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sexta-feira, 31 de março de 2017

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, O PODER DE CADA RECOMEÇO E O IMPRESCINDÍVEL RESGATE DA CREDIBILIDADE NA SUSTENTABILIDADE

“Começar de novo
       A vida é feita de recomeços. Em nossa cultura, repetimos com frequência que devemos “nascer de novo”, “ressurgir das cinzas”, “dar a volta por cima”. Todas essas expressões convidam-nos à resiliência. Não devemos nos abater. Precisamos seguir em frente, “levantar a cabeça” e aprender com as oportunidades que a vida nos dá.
          O recomeço faz parte das concepções mais bonitas que temos. Entretanto, requer coragem. Implica sair da situação de conforto e mudar de rota. Há uma concepção que se generalizou e ganhou um sentido preocupante entre nós ao dizer que “as pessoas não mudam”. Certamente, há mudanças que são mais difíceis ou impossíveis (genéticas, hereditárias), mas as mudanças relacionais e de perspectivas em relação ao viver podem e devem ocorrer. Na verdade, elas sucedem com frequência. Essa é uma das belezas da vida. Se fosse sempre a mesmice, seria um tédio. O filósofo pré-socrático Heráclito afirmava que estamos em constante mudança.
          Quando, por insegurança ou medo, abraçamos a rigidez e damos uma direção única e previsível às nossas condutas e decisões, perdemos as oportunidades de mudar e de crescer. Precisamos de flexibilidade e, sobretudo, de sensibilidade para perceber os ensinamentos que os dias nos trazem. Por vezes, aceitamos novos caminhos e encontramos barreiras e resistências por parte de pessoas mais próximas ou queridas, o que torna mais difícil novas escolhas e mudanças.
          Cabe dizer que nem toda mudança significa crescimento. Observamos isso na política e nas gestões públicas e privadas, quando são instituídas mudanças que desconhecem não são indiferentes aos caminhos percorridos, aos avanços alcançados. Essas mudanças, muitas vezes causadas pela vaidade ou pela incompetência, não têm nada de benéfico. Pelo contrário, na grande maioria das vezes, significam retrocesso e sofrimento para muitos. Políticos e gestores precisam pensar nisso antes de ignorar e desvalorizar as conquistas históricas, algumas delas feitas a duras penas pelos seus antecessores, profissionais e população.
          Na perspectiva das relações interpessoais, o recomeço é necessário quando a mágoa, a frieza e a indiferença passam a predominar. Nesses casos, o caminho pode ser curto ou longo – vai depender – para o renascimento de relações mais humanizadas. Isso é frequente no ambiente familiar, na comunidade ou no trabalho. As estratégias de diálogo, de escuta, respeito e valorização do outro são muito importantes para o ressurgimento de uma convivência mais saudável e digna. Com certeza, não é tarefa fácil, mas necessária.
          Na relação amorosa, o recomeço é muito importante. Começa de novo e redescobrir o outro, é fundamental, assim como rediscutir e reinventar novos espaços para a relação. Por outro lado, nos caos em que a interação, por várias razões, não deu certo e se está iniciando uma nova vida a dois, começar de novo implica se dar a oportunidade e o direito de construir um novo relacionamento e ser feliz. É triste – e um tanto absurdo – constatar que, mesmo com os avanços nas discussões éticas e humanísticas, há grupos socioculturais e religiosos que ainda apresentam resistência e/ou restrições aos casais em segunda união.
          No decorrer dos dias, algumas situações – perdas de pessoas queridas, frustrações por motivos diversos, desencontros e desencantos – nos convidam a rever o rumo que estamos dando às nossas vidas. Nesses momentos, precisamos estar abertos para acolher e refletir sobre novos caminhos e muitas vezes, a recomeçar.
          Começar de novo será sempre uma experiência de reencontros e de paz à medida que tomamos a decisão em favor da vida e redescobrimos, nas escolhas realizadas, a alegria de viver e conviver numa sociedade de pessoas livres e com dignidade.”.

(ARISTIDES JOSÉ VIEIRA CARVALHO. Médico, mestre em medicina, especialista em clínica médica e em medicina da família e comunidade, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 25 de março de 2017, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 31 de março de 2017, mesmo caderno e página, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“Resgate da credibilidade
       A crise de credibilidade que impacta diferentes instituições na sociedade contemporânea exige a participação de todos na busca por soluções – de igrejas a pequenos produtores, incluindo, obviamente, grandes empresários e os três poderes da República. A credibilidade é um importante bem em todas as instituições. A Igreja Católica, por exemplo, deve continuamente aprimorar seus serviços religiosos, sociais e educacionais, primando pela credibilidade. O compromisso principal da Igreja é, em todas as ações, proclamar a palavra de Deus, fonte perene de valores, dos parâmetros éticos e morais que devem guiar todos os trabalhos. Nessa missão, cada pessoa que se dedica aos muitos serviços da Igreja deve se empenhar para aperfeiçoar processos e procedimentos e, assim, continuamente, qualificar o trabalho prestado ao povo de Deus. Assim é possível contribuir para que muitos cultivem a fé e colaborem, decisivamente, na construção de uma sociedade mais justa.
          Sem credibilidade, a Igreja não pode desempenhar a sua missão. E, do mesmo modo, as diferentes instituições precisam da credibilidade, ou vão amargar prejuízos. Caso exemplar e recente é a crise no mercado a partir das denúncias da Operação Carne Fraca. Estabeleceu-se um clima de insegurança que afetou negativamente esse setor, com reflexo nos indicadores da economia brasileira. Prova de que a credibilidade é mesmo um bem precioso. Quando perdido, compromete os resultados e os serviços prestados. Por isso, sublinha-se a responsabilidade cidadã, nas diferentes atividades, de sempre cultivar e preservar esse bem.
          Instituições e segmentos diversos pagarão caro toda vez que seus representantes agirem fora dos parâmetros da honestidade, transparência e do altruísmo. E para recuperar a credibilidade, é preciso percorrer um longo caminho. Por isso, cada pessoa deve ser verdadeira no que faz e fala. Não se avançará sem o “ouro” da credibilidade. Conquistá-la e fortalecê-la deve ser a meta de todos. Isso implica agir com lisura nos mais diferentes  processos. Um compromisso de primeira grandeza.
          Há de se despertar o gosto pelos parâmetros que sustentam a credibilidade. Quem é verdadeiro e honesto abre mão de privilégios. Esse é que deve assumir a linha de frente. Como Diógenes, com a lanterna na mão, precisa inspirar todos a cultivar esse valor. Importante nesse caminho é superar um péssimo hábito que contamina o tecido da cultura: considerar elogiável quem consegue o que quer valendo-se de trapaças e mentiras.
          Assim, todos são convocados para uma autoavaliação com o objetivo de identificar atitudes que ameacem a credibilidade das instituições. Essa é uma tarefa inadiável para renovar o fundamento da cultura. Agir com seriedade é condição para que a sociedade alcance o patamar que já deveria ter conquistado. Nas mãos de cada um está a chance de renovar as instituições. Para isso, que todos se empenhem no resgate desse importante bem.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)    a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em fevereiro/2017 a ainda estratosférica marca de 481,46% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial registrou históricos 326,96%; e já o IPCA também acumulado nos últimos doze meses, chegou a 4,76%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)    a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2017, apenas segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,722 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 946,4 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- 55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por uma Nova Política Brasileira...