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segunda-feira, 15 de outubro de 2018

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A LUCIDEZ NOS PROBLEMAS E AGILIDADE NAS SOLUÇÕES E OS GRAVES DESAFIOS DO JORNALISMO NA SUSTENTABILIDADE


“Antecipamos problema e adiamos soluções
        As novas projeções relativas ao crescimento populacional, que acabam de ser divulgadas pelo IBGE, mostram que o Brasil perdeu uma boa oportunidade de fomento econômico e ascensão no patamar do desenvolvimento. Refiro-me ao fim do chamado bônus demográfico, caracterizado pela existência de maior número de pessoas economicamente ativas em relação aos idosos e crianças, fenômeno indutor do crescimento do PIB e da renda per capita nas nações que souberam potencializá-lo.
         É preocupante observar, nos presentes dados, que o fim do bônus demográfico ocorre cinco antes do que previa a projeção anterior do IBGE, que remetia a 2023. Portanto, a partir de agora, ingressamos em uma trajetória inversa ao que vinha ocorrendo, até chegar a 2060 com 58,2 milhões de idosos, o triplo do contingente atual, e 136,5 milhões de brasileiros em idade profissionalmente ativa, ante 144,7 milhões hoje.
         Ou seja, antecipamos um problema e adiamos as soluções. Em plena vigência de equação demográfica altamente favorável à prosperidade, nossa economia cresceu à média de 2,4% nos últimos 30 anos, ritmo de expansão pífio para nações emergentes. Como se não bastasse, vivenciamos a mais grave crise de nossa história, com dois anos de recessão e ínfima recuperação em 2017, conduzindo 13,5 milhões de habitantes e seus dependentes às agruras do desemprego.
         Nesse aspecto, vale uma observação: com tanta gente alijada do mercado de trabalho, também atingimos em termos práticos, já este ano, número inferior ao previsto para 2060 de pessoas economicamente ativas. A conta é a seguinte: 144,7 milhões de trabalhadores em potencial atualmente, menos 13,5 milhões de desempregados – 131,2 milhões, ante 136,5 milhões previstos para 2060.
         Ao baixo crescimento econômico, resultante de políticas públicas muitas vezes equivocadas, somamos outro fator de negligência ante o futuro: a manutenção de um Estado caríssimo para a sociedade, gerador de crescente déficit orçamentário, burocrático em excesso e inibidor da criação de um saudável ambiente de negócios. E teimamos em não aperfeiçoá-lo, adiando sucessivamente as reformas estruturais, em especial a tributária, a política e a previdenciária. Essa última, em especial, é indispensável para garantir sobrevivência ao número cada vez maior de idosos que o Brasil terá.
         Considerando a gravidade do problema evidenciado nas novas projeções, cabe lembrar estudo apresentado em 2011 pelo Banco Mundial (Bird), intitulado “Envelhecendo em um Brasil mais velho – Implicações do envelhecimento populacional para ao crescimento econômico, a redução da pobreza, as finanças públicas e a prestação de serviços”. O trabalho, corroborado agora pelo IBGE, enfatiza que “as nações desenvolvidas ficaram ricas antes de envelhecer”. Infelizmente, nosso país está envelhecendo antes de ficar rico.
         Portanto, urge adotar políticas públicas eficazes e éticas, capazes de nos levar a uma constante e duradouro crescimento econômico, equilíbrio fiscal e atendimento às mudanças que o envelhecimento da população suscitará nas áreas da saúde, previdência e educação. Nas eleições de outubro, a desafiadora missão coloca-se aos candidatos e convoca brasileiras e brasileiros ao exercício do voto consciente em favor daqueles que se comprometem com o futuro que devemos ter de progresso e igualdade de oportunidades!”.

(FERNANDO VALENTE PIMENTEL. Presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 27 de setembro de 2018, caderno OPINIÃO, página 9).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 8 de outubro de 2018, mesmo caderno, página 7, de autoria de CARLOS ALBERTO DI FRANCO, jornalista, e que merece igualmente integral transcrição:

“Eleição: importância da imprensa
        Escrevo este artigo antes da abertura das urnas. A temperatura eleitoral, marcada por preocupante radicalização e uma participação sem precedentes da cidadania, sobretudo na internet, transmitiu um forte recado à Presidência da República, aos governos estaduais e ao Congresso Nacional. A eleição despertou algo que estava adormecido na alma dos brasileiros: o exercício da cidadania. O povo percebeu, finalmente, que os governantes são representantes da sociedade, mas não são, como pretendem alguns, donos do poder. Os brasileiros, mesmo os que foram seduzidos pelas lantejoulas do marketing político, não estão dispostos a renunciar aos valores que compõem a essência da nossa história: a paixão pela liberdade e a prática da tolerância e da convivência civilizada.
         A radicalização ideológica, de direita ou de esquerda, não tem a cara do brasileiro. Tentam dividir o Brasil ao meio. Jogar pobres contra ricos, negros contra brancos, homos contra héteros. Querem substituir o Brasil da alegria pelo país do ódio e da divisão. Tentam arrancar com o fórceps da luta de classes o espírito mágico dos brasileiros. Procuram extirpar o DNA, a alma de um povo bom, aberto e multicolorido. Não querem o Brasil café-com-leite. A miscigenação, riqueza maior da nossa cultura, evapora nos rarefeitos laboratórios do fanatismo ideológico.
         O primeiro dever do jornalismo de qualidade é a independência. Não podemos sucumbir às pressões dos lobies direitistas, esquerdistas, homossexuais ou raciais. O Brasil eliminou a censura. E só há um desvio pior que o controle governamental da informação: a autocensura. Para o jornalismo não há vetos, tabus proibições. Informar é um dever ético. E ninguém, ninguém mesmo, impedirá o cumprimento do primeiro mandamento da nossa profissão: transmitir a verdade dos fatos.
         A preservação da democracia, sempre acossada por projetos autoritários de perpetuação no poder, depende, e muito, da qualidade técnica e ética da imprensa. Um exercício de autocrítica do nosso trabalho é necessário e conveniente.
         As virtudes e as fraquezas dos jornais não são recatadas. Registram-nas fielmente os sensíveis radares dos consumidores de informação. Precisamos, por isso, derrubar inúmeros desvios que conspiram contra a credibilidade dos jornais.
         Um deles, talvez o mais resistente, é o dogma da objetividade absoluta. Transmite, num pomposo tom de verdade, a falsa certeza da neutralidade jornalística. Só que essa separação radical entre fatos e interpretações simplesmente não existe. É uma bobagem. A neutralidade é uma mentira, mas a isenção é uma meta a ser perseguida. Todos os dias. A imprensa honesta e desengajada tem um compromisso com a verdade. E é isso que conta.
         Mas a busca da isenção enfrenta a sabotagem manipulação deliberada, a falta de rigor e o excesso de declarações entre aspas. O jornalismo engajado é sempre um mau repórter. Militância e jornalismo não combinam. Trata-se de uma mescla que traz a marca do atraso e o vestígio do sectarismo. O militante não sabe que o importante é saber escutar. Esquece, ofuscado pela arrogância ideológica ou pela névoa do partidarismo, que as respostas são sempre mais importantes que as perguntas.
         A grande surpresa no jornalismo é descobrir que quase nunca uma história corresponde àquilo que imaginávamos. O bom repórter é um curioso essencial, um profissional que é pago para se surpreender. Pode haver algo mais fascinante? O jornalista ético esquadrinha a realidade, o profissional preconceituoso constrói a história.
         É necessário cobrir os fatos com uma perspectiva mais profunda. Convém fugir das armadilhas do politicamente correto e do contrabando opinativo semeado pelos profetas das ideologias.
         Jornais de credibilidade oxigenam a democracia. As tentativas de controle da mídia, abertas ou disfarçadas, são sempre uma tentativa de asfixiar a liberdade. O jornalismo tropeça em armadilhas. Nossa profissão enfrenta desafios, dificuldades e riscos sem fim. E é aí que mora o desafio.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 128 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em agosto a ainda estratosférica marca de 274,0% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial se manteve em históricos 303,19%; e já o IPCA, em setembro, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,53%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2018, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,847 trilhão (52,4%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,106 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
57 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2018)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...      

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador e Legislador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios,
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.



        




segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A LIÇÃO DE MARIANA E UMA LUZ PARA O BANCO MUNDIAL NA SUSTENTABILIDADE

“A tragédia humana e ambiental sem reparação
        A tragédia em Bento Rodrigues está completando dois anos sem medidas enérgicas para reparar os danos patrimoniais, a desarticulação do cotidiano dos flagelados e a destruição de expressiva parcela da Bacia Hidrográfica do Rio Doce. Como foi o maior desastre ambiental neste país, tornou-se o mais contundente registro da inércia administrativa, incúria da empresa responsável pela barragem e lentidão da Justiça. Infelizmente, o Estado brasileiro nunca demonstra agilidade para apurar os fatos e determinar ações necessárias para ressarcir logos os cidadãos e recuperar áreas afetadas por catástrofes. Além das 19 vítimas fatais, houve, nesse caso, a morte de muitos animais e vegetais, atingindo espécies marinhas até o santuário ecológico de Abrolhos, no oceano Atlântico. Mesmo assim, as sucatas espalham-se por todo lado, a lama tóxica mantém-se no solo, e os cursos d’água estão assoreados por metais pesados. Ainda não foram abertos espaços para que a natureza se recupere por sua própria força, recompondo fauna e flora. As famílias continuam em casas alugadas em Mariana, sem reposição de seu principal patrimônio. Muitos ribeirinhos não retomaram a pesca como atividade profissional e garantia de sua alimentação. A qualidade da água nas cidades é ruim.
         Os prejuízos às comunidades atingidas são imensuráveis, porque vão além das perdas materiais. Houve fragmentação da cosmologia do grupo que se integrava a seu torrão natal, interpretando o mundo a partir dele. Ele perdeu, irremediavelmente, sua história sedimentada naquela área, com a consistência das experiências vividas desde o nascimento e compartilhadas em todos os momentos de dor ou alegria. A incerteza obscurece o horizonte de todos, pois percebem que ficará cada dia mais difícil recuperar sua casa, seu trabalho e seu cotidiano em povoado bicentenário. Os flagelados sentem a falta da igreja, da escola, do quintal e das reservas hídricas sem poluição, a poucos passos da residência.
         É inacreditável que o segundo Estado brasileiro em população e o quarto em área territorial não se tenha mobilizado para resolver os graves problemas decorrentes do desastre ambiental em Bento Rodrigues. Além de sua inoperância, não cobra empenho da União, que se beneficia com o extrativismo mineral voltado para exportação, assegurando resultados positivos na balança comercial pela comercialização do minério de ferro. Exaure, então, Minas Gerais, desencadeando sérios problemas ambientais e socioeconômicos. O poder público prefere submeter-se aos interesses das empresas para movimentar a economia, deixando que elas reduzam custos na montagem da infraestrutura, no respeito às comunidades do entorno e na absorção dos princípios da sustentabilidade, porque elas querem garantir altos lucros em meio às flutuações do câmbio e aos humores do mercado internacional. Nenhum país desenvolvido admitiria esse descaso em relação à população e ao ambiente depois de uma tragédia dessa magnitude.”.

(Gilda de Castro. Antropóloga, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 4 de novembro de 2017, caderno O.PINIÃO, página 19).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 2 de dezembro de 2017, caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de PAULA CRUZ, doutoranda do Instituto de Relações Internacionais da PUC-Rio e pesquisadora do BRICS Policy Center, e que merece igualmente integral transcrição:

“Banco Mundial e a educação
        O relatório elaborado pelo Banco Mundial para o governo Temer é questionável em vários aspectos. No que toca à educação superior, o que se verifica é um malabarismo argumentativo, cujas recomendações tendem a criar novos problemas para o já deficitário sistema de educação superior brasileiro, além de não combater a desigualdade.
         Primeiro, o Brasil não tem gastado muito em educação superior, se comparado a outros países. No caso da OCDE, são esses que, em geral, têm reduzido vertiginosamente investimentos públicos na área. Isso tem sido altamente criticado, tendo, inclusive, sido relacionado ao suicídio de um professor no Reino Unido, em 2014. Há hoje nesses países uma séria discussão sobre os efeitos nocivos da redução de investimentos e paralela adoção de critérios de produtividade e eficiência gerencialistas sobre questões de saúde mental nas universidades. Ademais, no Brasil, o recente aumento de investimentos deve considerar o patamar inicial excessivamente baixo decorrente das políticas adotadas nos anos 90, contextualização também ausente no relatório.
         Quanto aos Brics, o relatório ignora o fato de que, diferentemente do Brasil, em vários desses países as universidades são instituições majoritariamente direcionadas às atividades de ensino, recebendo, portanto, pouco ou nenhum financiamento para atividades de pesquisa (que, aqui, absorvem a maior parte dos investimentos em educação superior). Ao lado de alguns institutos de pesquisa, no Brasil, são as universidades públicas as maiores responsáveis por produzir ciência e tecnologia, fatores essenciais para a geração de crescimento econômico sustentável. Reduzir ainda mais os investimentos já altamente defasados nessas instituições significa aprofundar a crise, criando dificuldades ainda maiores para a retomada do crescimento.
         Segundo, a desigualdade de acesso à educação superior não será superada nem sequer minimizada, com a cobrança de mensalidades nas universidades públicas. Ao contrário, a tendência é de aumento de uma massa de jovens altamente endividados, que, ao aumentar a demanda por contratação imediata, tende a diminuir os já extremamente baixos salários praticados no Brasil, gerando graves problemas sociais e econômicos. Os efeitos negativos de políticas como essas são cada vez mais reconhecidos nos EUA, como mostra o estudo de Goldrick-Rab, Paying the price: college costs, financial aid, and the betrayat of the american dream (2016), e os documentários Ivory Tower (2014) e Starving the Beast (2016).
         Historicamente, a cobrança de taxas no sistema público de educação superior foi justificada em países como os EUA como forma de cofinanciamento de um sistema em expansão. Ao contrário, o que se está propondo ao Brasil não é a expansão, mas a simples transferência de responsabilidade pelo pagamento dos custos atuais do sistema, ou seja, do financiamento que hoje é feito com os impostos já pagos pelos cidadãos para os bolsos individuais das famílias do estudante ou através do seu próprio endividamento. O relatório argumenta que isso seria justo, pois a maioria dos estudantes das universidades públicas brasileiras pertence à parcela 40% mais “rica” do país. O que o relatório, curiosamente, deixa de salientar é que, no Brasil, esses 40% mais "ricos" incluem todas as pessoas cuja renda familiar mensal é igual ou superior a R$ 1.356. Segundo o Datafolha (2013), apenas 30% das famílias brasileiras têm renda mensal superior a R$ 2.034 e, destas, apenas 9% ganham mais de R$ 3.390. Ao propor a criação de bolsas para os 40%, mais pobres, o relatório exclui da possibilidade de elegibilidade, portanto, todos os jovens da classe média intermediária e classe média baixa brasileira. Isso significa não uma maior inclusão, mas perda do direito à educação superior por uma parte considerável da população brasileira que, ao contrário do que o relatório leva a entender, não pode, em absoluto, ser considerada rica.
         A cobrança de mensalidade só poderia ser justificada se, além de acompanhada da ampliação do sistema, atingisse, de fato, as famílias mais ricas do Brasil, o que corresponderia a, no máximo, 14% da população. Porém, essa é uma política que o atual governo não tem se mostrado disposto a adotar. Como o próprio relatório reconhece, “certamente, há escopo para aumentar a tributação dos grupos de alta renda (por exemplo, por meio de impostos sobre a renda, patrimônio ou ganhos de capital) e reduzir a dependência dos tributos indiretos, que sobrecarregam os mais pobres. [Porém,] Tais medidas não são discutidas em detalhe neste relatório”. Cabe perguntar, então, em que momento o governo Temer irá recomendar ao Banco Mundial um relatório para tratar dos privilégios daqueles que realmente se beneficiam da estrutura aristocrática que, ainda hoje, prevalece no nosso país, em vez de buscar justificativas enganosas para um arrocho ainda mais violento sobre a população brasileira assalariada e um golpe inaceitável nos direitos básicos a ela assegurados pela nossa Constituição.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, democráticas, soberanas, educadas, civilizadas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em outubro/2017 a ainda estratosférica marca de 337,94% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial registrou históricos 323,73%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, em novembro, chegou a 2,80%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2017, apenas segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,722 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 946,4 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...      

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador e Legislador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios,
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim!”.





    

segunda-feira, 8 de maio de 2017

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A URGÊNCIA DA QUALIFICAÇÃO DA SAÚDE E O IMPRESCINDÍVEL PRIMADO DA ÉTICA NA SUSTENTABILIDADE

“Eficiência é o antídoto para a saúde
        Na última sexta (7) comemoramos o Dia Mundial da Saúde. No Brasil, o tema é uma de nossas maiores preocupações.
         Apesar de estar ligada à economia, à educação e à infraestrutura, a mudança do modelo assistencial e uma maior integração entre público e privado produziriam melhores indicadores. Para isso, o país precisa ter maturidade para debater questões profundas, com base apenas em análises técnicas.
         As organizações sociais (OS) em São Paulo servem de exemplo. Segundo o Bando Mundial, os hospitais de OS têm taxa de ocupação de 80,9%, contra 72,1% dos públicos, e o custo médio diário do leito é 20% menor. É premente ampliar parcerias semelhantes com a rede privada lucrativa. O Estado deve, cada vez mais, regular, acompanhar e fiscalizar, entregando ao setor privado o que ele sabe fazer: a gestão.
         E precisamos planejar, tornar o sistema mais eficiente. Mais de 60%  dos nossos 6.129 hospitais têm até 50 leitos. Para ser exequível, pesquisas mostram que um hospital deve ter, pelo menos, 200. Na relação de 3 leitos para cada grupo de mil habitantes, que é a média mundial, um hospital só seria viável em cidades com mais de 50 mil habitantes.
         Apenas 12,3% dos municípios brasileiros, segundo o IBGE, possuem esse perfil. Em nosso país, a população é de menos de 20 mil habitantes em 3.810 cidades (68%).
         Hospitais de pequeno porte têm baixa resolutividade, tanto que a taxa média de ocupação dos leitos do SUS é inferior a 40%, enquanto que em hospitais de alta complexidade é superior a 80%. Um dos problemas da fila para cirurgias e tratamentos eletivos no SUS está justamente na baixa resolutividade dos leitos, e não na inexistência deles.
         A solução para esse problema passa pela implantação de redes de saúde articuladas entre os vários níveis de assistência. O Banco Mundial mostra que 30% das internações poderiam ser evitadas no Brasil com tratamento ambulatorial. Isso geraria uma economia de R$ 10 bilhões por ano.
         Além disso, com um sistema organizado e eficiente, 80% da demanda seria resolvida no atendimento primário. Sistemas de troca de informações que auxiliem a tomada de decisões e integrem as redes são necessários para agilizar o atendimento e evitar desperdícios.
         A padronização de processos, diminuição de erros e valorização dos recursos humanos viriam com maior investimento em qualidade e segurança – só 5% dos nossos hospitais são certificados.
         Outra vertente importante é a prevenção. Levantamento do BNDES mostra que 65% das internações de crianças com menos de 10 anos são provocadas pela deficiência ou inexistência de esgoto e água limpa. Metade da população brasileira não tem acesso à coleta de esgoto e somente 40% dele é tratado. Segundo a Organização Mundial de Saúde, para cada US$ 1 investido em saneamento básico há uma economia de US$ 4,3 em saúde.
         A limitação dos gastos públicos acarreta o mérito de trazer para discussão a qualidade desse gasto. Na saúde, isso aumenta a responsabilidade de empresários e gestores em encontrar novas soluções.
         Este momento traz oportunidades de mostrar que somos capazes de produzir mais em saúde. Eficiência é o antídoto de que precisamos.”.

(YUSSIF ALI MERE JR., médico nefrologista, é presidente da Federação e do Sindicato de Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo, em artigo publicado no jornal FOLHA DE S.PAULO, edição de 9 de abril de 2017, caderno opinião, coluna TENDÊNCIAS/DEBATES, página A3).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 5 de maio de 2017, caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“Brasil e o momento atual
        A consciência cidadã reconhece a gravidade do atual momento vivido pelo Brasil. Não se trata de alarmismo ou pessimismo, mas oportunidade para uma atitude: é preciso que cada um assuma a corresponsabilidade na busca por soluções para os muitos problemas. A gravidade deste atual momento político e econômico aponta para a necessidade de investir na formação de um novo tecido cultural capaz de fazer surgir um tempo diferente, marcado pela superação das crises terríveis que prejudicam, principalmente, os mais pobres. Nesse sentido, fundamental é compreender que não basta, embora seja importante, avançar na configuração formal e legislativa das reformas. Os processos que norteiam as necessárias mudanças têm significativa influência para que as transformações garantam mais justiça. Por isso mesmo, todos devem acompanhar, debater e contribuir com a efetivação das reformas. Porém, ainda mais determinante é compreender a importância da cultura e a necessidade de investir na sua renovação.
         Cultura refere-se ao conjunto de hábitos e modos de agir no cotidiano. Posturas que revelam como determinada civilização estabelece relações e, consequentemente, exerce a representatividade política, respeitando ou não o bem comum. Assim, é preciso perceber que para a sociedade brasileira não é suficiente promover mudanças apenas na dimensão normativa. É preciso despertar o apreço pelo respeito ao outro e, a partir disso, conquistar um patamar civilizatório balizado por valores inegociáveis, fundamentados no bem e na justiça.
         O tecido cultural da sociedade brasileira está corroído e por isso mesmo o país convive com a corrupção endêmica. Consequentemente, há um consenso sobre a falta de credibilidade da esfera política – os políticos são considerados cidadãos em quem não se pode acreditar. Ao mesmo tempo, perde-se o sentido de solidariedade. Percebe-se a falta de sensibilidade social a indisponibilidade para partilhar o que se tem, apoiando projetos sociais e outras iniciativas capazes de promover o desenvolvimento de toda a sociedade. Ao se comparar com outras culturas, em um ranking de sociedades solidárias, os cidadãos brasileiros deveriam ficar com os brios mexidos. Esse é o contexto que causa apreensões, em razão da delicada conjuntura política, econômica e social pela qual passa o país.
         Os bispos do Brasil, reunidos em Assembleia Geral da CNBB com a missão de levar a todos a luz do evangelho de Jesus Cristo, apresentaram a seguinte pergunta: o que está acontecendo com o Brasil? A resposta sublinha a perplexidade do povo diante de agentes públicos e privados que desconsideram a ética e negociam princípios morais. As consequências são as práticas e hábitos que agravam a situação do país, já tão preocupante. Em mensagem, os bispos indicam que o caminho para a regeneração é a retomada da ética como condição indispensável. Somente por essa via o Brasil poderá reconstruir o seu tecido social.
         A gravidade do momento nacional é uma ameaça ao Estado democrático de direito, pois crescem o descrédito e o desencanto com a política e com os poderes da República, que se distanciam das justas aspirações de boa parte da população. Assim, as reformas e, especialmente, a reforma política, devem se configurar em oportunidade para a recomposição do tecido cultural do Brasil. Nesse sentido, não se pode acirrar a indiferença com a política. Apenas ignorar os políticos, sem acompanhar, atentamente e de modo participativo, o que fazem os representantes do povo, é passo rumo à bagunça geral, que leva a irreversíveis prejuízos. A economia, dependente da política, continuará impactando negativamente na vida da população, pois prevalecerá a primazia do mercado ao bem-estar das pessoas, a prevalência do capital sobre o trabalho.
         A raiz das muitas crises vividas tem caráter antropológico, ao negar a prioridade do ser humano, conforme sublinha a Igreja Católica nos ensinamentos de sua doutrina social. Percebe-se que o Estado não pode ser jamais submetido ao mercado. Submisso à “lógica financista”, que é intrinsecamente perversa, o Estado se enfraquece e deixa de cumprir seus deveres. Sempre oportuno é recordar o que diz o papa Francisco: o dinheiro é para servir, e não para governar. O importante processo de reconstrução do Brasil tem no diálogo amplo, com a participação de todos, efetivo exercício da cidadania, o seu ponto de partida e referência para o seu equilíbrio. É, especialmente, vetor que impulsiona a civilização rumo à conquista de um novo tecido cultural, capaz de sustentar as transformações necessárias. Para incitar novos passos e não ocorrerem acomodações, leve-se em conta o que adverte o papa Francisco, ao falar na sessão plenária da Pontifícia Academia das Ciências Sociais: “A simples atualização das antigas categorias do pensamento ou o recurso a sofisticadas técnicas de decisão coletiva não são suficientes”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em março/2017 a ainda estratosférica marca de 490,3% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial registrou históricos 328,0%; e já o IPCA também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,57%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2017, apenas segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,722 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 946,4 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- 55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por uma Nova Política Brasileira...  
        
 
 

  



sexta-feira, 11 de março de 2016

A CIDADANIA, O AMOR NA BUSCA DA VIDA UNIVERSAL E OS INDÍGENAS NA ECOLOGIA INTEGRAL

“A humanidade caminhará do 
egocentrismo à vida universal
        Se observarmos as aves, veremos que compartilham os grãos com que se alimentam, bem como a água que bebem, pois a natureza assim o previu. O homem, entretanto, cobra até mesmo a água que fornece ao semelhante, ainda que os frutos da criação estejam, em princípio, disponíveis para todos. Assim, no reino humano há quem se sinta dono do que pertence a todos. Por quê? Porque esse reino tem seguido leis terrenas criadas pela sua própria mente, e não as leis cósmicas, de alcance maior.
         A humanidade tem falhado perante a Lei do Amor. De que outro modo poderia ser considerado o ato de manipular genes e células em um laboratório, sem o conhecimento das energias espirituais, superiores? A má distribuição dos bens, o mau uso da energia e essa atividade anormal de gerar seres humanos sem a participação dos níveis espirituais que os regem são algumas das falhas responsáveis pela atribulações a que hoje assistimos.
         Até hoje o dinheiro, representante de bens que deveriam circular, quase sempre é usado e conduzido por forças que não visam à evolução da humanidade. Tanto assim que passou, aparentemente, a ter valor em si mesmo. Os homens comuns deixaram-se condicionar por ele e hoje são seus servos, vivendo e trabalhando quase que exclusivamente para obtê-lo, como se o dinheiro tivesse realmente algum significado intrínseco. Tal inversão de valores é o resultado de um jogo entre as forças evolutivas e as involutivas, jogo que desde o começo do mundo sempre existiu.
         Conta-se, na Índia, que, certa vez, os homens usaram um truque para apanhar macacos. Colocaram dentro de um côco torrões de açúcar; os macacos em vão tentavam retirá-los, pois o orifício não era suficientemente grande para deixar passar uma mão fechada, quanto mais uma mão contendo algo. Os macacos, movidos pela ambição e pela gula, ficavam ali presos, por sua própria escolha, uma vez que não desistiam de soltar os torrões.
         Eis aí uma situação semelhante à dos homens que por ignorância e inércia caíram na rede armada pelas forças da involução, preferindo continuar prisioneiros dos desejos e das posses. Grandes somas de dinheiro são, às vezes, aplicadas inutilmente, em coisas supérfluas, revelando que há homens com as mãos presas em côcos e que a energia monetária está fora de lugar neste planeta.
         Independentemente da sua atual situação, o homem tem, em sua essência, segundo experienciam  os místicos, a vibração necessária para entrar em contato com a energia Divina que lhe permite tocar a consciência cósmica.
         Quando se fala em dinheiro, fala-se de uma energia ainda incompreendida pelo homem comum da superfície da Terra. Geralmente, ele o usa como um meio de adquirir o que deseja, de submeter outros indivíduos à sua vontade ou de fazê-los trabalhar para si próprio. Entre os homens mais bem-formados, o dinheiro costuma ser usado para satisfazer as necessidades daqueles que lhes estão próximos, ou seja, como instrumento do amor pessoal. Raramente o dinheiro é usado para o bem universal, e o desejo ou o problema pessoal de um indivíduo é em geral posto à frente de necessidades maiores.
         O homem certamente retirará, com o tempo, a mão de dentro do côco e, assim, mudará suas preferências. Dificilmente ele será atraído por torrões de açúcar, quando perceber que diante de si encontram-se abertas as portas para o infinito.”

(TRIGUEIRINHO. Escritor, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 28 de fevereiro de 2016, caderno OPINIÃO, página 16).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 5 de março de 2016, caderno OPINIÃO, página 9, de autoria de JORGE FAMILIAR, vice-presidente do Banco Mundial para a América Latina o Caribe, e que merece igualmente integral transcrição:

“Indígenas latino-americanos
        No futuro, quando avaliarmos a história da América Latina do início do século, certamente predominará o relato de um boom econômico que deixou para trás uma transformação social de grande envergadura. Na verdade, a cara da América Latina mudou expressivamente entre 2003 e 2013. A pobreza extrema se reduziu à metade e, pela primeira vez na história, o número de latino-americanos pertencentes à classe média superou o dos que vivem na pobreza.
Mas será que essa história reflete a experiência dos 42 milhões de indígenas que vivem hoje na América Latina? De acordo com o novo estudo do Banco Mundial “América Latina indígena no século 21”, a resposta é sim em algumas áreas, mas não em todas.
         Por um lado, os povos indígenas latino-americanos registraram grandes avanços em matéria de redução da pobreza e acesso a serviços básicos. No Peru e na Bolívia, por exemplo, cerca de um terço e um quarto dos domicílios indígenas, respectivamente, saíram da pobreza. O acesso à eletricidade em suas casas aumentou quase 50% em países como o Panamá e o Peru; e o acesso à educação tornou-se, provavelmente, o sucesso mais importante da década. De fato, no Equador, no México e na Nicarágua, fechou-se a brecha de assistência escolar primária entre as crianças indígenas e as demais.
Apesar das conquistas e avanços, ainda há muito por fazer. A informação e os dados disponíveis mostram uma realidade de exclusão. Embora as comunidades indígenas representem 8% da população total da região, constituem 14% dos pobres e 17% dos extremamente pobres. Isso é claramente inaceitável.
Ao contrário do que se poderia imaginar, hoje em dia quase metade dos habitantes indígenas da América Latina vivem em áreas urbanas. Nesses entornos, é comum encontra-los em condições mais inseguras, insalubres e propensas a desastres naturais que outros residentes urbanos. E nas áreas rurais, onde ainda vive a maioria dos povos indígenas (60% em países como Brasil, Colômbia, Equador, Honduras e Panamá), a defasagem é maior e o acesso aos serviços públicos, muito mais limitado.
Atingir nossas metas de erradicar a pobreza extrema e promover o crescimento com equidade requer esforços particulares e informados para incluir a população indígena, bem como outros grupos de latino-americanos que hoje são vítimas da exclusão.
Para entender e atender melhor às necessidades dos povos indígenas, é fundamental levar em consideração sua própria visão com relação a seu desenvolvimento. Em nossas consultas e diálogos com povos indígenas, temos aprendido que respeitar sua identidade cultural não significa estar contra a criação de oportunidades para todos e a busca pelo bem-estar.
Por isso, a melhora da qualidade de vida das populações indígenas deve incluir políticas que levem em conta suas vozes, culturas e identidades, além de uma luta frontal contra a exclusão. O empoderamento das mulheres será determinante, assim como um maior acesso de crianças e jovens indígenas a uma educação bilíngue e de qualidade. Só assim poderemos aumentar as oportunidades de todos os latino-americanos de ter uma vida melhor e posicionar a região para enfrentar os desafios do futuro; um futuro em que a cara da América Latina continue mudando para melhor, sem deixar grupo algum para trás.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a educação – universal e de qualidade –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em fevereiro a ainda estratosférica marca de 419,60% para um período de doze meses; e mais, também em fevereiro, o IPCA acumulado nos doze meses chegou a 10,36%...); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 515 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com projeção para 2016, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,348 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,044 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a   Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do Pré-Sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- Estamos nos descobrindo através da Cidadania e Qualidade...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por uma Nova Política Brasileira...