“Poder
da equidade
Este mês comemora-se o
Dia Global do Empreendedorismo Feminino. Criada em 2014, a data merece uma
celebração pelas conquistas já alcançadas, mas também pede reflexões sobre a
importância do aumento da presença feminina para o desenvolvimento socioeconômico
mundial. Dados do relatório “Situação da População Mundial 2017”, do Fundo de
População das Nações Unidas (UNFPA), apontam que a promoção da igualdade de
gênero poderia somar US$ 28 trilhões ao PIB global. Mesmo representando metade
da população mundial, a participação das mulheres na força de trabalho, nos
cargos de liderança e no PIB global ainda não acompanha essa proporção.
Quando
lembramos que há apenas 30 anos, com a Constituição de 1988, as mulheres
brasileiras foram reconhecidas como iguais perante os homens em direitos e
deveres é que enxergamos como são recentes algumas das mais importantes
conquistas femininas. Mas avançamos rápido: segundo o último relatório Global
Entrepreneurship Monitor (GEM), em parceria com o Sebrae, as brasileiras
correspondem a 51% dos empreendimentos em fase inicial do país. Embora sejam
responsáveis por mais da metade das empresas abertas, a participação delas cai
para 14,3% quando falamos de negócios estabelecidos, dado que revela que as
empreendedoras encontram mais obstáculos que os homens para que seus negócios
prosperem. Uma das causas é a falta de autoestima financeira, fator apontado em
pesquisas como limitador do empreendedorismo feminino. Ocorre quando, mesmo com
dinheiro ‘em caixa’, algumas mulheres não se apropriam do universo financeiro
em suas vidas ou empresas. Costumam delegar a gestão financeira por falta de
afinidade, experiências e referências, por achar se tratar de um território
masculino.
Analisar
os erros e acertos deste percurso pode orientar os próximos passos da jornada.
Quem já percebeu a importância de incentivar a participação da mulher na
economia, fornecendo ferramentas para seu desenvolvimento dentro de uma
companhia ou liderando sua própria empresa, entende o quanto esse movimento é
sustentável. Diversas instituições dedicam-se a transformar esse cenário, pois
acreditam nos benefícios de um ambiente de trabalho mais inclusivo.
Analisando
apenas o gênero, quando comparadas com as demais, as companhias com práticas
avançadas de equidade apresentaram probabilidade de 21% maior de ter margem
Ebit superior, além de possibilidade 27% de criar valor no longo prazo, de
acordo com o estudo “Diversidade como alavanca de performance”, divulgado pela
Mckinsey em 2018. E não se trata apenas de resultado financeiro, mas também de
impacto positivo, já que negócios femininos são reconhecidos por possuir maior
engajamento social.
Dar
visibilidade ao tema, inspirando inclusive a participação das novas gerações,
oferecer ferramentas para que as mulheres assumam de forma confortável a gestão
financeira de seus negócios, além de incentivar o trabalho em rede, por meio de
parcerias que possibilitem uma visão estratégica, são aspectos fundamentais
para fomentar o tem no Brasil. A soma de todos esses fatores leva ao
empoderamento das mulheres e seus impactos positivos entre todos, um movimento
poderoso que precisa de muita energia, união entre empresas e sociedade civil e
força para alcançar a tão sonhada equidade.”.
(DENISE HILLS,
superintendente de sustentabilidade e negócios inclusivos do Itaú Unibanco, e MARIA JOSÉ TONELLI, coordenadora do
programa Aceleração Itaú Mulher e empreendedora na FGV, em artigo publicado no
jornal ESTADO DE MINAS, edição de 1º
de dezembro de 2018, caderno OPINIÃO,
página 7).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a
Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição,
caderno e página, de autoria de MARIA
DAS GRAÇAS MURICI, professora, doutoranda em gestão de tecnologia, transformações
digitais nas organizações da Escola de Ciência da Informação da UFMG, e que
merece igualmente integral transcrição:
“Transformações
digitais
As transformações
digitais em curso nos países, organizações e cotidiano das pessoas envolvem mudanças
decorrentes de tecnologias digitais, biológicas e de materiais. Como um
tsunami, provocam impactos sistêmicos, profissionais e pessoais. Inovação,
aprendizagem veloz, mentes abertas e colaboração são chaves mestras.
Civilizações
anteriores não conheceram facilidades e desafios do mundo contemporâneo para a
comunicação a distância e interconectividade. Em ritmo exponencial e não
linear, a revolução digital combina tecnologias com mudanças econômicas,
sociais e individuais. Reuniões são realizadas por WhattsApp, Skype, Facetime e
outras plataformas, softwares, aplicativos digitais que disponibilizam dados,
imagens e voz em tempo real. A comunicação dos acontecimentos ocorre de forma
simultânea, com o uso da internet, satélites e sensores integrados.
A
Netflix substitui televisão para muitos. Usuários são gestores de suas escolhas
de entretenimento e protagonistas de histórias nas redes sociais. Comunicações
de humanos com robôs têm sido frequentes para prestação de serviços. Consultas
são marcadas/avaliadas por sistemas; cirurgias realizadas a distância; livros
comprados, armazenados e lidos em meio digital. Mudou o conceito de possuir com
Airbnb, Uber, Facebook. Automóveis, bicicletas e imóveis são alugados apenas
quanto utilizados. Cidades inteligentes, agricultura autônoma, transformações
nos modelos de negócios estão em construção. A moeda sem lastro em ouro circula
em ambiente virtual e mais de mil criptomoedas são comercializadas em
plataformas blockchain confiáveis. Empresa avançam na substituição de
atividades operacionais por robôs e softwares. Profissões têm sido criadas,
novas oportunidades de trabalho para profissionais qualificados.
Alguns
negam as transformações como se o fato de colocar vendas sobre os olhos fará a
realidade desaparecer. Outros, com otimismo cego, não avaliam os desafios
éticos envolvidos. Alguns ignoram os fatos. A escolha é do indivíduo social que
cria e vive essa realidade e que, historicamente, pode utilizar tecnologias
para prosperidade e benefícios da sociedade. Há plasticidade do cérebro para
aceitar mudanças cognitivas nas atitudes, ações e intenções.
Dados
qualificados, organizados, integrados, disponibilizados em tempo real atendem a
necessidades de usuários e geram informações relevantes para análises, predição
e tomada de decisões. Tecnologias como computação em nuvem, inteligência
artificial, big data/analytics, internet das coisas, robótica, computação
quântica, drones, realidade aumentada, impressão 3D, veículos autônomos,
nanotecnologia, nanoengenharia, indústria 4.0, internet 5G e outras transformam
a realidade vivida a cada fração de segundo. Estudo da International Data
Corporation (IDC) prevê que, em 2021, pelo menos 50% do PIB global será
digitalizado.
Na
educação, transformações ocorrem com o ensino a distância. Pesquisas através de
palavras-chave, por autores e assuntos, por meio de voz, imagens ou de texto
são realizadas com assistentes pessoais, no Google, Wikipédia, YouTube,
portais, sites, blogs, documentos e plataformas de publicações científicas.
Metodologias educacionais combinam conteúdos com jogos digitais, realidade
virtual, aplicativos, softwares, aprendizagem de máquina, realidade aumentada,
robótica e plataformas inteligentes. Mas a estratégia de diferenciação consiste
no desenvolvimento de competências dos estudantes, evitar conteúdos obsoletos e
focar na efetiva aprendizagem experenciada. Mudanças de políticas públicas,
propósitos, currículos, metodologias educacionais e espaços favorecem que
estudantes aprendam conhecimentos, habilidades, atitudes necessárias para
profissões atuais e que ainda não existem. Pontes para enfrentar desafios
atuais e futuros devem ser construídas por governos, organizações e cidadãos.
As oportunidades são múltiplas e requerem atenção e conhecimento interdisciplinar.
Segundo
relatório do Fórum Econômico Mundial, de outubro de 2018, com o uso de
inteligência artificial e robótica serão criados 58 milhões de novas ocupações
profissionais nos próximos cinco anos, o que ultrapassa o número de funções que
poderão ser extintas. Profissões emergentes relacionam-se com transformações
digitais e habilidades humanas que máquinas não realizam.
O
século 21 requer aprendizagem contínua e veloz, mentes abertas para mudanças,
ação colaborativa e maturidade moral. Mas, também, desligar-se das telas e
olhar o céu e as estrelas.”.
Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e
oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança
de nossa história – que é de ética, de
moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e
sustentavelmente desenvolvidas...
Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras
cruciais como:
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas, gerando o pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional
(enfim, 128 anos depois, a República proclama o que esperamos seja
verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira
incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria;
a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da
democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b) o combate implacável, sem eufemismos e
sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:
I – a inflação, a exigir permanente,
competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares
civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa
de juros do cartão de crédito atingiu em setembro a ainda estratosférica marca
de 278,69% nos últimos doze meses, e a
taxa de juros do cheque especial se manteve em históricos 301,36%; e já o IPCA,
em outubro, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,56%); II – a
corrupção, há séculos, na mais
perversa promiscuidade – “dinheiro público versus interesses privados”
–, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando
incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária
ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da
Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor,
de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é
cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional; eis, portanto, que todos os valores que vão
sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518
anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios,
malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a
corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar
inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo,
segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a
“... Desconfiança das empresas e das famílias é
grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase
nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses
recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à
ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de
infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de
planejamento...”;
c) a dívida pública brasileira - (interna e
externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para
2018, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos
Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e
insuportável desembolso de cerca de R$
1,847 trilhão (52,4%), a título de juros, encargos, amortização e
refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,106 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega,
do direito e da justiça:
- pagar,
sim, até o último centavo;
- rigorosamente,
não pagar com o pão do povo;
-
realizar uma IMEDIATA, abrangente,
qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda
a propósito, no artigo Melancolia,
Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente
degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das
contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).
Destarte,
torna-se absolutamente inútil lamentarmos
a falta de recursos diante de tão
descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a
nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a
credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e
regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores
como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias,
hidrovias, portos, aeroportos); a educação;
a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos
sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana
(trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às
commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência
social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas;
polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência,
tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações;
qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –,
transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e
melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre
outros...
São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira
alguma, abatem o nosso ânimo e nem
arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta
grande cruzada nacional pela excelência
educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada,
civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e
desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas
riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos
os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos
bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de
infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à
luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização
das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas
tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a
nossa esperança... e perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
57 anos
de testemunho de um servidor público (1961 – 2018)
-
Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
-
ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por
uma Nova Política Brasileira ...
- Pela
excelência na Gestão Pública ...
- Pelo
fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares
do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e,
ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria
da vocação ...
Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou
asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...
E
P Í L O G O
CLAMOR
E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador e Legislador, fonte de infinita
misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra
sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios,
injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da
dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.