“A
harmonia por meio da integração entre mente e coração
A partir dos níveis
internos, elevadas energias espirituais trabalham incessantemente para
favorecer o despertar da luz no interior dos seres humanos. Não visam à
formação de devotos a seguir passivamente suas instruções. Trabalham pelo
desenvolvimento da consciência, pela dinamização do intelecto superior, pelo
crescimento de indivíduos que possam refletir as energias criadoras que guardam
em seu íntimo.
Sobretudo
na época atual, os estímulos que essas elevadas energias vertem sobre o planeta
facilitam a integração entre coração e mente. A compreensão dos fatos da vida,
compreensão não confundida por aparências ou por elementos efêmeros, depende
dessa integração. Quando a sensibilidade para perceber o estado real das
criaturas e do universo e a capacidade organizadora da mente se fundem e se
deixam guiar pela luz interna do coração, a melhor conduta a seguir, a mais
adequada e evolutiva, se revela.
Só
existe uma maneira de a harmonia se estabelecer na face da Terra: a mente e o
coração de cada indivíduo integrarem-se e elevarem-se. Nos níveis superiores da
consciência encontra-se a verdade que considera o bem de todos. Entre os que
atingiram esses níveis não há possibilidade de desentendimento, pois prevalece
a unidade de propósito.
Diante
dos horizontes que essa integração descortina, é preciso estar disposto a
renunciar ao que possa manter a consciência presa a antigas formas de ser e de
compreender. É preciso também abrir mão do hábito de criticar e da tendência a
cristalizar-se em condutas passadas. O processo de fusão da mente e do coração
é libertador: permite constante renovação, constante ampliação do potencial de
serviço aos semelhantes.
Um
número cada vez maior de seres humanos, movidos hoje pelos impulsos de energias
elevadas, superiores, começa a desenvolver essa visão mais universal e
integrada. A interdependência entre os reinos da natureza vai-se tornando para
eles evidente, o que multiplica suas oportunidades de atuar de modo positivo no
estabelecimento de padrões de vida superiores.
À
medida que se elevam, sentem-se insatisfeitos ao perceber a progressiva
deterioração da existência ao redor. Saber que a paz só se estabelecerá sobre a
Terra quando estiver viva na maioria dos homens faz com seus limites se
alarguem e com que busquem compartilhar o que de melhor colhem do mundo
interior.
No
presente período planetário tudo está sendo movido, purificado e renovado para
que se eleve o nível vibratório da Terra. Desde as estruturas mais básicas da
sociedade humana – familiares, econômicas, religiosas e geopolíticas – até as
profundezas dos sentimentos e pensamentos estão sendo sacudidas sob a luz de um
tempo que requer síntese, visão universal, consciência no uso dos recursos que
a natureza oferece.
Aqueles
que no íntimo se percebem prontos para colaborar com a nova vida que se anuncia
mantenham-se atentos sobretudo para não se iludir com a atual desarmonia, característica
das fases de transição. Busquem a síntese dos fatos da vida, interpretando-os a
partir de uma ótica que integra mente e coração, desapegados de padrões
antigos. Busquem dentro de si mesmos o núcleo que conhece a Verdade além das
aparências. E, então, bem alicerçados nele, semeiem pelos campos deste mundo
sua Luz e seu Amor.”
(TRIGUEIRINHO.
Escritor, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 19 de outubro de 2014, caderno O.PINIÃO, página 24).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a
Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 6 de
setembro de 2014, caderno PENSAR, página
3, de autoria de Inez Lemos, psicanalista,
e que merece igualmente integral transcrição:
“Diferenças
ACIRRADAS
O preconceito em
relação ao pobre, gordo, feio, idoso, negro, homossexual, deficiente físico e à
mulher, entre tantas outras formas de discriminação, merece debate. A exclusão
é um traço da estrutura histórica que permeia as sociedades que cresceram sob a
égide da acumulação de capital. Em diferentes períodos do processo histórico, a
moralidade e os códigos éticos funcionaram em nome de uma razão, de uma lógica
construída em nome de interesses ocultos. A maioria dos discursos morais
esconde aspectos extremamente imorais. Contudo, a nossa era revive ondas de
preconceito e intolerância assustadoras.
Muitos
são os exemplos que apontam para o recrudescimento da violência, exemplos de
intolerância que hoje se manifestam nas redes sociais. Interessa investigar a
tendência em detonar as pessoas. Que ódio é esse? A intolerância que assusta é
a do campo pessoal, é um ódio ao indivíduo. Qualquer atitude é uma
justificativa para se jogar sobre o outro a insatisfação e a frustração. Em
tempo de eleições, o debate é permeado por várias formas de preconceito.
Partidos se digladiando nas redes sociais, onde o ódio é destilado numa
demonstração de que, quando se trata de interesses políticos envolvidos,
avançamos pouco.
Os
códigos morais são inventados pelos homens, embora fundamentalistas de várias
religiões se esforcem em afirmar que o discurso da intolerância resulta em
decretos divinos. Hoje, o cenário político no Brasil é disputado entre pastores
– muitos são os candidatos da igrejas evangélicas . Nos anos 1960 a 1980, uma
parte do debate político, na Igreja Católica, contava com a presença das
Comunidades Eclesiais de Base, que, incentivadas pelo teologia da libertação,
lutavam pela promoção da inclusão. Hoje, predomina uma guerra suja com a
presença de pastores homofóbicos e retrógrados. O pensamento obscurantista, em
nome da moral e da manutenção da família, tenta se estabelecer de forma
truculenta. Trata-se de regras elaboradas em torno de interesses de um grupo
que discursa em nome de Deus.
Defender
uma religião ou um partido. Como diferenciar o certo do errado? Valores,
interesses, posturas, crenças. Importa desvendar o que subjaz ao discurso da
intolerância, ao acirramento do preconceito. Quais são as pressões, ambições e
motivações que levam à defesa de um partido ou de uma crença? Geralmente, o
debate sem manipulações e jogos perversos é o melhor caminho. Contudo, num país
comandado, quase sempre por um jornalismo comprometido, uma mídia tendenciosa e
pouco transparente, torna-se impossível. O método da persuasão funciona quando
a maioria dos cidadãos não cultiva o hábito da leitura, não pesquisa e não
gosta de raciocinar a respeito de temas que envolvem a vida do cidadão. Toda
eleição requer reflexão sobre propostas que atendam melhor aos interesses da
maioria. Com a presença maciça da tecnologia, da internet e da televisão, as
escolhas precisam ser elaboradas, debatidas,
analisadas.
CERTO
E ERRADO Qual a participação da mídia, das famílias e das
escolas ao investigar o rancor que tem pautado as relações humanas? Como
debater propostas, condutas e formas de convivência, respeitando o diferente?
Historicamente, as circunstâncias econômicas são as que mais influenciaram o discurso
político e social. Conceitos de certo e errado variam conforme os interesses de
cada época, eles não são naturais ou intuitivos, mas implantados por meio de
pressões – via mídia, partidos ou religiões. Destaco o rancor, a violência
simbólica contra determinadas classes sociais. Agressão aos médicos cubanos, a
moradores de rua, mendigos, jogadores de futebol negros. Comentários preconceituosos
contra cidadãos de baixa renda, que, devido a uma pequena ascensão social, hoje
frequentam ambientes antes exclusivos de uma elite bem nascida e bem-empregada.
Vivenciamos uma crescente onda de violência social contra determinadas etnias e
classes econômicas.
Exemplos
recentes de preconceito contra negros, nordestinos e homossexuais colocaram em xeque o mito do brasileiro cordial
elaborado pelo historiador Sergio Buarque de Holanda, como também a falácia de
uma democracia racial. Para o antropólogo Roberto DaMatta, o preconceito
sempre existiu. Agora ele apenas está mais acirrado pelo fato de as “classes
subalternas” estarem se movimentando. Nunca fomos uma sociedade miscigenada e
harmoniosa. Enquanto o morro estava sob controle, cumprindo a função de reserva
de mão de obra barata, as diferenças não incomodavam. A desigualdade operava
como sustentação da estrutura social que beneficiava as classes economicamente
dominantes.
A
manifestação da violência na esfera pública desvela a face de um país
ressentido e rancoroso diante das perdas, lugar de privilégios. Os programas de
transferência de renda e de cotas para negros, indígenas e alunos de escolas
públicas promoveram a redução da desigualdade social, causando desconforto às
classes abastadas. Na verdade, o brasileiro sempre cultivou o gosto pela
hierarquia social, o que coloca a igualdade de direitos na ordem do
insuportável. A desigualdade, em nossa cultura, sempre foi vista como natural,
e a forma injusta e violenta com que as classes dominantes tratavam os pobres, um direito. Aos filhos
das domésticas e ao porteiro restava um lugar social já definido, enquanto aos
filhos de médicos, herdeiros de uma posição social privilegiada, eram
reservados os melhores cargos no mercado de trabalho.
Para
os fragilizados pela estrutura social injusta, a esperança de mobilidade social
era vista como uma loteria, poucos conquistavam reconhecimento e boas condições
de trabalho. O ódio de deve, muitas vezes, às mudanças operadas por programas
de distribuição de renda que rompem com o gueto social a que o país estava
condenado. Havia uma situação confortável, a concorrência desleal garantia, em
terra, o paraíso sonhado. Mais vagas nos vestibulares e nos empregos. Em casa,
boas empregadas por baixos salários. Com o aumento do poder aquisitivo dos
trabalhadores de baixa renda, uma nova estruturação social surge, o que não é
bem visto pelos conservadores – revoltados com a perda do lugar de distinção
social. Com isso, a inclusão social como fator de luta é hoje uma realidade na
agenda do brasileiro.
Como não
aplaudir os avanços sociais que nos aproximam do Primeiro Mundo? Contudo, o que
temos é um movimento descabido, insano e inconsequente por parte de uma parcela
da população. Muitos, numa postura obscurantista, destilam o ódio diante das
mudanças que rompem a separação geográfica entre negros e brancos, ricos e
pobres. Sem debates nas escolas ou outros fóruns de discussões, que
possibilitam aprofundar as questões envolvidas, dificilmente iremos abandonar o
reducionismo dicotômico – forma banal de analisar o momento histórico em que
vivemos.
Como
reconhecer o outro que sempre esteve distante, o diferente, como igual? Como
aceitá-lo como um concorrente em pé de igualdade? Enquanto o país vivia a
segregação social, a ira estava contida. Na verdade, poucos reconhecem a
importância de corrigir as injustiças sociais causadas pelas classes
economicamente privilegiadas. Oliver Thomson, em A assustadora história da maldade, adverte: “A segunda maior área
de ilusão cumulativa tem sido a justificativa da desigualdade econômica,
resumida no dístico medieval ‘O rico em seu castelo/ O pobre no portão’. O que
começa com uma ética que recompensa diferentes membros de uma sociedade em
diferentes níveis, dependendo do valor de sua contribuição, em geral evolui
para uma indefensável justificação de desigualdades permanentes”.
LÓGICA
Muitas
famílias, escolas e faculdades abandonaram o discurso da ética e da cidadania.
Preferiram, de forma obsessiva, ocupar-se com a preparação para o mercado de
trabalho. Trocaram a lógica dialética pela lógica formal, operacional. O debate
de ideias não ocupa mais as agendas universitárias. Aderiram às pressões do
mundo técnico. Com isso, a educação está abrindo mão do espaço de formadora de
cidadãos, aquela que prepara para uma convivência saudável entre valores
contraditórios e discordantes. A polêmica e o conflito são formas de expansão
do pensamento. O caráter negativo de focarmos apenas as matérias técnicas é o
distanciamento dos jovens em relação à essência humana.
A
maldade não brota do nada. O rancor expõe insegurança, infantilismo, inveja.
Ele é lançado sobre o outro que nos incomoda, provoca. A fúria tenta impedir
que desfrute da posição que conquistou. Mais que ódio, rancor é sentimento que
se guarda e, ao ressurgir, volta a atacar. Educar implica ensinar a ganhar e a
perder. O fracasso é parte da condição humana. No deserto, longe dos bons
sentimentos, a moçada solta os leões exigindo privilégios historicamente
petrificados.”
Eis, portanto, mais páginas contendo importantes,
incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise
de liderança de nossa história – que é de ética,
de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas
educacionais, governamentais, jurídicas,
políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de
modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais
livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente
desenvolvidas...
Assim, urge ainda a efetiva problematização de
questões deveras cruciais como:
a) a
educação – universal e de qualidade –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade
absoluta de nossas políticas públicas;
b) o
combate implacável, sem eufemismos e
sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:
I – a inflação, a exigir permanente,
competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares
civilizados, ou seja, próximos de zero; II – a corrupção, há séculos, como um câncer a se espalhar por todas as
esferas da vida nacional – na perversa lógica do “dinheiro público versus
interesses privados”), gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de
vária ordem; III – o desperdício, em
todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos,
indubitavelmente irreparáveis;
c) a
dívida pública brasileira, com
projeção para 2014, segundo o Orçamento Geral da União, de astronômico e
intolerável desembolso de cerca de R$ 1
trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos
(apenas com esta rubrica, previsão de R$
654 bilhões), a exigir igualmente uma imediata, abrangente, qualificada e
eficaz auditoria...
Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão
descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a
nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais contundente ainda, afeta
a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e
regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores
como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias,
hidrovias, portos, aeroportos); a educação;
a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos
sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana
(trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às
commodities; sistema financeiro nacional;assistência social; previdência
social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas;
polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência,
tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações;
qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –,
transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade, criatividade,
produtividade, competitividade); entre outros...
São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que,
de maneira alguma, abatem o nosso ânimo nem
arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta
grande cruzada nacional pela cidadania e
qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada,
civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, desenvolvida e
solidária, que permita a partilha de suas extraordinárias e generosas
riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos
os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos
bilionários previstos e que contemplam eventos como a Olimpíada de 2016; as
obras do PAC e os projetos do pré-sal, à luz das exigências do século 21, da
era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do
conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um
possível e novo mundo da justiça, da
liberdade, da paz, da igualdade – e com
equidade –, e da fraternidade
universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a
nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!...
O
BRASIL TEM JEITO!...