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quarta-feira, 22 de maio de 2019

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A FORÇA CRIATIVA DO COWORKING E A LUZ E OS DESAFIOS DA SUPERAÇÃO DA POBREZA NA SUSTENTABILIDADE


“Gigantes rendem-se aos espaços de coworking
        Quando se fala em espaço de coworking, em geral se espera que esse local seja destinado apenas a startups e empresas de alta tecnologia. Mas o cenário que observamos no mercado é justamente o oposto. Nos últimos anos, o conceito de coworking tem se transformado em grandes hubs de inovação e importantes espaços de networking. E essa tendência tem chamado cada vez mais a atenção dos gigantes do mundo corporativo. Oracle, Carrefour e Unilever são alguns exemplos importantes desse movimento.
         Mas, afinal, por que grandes empresas como essas, com estabilidade financeira, logística e facilities bem definidas e sedes estruturadas, têm se alocado em espaços de coworking? A melhor resposta para essa dúvida se dá com uma outra pergunta: por que não investir em um ambiente compartilhado?
         A aproximação e networking é o primeiro e principal benefício para uma grande empresa se estabelecer em espaços como esses. Estar no coworking significa uma facilidade para criar conexões entre startups e grandes players, e, consequentemente, gerar novos negócios. A Oracle, por exemplo, possui um espaço próprio para inovação, o Oracle Innovation Lab.
         A variedade de segmentos e tamanhos de companhias presentes nos coworkings é outro fator que influencia nas relações entre ambas as partes. Esse espaço é um grande propiciador de conexões, o que gera uma troca muito interessante. As soluções mais inovadoras podem surgir de conversas assim.
         Outra questão importante é a praticidade que os coworkings geralmente oferecem. Custos operacionais bem reduzidos, facilidades burocráticas e auxílio em facilities diversas, como o pagamento de contas e a manutenção de equipamentos e internet, fazem com que grandes empresas optem por espaços compartilhados. A ideia é evitar “dores de cabeça” o máximo possível.
         A personalização de espaços, como no caso do conceito “built to suit”, também traz vantagens significativas para as gigantes corporativas. Dessa forma, os espaços menores podem ser personalizados de acordo com a cultura da empresa e as suas necessidades.
         Outra característica é que as grandes companhias têm procurado esse tipo de serviço para equipes remotas. Por exemplo, quando uma área cresce muito, é mais vantajoso mover esse time para um espaço pronto para isso do que realocar toda a equipe. O mesmo acontece quando surge a necessidade de colocar uma equipe trabalhando rapidamente.
         Portanto, acredito que esse seja um movimento sem volta e que vá, na verdade, ganhar ainda mais força. A união de gigantes com as startups deve ditar o ritmo da economia criativa nos próximos anos e estamos prontos para ela.”.

(RENATO AURIEMO. CEO da Co.W, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 12 de maio de 2019, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 30 de janeiro de 2019, mesmo caderno e página, de autoria de JOSÉ PIO MARTINS, economista e reitor da Universidade Positivo, e que merece igualmente integral transcrição:

“Pobreza e educação
        O Brasil é um país pobre. Pelo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) publicado pela Organização das Nações Unidas (ONU), o Brasil está na posição 79 entre 171 países. Dividindo a produção nacional pela população, o produto por habitante por habitante aqui equivale a um quinto do que é nos Estados Unidos. A explicação sobre por que um país se desenvolve e outro se mantém no atraso e na pobreza, ainda que em condições naturais parecidas, não é simples e nem é fácil. Um desafio da ciência econômica tem sido formular uma teoria que consiga explicar as bases e as leis do desenvolvimento econômico.
         Até a Revolução Industrial (1750-1830), a sobrevivência humana era retirada da terra e dos recursos naturais, e as obras do pensamento explicavam a produção de riqueza basicamente a partir da contribuição da natureza. Até então, não havia crescimento do produto por habitante, todo crescimento advinha do crescimento da população. Após o surgimento do motor a vapor, do trem de ferro e das máquinas industriais, os estudiosos começaram a examinar a contribuição dos bens de capital na produção e na produtividade do trabalho.
         A segunda revolução industrial moderna (1870-1900) nos deu o motor a combustão interna, a indústria do petróleo e a eletricidade, fez a produtividade explodir e gerou o assombroso crescimento econômico dos países que adotaram as novas tecnologias e o novo modo de produção. Foi por volta da metade do século 19 que surgiu o conceito de subdesenvolvimento, para identificar as nações que miravam o novo padrão de consumo, não conseguiam assimilar o novo modo de produção e tinham padrão de bem-estar aquém do alcançado pelas nações adiantadas.
         Com o prosseguimento do progresso da ciência e da tecnologia, a partir dos anos 1900, o processo produtivo começou a demandar trabalhadores mais qualificados, e foi necessário aumentar a abrangência da educação básica e do treinamento profissional. Nos anos 1950, foram aprofundados os estudos sobre a contribuição da educação para o aumento da produtividade e para o crescimento econômico. Foi quando se descobriu que o fator educação passou a contribuir mais para a produtividade do que os recursos materiais.
         De lá para cá, todos os países que se desenvolveram e desfrutam de elevado padrão de vida investiram pesadamente na educação básica, em primeiro lugar, e na educação profissional superior, na sequência. Quando eu era estudante do curso de ciências econômicas, ouvi discursos de professores que, embora eu fosse inexperiente, me pareciam muito estranhos. Eles diziam que a universidade não devia educar para o mercado, pois isso seria mercantilizar a educação, mas sim formar cidadãos críticos e reflexivos.
         Eu, que tinha o objetivo de adquirir uma profissão e me qualificar para progredir na carreira e no salário, certo dia confrontei um professor que demonizava o mercado, dizendo-lhe: o mercado nada mais é do que o encontro de alguém com uma necessidade com alguém que tem a solução; de um homem com fome com ouro que produz feijão; de uma pessoa com inflamação no corpo com outro que sabe curar. Ora, se meu curso não me habilitar a ser bom profissional, ele não me serve frente à minha maior carência: fugir da pobreza.
         Atualmente, a superação da pobreza depende de elevado nível de educação básica, boa formação profissional obtida em curso superior ou técnico, além da atualização constante diante da evolução da ciência e da tecnologia. Isso vale para o indivíduo e vale para a nação. Apesar das dificuldades na elaboração de uma teoria completa sobre as causas do desenvolvimento, o mundo já conhece os fatores essenciais do progresso material e do bem-estar que dele decorre.
         A educação não é o único fator a determinar o desenvolvimento, mas é o principal. Há outros fatores, como os naturais, os sociais, os políticos e o sistema econômico. É claro, também, que a educação tem o papel de educar o indivíduo para a cidadania, que é a maneira como nos relacionamos com a natureza, o meio ambiente, os semelhantes e a sociedade, mas o papel inicial e essencial da educação, especialmente a superior, é prover o estudante de uma profissão para ser bem-sucedido em um mundo complexo e de mudanças constantes.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 129 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em março a ainda estratosférica marca de 299,45% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou em históricos 322,74%; e já o IPCA, em abril, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,94%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2019, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,422 trilhão (43,6%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 758,672 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...      

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.



   
  
 


segunda-feira, 6 de agosto de 2018

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, OS BELOS DESAFIOS DOS NÔMADES DIGITAIS E A TRANSCENDÊNCIA DO TRABALHO NA SUSTENTABILIDADE


“Nômades digitais
        A revolução decorrente da onipresença das tecnologias digitais está progressivamente alterando elementos essenciais do mundo do trabalho e modificando as formas como moramos e como convivemos. Expressões dessas mudanças são os novos espaços urbanos delas decorrentes. Entre eles surgem, com grande destaque, as experiências de coworking e de coliving.
         Coworking, de forma resumida, traduz um novo ambiente de trabalho, a partir do qual pequenas empresas e profissionais autônomos se relacionam com seus clientes, seus fornecedores e estabelecem laços entre si. São espaços democráticos compartilhados que permitem o desenvolvimento dos mais variados projetos sem as burocracias e as hierarquias dos escritórios convencionais e sem padecer do isolamento chamado home office.
         O sucesso do coworking não decorre somente de criatividade, mas, fundamentalmente, do fato de que migramos de um modelo econômico, social e ambiental que demandava profissionais especialistas para um novo cenário, em que o principal predicado é a flexibilidade. Ter flexibilidade também é ter disponibilidade de migrar de uma cidade para outra, bem como a habilidade de executar as tarefas em ambientes semelhantes aos que os espaços coworking oferecem.
         Por sua vez, os espaços coliving representam o estado da arte do hábito humano de viver em comunidade, desde as eras mais longínquas. Atualmente, nesta etapa da história, há uma tendência em se questionar se ainda vale a pena manter uma moradia particular, com altos gastos e pouca socialização. Surge a alternativa de derrubar paredes, enfrentando a crise da falta de espaços físicos, e questionar os ideais de individualização e a falta de racionalidade dos modelos vigentes.
         O conceito de coliving que estimula a integração, a sustentabilidade e o espírito de colaboração, remonta ao início da década de1970, com a experiência dinamarquesa do cohousing saettedammen. Tratava-se de uma comunidade com 35 famílias, na Dinamarca, onde as moradias permaneciam privadas e os demais espaços de convivência e atividades, como refeições e limpeza de ambientes, eram compartilhados, com o objetivo de estimular o relacionamento entre vizinhos. Ainda que em outro contexto, o coliving apresenta algum nível de semelhança com as tradicionais repúblicas de estudantes, resguardadas suas diferenças de tempos e propósitos.
         A combinação do coworking com o coliving estimula que trabalho, relacionamentos e entretenimento sejam frutos de compartilhamento sem barreiras e fronteiras estanques. Lar, escritório e clube num pacote único, somado ao fato de que podemos migrar a cada mês, semestre ou ano de um ambiente para outro, a milhares de quilômetros, sem burocracia ou perda de tempo com novos ajustes. Considerando que a tendência nas atividades profissionais inclui não somente a diversidade de ocupações, mas também a multiplicidade de oportunidades de moradias em cidades distintas, denominou-se esta geração movida a coworkings e colivings de “nômades digitais”.
         É ainda um pouco cedo, talvez ingênuo, para termos uma opinião definitiva sobre os deslocamentos dessas novas maneiras de viver. Por enquanto, sabemos apenas que esses nômades digitais aparentam estar felizes. Quem viver, verá.”.

(RONALDO MOTA. Chanceler da Estácio, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 28 de julho de 2018, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 4 de maio de 2018, mesmo caderno e página, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“Trabalhar e reconstruir
        O cenário desafiador do desemprego aflige milhões de famílias, atrasa o desenvolvimento nacional e causa graves prejuízos. Para superar essa situação, passo importante é compreender que os conceitos de trabalho e trabalhador vão muito além de indicadores econômicos. É preciso considerar o trabalho de cada cidadão, em articulação com iniciativas nas famílias, comunidades e na sociedade, para que o país conquiste novos rumos e seja alcançado um novo patamar sociocultural, com repercussões positivas na economia. Em meio à crise que atinge frontalmente os trabalhadores, convém resgatar, para além de teorizações, o sentido inegociável do trabalho humano – atividade que remete à reconstrução e à qualificação da sociedade.
         Gerar empregos é urgência reconhecidamente inegável, principalmente quando se tem visão global sobre a importância do trabalho. A doutrina social da Igreja Católica, incontestável referência na defesa e promoção da dignidade humana, oferece muitas contribuições nesse sentido. A doutrina considera que homem e mulher, feitos à imagem e semelhança de Deus, são inseridos na magnífica criação com o dever de cultivar e proteger a Terra, compromisso de fé e, ao mesmo tempo, respeito ao genuíno sentido de humanidade. Somente o ser humano tem a prerrogativa e a condição para gerenciar a obra de Deus. Esse pressuposto torna possível reconhecer: o trabalho é elemento constituinte de todas as pessoas, que se realizam, forjando a própria identidade transcendente e vocacional, a partir de um ofício.
         Por isso – entende a doutrina social da Igreja –, o trabalho representa dimensão fundamental da existência. Trata-se de caminho para participar da obra da criação, é expressão da plena humanidade ao longo da história. Com essa convicção, tem-se a clareza, também, de que cada ofício não pode ser contaminado por comodismos, preguiça, ou mesmo pela falta de responsabilidade na realização das próprias tarefas – posturas que comprometem o desenvolvimento integral. O trabalho é um direito e necessidade, permite o sustento e a realização pessoal, social e política, mas também é dever de todos.
         Ninguém pode sentir-se no direito de não trabalhar, ou de executar mal as próprias atribuições. O trabalho humaniza, desenvolve o sentimento de corresponsabilidade, de pertencimento à sociedade. Perceba que trabalhar tem duas dimensões: a objetiva e a subjetiva. A primeira relaciona-se ao processo produtivo, enquanto o sentido subjetivo diz respeito ao agir de cada indivíduo – capaz de contribuir com projetos necessários à promoção do bem de todos.
         O trabalho em significação muito maior do que os recursos materiais e técnicos mobilizados para o exercício de determinada função, indo além do que se produz. Relaciona-se, também, com as contribuições de cada pessoa em diferentes âmbitos e integra a interioridade dos indivíduos. Quando se considera o mundo do trabalho, fundamental é priorizar a condição humana, para evitar enrijecimentos que façam prevalecer os interesses parciais, contrários ao bem comum. A dimensão social do trabalho é um chamado para que as pessoas se unam em uma grande rede comprometida com o próximo e com a sociedade.
         Reconhecer essa dimensão social muito contribui para lidar com questões variadas, a exemplo da complexa relação entre capital e trabalho. Cada trabalhador passa a ser compreendido não apenas como instrumento para obtenção do lucro, mas como importante agente na reconstrução da sociedade. Quando se percebe o valor subjetivo do trabalho, a ecologia integral – que nunca exclui o ser humano – torna-se parâmetro dos projetos e ações.
         Todos reconheçam: a intervenção humana diária nas obras da criação, via trabalho, é sagrada. Precisa ser instrumento de Deus para fazer desabrochar o bem e a justiça. A todos seja garantido o direito ao exercício sagrado do trabalho digno. E a cada pessoa que tem o seu ofício, uma convocação: vamos trabalhar, incansavelmente, para construir um novo mundo a partir do amor.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 128 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em junho a ainda estratosférica marca de 291,88% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial em históricos 304,94%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,39%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2018, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,847 trilhão (52,4%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,106 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
56 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2017)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...      

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador e Legislador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios,
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.









sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A FORÇA DA CULTURA COWORKING E A UNIVERSALIDADE DO COMBATE À CORRUPÇÃO

“Coworking: comodidade e comunidade
        Há 11 anos, o jovem americano Brad Neuberg abriu as portas do apartamento que dividia com mais três amigos, na cidade de São Francisco, para que profissionais da área de tecnologia pudessem trabalhar e compartilhar experiências em um ambiente colaborativo. Para definir o espaço, Brad usou o termo coworking, criado anos antes pelo escritor Bernie Dekoven.
         Ele ainda não sabia, mas havia acabado de desenvolver um conceito que iria ultrapassar as fronteiras americanas e se espalhar por todo o mundo. Os espaços colaborativos fizeram com que startups e empreendedores individuais tivessem mais autonomia, garantindo ambientes confortáveis de trabalho, baixo custo e, principalmente, networking. Isso cresceu tanto que atualmente até as grandes empresas buscam os coworkings para alocar seus colaboradores.
         Muitos me perguntam quais as vantagens de procurar os espaços colaborativos de trabalho e, sempre ao responder, me vem à cabeça os 2C – comodidade e comunidade. Em um primeiro momento, isso pode parecer meio vago, mas na verdade essas são as principais vantagens de estar dentro de um coworking. A comodidade se deve, primeiramente, pelo fato de você estar em um ambiente de trabalho moderno e feito para valorizar as pessoas. Eu sempre ressalto que o maior bem de qualquer negócio são as pessoas. Isso faz todo o sentido dentro de um coworking, já que tudo é desenhado para facilitar a interação entre os profissionais que lá estão.
         Os diferentes ambientes são propícios para elevar o potencial humano em todos os sentidos e, ao mesmo tempo, faz com que a pessoa se sinta em casa, já que é lá que passará a maior do seu dia. Outro fato positivo é estar dentro de um espaço com todas as facilidades de um escritório, como recepcionista, telefone e salas para reuniões e recreação, entre outras coisas, e tudo isso administrado por terceiros, a um custo muito mais baixo do que ter um local próprio.
         Já a comunidade é o fator que mais me encanta. Digo isso, pois a cada novo coworking que surge nasce também uma extensa rede de relações que serão fundamentais para o desenvolvimento de negócios e, principalmente, de pessoas. Nos corredores dos coworkings são fechados volumes grandiosos de negócios e isso é natural em um ambiente especialmente criado para favorecer a comunicação e o contato.
         Um fato curioso e que ajuda a explicar o crescimento dos coworkings em todo o mundo é a diversidade de pessoas que ocupam esses espaços. Isso faz com que essa extensa rede funcione como um ecossistema complexo onde, no final, todos saem ganhando por causa das relações lá estabelecidas. Esse é um dos fatores que me fazem cada vez mais acreditar nesses ambientes. Desde que entrei nesse negócio, em 2012, procuro sempre promover ações que aproximem cada vez mais as pessoas.
         Claro que poderia enumerar outros fatores para falar das vantagens de estar dentro dos espaços de trabalho colaborativos, mas comodidade e comunidade são os fatores essenciais para o despertar de novas possibilidades. A cultura coworking seguirá se fortificando nesses dois pilares e a tendência é que tenha nos próximos anos cada vez mais adeptos!”.

(JORGE PACHECO. CEO e fundador da Plug, pioneira na cultura de coworkings no Brasil, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 20 de dezembro de 2016, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no jornal FOLHA DE SÃO PAULO, edição de 14 de dezembro de 1994, caderno OPINIÃO, de autoria de MODESTO CARVALHOSA, 62, advogado, e presidente do Tribunal de Ética da OAB-SP (Ordem dos Advogados do Brasil de São Paulo) e membro da Comissão Especial da Presidência da República encarregada das investigações sobre corrupção no Executivo, e que merece igualmente integral transcrição:

“Por uma política contra a corrupção
        ‘Os países formulam e executam políticas para tudo, menos para a corrupção’ Michael Skol, subsecretário de Estado norte-americano.
            A posse do governo Fernando Henrique Cardoso, dentro de poucos dias, traz sempre a questão do enfoque que os sucessivos governos dão ao tema corrupção.
         O consistente programa do novo presidente, lançado em publicação de 300 páginas, apesar de demonstrar competência e experiência no setor da administração pública, faz apenas algumas menções esporádicas ao problema, e sempre com linguagem delicada para não ferir os sentimentos dos cidadãos.
         Nota-se que o problema da corrupção administrativa é timidamente colocado naquele documento em meio a outras prioridades de desenvolvimento social, que retiram a força do fenômeno em si, cuja gravidade se encontra estampada diariamente em todos os jornais do país.
         Esse escapismo a uma abordagem corajosa do tema é tendência universal.
         Os governos evitam o enfrentamento do trato do fenômeno da corrupção, negando o quanto possível a sua existência no seio da administração, por instinto de conservação do prestígio da classe política e do próprio sistema de democracia.
         Em consequência, mesmo aqueles governos de relevante probidade somente tomam providências administrativas quando surgem escândalos de grande porte, que afetam e mobilizam a opinião pública.
         Ocorre que a corrupção constitui um fenômeno permanente e estrutural que, nas suas multiplicidades e sofisticadas formas, sobrevive no organismo estatal mesmo quando os governantes respectivos são reconhecidamente probos.
         Como pudemos colher das intervenções dos diversos países do Grupo do Rio, reunidos em Quito nos fins de outubro, em torno da probidade administrativa, a corrupção é um fenômeno sistêmico, que demanda o estabelecimento de uma política ampla e profunda, cuja formulação, de curto, médio e longo prazos, deve ter a mesma preferência e metodologia dedicadas às áreas sociais críticas.
         Por isso a consciência do caráter permanente desse delito no seio do Estado demanda que se formule e execute uma política de governo sobre o mesmo.
         E por se tratar a corrupção de um sistema altamente sofisticado, que opera com dinâmica própria no seio das administrações, devem os governos declarar sua disposição de combate-la, admitindo e apontando essas características autônomas e, assim, criando uma convicção, junto à opinião pública, de que o fenômeno não é episódico, factual ou necessariamente decorrente da improbidade pessoal de determinados mandatários ou governos.
         E a criação dessa mentalidade junto à cidadania possibilita que se viabilize a forma mais efetiva de combate, qual seja, o controle social sobre os atos e contratos administrativos e suas conexões com o mundo político. Nesse passo o programa FMC aponta caminhos, ao tratar da parceria Estado-sociedade, sem, no entanto, chegar a aprofundar o tema da improbidade.
         Outro aspecto relevante, levantado na reunião de Quito, foi o da exportação do fenômeno. Os países criam corrupção ao financiarem recursos externos. Nesses casos a concessão de empréstimos é sempre vinculada à contratação de obras, serviços e produtos do país emprestador, inibindo a realização de concorrência aberta internacional e a participação de concorrentes internos.
         Essa operação permite que um pequeno grupo de empresas do país financiador adjudique os contratos, com significativo sobrepreço. Nesse processo são oferecidas propinas aos políticos e funcionários envolvidas na operação. Disso decorre que o país financiado paga um valor dobrado ou triplicado das obras ou serviços, exaurindo os cofres públicos.
         Seja, portanto, no plano interno como no de colaboração internacional, a vontade política é fundamental na instituição de mecanismos de combate à corrupção sistêmica.
         Deve-se, portanto, admitir claramente que a ética pública é uma questão de Estado e não de governo.
         E, com essa perspectiva, a cidadania tem de ser chamada para tomar o seu papel de controlador social nessa luta, imbuindo-se de um senso ético que possa se transformar em pressão e exigência de conduta por parte dos governos, em todos os níveis.
         A propósito, não há mais que discutir sobre o peso da corrupção administrativa e política sobre a situação de miséria em que se encontram os grandes contingentes populacionais da América Latina. O desperdício de bilhões de dólares anuais nas práticas de sobrepreço, financiamentos vinculados, desvio de verbas, contratação de obras não-prioritárias (muitas vezes não executadas), subornos e demais formas da apropriação de recursos públicos para fins privados estabelecem o estado de desperdício dos recursos que deveriam ser alocados para as áreas sociais prioritárias.
         Deve, assim, ser elevado o combate à corrupção administrativa em nível de prioridade mediante o estabelecimento de políticas que possam fazer com a modernização do Estado não reverta a favor de determinados grupos e interesses privados.
         Outrossim, nesse conclave do Grupo do Rio, foram ressaltados os efeitos desastrosos que a corrupção sistêmica traz para o esforço de se estabelecer maior governabilidade em nossos países. Nesse âmbito, a ausência de partidos verdadeiramente institucionais demanda um controle social o mais próximo possível do exercício da função pública.
         Ademais, foi ressaltado que a corrupção, além de afetar o quadro social e a governabilidade, impede o estabelecimento da livre concorrência, pela imposição de preços viciados em setores fundamentais, impedindo a modernização das relações econômicas.
         Não há razões e nem tempo a perder. Devem os governos, ainda nesta década, enfrentar com políticas apropriadas o problema da corrupção e seu inevitável produto, a miséria.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em outubro a ainda estratosférica marca de 475,8% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial  registrou históricos 328,9%; e já em novembro o IPCA acumulado também nos últimos doze meses chegou a 6,99%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com projeção para 2016, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,348 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,044 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- 55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por uma Nova Política Brasileira...