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sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

A CIDADANIA E O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

“Gestão do terceiro setor

Transparência, sustentabilidade, gestão profissional. São palavras muito usadas ultimamente quando falamos em organizações sociais. Há poucos anos o parceiro principal das organizações sociais eram as pessoas físicas. Ainda hoje, grupo significativo de pessoas de bom coração continua apoiando as mais diversas atividades e organizações. Essas pessoas se davam por satisfeitas em acompanhar os resultados de seu apoio, por meio de cartas de agradecimento e visitas esporádicas. Ao lidar com empresas e poder público, surgiu a necessidade dos relatórios de atividades e das prestações de contas financeiras. A transparência passou a ser uma necessidade e, mais que isso, um aval para a organização de sua boa administração. Há muito tempo é público e notório que as instituições sociais trabalham com grupo restrito de pessoal e resultados superlativos. Que com pouco recurso, trabalho dedicado e comprometido obtêm impactos relevantes em suas atuações.

Agora, com as ferramentas de gestão, toda essa expertise adquirida se tornou reconhecida e muitas vezes premiada. A otimização no uso dos recursos, os indicadores usados para medir com clareza o impacto resultante das ações executadas junto ao público atendido e a toda a comunidade têm possibilitado a ampliação do número de parceiros. A Fundação Dom Cabral, a sexta melhor escola de negócios do mundo, se aliou às organizações sociais e está criando uma metodologia para aplicar as ferramentas utilizadas no mundo empresarial, de acordo com a necessidade e a linguagem do terceiro setor. Atitude louvável, que permitirá às instituições consolidar suas práticas administrativas por meio da experiência de um grupo de profissionais altamente qualificados.

Acompanhando as novas ferramentas de gestão, busquemos a qualificação continuada dos profissionais que atuam no terceiro setor, ainda um ponto crítico para nós e que muitas vezes dificulta tanto a administração quanto a execução eficaz dos projetos. Não basta apenas uma boa formação acadêmica. É necessário um olhar diferenciado, pois os resultados que geramos são vidas transformadas, comunidades mais proativas e sustentáveis. Prevemos um novo tempo, quando potencializaremos nosso saber fazer com muito amor, respeito humano, dedicação e comprometimento, utilizando instrumentos especialmente desenvolvidos para promover o desenvolvimento das comunidades vulneráveis, formadas por pessoas que necessitam apenas de uma oportunidade para mostrar seu valor.”
(SOLANGE BOTTARO, Superintendente da organização social Missão Ramacrisna, em artigo publicado no Jornal ESTADO DE MINAS, edição de 25 de dezembro de 2010, Caderno OPINIÃO, página 9).

Mais uma IMPORTANTE e também OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 26 de dezembro de 2010, Caderno MEGACLASSIFICADOSTRABALHO E FORMAÇÃO PROFISSIONAL, Coluna MERCADO DE TRABALHO, página 2, de autoria de JÚLIO CÉSAR VASCONCELOS, Consultor organizacional & professional coach, que merece igualmente INTEGRAL transcrição:

“Desenvolvimento sustentável

Recentemente, tive a oportunidade de tomar conhecimento da missão de uma grande multinacional brasileira, estampada de maneira brilhante em seu site na internet: “Transformar recursos minerais em riqueza e desenvolvimento sustentável”. Belíssimo! Parabéns aos responsáveis! Mas, surgiram-me então algumas perguntas que quiseram se calar: afinal, o que significa desenvolvimento sustentável? Será que esse conceito está realmente internalizado por essa e outras empresas que o estampam em letras garrafais em outdoors nas avenidas e nos portões das fábricas? Vale a pena refletir um pouco sobre o assunto para o estabelecimento de uma visão crítica embasada.

Em primeiro lugar, precisamos entender o conceito de stakeholders, visto que este está diretamente relacionado ao conceito de sustentabilidade. Stakeholders são todos os públicos que se relacionam com uma empresa, ou seja, acionistas, empregados, comunidade, igrejas, entidades de classe, ONGs etc. Empresas que realmente investem em desenvolvimento sustentável são fortemente preocupadas com o impacto que geram sobre esses atores nas regiões onde estão localizadas e tomam ações efetivas para eliminar ou amenizar esses impactos.

Em segundo lugar, é necessário resgatar outro conceito, denominado Triple Botton Line, lançado pelo consultor britânico John Elkington em 1998, fundador da conceituadíssima ONG Sustainability. O Triple Botton Line está embasado na tese de que qualquer organização que persiga o desenvolvimento sustentável tem que se pautar em três pilares fundamentais: o econômico, o social e o ambiental, formando assim uma espécie de tripé da sustentabilidade. A inexistência de qualquer um desses pilares radicalmente incorporado na filosofia da organização a desclassifica como uma empresa que pratica a sustentabilidade.

Para entender melhor o conceito, reflitamos sobre os três pilares. Comecemos pela questão econômica. Contrariamente ao que muitos pensam, o objetivo principal de uma empresa, na sua essência, não é gerar lucros para seus proprietários, por mais que insistam os administradores financeiros, mas sim contribuir para o bem-estar social dos seus stakeholders no meio onde está localizada. Gerar lucro, embora estritamente necessário para a sobrevivência de qualquer empresa, não é e não pode ser seu objetivo principal.

Vejamos como isso deve funcionar na prática. Uma instituição de ensino, por exemplo. Sua missão não pode ser simplesmente gerar retorno financeiro para seus proprietários, e sim contribuir sistematicamente para o desenvolvimento cultural da sociedade. Certamente, com essa missão, o lucro automaticamente surgirá como resultado. Instituições que trabalham com salas superlotadas, com uma péssima infraestrutura e sem a mínima preocupação com a qualidade do ensino ofertado não podem ser consideradas sustentáveis. E olhem que tenho vistos muitas por aí com belíssimas missões estampadas.

Na mesma linha, a missão de uma empresa de mineração ou indústria, qualquer que seja, tem que estar relacionada à melhoria da qualidade de vida da sociedade. Evidentemente, sem excluir com isso a necessidade de sua lucratividade. Empresas que colocam seus empregados convivendo com péssimas condições de trabalho, baixos salários, sonegam, poluem e degradam o meio ambiente, com certeza não podem ser chamadas de sustentáveis. E olhem que, infelizmente, tenho também visto muitas por aí subindo no pódio e se proclamando como sustentáveis...

Na verdade, os três pilares do Triple Botton Line têm que caminhar juntos. Por mais que queiram provar em contrário os ecologistas e humanitários extremados, foco somente nos aspectos ambientais e sociais, sem o foco nos aspectos econômicos, é sinal de falência, desemprego, desastre social na prática. Por sua vez, foco somente nos aspectos econômicos e ambientais, sem foco nos aspectos sociais, é sinal de miséria, impacto negativo nos resultados. Finalmente, foco somente nos aspectos econômicos e nos sociais, sem preocupações ambientais, é sinal de catástrofe, autodestruição de maneira gradativa e irretornável.

Trabalhar com o foco nos aspectos econômicos, sociais e ambientais não é só uma questão de legislação, mas de crenças e valores internalizados, de consciência da importância desses fatores para a própria sobrevivência e da humanidade. A mídia nos traz informações várias comprovando de maneira concreta este enunciado. Recentemente a British Petroleum viu suas ações despencarem violentamente na Bolsa de Valores depois da catástrofe ambiental no Golfo do México e está correndo o risco de ser fechada. A Mina de Ouro San Esteban no Chile, que teve seus mineiros soterrados por questões de falta de segurança e péssimas condições de trabalho, corre o mesmo risco e está sendo publicamente execrada. A Usina Ajkai Timfoldgyar, da empresa MAL Rt., na Hungria, após o estouro de uma barragem de lama tóxica, está com seus dias contados...

Uma verdade inconveniente está no ar!...esperemos que a consciência, a sabedoria e a lucidez alcancem os píncaros e possamos em breve mudar essa nossa dura realidade.”

Eis, pois, mais páginas eivadas de PONDERAÇÕES e REFLEXÕES acerca da IMPERIOSA necessidade de MUDANÇA RADICAL no nosso modo de SER e TER, o que nos MOTIVA e nos FORTALECE nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, QUALIFICADA, LIVRE, SUSTENTAVELMENTE DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que permita a PARTILHA de suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para eventos como a COPA DO MUNDO DE 2014, a OLIMPÍADA DE 2016 e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO XXI, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um mundo da PAZ e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...