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quinta-feira, 30 de abril de 2015

A CIDADANIA, O CAMINHO ESPIRITUAL, OS VELHOS PROBLEMAS E OS IMENSOS DESAFIOS DA SUSTENTABILIDADE

“A pura luz que se revela no caminho espiritual
        ‘Caminho espiritual’ é um termo de ampla acepção e pode designar o processo de expansão da consciência do homem. Apresenta-se de modo diferente para cada um, já que depende do grau atingido e dos aspectos a serem desenvolvidos pelo caminhante. O que é espiritual para um indivíduo pode não ser para outro; por isso, generalizações são inúteis.
         O caminho espiritual consiste sobretudo na penetração da consciência em estados cada vez mais elevados, até consumar-se a união com o Espírito, quando então tem início uma trajetória mais além, cósmica. É um caminho que se deve ingressar sem expectativas, de antemão sabendo apenas que se trata de um progressivo auto-esquecimento e superação dos próprios limites. Poucos o seguem de fato, mas os que o fazem integram-se em princípios cada vez mais abrangentes e universais, e prestam assim inestimável ajuda à evolução não só dos que os cercam, mas de todos os seres viventes sobre a Terra.
         No caminho espiritual a pura luz gradualmente se vai revelando. Esvaece ilusões, chega aos recônditos mais velados da consciência e traz a certeza do rumo a seguir. Essa senda está além do conhecimento intelectual, da manipulação estéril de conceitos, e conduz à sabedoria. Nela não se procura ver, ouvir, sentir ou tocar coisa alguma para deleite pessoal, mas sim permitir que a luz do espírito se aproxime, envolva e permeie o ser inteiro, realizando sua Obra sobrenatural.
         Principalmente nas fases iniciais do caminho, é inevitável o surgimento de aspectos não positivos do caráter, aspectos antes inconscientes e cuja transformação consome grande parte do potencial disponível para a ascensão; porém, essa transformação é facilitada quando o auto-esquecimento e a doação se estabelecem em determinado grau. Começa-se a perceber o valor da ação impessoal, silenciosa e invisível. Para avançar é preciso ousadia, destemor e coragem, bem como prudência, silêncio e receptividade ao que vem do profundo do ser.
         A ansiedade por decidir o rumo a tomar deve ceder lugar à rendição ao mundo interior. Aprofundar o silêncio e amar a essência interna permite à pessoa reconhecer os passos que lhe cabem dar. Quando ela se une a esse lado interno, a sua alma, tempos de intensa atividade ou de repouso, de lutas internas ou de bonança passam a ter valor equivalente.
         Em certo sentido, o que distingue de um homem comum aquele que se dedica ao caminho espiritual é o modo de se relacionar com a vida externa e com que é criado por sua mente e suas emoções. Enquanto o homem comum se identifica, se emociona e se envolve com a vida pessoal e externa, o que segue o caminho espiritual ‘está no mundo sem ser do mundo’, no dizer de Cristo. A própria experiência da vida vai lhe mostrando o profundo e amoroso sentido dessa expressão do Grande Instrutor.
         Os que buscam trilhar a senda interior têm de abraçar um positivo estado de insatisfação que não os deixará estagnarem-se em ponto algum, por melhor que seja, de modo que estejam sempre dispostos a prosseguir rumo à meta. Assim, o caminho pode ser-lhes revelado. Têm de estar a todo instante prontos a morrer e a renascer. Essa prontidão tem de penetrar as suas células.
         O peregrino deve calar a voz que clama pelo que lhe é conhecido, serenar o coração e preparar-se para ouvir o inaudível.”

(TRIGUEIRINHO. Escritor, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 26 de abril de 2015, caderno OPINIÃO, página 20).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de um recorte do jornal ESTADO DE MINAS, edição de 2 de junho de 1991, de autoria de RINALDO CAMPOS SOARES, presidente da Usiminas, e que merece igualmente integral transcrição:

“Será que somos irremediavelmente incompetentes?
        Foi para nós, que sonhamos com um Brasil rico e socialmente justo, uma profunda decepção tomarmos conhecimento do resultado de um estudo desenvolvido por um competente organismo internacional situando o Brasil como o menos competitivo entre dez países em desenvolvimento considerados na análise. Tivemos a confirmação desse lamentável quadro quando o governo divulgou, por ocasião do lançamento do Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade, alguns dados comparativos de experiência em alguns setores industriais e de construção.
         Que perspectivas vemos para esse nosso Brasil que não apresentou qualquer crescimento econômicos nos últimos 10 anos? Será que não temos competência para sair desse lastimável estado de miséria e injustiça social?
         A nosso ver, a solução do problema brasileiro estaria fundamentalmente relacionada a uma profunda mudança de mentalidade e, consequentemente, de atitudes.
         Na verdade, a nossa cultura não tem se mostrado historicamente muito exigente no que diz respeito ao cultivo de valores essenciais. O continuado e cansativo agravamento da situação econômica, notadamente nos últimos anos, além de provocar sensível retrocesso na qualidade de vida do brasileiro, acabou por deteriorar ainda mais a consciência coletiva. Apesar de ser considerada a oitava economia do mundo, o Brasil continua sendo um País pobre: pobre em valores materiais e mais pobre ainda em valores morais.
         Acostumou-se também, no Brasil, a atribuir aos governos a culpa por todos os fracassos. Na verdade, tem sido sempre muito grande a ingerência do Estado na vida brasileira; mas, pergunto: onde estaria o mal? Na ação do Estado propriamente dita ou na confortável posição de uma elite que, quando não se omite, acredita que “o brasileiro deve levar vantagem em tudo” ou que, “é dando que se recebe”?
         Criar condições para a retomada do progresso vai depender, portanto, de todos nós brasileiros. Não será uma tarefa fácil. Vai exigir muito trabalho e muito desprendimento. Vai exigir um compromisso muito grande de todos para que saiamos desse círculo vicioso de desinteresse e incompetência. A mudança de mentalidade e de atitudes da sociedade brasileira, que repetidas vezes temos afirmado ser a condição básica para uma retomada do progresso e do desenvolvimento em termos modernos, implica, necessariamente, no rompimento com antigos conceitos e velhos costumes.
         O esforço histórico de antigos governos brasileiros de industrializar o País a qualquer custo, política adotada depois da 2ª Grande Guerra, gerou o Estado-Paternalista que assumia todos os riscos das iniciativas que iam, desde o seu financiamento total até a responsabilidade pelas questões trabalhistas, passando, não raras vezes, pelos ônus gerados pela incompetência gerencial e pela corrupção. Tal prática, na verdade nunca realmente abandonada, gerou no investidor brasileiro vícios essenciais, difíceis de serem superados.
         Queiramos ou não, as leis que regem as relações no mundo moderno já não podem coexistir com estruturas arcaicas sejam elas sociais, comerciais ou morais.
         Cada vez mais, tende-se a exigir do governo o perfeito cumprimento da parte que lhe compete, da mesma forma que, resultados operacionais deverão ser exigidos da iniciativa privada que terá de ir buscar a própria sobrevivência na eficiência e na produtividade. A definição de produtividade dada há mais de 30 anos atrás pela European Productivity Agency e adotada pelo Japan Productivity Center é um exemplo muito bom de uma postura assumida por várias comunidades mundiais e que tem conduzido esses países a um ambiente permanente de progresso.
         “Produtividade é, acima de tudo, uma questão de atitude. É a mentalidade de progresso, da constante melhoria daquilo que existe. É a certeza de ser capaz de fazer hoje melhor do que ontem e melhor amanhã do que hoje. É a vontade de melhorar a situação presente, não importa quão boa possa parecer ou realmente ser. É a constante adaptação da vida econômica e social às mudanças de condições. É o esforço continuado de aplicar novas técnicas e novos métodos. É a fé no progresso e na competência do homem”.
         De tudo o que afirmamos poderemos facilmente inferir: precisamos aprender a confiar e a esperar, mais do nosso patriotismo, do nosso trabalho e da nossa competência que da legislação, dos favores políticos ou dos cofres oficiais; precisamos estar convencidos e agir na certeza de que não serão nunca as determinações do governo, os salários mínimos, os movimentos sindicais ou as greves que irão assegurar a dignidade do nosso salário e a nossa melhor qualidade de vida, mas a consciência de que somos responsáveis por nós mesmos e pelo nosso País e que essa responsabilidade exige de todos e de cada um de nós ações concretas baseadas numa racional hierarquia de valores em que se exija dos governantes o que for do governo e de cada um de nós, o que nos competir como cidadãos.
         A aplicação desses conceitos será essencial para o permanente desenvolvimento do País. Se não assumirmos essa atitude seremos, sem dúvida, irremediavelmente incompetentes e eternamente subdesenvolvidos.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

     a)     a educação – universal e de qualidade –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);

     b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (assim sendo, já é crítica a superação da marca de 8% no acumulado de doze meses...); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a simples divulgação do balanço auditado da Petrobras, que, em síntese, apresenta no exercício de 2014 perdas pela corrupção de R$ 6,2 bilhões e prejuízos de R$ 21,6 bilhões, não pode de forma alguma significar página virada, pois em nossos 515 anos já se formou um verdadeiro oceano de desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (haja vista as muitas faces mostrando a gravidade da dupla crise de falta – de água e de energia elétrica...);

     c)     a dívida pública brasileira, com projeção para 2015, segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,356 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (apenas com esta rubrica, previsão de R$ 868 bilhões), a exigir imediata, abrangente, qualificada e eficaz auditoria...

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do Pré-Sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

O BRASIL TEM JEITO!...