sexta-feira, 29 de abril de 2016

A CIDADANIA, A LUZ DA ENERGIA ESPIRITUAL E AS CONQUISTAS DO ACORDO COM O TEMPO

“As trilhas rumo ao espírito 
sempre estiveram abertas a todos
        A energia crística não se oculta aos olhos de ninguém, está presente nos menores fatos da vida das pessoas, indicando-lhes o caminho à Unidade, procurando dissolver a separatividade e a disputa, fato bem pouco compreendido mesmo entre os seus pretensos seguidores.
         Sua suprema sabedoria busca despertar nos homens a consciência de que a verdadeira existência, o Reino, encontra-se além dos limites. A vida do Espírito é o portal dessa existência e, por caminhos pelo amor infinito, a ela é conduzido o indivíduo; porém, só aquele que continuamente renuncia à hostilidade própria do ego consegue cruzar esse portal.
         No transcurso da evolução terrestre, inúmeras vezes um indivíduo é colocado diante da Verdade, da Lua e da Vida. Em algumas dessas oportunidades que lhe são oferecidas, consegue romper os densos véus de ilusão que lhe obscurecem a consciência, evocando do seu mais íntimo núcleo interior uma resposta positiva, uma abertura e um passo em direção à vida espiritual. Porém, essa ainda frágil adesão ao chamado interno facilmente é negada quando surgem situações de provas.
         O ser humano muitas vezes esquece-se de que a manifestação de uma nova existência requer obras e atos em conformidade com o que ela inspira. As bases dessa nova só podem emergir em um coração onde o amor transcendeu as expressões pessoais, em um coração que reconheceu que todo esse amor provém d’Aquele que alenta os universos e a Ele deve ser oferecido. O homem que se integra a esse amor nada teme, no céu ou na terra comunga da união com a Fonte, e fatos temporais não podem usupar-lhe a eternidade.
         A história da Terra, entretanto, revela que o ser humano não compreendeu essas simples leis espirituais. A influência que os objetos e conceitos materiais exercem sobre ele é mais forte do que sua fé na providência e misericórdia dos planos espirituais. Teme pelo efêmero, afastando-se do essencial. Propala sua crença, porém pouco a confirma em seus atos.
         A pretensa evolução desta humanidade leva-a a supor que se encontra em elevados estados de consciência e que realizou grandes feitos, porém quantos conseguem manter-se fiéis à meta interior da sua existência quando acossados pelas forças da matéria?
         Continuamente a humanidade esteve diante da opção de se integrar à luz e à verdade. Insistentemente foi chamada a unir-se Àquele que lhe concede a existência; porém, envolvida com rumores de vozes que lhe prometem prazeres e deleites, não escutou o Chamado.
         Principalmente nesta época de crise, a grande maioria deixa-se seduzir pelo já corrompido mundo material e obstinadamente resiste à penetração da energia do Espírito, cada vez mais abrindo campo para o domínio de coisas não elevadas.
         Antes que a paz se instale no interior de um ser, ele pouco pode contribuir para a paz no mundo que o cerca. Antes que ele supere o egoísmo, não pode ajudar na manifestação do amor e da união entre os homens.
         Atualmente, vive-se tempos em que a essência interna de muitos seres clama por entregar-se a realidades mais profundas. Cristo anunciou: “Saí do Pai e vim ao mundo. Agora deixo o mundo e volto ao Pai” (João 16,28).
         No entanto, a maior parte da humanidade mantém-se afastada da luz da sabedoria. Aqueles que verdadeiramente podem compreender o que hoje ocorre no mundo recolhem-se e dedicam-se a um trabalho silencioso de reequilíbrio da vida planetária.”.

(TRIGUEIRINHO. Escritor, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 24 de abril de 2016, caderno O.PINIÃO, página 16).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 20 de abril de 2016, caderno OPINIÃO, página 9, de autoria de ARISTIDES JOSÉ VIEIRA CARVALHO, médico, mestre em medicina, especialista em clínica médica e em medicina de família e comunidade, e que merece igualmente integral transcrição:

“Acordo com o tempo
        O imediatismo tomou conta das nossas vidas. Queremos respostas rápidas: tudo é “para ontem”. Desconsideramos o valor da espera, da paciência, do amadurecimento que vem com o tempo. Mário Lago, ator e compositor brasileiro, dizia: “fiz um acordo com o tempo, nem ele me persegue, nem eu fujo dele. Qualquer dia a gente se encontra e, dessa forma, vou vivendo intensamente cada momento.” Foi o caminho que ele encontrou para não se deixar levar pelas cobranças do cotidiano.
         Com o passar dos dias vamos aprendendo que, se partirmos para o confronto com o tempo “levaremos a pior”, porque perderemos a oportunidade de saborear as respostas que, lentamente, ele nos traz. A sabedoria de, pacientemente, deixar a vida fluir e, de forma esperançosa, fazer a parte que nos cabe, permite que as coisas sigam o seu própria curso.
         As experiências que temos no decorrer dos anos nos encaminham para caminhos diversos. Com frequência, influenciados pelos princípios morais da nossa formação, somos levados a querer que as coisas aconteçam do nosso jeito, na nossa hora, com os resultados que esperamos. Sentimo-nos frustrados e nos cobramos se o rumo tomado é diferente, o que nos traz sofrimentos muitas vezes desnecessários. Nos tratamentos de saúde isso acontece com frequência. Aqueles que conseguem aguardar as respostas das abordagens feitas pelos profissionais de saúde e do próprio organismo, obtêm melhores resultados. Os que suspendem os medicamentos e as orientações logo na primeira dificuldade podem se tornar reféns e vítimas da própria pressa. Com o amor também é assim: se não aguardarmos com paciência o seu crescimento e amadurecimento, ele não desabrocha; pode se transformar em admiração, encantamento, menos em amor.
         Na obra intitulada Ardente paciência, do escritor chileno Antonio Skármeta, que inspirou o filme O carteiro e o poeta, o autor conta a história da amizade entre o poeta Pablo Neruda e o carteiro Mario Jimenez. O carteiro pede e recebe de Neruda orientações sobre como escrever poesia. Sua intenção é conquistar o coração de Beatriz. Há, provavelmente, algumas chaves de leitura nessa obra. Destaco uma delas: com o tempo, de forma paciente e persistente, o carteiro com seus poemas conquista o coração de sua amada.
         Mas nem sempre é assim. Muitas vezes o que pretendemos conseguir não nos vem rapidamente. Há um período longo que pode nos trazer sofrimento e dor, em virtude dos frequentes questionamentos que fazemos. O poeta Rainer Maria Rilke diz que precisamos aprender a conviver com as perguntas que nos surgem no dia a dia e que talvez um dia – quem sabe? – possamos desfrutar das respostas. A reflexão sobre os seus escritos nos faz pensar em situações que vivenciamos na família, nas doenças sem diagnóstico ou com diagnósticos sombrios, nas perdas de pessoas queridas, nas situações desagradáveis e aparentemente inexplicáveis que nos acontecem. São situações que nos deixam perguntas.
         Algumas vezes somos como o carteiro Mario. Sabemos o que queremos e conseguimos a curto ou médio prazo o resultado esperado. Outras vezes, só temos perguntas, como diz Rilke, e nos resta vivê-las, fazendo a nossa parte a cada dia. Seja como for, é preciso fazer um acordo com o tempo, como dizia Mário Lago.
         A reflexão que podemos fazer ao discutir sobre o tempo é de mesmo com o saber acumulado somos impacientes, imediatistas e, algumas vezes, inconsequentes. Queremos viver tudo no agora e a nosso modo. Queremos consumir tudo rapidamente e antecipar o curso normal das coisas. Apressados que somos, podemos com nossas palavras e atitudes comprometer relacionamentos e projetos que nos são tão caros.
         O acordo com o tempo é algo difícil, sofrido, mas é necessário. Não tem nada a ver com comodismo, nem com passividade. Pelo contrário, reflete a abertura ao aprendizado que surge com o cotidiano e gera sabedoria e amadurecimento. Se não nos deixarmos influenciar pelos apelos da correria, da pressa e do imediatismo, um acordo com o tempo nos permitirá exercitar palavras como diálogo, escuta, paciência, esperança, aceitação, cuidado, que fazem grande diferença para a nossa qualidade de vida.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a educação – universal e de qualidade –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em março a ainda estratosférica marca de 449,1% para um período de doze meses; e mais ainda em março, o IPCA acumulado nos doze meses chegou a 9,39%, com os juros do cheque especial em históricos 300,8%...); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 515 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com projeção para 2016, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,348 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,044 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a   Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do Pré-Sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- Estamos nos descobrindo através da Cidadania e Qualidade...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por uma Nova Política Brasileira...  




   

          

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