“As
trilhas rumo ao espírito
sempre estiveram abertas a todos
A energia crística não
se oculta aos olhos de ninguém, está presente nos menores fatos da vida das
pessoas, indicando-lhes o caminho à Unidade, procurando dissolver a
separatividade e a disputa, fato bem pouco compreendido mesmo entre os seus
pretensos seguidores.
Sua
suprema sabedoria busca despertar nos homens a consciência de que a verdadeira
existência, o Reino, encontra-se além dos limites. A vida do Espírito é o
portal dessa existência e, por caminhos pelo amor infinito, a ela é conduzido o
indivíduo; porém, só aquele que continuamente renuncia à hostilidade própria do
ego consegue cruzar esse portal.
No
transcurso da evolução terrestre, inúmeras vezes um indivíduo é colocado diante
da Verdade, da Lua e da Vida. Em algumas dessas oportunidades que lhe são
oferecidas, consegue romper os densos véus de ilusão que lhe obscurecem a
consciência, evocando do seu mais íntimo núcleo interior uma resposta positiva,
uma abertura e um passo em direção à vida espiritual. Porém, essa ainda frágil
adesão ao chamado interno facilmente é negada quando surgem situações de
provas.
O ser
humano muitas vezes esquece-se de que a manifestação de uma nova existência
requer obras e atos em conformidade com o que ela inspira. As bases dessa nova
só podem emergir em um coração onde o amor transcendeu as expressões pessoais,
em um coração que reconheceu que todo esse amor provém d’Aquele que alenta os
universos e a Ele deve ser oferecido. O homem que se integra a esse amor nada
teme, no céu ou na terra comunga da união com a Fonte, e fatos temporais não
podem usupar-lhe a eternidade.
A
história da Terra, entretanto, revela que o ser humano não compreendeu essas
simples leis espirituais. A influência que os objetos e conceitos materiais
exercem sobre ele é mais forte do que sua fé na providência e misericórdia dos
planos espirituais. Teme pelo efêmero, afastando-se do essencial. Propala sua
crença, porém pouco a confirma em seus atos.
A
pretensa evolução desta humanidade leva-a a supor que se encontra em elevados
estados de consciência e que realizou grandes feitos, porém quantos conseguem
manter-se fiéis à meta interior da sua existência quando acossados pelas forças
da matéria?
Continuamente
a humanidade esteve diante da opção de se integrar à luz e à verdade.
Insistentemente foi chamada a unir-se Àquele que lhe concede a existência;
porém, envolvida com rumores de vozes que lhe prometem prazeres e deleites, não
escutou o Chamado.
Principalmente
nesta época de crise, a grande maioria deixa-se seduzir pelo já corrompido
mundo material e obstinadamente resiste à penetração da energia do Espírito,
cada vez mais abrindo campo para o domínio de coisas não elevadas.
Antes
que a paz se instale no interior de um ser, ele pouco pode contribuir para a
paz no mundo que o cerca. Antes que ele supere o egoísmo, não pode ajudar na
manifestação do amor e da união entre os homens.
Atualmente,
vive-se tempos em que a essência interna de muitos seres clama por entregar-se
a realidades mais profundas. Cristo anunciou: “Saí do Pai e vim ao mundo. Agora
deixo o mundo e volto ao Pai” (João 16,28).
No
entanto, a maior parte da humanidade mantém-se afastada da luz da sabedoria.
Aqueles que verdadeiramente podem compreender o que hoje ocorre no mundo
recolhem-se e dedicam-se a um trabalho silencioso de reequilíbrio da vida
planetária.”.
(TRIGUEIRINHO.
Escritor, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 24 de abril de 2016, caderno O.PINIÃO, página 16).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a
Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 20 de abril
de 2016, caderno OPINIÃO, página 9,
de autoria de ARISTIDES JOSÉ VIEIRA
CARVALHO, médico, mestre em medicina, especialista em clínica médica e em
medicina de família e comunidade, e que merece igualmente integral transcrição:
“Acordo
com o tempo
O imediatismo tomou
conta das nossas vidas. Queremos respostas rápidas: tudo é “para ontem”.
Desconsideramos o valor da espera, da paciência, do amadurecimento que vem com
o tempo. Mário Lago, ator e compositor brasileiro, dizia: “fiz um acordo com o
tempo, nem ele me persegue, nem eu fujo dele. Qualquer dia a gente se encontra
e, dessa forma, vou vivendo intensamente cada momento.” Foi o caminho que ele
encontrou para não se deixar levar pelas cobranças do cotidiano.
Com o
passar dos dias vamos aprendendo que, se partirmos para o confronto com o tempo
“levaremos a pior”, porque perderemos a oportunidade de saborear as respostas
que, lentamente, ele nos traz. A sabedoria de, pacientemente, deixar a vida
fluir e, de forma esperançosa, fazer a parte que nos cabe, permite que as
coisas sigam o seu própria curso.
As
experiências que temos no decorrer dos anos nos encaminham para caminhos
diversos. Com frequência, influenciados pelos princípios morais da nossa
formação, somos levados a querer que as coisas aconteçam do nosso jeito, na
nossa hora, com os resultados que esperamos. Sentimo-nos frustrados e nos
cobramos se o rumo tomado é diferente, o que nos traz sofrimentos muitas vezes
desnecessários. Nos tratamentos de saúde isso acontece com frequência. Aqueles
que conseguem aguardar as respostas das abordagens feitas pelos profissionais
de saúde e do próprio organismo, obtêm melhores resultados. Os que suspendem os
medicamentos e as orientações logo na primeira dificuldade podem se tornar
reféns e vítimas da própria pressa. Com o amor também é assim: se não
aguardarmos com paciência o seu crescimento e amadurecimento, ele não
desabrocha; pode se transformar em admiração, encantamento, menos em amor.
Na
obra intitulada Ardente paciência, do
escritor chileno Antonio Skármeta, que inspirou o filme O carteiro e o poeta, o autor conta a história da amizade entre o
poeta Pablo Neruda e o carteiro Mario Jimenez. O carteiro pede e recebe de Neruda
orientações sobre como escrever poesia. Sua intenção é conquistar o coração de
Beatriz. Há, provavelmente, algumas chaves de leitura nessa obra. Destaco uma
delas: com o tempo, de forma paciente e persistente, o carteiro com seus poemas
conquista o coração de sua amada.
Mas
nem sempre é assim. Muitas vezes o que pretendemos conseguir não nos vem
rapidamente. Há um período longo que pode nos trazer sofrimento e dor, em
virtude dos frequentes questionamentos que fazemos. O poeta Rainer Maria Rilke
diz que precisamos aprender a conviver com as perguntas que nos surgem no dia a
dia e que talvez um dia – quem sabe? – possamos desfrutar das respostas. A
reflexão sobre os seus escritos nos faz pensar em situações que vivenciamos na
família, nas doenças sem diagnóstico ou com diagnósticos sombrios, nas perdas
de pessoas queridas, nas situações desagradáveis e aparentemente inexplicáveis
que nos acontecem. São situações que nos deixam perguntas.
Algumas
vezes somos como o carteiro Mario. Sabemos o que queremos e conseguimos a curto
ou médio prazo o resultado esperado. Outras vezes, só temos perguntas, como diz
Rilke, e nos resta vivê-las, fazendo a nossa parte a cada dia. Seja como for, é
preciso fazer um acordo com o tempo, como dizia Mário Lago.
A
reflexão que podemos fazer ao discutir sobre o tempo é de mesmo com o saber
acumulado somos impacientes, imediatistas e, algumas vezes, inconsequentes.
Queremos viver tudo no agora e a nosso modo. Queremos consumir tudo rapidamente
e antecipar o curso normal das coisas. Apressados que somos, podemos com nossas
palavras e atitudes comprometer relacionamentos e projetos que nos são tão
caros.
O
acordo com o tempo é algo difícil, sofrido, mas é necessário. Não tem nada a
ver com comodismo, nem com passividade. Pelo contrário, reflete a abertura ao
aprendizado que surge com o cotidiano e gera sabedoria e amadurecimento. Se não
nos deixarmos influenciar pelos apelos da correria, da pressa e do imediatismo,
um acordo com o tempo nos permitirá exercitar palavras como diálogo, escuta,
paciência, esperança, aceitação, cuidado, que fazem grande diferença para a
nossa qualidade de vida.”.
Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e
oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança
de nossa história – que é de ética, de
moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e
sustentavelmente desenvolvidas...
Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras
cruciais como:
a)
a educação
– universal e de qualidade –, desde a educação
infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em
pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas
crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –,
até a pós-graduação (especialização,
mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade
absoluta de nossas políticas públicas (enfim, 125 anos depois, a República
proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução
educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do
país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da
justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);
b)
o combate
implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e
mais devastadores inimigos que são: I – a inflação,
a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se
em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco
Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em março a ainda
estratosférica marca de 449,1% para um período de doze meses; e mais ainda em
março, o IPCA acumulado nos doze meses chegou a 9,39%, com os juros do cheque
especial em históricos 300,8%...); II – a corrupção,
há séculos, na mais perversa promiscuidade
– “dinheiro público versus
interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da
vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária
ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da
Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor,
de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é
cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional; eis, portanto, que todos os valores que vão
sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 515
anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios,
malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a
corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar
inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo,
segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a
“... Desconfiança das empresas e das famílias é
grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase
nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses
recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à
ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de
infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de
planejamento...”;
c)
a dívida
pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e
municipal) –, com projeção para 2016, apenas segundo a proposta do
Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,348 trilhão, a título de juros,
encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão
de R$ 1,044 trilhão), a exigir
alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar,
sim, até o último centavo;
-
rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
-
realizar uma IMEDIATA, abrangente,
qualificada, independente e eficaz auditoria...
(ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda
a propósito, no artigo Melancolia,
Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente
degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das
contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);
Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta
de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já
combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de
poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições,
negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à
pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas
e sempre crescentes necessidades de ampliação
e modernização de setores como: a gestão
pública; a infraestrutura (rodovias,
ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada,
esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística
reversa); meio ambiente; habitação;
mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda;
agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência
social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança
pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e
desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer;
turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e
operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade
– “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade,
competitividade); entre outros...
São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira
alguma, abatem o nosso ânimo e nem
arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta
grande cruzada nacional pela cidadania e
qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada,
civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que
possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e
potencialidades com todas as
brasileiras e com todos os
brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários
previstos e que contemplam eventos como a
Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do Pré-Sal, à luz das
exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das
organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas
tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a
nossa esperança... e perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
-
Estamos nos descobrindo através da Cidadania e Qualidade...
-
ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por
uma Nova Política Brasileira...