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quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

A CIDADANIA, A GOVERNANÇA GLOBAL E A FORÇA DA ESPERANÇA

“Como governar 7 bilhões de pessoas? E 10 bilhões em 2070

A escalada da população humana é crescente: em 1802, éramos um bilhão; em 1927, 2 bilhões; em 1961, 3 bilhões; em 1974, 4 bilhões; em 1987, 5 bilhões; em 1999, 6 bilhões; e, por fim, em 2011, 7 bilhões. Em 2015, se o aquecimento não ocorrer, seremos 8 bilhões; em 2050, 9 bilhões; e em 2070, 10 bilhões.

Biólogos como Lynn Margulis e Enzo Tiezzi veem nessa aceleração um sinal do fim da espécie, à semelhança das bactérias quando colocadas num recipiente fechado (cápsula Petri). Pressentindo o fim dos nutrientes, se multiplicam exponencialmente e subitamente todas morrem.

Independentemente dessa ameaçadora questão, temos o desafio: como governar 7 bilhões de pessoas? Com uma governança global, um centro multipolar com a função de coordenar democraticamente a coexistência dos seres humanos na mesma casa comum. Essa configuração é uma exigência da globalização, pois implica o entrelaçamento de todos com todos dentro de um mesmo e único espaço vital.

Uma governança global é uma urgência impostergável para enfrentar os problemas globais e garantir a sustentabilidade da Terra. A ideia não é nova. Estava presente em Erasmo e em Kant, mas ganhou seus primeiros contornos reais com a Liga das Nações e definitivamente com a ONU. O FMI, o Banco Mundial, a OMC, a OMS, a OMT e a Unesco expressam a presença de certa governança global no mundo.

Atualmente, problemas sistêmicos, como o aquecimento global, a escassez de água potável, a má distribuição dos alimentos, a crise econômico-financeira e as guerras, estão demandando uma governança global.

A Comissão sobre Governança Global da ONU a define como “a soma das várias maneiras de indivíduos e instituições, públicas e privadas, administrarem seus assuntos comuns e acomodarem conflitos e interesses diversos de forma cooperativa”.

Essa globalização se dá também em nível cibernético, feita por redes globais, uma espécie de governança sem governo. O terrorismo provocou a governança securitária nos países ameaçados. E há uma governança global perversa, que podemos chamar de governança do poder corporativo mundial, feita pelos conglomerados econômico-financeiros, que se articulam de forma concêntrica até chegar a um pequeno grupo, que controla 80% do processo econômico. Isso foi demonstrado pelo Instituto Federal Suíço de Pesquisa Tecnológica (ETH), que rivaliza em qualidade com o MIT e que, entre nós, é representado pelo economista Ladislau Dowbor.

Essa governança não se dá muito a conhecer e, a partir da economia, influencia fortemente a política mundial.

Estes são os conteúdos básicos de uma governança global sadia: a paz e a segurança, evitando, evitando o uso da violência resolutiva; o combate à fome e à pobreza; a educação acessível a todos; a saúde como direito humano fundamental; moradia minimamente decente; direitos humanos pessoais, sociais, culturais e de gênero; direitos da Mãe Terra e da natureza.

Para garantir esses mínimos comuns a todos os humanos e também à comunidade de vida, precisamos relativizar a figura dos Estados nacionais, que irão desaparecer em nome da unificação da espécie humana sobre o planeta. Como há uma só Terra, uma só humanidade, um só destino comum, deve surgir também uma só governança, una e complexa, que dê conta dessa nova realidade planetizada e permita a continuidade da civilização.”
(LEONARDO BOFF, Filósofo e teólogo, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 16 de dezembro de 2011, Caderno O.PINIÃO, página 20).

Mais uma IMPORTANTE e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 26 de dezembro de 2011, Caderno OPINIÃO, página 9, de autoria de CARLOS ALBERTO DI FRANCO, Diretor do Departamento de Comunicação do Instituto Internacional de Ciências Sociais (IICS), doutor em comunicação pela Universidade de Navarra (Espanha), e que merece igualmente INTEGRAL transcrição:

“O papa e a força da esperança

Recentemente, reli a encíclica Spe salvi (Salvos pela esperança), a segunda do pontificado de Bento XVI. Um primor. O papa é um grande intelectual e um comunicador de primeira. Aborda temas difíceis com uma simplicidade admirável. Num mundo algemado pelos grilhões do ceticismo e pelo impacto corrosivo do cinismo, sobretudo no mundo político, Spe salvi é uma forte estocada e uma provocação. De Santo Agostinho a Lutero, Kant, Bacon e Engels, homens da Igreja, santos e filósofos, ortodoxos e heterodoxos, desfilam na encíclica como protagonistas da nostalgia do ser humano com a esperança.

Bento XVI desnuda a inconsistência das esperanças materialistas e faz uma crítica serena, mas profunda, à utopia marxista. Segundo o papa, Marx mostrou com exatidão como realizar a derrubada das estruturas. “Mas, não nos disse como as coisas deveriam proceder depois. Ele supunha simplesmente que, com a expropriação da classe dominante, a queda do poder político e a socialização dos meios de produção ter-se-ia realizado a Nova Jerusalém.” Marx “esqueceu que o homem permanece homem e sua liberdade. Esqueceu que a liberdade permanece sempre liberdade, inclusive para o mal. O seu verdadeiro erro é o materialismo: de fato, o homem não é só o produto de condições econômicas nem se pode curá-lo apenas do exterior. Não é a ciência que redime o homem. O homem é redimido pelo amor”.

O cerne da encíclica, um vibrante apelo à genuína esperança cristã, é a antítese do surrado discurso dos teólogos da libertação, que, com teimosa monotonia, apostam no advento da utópica Jerusalém terrena. As injustiças, frequentemente escandalosas e brutais, devem ser enfrentadas e superadas, mas não há o paraíso neste mundo. E o papel da Igreja, não obstante seu compromisso preferencial com os pobres e desvalidos, é essencialmente espiritual. Bento XVI não contorna os temas difíceis ou politicamente corretos. Na contramão de certo ativismo eclesiástico, aponta a oração como “primeiro e essencial lugar” da esperança. “Quando já ninguém me escuta, Deus ainda me ouve.” Sugestivamente, o papa evoca o falecido cardeal vietnamita Nguyen van Thuan, que, depois de 13 anos da prisão comunista, nove dos quais numa solitária, escreveu Orações na esperança. “Numa situação de desespero aparentemente total, a escuta de Deus, poder falar-Lhe, tornou-se para ele uma força crescente de esperança, que, depois da sua libertação, lhe permitiu ser para os homens em todo o mundo uma testemunha daquela grande esperança que não declina, mesmo nas noites de solidão.”

A mensagem de Bento XVI, direta e sem concessões, tem repercutido com força surpreendente. As jornadas mundiais da juventude têm sido um bom exemplo do descompasso entre as profecias de certos vaticanólogos e a verdade factual. Crescentes multidões multicoloridas, usando tênis e mochilas, transformam esse avô da cristandade num indiscutível fenômeno de massas. Como explicar o fascínio exercido pelo papa? A incrível sintonia entre os papas e a juventude oculta inúmeros recados. Num mundo dominado pela cultura do ter, pelo expurgo do sofrimento e pela fuga da dor, Bento XVI caminha aparentemente no contrafluxo. “Não é o evitar o sofrimento, a fuga diante da dor, que cura o homem, mas a capacidade de aceitar a tribulação e nela amuderecer, de encontrar o seu sentido por meio da união com Cristo, que sofreu com infinito amor”, sublinha o papa na Spe salvi.

“A grandeza da humanidade determina-se essencialmente na relação com o sofrimento e com quem sofre. Isso vale tanto para o indivíduo como para a sociedade. Uma sociedade que não consegue aceitar os que sofrem e não é capaz de contribuir, mediante a compaixão, para fazer com que o sofrimento seja compartilhado e assumido é uma sociedade cruel e desumana”, conclui Bento XVI. Os jovens, rebeldes, mas idealistas, decodificam com mais facilidade o recado de esperança do papa.”

Eis, pois, mais páginas contendo IMPORTANTES, ORIENTADORAS e OPORTUNAS abordagens e RELEXÕES que acenam para a IMPERIOSA e URGENTE necessidade de PROFUNDAS MUDANÇAS em nosso PENSAR e AGIR, de sorte a promovermos a inserção do PAÍS no concerto das POTÊNCIAS mundiais LIVRES, SOBERANAS, DEMOCRÁTICAS e DESENVOLVIDAS, em plena harmonia com a Mãe TERRA e com a NATUREZA, de modo também a assegurar a SUSTENTABILIDADE do PLANETA...

Desse modo, URGE a impostergável PROBLEMATIZAÇÃO de questões CRUCIAIS como:

a) a EDUCAÇÃO – UNIVERSAL e de QUALIDADE, como PRIORIDADE de nossas POLÍTICAS PÚBLICAS;
b) a INFLAÇÃO, a exigir PERMANENTE e DIUTURNA vigilância e extremo ESFORÇO para sua estabilização em patamares CIVILIZADOS;
c) a CORRUPÇÃO, que campeia por TODAS as esferas da vida NACIONAL, causando INESTIMÁVEIS prejuízos e COMPROMETIMENTOS quer materiais, políticos, sociais, culturais, comportamentais;
d) o DESPERDÍCIO, em TODAS as suas MODALIDADES;
e) a DÍVIDA PÚBLICA BRASILEIRA, com previsão de gastos da ordem ASTRONÔMICA e BRUTAL de R$ 1 TRILHÃO em 2012, a título de JUROS, ENCARGOS, REFINANCIAMENTO e AMORTIZAÇÃO (PLOA 2012), e, da mesma forma, a exigir também uma IMEDIATA, ABRANGENTE e QUALIFICADA AUDITORIA...

Segundo dados da consultoria britânica Centro de Pesquisa Econômica e de Negócios (CEBR, na sigla em inglês), a projeção do PIB brasileiro para 2011 – US$ 2,5 TRILHÕES – coloca o PAÍS na 6ª posição entre as maiores do MUNDO; quando se agrega a função SOCIAL – com PIB per CAPITA de US$ 10,700 – o BRASIL passa a ocupar a 84ª...

São, pois, GIGANTESCOS DESAFIOS que, de forma alguma, ABATEM o nosso ÂNIMO nem ARREFECEM nosso ENTUSIASMO e OTIMISMO nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, QUALIFICADA, LIVRE, SOBERANA, DEMOCRÁTICA, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que permita a PARTILHA de suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS, OPORTUNIDADES e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para EVENTOS como a CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E MUDANÇAS CLIMÁTICAS (RIO + 20) em 2012; a 27ª JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE no RIO DE JANEIRO em 2013; a COPA DAS CONFEDERAÇÕES em 2013; a COPA DO MUNDO de 2014; a OLIMPÍADA de 2016, as OBRAS do PAC e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO 21, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INTERNACIONALIZAÇÃO das EMPRESAS, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um NOVO mundo, da PAZ, da IGUALDADE – e com EQUIDADE –, e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...