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sexta-feira, 11 de março de 2011

A CIDADANIA, A JUVENTUDE E A INTERNET

“De olho nos deputados

Deputados federais que os eleitores mandaram para representá-los em Brasília e que ocultavam a expectativa de se valer da distância ou do fato de serem pouco abordados pela mídia para votar projetos que seriam reprovados pelas bases podem pôr as barbas de molho. As dificuldades que tradicionalmente tinham os eleitores de acompanhar as espertezas e a participação dos eleitos em arranjos feitos no escurinho dos gabinetes começam a ser derrubadas pela democracia irrefreável da internet. Um grupo de alunos do curso de Gestão Pública da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) criou um site para acompanhar de perto cada passo, cada voto, cada atitude dos 53 deputados membros da bancada mineira na Câmara dos Deputados. Com o nome de “Adote um deputado federal mineiro”, o site está convidando outros estudantes e qualquer cidadão interessado na moralização da política brasileira a participar. A iniciativa é mais do que oportuna e tem tudo para alcançar o sucesso do movimento que aprovou a Lei da Ficha Limpa ano passado.

Reportagem do Estado de Minas de hoje revela que o site dos universitários mineiros é inspirado no projeto “Adote um vereador”, que funciona acompanhando os representantes do povo na Câmara Municipal de São Paulo. Assim como o projeto paulista, idealizado pelo Instituto Ágora, organização não-governamental sem fins lucrativos (ONG), o site mineiro, aberto há um mês, está à procura de padrinhos para cada deputado federal por Minas Gerais. Mas quem quiser apenas colaborar com dados, fotos reveladoras e informações para enriquecer e reforçar a credibilidade do site também será aceito. Os primeiros padrinhos não escolheram apenas os deputados em quem votaram. Houve quem adotasse parlamentar desconhecido, mas que representa comunidades onde vivem amigos e parentes do padrinho.

A disponibilização cada vez mais frequente de dados a respeito dos deputados em sites oficiais como os do próprio Congresso Nacional e do Judiciário, além do material publicado pela imprensa e divulgado pelos vários portais de transparência, devem facilitar o trabalho dos padrinhos. A evolução do patrimônio pessoal do parlamentar e quem financiou sua campanha eleitoral, por exemplo, serão facilmente apurados. Mas é com a capacidade de disseminação dos instrumentos da internet que os maus deputados devem se preocupar. É em grande parte devido a esse rastilho eletrônico que impensáveis reações populares estão derrubando ditaduras no Norte da África e do Oriente Médio. Mais preocupados com as vantagens que podem auferir por adotar comportamento e seguir orientação nem sempre adequados ao país e ao povo, certos deputados correm o risco de não perceber que é em iniciativas como a dos jovens da UFMG que se encontram os caras-pintadas do século 21. Sempre generosa e ávida de manifestar sua vontade de mudar as coisas, a juventude chega em boa hora para refrescar o ambiente político. Dela nada devem temer os bons, mas os maus que se preparem para a transparência dos novos tempos.”
(EDITORIAL do Jornal ESTADO DE MINAS, edição de 8 de março de 2011, Caderno OPINIÃO, página 8).

Mais uma IMPORTANTE e também OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 9 de março de 2011, Caderno OPINIÃO, página 9, de autoria de ALUIZIO BARROS, Professor do mestrado em Gestão Social, Educação e Desenvolvimento Local do Centro Universitário UNA, que merece igualmente INTEGRAL transcrição:

“Juventude e internet

O acesso de nossas crianças e adolescentes aos serviços proporcionados por aparelhos tecnológicos como telefones celulares, computadores e outros eletrônicos portáteis (mp3, ipod etc.) representa um fenômeno social novo na preocupação de pais, educadores e formuladores de políticas públicas. Uma ampla pesquisa realizada nos Estados Unidos pela Kaiser Family Foundation revelou que os jovens gastam, em média, sete horas e 38 minutos por dia com o uso de mídia de entretenimento (incluindo programas de televisão, videogames, música e internet). Esse tempo concorre, portanto, com as horas de sono da população de 8 a 18 anos, que foi objeto da pesquisa. Ao dimensionar o tempo do jovem com mais de uma atividade ao mesmo tempo (por exemplo, ouvindo música e redigindo uma mensagem), a pesquisa chegou ao total de 10 horas e 45 minutos por dia.

Faltam pesquisas no Brasil sobre o tema, mas ninguém tem dúvidas de que o fenômeno vem ocorrendo aqui com grande intensidade, apesar do alto custo dos serviços e de sua baixa qualidade. Nossas crianças e adolescentes estão despendendo grande quantidade de tempo na internet ou no celular. Que impacto isso terá em suas vidas e, especialmente, em suas formações? O estudo da Kayser Family Foundation, cujo título é Generation M2: Media in the Lives of 8- to 18- Year-olds, encontrou uma correlação entre uso intensive da mídia e notas baixas na escola. Contudo, não se pode dizer que haja uma relação de causa e efeito. O estudo teve a limitação de não fazer distinção entre as diversas atividades do jovem no uso da mídia. Redigir um texto ou editar um vídeo requer de uma pessoa algo diferente do que ver televisão ou ouvir música.

Há evidência de que a leitura na internet ajuda a melhorar o desempenho dos estudantes. O Pisa, exame internacional de avaliação de desempenho de estudantes, comparou o desempenho na habilidade de leitura dos alunos que leem mais na internet com aqueles que leem menos. A nota média dos 25% dos alunos que mais leem on-line é 18% maior no Brasil e 8% maior na média dos países mais desenvolvidos na comparação com a média dos 25% dos alunos que leem menos.

Mas desempenho em testes acadêmicos é apenas um dos impactos do mundo digital nos jovens. Pesquisadores da Universidade da Califórnia estudaram por mais de três anos o uso de mídia pela juventude (Living and learning with new media) buscando explicações por que os jovens dão tamanha importância às novas tecnologias. O estudo argumenta que o mundo digital está criando novas oportunidades de o jovem socializar-se, explorar interesses, desenvolver qualificações técnicas e experimentar com novas formas de autoexpressão. Isso implica aprender além da educação tradicional e não conflita com uma plena participação na sociedade contemporânea. O desafio para nós, pais e educadores, não é apenas desenvolver as potenciais oportunidades de aprendizado por meio dos recursos on-line e das redes disponíveis, mas também encontrar novas maneiras de pensar sobre o papel da educação. Ao invés de considerar que educação é principalmente preparar para empregabilidade e carreiras, o estudo sugere pensá-la como um processo de orientar a participação mais geral dos jovens na vida pública.”

Eis, portanto, mais ponderações e REFLEXÕES que acenam para os CRESCENTES e ABRANGENTES e, certamente, novos DESAFIOS que a EDUCAÇÃO e PARTICIPAÇÃO da JUVENTUDE estão a EXIGIR das POLÍTICAS PÚBLICAS que, mais ainda, nos MOTIVAM e nos FORTALECEM nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, QUALIFICADA, LIVRE, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que possa PARTILHAR suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para eventos como a COPA DO MUNDO DE 2014, a OLIMPÍADA DE 2016 e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO XXI, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um NOVO mundo, da PAZ e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...