“A
humanidade caminhará do
egocentrismo à vida universal
Se observarmos as aves,
veremos que compartilham os grãos com que se alimentam, bem como a água que
bebem, pois a natureza assim o previu. O homem, entretanto, cobra até mesmo a
água que fornece ao semelhante, ainda que os frutos da criação estejam, em
princípio, disponíveis para todos. Assim, no reino humano há quem se sinta dono
do que pertence a todos. Por quê? Porque esse reino tem seguido leis terrenas
criadas pela sua própria mente, e não as leis cósmicas, de alcance maior.
A
humanidade tem falhado perante a Lei do Amor. De que outro modo poderia ser
considerado o ato de manipular genes e células em um laboratório, sem o
conhecimento das energias espirituais, superiores? A má distribuição dos bens,
o mau uso da energia e essa atividade anormal de gerar seres humanos sem a
participação dos níveis espirituais que os regem são algumas das falhas
responsáveis pela atribulações a que hoje assistimos.
Até
hoje o dinheiro, representante de bens que deveriam circular, quase sempre é
usado e conduzido por forças que não visam à evolução da humanidade. Tanto
assim que passou, aparentemente, a ter valor em si mesmo. Os homens comuns
deixaram-se condicionar por ele e hoje são seus servos, vivendo e trabalhando
quase que exclusivamente para obtê-lo, como se o dinheiro tivesse realmente
algum significado intrínseco. Tal inversão de valores é o resultado de um jogo
entre as forças evolutivas e as involutivas, jogo que desde o começo do mundo
sempre existiu.
Conta-se,
na Índia, que, certa vez, os homens usaram um truque para apanhar macacos.
Colocaram dentro de um côco torrões de açúcar; os macacos em vão tentavam
retirá-los, pois o orifício não era suficientemente grande para deixar passar
uma mão fechada, quanto mais uma mão contendo algo. Os macacos, movidos pela
ambição e pela gula, ficavam ali presos, por sua própria escolha, uma vez que
não desistiam de soltar os torrões.
Eis aí
uma situação semelhante à dos homens que por ignorância e inércia caíram na
rede armada pelas forças da involução, preferindo continuar prisioneiros dos
desejos e das posses. Grandes somas de dinheiro são, às vezes, aplicadas
inutilmente, em coisas supérfluas, revelando que há homens com as mãos presas
em côcos e que a energia monetária está fora de lugar neste planeta.
Independentemente
da sua atual situação, o homem tem, em sua essência, segundo experienciam os místicos, a vibração necessária para
entrar em contato com a energia Divina que lhe permite tocar a consciência
cósmica.
Quando
se fala em dinheiro, fala-se de uma energia ainda incompreendida pelo homem
comum da superfície da Terra. Geralmente, ele o usa como um meio de adquirir o
que deseja, de submeter outros indivíduos à sua vontade ou de fazê-los
trabalhar para si próprio. Entre os homens mais bem-formados, o dinheiro
costuma ser usado para satisfazer as necessidades daqueles que lhes estão
próximos, ou seja, como instrumento do amor pessoal. Raramente o dinheiro é
usado para o bem universal, e o desejo ou o problema pessoal de um indivíduo é
em geral posto à frente de necessidades maiores.
O
homem certamente retirará, com o tempo, a mão de dentro do côco e, assim,
mudará suas preferências. Dificilmente ele será atraído por torrões de açúcar,
quando perceber que diante de si encontram-se abertas as portas para o
infinito.”
(TRIGUEIRINHO.
Escritor, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 28 de fevereiro de 2016, caderno OPINIÃO, página 16).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a
Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 5 de março
de 2016, caderno OPINIÃO, página 9,
de autoria de JORGE FAMILIAR, vice-presidente
do Banco Mundial para a América Latina o Caribe, e que merece igualmente
integral transcrição:
“Indígenas
latino-americanos
No futuro, quando
avaliarmos a história da América Latina do início do século, certamente
predominará o relato de um boom econômico que deixou para trás uma
transformação social de grande envergadura. Na verdade, a cara da América
Latina mudou expressivamente entre 2003 e 2013. A pobreza extrema se reduziu à
metade e, pela primeira vez na história, o número de latino-americanos
pertencentes à classe média superou o dos que vivem na pobreza.
Mas será que essa
história reflete a experiência dos 42 milhões de indígenas que vivem hoje na
América Latina? De acordo com o novo estudo do Banco Mundial “América Latina
indígena no século 21”, a resposta é sim em algumas áreas, mas não em todas.
Por um lado, os povos indígenas latino-americanos
registraram grandes avanços em matéria de redução da pobreza e acesso a
serviços básicos. No Peru e na Bolívia, por exemplo, cerca de um terço e um
quarto dos domicílios indígenas, respectivamente, saíram da pobreza. O acesso à
eletricidade em suas casas aumentou quase 50% em países como o Panamá e o Peru;
e o acesso à educação tornou-se, provavelmente, o sucesso mais importante da
década. De fato, no Equador, no México e na Nicarágua, fechou-se a brecha de
assistência escolar primária entre as crianças indígenas e as demais.
Apesar das conquistas e
avanços, ainda há muito por fazer. A informação e os dados disponíveis mostram
uma realidade de exclusão. Embora as comunidades indígenas representem 8% da
população total da região, constituem 14% dos pobres e 17% dos extremamente
pobres. Isso é claramente inaceitável.
Ao contrário do que se
poderia imaginar, hoje em dia quase metade dos habitantes indígenas da América
Latina vivem em áreas urbanas. Nesses entornos, é comum encontra-los em
condições mais inseguras, insalubres e propensas a desastres naturais que
outros residentes urbanos. E nas áreas rurais, onde ainda vive a maioria dos
povos indígenas (60% em países como Brasil, Colômbia, Equador, Honduras e
Panamá), a defasagem é maior e o acesso aos serviços públicos, muito mais
limitado.
Atingir nossas metas de
erradicar a pobreza extrema e promover o crescimento com equidade requer
esforços particulares e informados para incluir a população indígena, bem como
outros grupos de latino-americanos que hoje são vítimas da exclusão.
Para entender e atender
melhor às necessidades dos povos indígenas, é fundamental levar em consideração
sua própria visão com relação a seu desenvolvimento. Em nossas consultas e
diálogos com povos indígenas, temos aprendido que respeitar sua identidade
cultural não significa estar contra a criação de oportunidades para todos e a
busca pelo bem-estar.
Por isso, a melhora da
qualidade de vida das populações indígenas deve incluir políticas que levem em
conta suas vozes, culturas e identidades, além de uma luta frontal contra a
exclusão. O empoderamento das mulheres será determinante, assim como um maior
acesso de crianças e jovens indígenas a uma educação bilíngue e de qualidade.
Só assim poderemos aumentar as oportunidades de todos os latino-americanos de
ter uma vida melhor e posicionar a região para enfrentar os desafios do futuro;
um futuro em que a cara da América Latina continue mudando para melhor, sem
deixar grupo algum para trás.”.
Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e
oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança
de nossa história – que é de ética, de
moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e
sustentavelmente desenvolvidas...
Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras
cruciais como:
a)
a educação
– universal e de qualidade –, desde a educação
infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em
pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas
crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –,
até a pós-graduação (especialização,
mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade
absoluta de nossas políticas públicas (enfim, 125 anos depois, a República
proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução
educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do
país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da
justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da
sustentabilidade...);
b)
o combate
implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e
mais devastadores inimigos que são: I – a inflação,
a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se
em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco
Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em fevereiro a ainda
estratosférica marca de 419,60% para um período de doze meses; e mais, também
em fevereiro, o IPCA acumulado nos doze meses chegou a 10,36%...); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa
promiscuidade – “dinheiro público versus interesses privados”
–, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando
incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a
lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato,
Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso
específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e
que vem mostrando também o seu caráter transnacional; eis, portanto, que todos os valores que vão
sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 515
anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios,
malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a
corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar
inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo,
segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a
“... Desconfiança das empresas e das famílias é
grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase
nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses
recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à
ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de
infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de
planejamento...”;
c)
a dívida
pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e
municipal) –, com projeção para 2016, apenas segundo a proposta do
Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,348 trilhão, a título de juros,
encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão
de R$ 1,044 trilhão), a exigir
alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar,
sim, até o último centavo;
-
rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
-
realizar uma IMEDIATA, abrangente,
qualificada, independente e eficaz auditoria...
(ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda
a propósito, no artigo Melancolia,
Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente
degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das
contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);
Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta
de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já
combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de
poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições,
negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à
pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas
e sempre crescentes necessidades de ampliação
e modernização de setores como: a gestão
pública; a infraestrutura (rodovias,
ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada,
esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística
reversa); meio ambiente; habitação;
mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda;
agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência
social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança
pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e
desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer;
turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e
operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade
– “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade,
competitividade); entre outros...
São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira
alguma, abatem o nosso ânimo e nem
arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta
grande cruzada nacional pela cidadania e
qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada,
civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que
possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e
potencialidades com todas as
brasileiras e com todos os
brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários
previstos e que contemplam eventos como a
Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do Pré-Sal, à luz das
exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das
organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas
tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a
nossa esperança... e perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
-
Estamos nos descobrindo através da Cidadania e Qualidade...
-
ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por
uma Nova Política Brasileira...