“O
sistema financeiro do futuro
Em seu pronunciamento
na sabatina do Senado Federal para apreciação da indicação ao cargo de
presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto ressaltou a importância
do sistema financeiro do futuro e disse que pretende preparar o BC para
desempenhar, apropriadamente, seu papel nesse novo ecossistema, que é baseado
em tecnologia e enorme fluxo de informações.
É
evidente que especialistas do setor e até o próprio BC observaram que, com as
tarifas bancárias variando entre R$ 2 a R$ 145 para o cliente final e bancos
batendo recordes de bilhões de lucro todos os anos, nasce uma grande
oportunidade para grupo de pessoas e empresas que hoje trocam recursos e
serviços entre si. Nesse cenário, criar uma fintech ou criar uma banktech própria, que constitui um
ecossistema mais completo, provavelmente será a grande tendência nos próximos
anos.
A
transformação de custos de operação bancária em oportunidades de aumento de
receita tem feito empresas visionárias, tanto startups quanto as de médio ou
grande porte, buscar o seu próprio digitalbank,
para contar com integração bancária, emissão de boletos, gerenciamento de
folhas de pagamento de funcionários (e até mesmo de funcionários de
fornecedores), emissão de cartões de crédito com bandeira própria, máquinas de
POS, meios de pagamento ATMs para sques e depósitos, além de uma completa gama
de serviços como antecipações, empréstimos pessoais, seguros, entre outros.
Tudo isso com alto nível de segurança, governança, compliance e auditoria que a
tecnologia blockchain já proporciona
quando é bem gerida e utiliza as melhores práticas.
Com a
constante onda de avanços tecnológicos, ter o seu próprio digitalbank em DLT (blockchain
privado) já é uma realidade, pois proporciona acesso a um nível
diferenciado de excelência em compliance e governança para onboarding/KIC – com validação de documento e selfies com prova de
via como, por exemplo, piscar ou sorrir, através do uso do reconhecimento
facial com inteligência artificial – e identidade digital – pré-validação de
identidade para diminuir fraudes em compras –, incluindo carteiras digitais
integradas a blockchain para “pagamento
instantâneo” e APIs para open bank.
Esta nova realidade está alinhada com a política do Banco Central e as
intenções declaradas por Roberto Campos Neto.
Em um
futuro breve, surgirão novos segmentos personalizados para cada cliente das banktechs, como soccerbank (para times de futebol), agrobank (para cooperativas agropecuárias), mutualBank (para associações;ONGs), SocialBank (para Prefeituras, Municípios e entes públicos), Loyaltybank (para programas de
fidelidade e programas de recompensas), franchisebank
(para franquias, franqueados e royalties), custodybank (para custódia e garantia de grandes operações), captivebank (para instituições
financeiras que desejam administrar contas digitais de clientes internas),
entre diversos outros, os quais poderão, também, desenvolver ou não sua própria
moeda interna, seus tokens e smart
contracts.
Muitos
executivos já buscam empresas especializadas para ajudá-los a desenvolver seu
próprio banktech, com um ecossistema
gigantesco 24h/7, custos reduzidos e alto retorno de receita. Essa forte
tendência de utilização de grandes ecossistemas já tem sido obervada nas mega
empresas chinesas AliPay e WeChat, que movimentam R$ 11,2 trilhões ao ano.
Sendo
o sistema financeiro brasileiro considerado um dos mais seguros e eficientes no
âmbito mundial, será um desafio, em se tratando de regulação (BC, Coaf, CVM),
criar novas regras de governança e compliance para manter a saúde econômica e
coibir atos ilícitos. Em contrapartida, aparecerá uma nova gama de
oportunidades e de posições no mercado de trabalho como – por exemplo –
consultores, auditores, especialistas em produtos e know-how, cientistas de
dados, governança e compliance.
Se
você é executivo, disposto a inovar, pensar fora da caixa e que diminuir seus
custos, aumentar suas receitas e otimizar seu engajamento com seus clientes e
fornecedores, a sua própria banktech ou
o seu próprio digitalbank já é uma
realidade e pode estar ao seu alcance. Vai um socialcard aí?”.
(RODRIGO
PIMENTA. CEO da HubChair Technologies, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 19 de março
de 2019, caderno OPINIÃO, página 7).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a
Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição,
caderno e página, de autoria de MIGUEL
ANDRADE, professor do Departamento de Ciências Biológicas da PUC Minas e
coordenador da Agência de Desenvolvimento Regional Integrado (Aderi) –
Arquidiocese de Belo Horizonte, e CÁSTOR
CARTELLE, professor do Departamento de Ciências Biológicas da PUC Minas e
ex-membro do Copam, e que merece igualmente integral transcrição:
“Piedade
de Minas...
Inacreditável. É esta a
expressão que mais se aproxima do nosso assombro com a decisão da Câmara de
Atividades Minerárias do Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam – MG),
ao conceder, no dia 22 de fevereiro de 2019, licença prévia e de instalação
para a atividade mineradora na Serra da Piedade. A decisão mostra-se ainda mais
absurda diante da dúzia de títulos e tombamentos da Serra da Piedade conferidos
pela Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco),
Ministério do Meio Ambiente, Instituto Estadual de Florestas (IEF), Instituto
do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha/MG). Tudo isso faz
do Santuário Basílica Nossa Senhora da Piedade, padroeira de Minas Gerais, há
252 anos, lugar único no planeta, insubstituível, inabalável, seja por suas
riquezas naturais, seja pelo seu testemunho de história e fé, que enriquece,
desde o início, a história das Minas dos Gerais.
Modelos
arcaicos e ultrapassados de mineração, que pretendem exclusivamente o lucro e
maquiam aspectos primordiais, são ações incompatíveis com todos esse
patrimônio. Mesmo justificados por protocolos. Eles foram seguidos em Mariana e
Brumadinho.
Da
nossa serra (tenha piedade) fazem parte, obviamente, o planalto do entorno, a
fauna, a flora, as paisagens naturais e culturais únicas, a história, a fé, a
água que lacrimeja das suas pedras e que dizem ser benta. Território sagrado.
Os senhores conselheiros “tratoraram” tudo isso. Somente votaram pelo
indeferimento. Desferiram uma bofetada nos mineiros.
Há
mais ainda do que poucos conhecem. Em 1863, chegava ao Brasil um jovem botânico
dinamarquês de 21 anos, Eugene Warming. Do Rio de Janeiro, prosseguiu em lombo
de mula até Lagoa Santa, então com 5.600 habitantes. Lá, seria orientado pelo
sábio cientista Peter Lund, que colocou Minas Gerais no circuito científico
mundial. Em janeiro de 1866, após dois dias de viagem, Warming chegou à Serra
da Piedade, onde, antes, Lund estivera. Conheceu frei Luiz, que cuidava do
Santuário, e contemplou a imagem de Nossa Senhora da Piedade.
O
botânico dinamarquês coletou três mil peças da flora da Serra da Piedade. De
volta ao seu país, o estudo desse material tornou-o fundador da ecologia
vegetal. Nova ciência surgiu por meio dos estudos realizados com esse material.
Warming,
cinco meses antes de falecer, aos 82 anos, já reconhecido como um dos
principais botânicos de todos os tempos, relembrou sua estada na serra, naquela
que seria a sua última conferência.
“Lembro-me
daqueles tempos solitários que passei na Piedade, circundado pelas paisagens
que ainda recordo como as mais belas do Brasil ... uma lágrima cai ao pensar
que nunca mais vou pôr os pés naquele lugar, ... nunca mais, desde Lagoa Santa,
deixar meu olhar perder-se à leste, no topo da Serra da Piedade encoberto de
nuvens na madrugada”.
À
Serra da Piedade não tem nada igual no planeta. Lá, de mãos dadas ao santuário
histórico, sítio sagrado, obra do maior ícone da escultura nacional, paisagens,
caminhos, vegetação inter-relacionada que foi a fonte da criação da nova
ciência. Essa referência é imperativo preservar, a todo custo, como testemunho
permanente. É preciso determinação na defesa desse santuário natural, diante
daqueles que permitem arrancar pedaços, inventar caminhos, profanar o silêncio
e o canto dos pássaros como os trovões de dinamite. Como desmatar o que foi
matriz para uma nova ciência? Uns poucos ganham. Mas todos perdemos. Mais uma
vez, o futuro poderá apontar o dedo para trás, assinalando o descaso de
ancestrais que não souberam guardar tesouros.
O
Plenário do Copam, o Iphan, Iepha, Ministério Público, a sociedade não podem
permitir esta barbaridade. Aí, não! Pior do que tirar pedaços do Pão de Açúcar
ou do Corcovado, minerar o Parque Estadual Cerca Grande ou exportar, como
minério de ferro, o Pico do Itabirito.
Propomos
iniciar logo as devidas providências necessárias à apresentação da nossa Serra
da Piedade à Unesco para que seja, merecidamente, declarada patrimônio da
humanidade.”.
Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e
oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança
de nossa história – que é de ética, de
moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas,
civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e
sustentavelmente desenvolvidas...
Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras
cruciais como:
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas, gerando o pleno desenvolvimento
da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 129 anos
depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de
uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças
vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da
ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação,
da solidariedade, da sustentabilidade...);
b) o combate implacável, sem eufemismos e
sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:
I – a inflação, a exigir permanente,
competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares
civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa
de juros do cartão de crédito atingiu em janeiro a ainda estratosférica marca
de 286,93% nos últimos doze meses, e a
taxa de juros do cheque especial chegou em históricos 315,58%; e já o IPCA, em
fevereiro, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 3,89%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa
promiscuidade – “dinheiro público versus interesses privados”
–, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando
incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária
ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da
Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor,
de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é
cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional; eis, portanto, que todos os valores que vão
sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518
anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios,
malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a
corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar
inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo,
segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a
“... Desconfiança das empresas e das famílias é
grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase
nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos
e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à
ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de
infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de
planejamento...”;
c) a dívida pública brasileira - (interna e
externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para
2019, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos
Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e
insuportável desembolso de cerca de R$
1,422 trilhão (43,6%), a título de juros, encargos, amortização e
refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 758,672 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria
grega, do direito e da justiça:
- pagar,
sim, até o último centavo;
-
rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
-
realizar uma IMEDIATA, abrangente,
qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda
a propósito, no artigo Melancolia,
Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente
degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das
contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).
Isto
posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos
a falta de recursos diante de tão
descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a
nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a
credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e
regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como:
a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias,
hidrovias, portos, aeroportos); a educação;
a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos
sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana
(trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às
commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência
social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas;
polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência,
tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações;
qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –,
transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e
melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre
outros...
São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira
alguma, abatem o nosso ânimo e nem
arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta
grande cruzada nacional pela excelência
educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada,
civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida,
que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas,
oportunidades e potencialidades com todas
as brasileiras e com todos os
brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários
previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além
de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do
século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da
informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da
sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da
paz, da solidariedade, da igualdade
– e com equidade –, e da fraternidade
universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a
nossa esperança... e perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
57 anos
de testemunho de um servidor público (1961 – 2018)
-
Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
-
ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por
uma Nova Política Brasileira ...
- Pela
excelência na Gestão Pública ...
- Pelo
fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares
do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e,
ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A
alegria da vocação ...
Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou
asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...
E
P Í L O G O
CLAMOR
E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte
de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra
sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios,
ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da
dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.