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quinta-feira, 8 de outubro de 2009

A CIDADANIA DESFAZ AS TEIAS DA CORRUPÇÃO

“Ando assombrado, com medo do amanhã, pela falta de seriedade no Brasil. Parece-me que a contaminação atinge os diversos agregados que compõem o corpo do País, sem exceção. Nesta consideração, não observo apenas a normal presença dos antígenos sempre ativos na sociedade humana. Refiro-me a quadro patológico aterrorizante onde bacilos da incorreção preponderam sobre os anticorpos da saúde moral. Chegamos a um ponto em que muitas reservas éticas sucumbiram, transmudando-se em agentes numerosos do que costumavam condenar. Encontramo-nos em processo contínuo de deteriorização dos padrões de comportamento que identificam as sociedades preocupadas com a seriedade. Tudo serve de justificativa para que se preserve o quadro dissoluto que a maioria aceita, ou acompanha sem indignação, as práticas que generalizam e aprofundam a realidade a realidade degradante.”
(HINDEMBURGO PEREIRA DINIZ, Presidente do Conselho Consultivo do Condomínio dos Associados, in Falta seriedade, artigo publicado no Jornal ESTADO DE MINAS, Caderno OPINIÃO, página 7, de 11 de abril de 2001).

Outra OPORTUNA e IMPORTANTE contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo também publicado no Jornal ESTADO DE MINAS, mesmo local e data acima, desta vez de autoria de OCTACÍLIO PAULA SILVA, Professor da UFMG:

“Corrupção endêmica

Nosso Código Penal comina como “corrupção ativa”, no art. 333: “Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público, para determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício”; e “corrupção passiva”, art. 317, mais ou menos a mesma coisa, sendo porém o ato delituoso passivo, de “solicitar ou receber”. Trata-se de cominação “stricto sensu”, de origem burguesa para delinqüente barato, sem qualquer poder ou arte. A corrupção “lato sensu”, ao contrário, é mais abrangente, perniciosa, dissimulada, resistente, crônica e danosa ao erário. Instala-se no Brasil sobretudo na média para a alta administração pública e, escudada na influência política e posição social, sente-se intocável. A fiscalização da imprensa e da opinião pública dirige-se mais à alta administração (escândalos) e esta não sabe realmente o que se passa mais abaixo, em face da burocracia ou da falta de controle. O conceito de anormalidade é sociológico, dependendo do entendimento predominante no grupo social. Assim, criou-se entendimento tolerante de comportamento administrativo capaz de tornar normal todo tipo de favoritismo, ainda que ilegal ou aético, desde que tenha aparência de legalidade.

Enquanto não se introduzir na escola básica noções de respeito à “res publica”, em nível acima dos interesses individuais, tudo será em vão. Nossos administradores são, em regra, políticos ou indivíduos influentes, ambiciosos, carreiristas e divorciados da noção do bem-servir-desinteressado. Ainda que muitos possam ser bem intencionados, acabam corrompidos pelas facilidades paternalistas. Mesmo porque não o seria na concepção grupal predominante. A coisa é tão complicada que um ministro, por exemplo, dificilmente colocaria em um cargo importante pessoa realmente vocacionada e independente, tamanha seria a dificuldade de sua sustentação, porque suas atitudes destoariam do “normal” reinante, de modo que ele acabaria por passar, no mínimo, por “exótico”, “excêntrico”, ou “maluco”, e nunca “moralizador”.

Nossas carreiras públicas estão cheias de membros “brilhantes” que se promoveram jovens e rapidamente, a maioria mais vocacionada para lustrar as cadeiras dos gabinetes dos órgãos superiores. Quando em cargos de direção, eles são pouco imunes às insinuantes prodigalidades da corrupção paternalista. Na verdade o seu ideal resume-se no “status” dos cargos elevados, na posição social e na riqueza, anseio comum dos medíocres. Por isso, o mal renova-se, alastra-se e persiste como endemias nos organismos institucionais.

Os que estão sendo pegos são das altas esferas e abusaram demais da sensação de impunidade. Já é um alento! Maiores êxitos, porém, dependem de ampla mudança de atitude e renovação dos quadros públicos. A repressão desse tipo hábil e disfarçado de crime será uma conseqüência.”

Merece grifo: “MAIORES ÊXITOS, PORÉM, DEPENDEM DE AMPLA MUDANÇA DE ATITUDE E RENOVAÇÃO DOS QUADROS PÚBLICOS”. Outra coisa não é senão o FORTALECIMENTO da MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE, envolvendo TODOS numa grande CRUZADA NACIONAL para DESFAZERMOS as TEIAS da CORRUPÇÃO e de seu irmão siamês, o DESPERDÍCIO de recursos públicos, de TALENTOS e de OPORTUNIDADES.

Já em PLENA preparação para a COPA DO MUNDO DE 2014 e para as OLIMPÍADAS DE 2016, que o grande VENCEDOR seja EFETIVAMENTE um BRASIL da ÉTICA, da DECÊNCIA, da JUSTIÇA, da LIBERDADE, da PAZ, da PROSPERIDADE e da SOLIDARIEDADE...

É a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA: O BRASIL TEM JEITO!...