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sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A FORÇA DA CULTURA COWORKING E A UNIVERSALIDADE DO COMBATE À CORRUPÇÃO

“Coworking: comodidade e comunidade
        Há 11 anos, o jovem americano Brad Neuberg abriu as portas do apartamento que dividia com mais três amigos, na cidade de São Francisco, para que profissionais da área de tecnologia pudessem trabalhar e compartilhar experiências em um ambiente colaborativo. Para definir o espaço, Brad usou o termo coworking, criado anos antes pelo escritor Bernie Dekoven.
         Ele ainda não sabia, mas havia acabado de desenvolver um conceito que iria ultrapassar as fronteiras americanas e se espalhar por todo o mundo. Os espaços colaborativos fizeram com que startups e empreendedores individuais tivessem mais autonomia, garantindo ambientes confortáveis de trabalho, baixo custo e, principalmente, networking. Isso cresceu tanto que atualmente até as grandes empresas buscam os coworkings para alocar seus colaboradores.
         Muitos me perguntam quais as vantagens de procurar os espaços colaborativos de trabalho e, sempre ao responder, me vem à cabeça os 2C – comodidade e comunidade. Em um primeiro momento, isso pode parecer meio vago, mas na verdade essas são as principais vantagens de estar dentro de um coworking. A comodidade se deve, primeiramente, pelo fato de você estar em um ambiente de trabalho moderno e feito para valorizar as pessoas. Eu sempre ressalto que o maior bem de qualquer negócio são as pessoas. Isso faz todo o sentido dentro de um coworking, já que tudo é desenhado para facilitar a interação entre os profissionais que lá estão.
         Os diferentes ambientes são propícios para elevar o potencial humano em todos os sentidos e, ao mesmo tempo, faz com que a pessoa se sinta em casa, já que é lá que passará a maior do seu dia. Outro fato positivo é estar dentro de um espaço com todas as facilidades de um escritório, como recepcionista, telefone e salas para reuniões e recreação, entre outras coisas, e tudo isso administrado por terceiros, a um custo muito mais baixo do que ter um local próprio.
         Já a comunidade é o fator que mais me encanta. Digo isso, pois a cada novo coworking que surge nasce também uma extensa rede de relações que serão fundamentais para o desenvolvimento de negócios e, principalmente, de pessoas. Nos corredores dos coworkings são fechados volumes grandiosos de negócios e isso é natural em um ambiente especialmente criado para favorecer a comunicação e o contato.
         Um fato curioso e que ajuda a explicar o crescimento dos coworkings em todo o mundo é a diversidade de pessoas que ocupam esses espaços. Isso faz com que essa extensa rede funcione como um ecossistema complexo onde, no final, todos saem ganhando por causa das relações lá estabelecidas. Esse é um dos fatores que me fazem cada vez mais acreditar nesses ambientes. Desde que entrei nesse negócio, em 2012, procuro sempre promover ações que aproximem cada vez mais as pessoas.
         Claro que poderia enumerar outros fatores para falar das vantagens de estar dentro dos espaços de trabalho colaborativos, mas comodidade e comunidade são os fatores essenciais para o despertar de novas possibilidades. A cultura coworking seguirá se fortificando nesses dois pilares e a tendência é que tenha nos próximos anos cada vez mais adeptos!”.

(JORGE PACHECO. CEO e fundador da Plug, pioneira na cultura de coworkings no Brasil, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 20 de dezembro de 2016, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no jornal FOLHA DE SÃO PAULO, edição de 14 de dezembro de 1994, caderno OPINIÃO, de autoria de MODESTO CARVALHOSA, 62, advogado, e presidente do Tribunal de Ética da OAB-SP (Ordem dos Advogados do Brasil de São Paulo) e membro da Comissão Especial da Presidência da República encarregada das investigações sobre corrupção no Executivo, e que merece igualmente integral transcrição:

“Por uma política contra a corrupção
        ‘Os países formulam e executam políticas para tudo, menos para a corrupção’ Michael Skol, subsecretário de Estado norte-americano.
            A posse do governo Fernando Henrique Cardoso, dentro de poucos dias, traz sempre a questão do enfoque que os sucessivos governos dão ao tema corrupção.
         O consistente programa do novo presidente, lançado em publicação de 300 páginas, apesar de demonstrar competência e experiência no setor da administração pública, faz apenas algumas menções esporádicas ao problema, e sempre com linguagem delicada para não ferir os sentimentos dos cidadãos.
         Nota-se que o problema da corrupção administrativa é timidamente colocado naquele documento em meio a outras prioridades de desenvolvimento social, que retiram a força do fenômeno em si, cuja gravidade se encontra estampada diariamente em todos os jornais do país.
         Esse escapismo a uma abordagem corajosa do tema é tendência universal.
         Os governos evitam o enfrentamento do trato do fenômeno da corrupção, negando o quanto possível a sua existência no seio da administração, por instinto de conservação do prestígio da classe política e do próprio sistema de democracia.
         Em consequência, mesmo aqueles governos de relevante probidade somente tomam providências administrativas quando surgem escândalos de grande porte, que afetam e mobilizam a opinião pública.
         Ocorre que a corrupção constitui um fenômeno permanente e estrutural que, nas suas multiplicidades e sofisticadas formas, sobrevive no organismo estatal mesmo quando os governantes respectivos são reconhecidamente probos.
         Como pudemos colher das intervenções dos diversos países do Grupo do Rio, reunidos em Quito nos fins de outubro, em torno da probidade administrativa, a corrupção é um fenômeno sistêmico, que demanda o estabelecimento de uma política ampla e profunda, cuja formulação, de curto, médio e longo prazos, deve ter a mesma preferência e metodologia dedicadas às áreas sociais críticas.
         Por isso a consciência do caráter permanente desse delito no seio do Estado demanda que se formule e execute uma política de governo sobre o mesmo.
         E por se tratar a corrupção de um sistema altamente sofisticado, que opera com dinâmica própria no seio das administrações, devem os governos declarar sua disposição de combate-la, admitindo e apontando essas características autônomas e, assim, criando uma convicção, junto à opinião pública, de que o fenômeno não é episódico, factual ou necessariamente decorrente da improbidade pessoal de determinados mandatários ou governos.
         E a criação dessa mentalidade junto à cidadania possibilita que se viabilize a forma mais efetiva de combate, qual seja, o controle social sobre os atos e contratos administrativos e suas conexões com o mundo político. Nesse passo o programa FMC aponta caminhos, ao tratar da parceria Estado-sociedade, sem, no entanto, chegar a aprofundar o tema da improbidade.
         Outro aspecto relevante, levantado na reunião de Quito, foi o da exportação do fenômeno. Os países criam corrupção ao financiarem recursos externos. Nesses casos a concessão de empréstimos é sempre vinculada à contratação de obras, serviços e produtos do país emprestador, inibindo a realização de concorrência aberta internacional e a participação de concorrentes internos.
         Essa operação permite que um pequeno grupo de empresas do país financiador adjudique os contratos, com significativo sobrepreço. Nesse processo são oferecidas propinas aos políticos e funcionários envolvidas na operação. Disso decorre que o país financiado paga um valor dobrado ou triplicado das obras ou serviços, exaurindo os cofres públicos.
         Seja, portanto, no plano interno como no de colaboração internacional, a vontade política é fundamental na instituição de mecanismos de combate à corrupção sistêmica.
         Deve-se, portanto, admitir claramente que a ética pública é uma questão de Estado e não de governo.
         E, com essa perspectiva, a cidadania tem de ser chamada para tomar o seu papel de controlador social nessa luta, imbuindo-se de um senso ético que possa se transformar em pressão e exigência de conduta por parte dos governos, em todos os níveis.
         A propósito, não há mais que discutir sobre o peso da corrupção administrativa e política sobre a situação de miséria em que se encontram os grandes contingentes populacionais da América Latina. O desperdício de bilhões de dólares anuais nas práticas de sobrepreço, financiamentos vinculados, desvio de verbas, contratação de obras não-prioritárias (muitas vezes não executadas), subornos e demais formas da apropriação de recursos públicos para fins privados estabelecem o estado de desperdício dos recursos que deveriam ser alocados para as áreas sociais prioritárias.
         Deve, assim, ser elevado o combate à corrupção administrativa em nível de prioridade mediante o estabelecimento de políticas que possam fazer com a modernização do Estado não reverta a favor de determinados grupos e interesses privados.
         Outrossim, nesse conclave do Grupo do Rio, foram ressaltados os efeitos desastrosos que a corrupção sistêmica traz para o esforço de se estabelecer maior governabilidade em nossos países. Nesse âmbito, a ausência de partidos verdadeiramente institucionais demanda um controle social o mais próximo possível do exercício da função pública.
         Ademais, foi ressaltado que a corrupção, além de afetar o quadro social e a governabilidade, impede o estabelecimento da livre concorrência, pela imposição de preços viciados em setores fundamentais, impedindo a modernização das relações econômicas.
         Não há razões e nem tempo a perder. Devem os governos, ainda nesta década, enfrentar com políticas apropriadas o problema da corrupção e seu inevitável produto, a miséria.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em outubro a ainda estratosférica marca de 475,8% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial  registrou históricos 328,9%; e já em novembro o IPCA acumulado também nos últimos doze meses chegou a 6,99%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com projeção para 2016, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,348 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,044 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- 55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por uma Nova Política Brasileira...