“Tempo
de fortalecer as habilidades e as competências
Não será em 2017
que o país sairá da crise, mas a expectativa por uma reação favorável na
economia tem melhorado. A taxa Selic começa a cair mais acentuadamente, porém ainda
existe uma certa indisponibilidade de crédito por medo da inadimplência, e,
consequentemente, os juros continuam exageradamente altos devido ao spread
aplicado pelo setor financeiro.
Trazendo
o ditado popular “vamos arregaçar as mangas”, pois é um novo ano, um novo
começo, e que deverá ser somente o reflexo da crise, façamos uma corrente
positiva. Quando todos tiverem pelo menos um pouco de otimismo, a situação pode
melhorar, mas quando todos falam em crise, fortalecem a crise. Cito uma antiga
frase britânica, cuja tradução é: “Não devem ser ouvidos os que costumam dizer
que a voz do povo é a voz de Deus, pois a impetuosidade do vulgo está sempre
próxima da insânia”.
Agora
é o momento para os profissionais fortalecerem suas habilidades e suas
competências. Em época de crise, existe uma grande demanda de vagas no mercado
de trabalho por profissionais diferenciados e atualizados.
Qual
é o perfil de profissional que as empresas procuram? As empresas se interessam
por atitudes específicas no momento de selecionar um colaborador. São elas:
habilidade de comunicação, interesse, facilidade de trabalho em equipe, estar
pronto para aceitar desafios diferentes, além de ser comprometido e
competitivo. O motivo de as empresas contratarem funcionários competitivos é
porque eles têm desejo de se superar e não apenas de exibir seus conhecimentos
técnicos, o que é muito peculiar à geração Y.
Por
outro lado, dos profissionais que estão trabalhando – hoje, mais do que nunca –
continuarão nas empresas aqueles que realmente fizerem a diferença. As atitudes
e as ações contam mais do que a descrição exata do cargo.
Os
profissionais aperfeiçoados, reciclados, flexíveis, responsáveis, criativos
para superar situações difíceis, capazes de trabalhar em equipe e de agregar
valor à marca estarão com os empregos garantidos, principalmente aqueles que
poderão assumir funções dos que já saíram. Os que pensam “não ganho a mais para
fazer isso” ou “isso está longe das tarefas que exerço” estão negando o
reconhecimento como um bom profissional e estarão rapidamente amargando um
desemprego.
Nesta
linha, é bom frisar que nas empresas as funções continuam as mesmas, contudo,
com menor número de pessoas para executá-las. São constantes as atualizações
dos organogramas e nenhum colaborador pode se dar ao luxo de ficar restrito ao
que sempre fez nos tempos das “vacas gordas”, quando os custos absorviam os
erros, incompetências e desperdícios. Os tempos são outros, a crise mudou a
perspectiva das empresas e ninguém é mais exclusivo. Todos devem sair do seu
quadrado e ter uma visão horizontalizada da empresa, pois a visão vertical não
tem mais espaço no mundo corporativo.
Esteja
pronto para desempenhar as qualidades destacadas e ser um profissional que toda
empresa deseja. Pondo-as em exercício, o crescimento e o sucesso serão
conduzidos a você naturalmente.”.
(NORBERTO
CHADAD. Economista pela FGV, master em business administration pela Los
Angeles University e CEO da Thomas Case & Associados, em artigo publicado
no jornal ESTADO DE MINAS, edição de
26 de fevereiro de 2017, caderno ADMITE-SE
CLASSIFICADOS, coluna MERCADO DE
TRABALHO, página 2).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a
Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de
17 de março de 2017, caderno OPINIÃO,
página 7, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA
DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece
igualmente integral transcrição:
“O
povo merece respeito
O respeito ao povo deve
orientar o processo de reforma da Previdência. É fundamental escutar e
considerar as diferentes perspectivas sobre essa proposta, para que não se
cometam injustiças irreversíveis, um peso opressor sobre os ombros da população,
com sacrifício ainda maior para os mais pobres. Esse diálogo deve envolver, de
fato, os cidadãos, além de incluir entendimentos especializados, políticos e
culturais, tudo balizado pela ética.
Quando
se fala sobre essa “reforma”, obviamente deve-se lembrar de uma demanda
inquestionável que envolve não somente o setor previdenciário, mas também
muitos outros segmentos do Estado. São necessárias, por exemplo, as reformas do
Judiciário, a fiscal e a tributária. Particularmente, uma urgência é a reforma
política, que não avança porque muitos representantes do povo têm medo de
perder privilégios. Há, também, um modo de atuação historicamente viciado na
sociedade, como evidenciam os esquemas de corrupção envolvendo políticos e
outros setores, o que inviabiliza a necessária reforma política. Uma força
perversa que atrasa a superação da crise econômica e impõe verdadeiro caos
social. Por isso mesmo, reconhecer a necessidade inadiável da reforma da
Previdência não significa simplesmente adotar a perspectiva em debate no
Congresso Nacional, encaminhada pelo Executivo, como visão única e hegemônica.
Isso porque há uma crise de credibilidade que atinge os representantes do povo.
Assim,
não se pode desconsiderar a necessidade da reforma previdenciária, em busca de
sustentabilidade e do bem do povo, o que também não significa compreender que o
lugar de quem governa seja o único para definir os parâmetros da discussão.
Embora se reconheça como prerrogativa do Congresso Nacional discutir e aprovar
a proposta de reforma, os parlamentares não podem conduzir o assunto apenas
entre eles. É preciso um amplo debate, incluindo o povo, pois a mudança que se
espera deve acabar com os privilégios de uma minoria, o que envolve os próprios
políticos.
Diante
dos argumentos do governo federal para propor uma reforma previdenciária,
muitos segmentos manifestaram-se contrariamente, dizendo que os dados
apresentados para justificar as alterações constituem “uma farsa”. Há de se
esclarecer esse impasse. Alguns defendem que não existe “rombo da Previdência”.
Outros indicam um preocupante déficit. Onde e com quem está a verdade? Outro
aspecto importante a se considerar refere-se à idade da aposentadoria. Essa
definição considera a complexidade do contexto social e cultural da sociedade
brasileira? São questionamentos que precisam ser respondidos de modo claro,
antes de qualquer passo definitivo na reforma previdenciária.
O
entendimento sobre essas questões só pode ser alcançado a partir de um amplo
debate, para que a reforma não se configure como um posicionamento unilateral e
autoritário, em que representantes eleitos, em vez de defender os direitos do
povo, fazem o contrário. Os parlamentares têm a obrigação moral de discutir o
assunto com suas bases, clarificando todas as dúvidas, até a “última gota”,
desse complexo e delicado tema. Fidelidades partidárias e interesses cartoriais
não podem orientar as ações dos políticos em momento tão decisivo.
Não
haverá sustentabilidade na Previdência Social se forem ignoradas as
necessidades do povo, particularmente de quem é mais pobre e frágil. A
oportunidade dessa reforma precisa ser também a chance para corrigir situações
vergonhosas na sociedade, historicamente organizada para favorecer alguns
grupos, poucos privilegiados, prejudicando uma ampla maioria que não tem a
mesma força no exercício dos poderes. Espera-se que o espírito da Constituição
cidadã de 1988 não seja ferido. Não se pode, por exemplo, agir com “mão de
ferro” ao lidar com os cidadãos comuns e tratar com “luvas de pelica” as
empresas que devem à Previdência.
Agora é
necessário investir nos entendimentos sociais e políticos, bases indispensáveis
para uma nova aragem civilizatória na sociedade brasileira. A reforma da
Previdência que precisa ser feita requer compromisso com a verdade e com a
justiça. Para isso, os processos devem ser pautados no respeito que o povo
merece.”.
Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e
oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança
de nossa história – que é de ética, de
moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras
e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das
potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e
sustentavelmente desenvolvidas...
Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras
cruciais como:
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas, gerando o pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional
(enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja
verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira
incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria;
a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da
participação, da sustentabilidade...);
b) o combate implacável, sem eufemismos e
sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:
I – a inflação, a exigir permanente,
competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares
civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa
de juros do cartão de crédito atingiu em janeiro/2017 a ainda estratosférica
marca de 486,75% nos últimos doze meses,
e a taxa de juros do cheque especial registrou históricos 328,30%; e já o IPCA
também acumulado nos últimos doze meses, chegou a 5,35%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa
promiscuidade – “dinheiro público versus interesses privados”
–, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando
incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a
lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato,
Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso
específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e
que vem mostrando também o seu caráter transnacional; eis, portanto, que todos os valores que vão
sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516
anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios,
malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a
corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar
inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo,
segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a
“... Desconfiança das empresas e das famílias é
grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase
nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos
e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à
ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de
infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de
planejamento...”;
c) a dívida pública brasileira - (interna e
externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para
2017, apenas segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável
desembolso de cerca de R$ 1,722 trilhão,
a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com
esta rubrica, previsão de R$ 946,4
bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar,
sim, até o último centavo;
-
rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
-
realizar uma IMEDIATA, abrangente,
qualificada, independente e eficaz auditoria...
(ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda
a propósito, no artigo Melancolia,
Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente
degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das
contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);
Destarte,
torna-se absolutamente inútil lamentarmos
a falta de recursos diante de tão
descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a
nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a
credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e
regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores
como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias,
hidrovias, portos, aeroportos); a educação;
a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos
sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana
(trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às
commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência
social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas;
polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência,
tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações;
qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –,
transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e
melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre
outros...
São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira
alguma, abatem o nosso ânimo e nem
arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta
grande cruzada nacional pela excelência
educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada,
civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que
possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e
potencialidades com todas as
brasileiras e com todos os
brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários
previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além
de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do
século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da
informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da
sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da
paz, da solidariedade, da igualdade
– e com equidade –, e da fraternidade
universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a
nossa esperança... e perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
- 55
anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...
-
Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
-
ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por
uma Nova Política Brasileira...