o mesmo para todos os filhos, mas quando a discrepância é demais podemos verificar que há desvios na interpretação.
         A interpretação de um fato assume a tonalidade do afeto. E o afeto afeta. Afeta o julgamento. Portanto, a interpretação de alguém da direita dos fatos será sempre diferente dos de esquerda. Cabe a cada um apurar sua própria opinião, buscando fontes confiáveis e interpretações isentas de favoritismos, se isto é possível: eis a questão.
         A questão é que para cada um a verdade depende do posicionamento pessoal. Não se pode opinar sem se posicionar. Não se pode ser cidadão de fato sem antes ser sujeito, e cabe a este saber seu desejo e que ética escolherá abraçar.
         Para decidir sobre a ética deverá se posicionar, pois existem éticas diferentes de acordo com a crença. Vejam que a ética protestante mudou o mundo. Na ética religiosa, na ética cristã, em qualquer que seja ela, cada um segue os princípios ditados. A ética filosófica nos permitiu conhecer linhas completamente diferentes umas das outras. Cada uma tem em seu cabedal uma visão diferente e interpretação igualmente particular.
         A ética da psicanálise é a ética do inconsciente e, portanto, vai quase sempre na contramão das demais, pois trata-se da subversão do sujeito. O que aqui tem importância é a vida psíquica, o funcionamento do desejo e do inconsciente e, por isso, busca retificações subjetivas para abrir o caminho para o conhecimento do sujeito, e para o que cada um de nós é e não sabia.
         Nem sempre sabemos tudo sobre nós porque o inconsciente é como um estranho que habita na subjetividade e precisa ser desvelado. Assim, vemos que há uma multiplicidade de fatores que colaboram para a alienação em que vive a maioria das pessoas, pois desconhece primeiro a si próprio e, provavelmente, fará escolhas equivocadas, votará mal. Se equivocará menos, caso possa pensar sobre o que vê ocorrer e se tiver informações de fontes confiáveis do que ficar à mercê das bobagens que todo dia chega até nós e que só depois vemos que fomos enganados.
         Viver é preciso, disse Guimarães Rosa. E como podemos verificar, assim é.”.

(REGINA TEIXEIRA DA COSTA. Em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 29 de janeiro de 2017, caderno CULTURA, coluna EM DIA COM A PSICANÁLISE, página 2).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 2 de fevereiro de 2017, caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de FERNANDO LUIZ LARA, PhD pela Universidade de Michigan, professor associado na Universidade do Texas e consultor do Lua Lab – Laboratório de Urbanismo Avançado, e que merece igualmente integral transcrição:

“Arquitetura para integrar fronteiras
        Desde o início de 2016, a campanha presidencial nos Estados Unidos teve a imigração como questão central. A proposta do presidente eleito Donald Trump de construir um muro entre o México e os Estados Unidos, e sua declarada intenção de deportar todos os imigrantes indocumentados, atraiu a atenção do mundo inteiro para os complexos problemas daquela região de fronteira. Fronteiras podem ser entendidas como entidades geográficas, barreiras políticas, ou outros limites de espaço. Fronteiras podem ser exploradas através de várias lentes conceituais.
         A análise da atual fronteira México-EUA revela a existência de três grandes indústrias que direcionam o discurso sobre, e em maior medida, toda a paisagem da fronteira.
         A primeira é a indústria da globalização, que movimenta 500 bilhões de mercadorias entre os EUA e o México a cada ano, e cujo objetivo é facilitar esse intercâmbio.
         A segunda é a indústria do trabalho mal remunerado que emprega milhões de trabalhadores hispânicos em todo EUA (legalmente ou não), interessados que estão em uma fronteira não exatamente fechada, mas tampouco totalmente aberta, mantendo assim os trabalhadores fronteiriços preocupados com a deportação e, portanto, dispostos a péssimas condições de trabalho.
         O terceiro setor é a indústria militar, que vende medo e banca a violência na área de fronteira com sua ineficiente guerra às drogas, justificando o gasto de bilhões de dólares em equipamentos, pessoal e infraestrutura num círculo vicioso que alimenta a si mesmo e consome vidas e recursos de ambos os governos.
         Tais indústrias são responsáveis pela insegurança e pelo assédio diário de milhões de pessoas que precisam ou querem atravessar a fronteira, sem, no entanto, conseguir controlar o fluxo de drogas rumo ao Norte ou de armas rumo ao Sul.
         A arquitetura, com seu poder de articular uma visão de um futuro melhor, tem a responsabilidade de trabalhar tais conflitos e ser parte da solução. Fernando Lara, professor associado da Universidade do Texas em Austin, convocou seus alunos de mestrado a pensar sobre a questão da imigração. A ideia foi desenhar soluções para uma fronteira México-EUA que fosse segura, sustentável e igualitária.
         O ateliê de projeto teve uma premissa básica: imaginar um fronteira em que as pessoas podem se mover livremente, mas que todo tipo de cargas seja detalhadamente inspecionado. Para tanto, torna-se necessário desconstruir as bases das três grandes indústrias descritas acima, e propor uma fronteira mais humana e funcional.
         Os 12 estudantes no ateliê da UT Austin, EUA, trabalharam em paralelo com ateliês da Universidad Autonoma Nuevo Léon em Monterrey, México. Os estudantes de ambos os lados da fronteira tiveram a oportunidade de interagir e trabalhar em conjunto para encontrar soluções para promover a integração em diferentes cidades fronteiriças.
         Os estudantes sugeriram que essas fronteiras, em vez de terrenos abandonados e militarizados, poderiam ter parques, estações de tratamento de água, instalações esportivas e centros comerciais. A presença ativa de pessoas em atividades de lazer e negócios inibiria o trânsito de armas e drogas e ajudaria a integrar as populações dos dois países.
         Os problemas que cercam qualquer fronteira são complexos. Mas a arquitetura e o urbanismo podem contribuir enormemente se atuarmos politicamente da forma correta. Governos devem criar integração comunitária e oportunidades econômicas para cidades-irmãs e suas populações-irmãs. Isso significa costurá-las e não segregá-las.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, em dezembro e no acumulado dos últimos doze meses, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu a estratosférica marca de 484,6%; a taxa de juros do cheque especial registrou históricos 328,6%; e, finalmente, o IPCA chegou a 6,29%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2017, apenas segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,722 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 946,4 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- 55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por uma Nova Política Brasileira...