“A
elevação da nossa consciência
a outros planos de vida
Informação
e conhecimento são coisas diferentes. Uma informação sobre a vida espiritual,
por exemplo, só nos poderá levar ao verdadeiro conhecimento desses fatos quando
houver em nós intenção de nos transformarmos, receptividade para o novo e fé. É
a fé que nos proporciona a coragem de penetrar algo inédito. Sem ela, a
possibilidade de chegarmos ao conhecimento fica bloqueada, pois é pela fé que
compreendemos ser verdadeira uma informação ainda não comprovada.
Já o saber intelectual restringe-se ao
nível da informação, não é conhecimento real. Se pautarmos a vida pelo
intelecto, por mais que tenhamos informações sobre a realidade essencial das
coisas, continuaremos enfocados em fatos efêmeros e envolvidos com o mundo
material.
A
vivência assimilada é conhecimento real. Há coisas que sabemos sem mesmo termos
tido alguma informação prévia a respeito. Quem tem autêntico conhecimento fica
imparcial e tranquilo diante de qualquer situação. Sabe que tudo vem para
ensinar alguma coisa.
Nesse
sentido, o conhecimento é fruto da aceitação dos fatos da vida; vem de
aprendermos com eles e de nos transformarmos com base nas lições que trazem.
Existem
muitos planos de consciência: o físico, o emocional, o mental, o intuitivo, o
espiritual, o divino e o cósmico. Cada um é composto de subníveis e tem suas
próprias leis.
O que
compreendemos acerca do mundo é verdade nos planos da existência por nós
conhecidos. Mas há outros planos, e nossa compreensão pode alargar-se mais e mais.
Por isso, por mais elevada e correta que seja a vida que levamos, é bom
desapegarmo-nos dela, pois há mais a ser descoberto.
Ainda
que no universo tudo provenha de uma única Fonte Criadora, há certas leis dos
planos materiais que possuem mecanismos de expressão muito diferentes dos de
outras leis, aquelas dos planos superiores. Tal é o caso da lei de
subsistência, da luta pela vida. Ela é verdadeira para quem busca as coisas
materiais em primeiro lugar. No momento em que a pessoa começa a se transformar
e a buscar o espírito, ingressa em um nível de consciência mais elevado. Ali,
acima dos níveis materiais, a lei que começa a atuar é a enunciada por Cristo
quando mencionou nos lírios do campo que, embora não teçam nem fiem, se vestem
melhor que um glorioso rei.
Por
que os lírios do campo não tecem nem fiam e são mais bem-vestidos que os seres
humanos?
Porque
o reino vegetal segue uma lei superior que o reino humano não segue: a da pura
doação. Uma flor não é bela por vaidade ou outros motivos egoístas, mas em
louvor à vida. Podemos observar que a alegria do reino vegetal é servir aos
demais reinos, com frutos, sementes, flores e aromas.
Outra
lei que o reino vegetal segue é a de crescer em direção ao alto. Isso
corresponde, no reino humano, à aspiração espiritual. Cada plano de consciência
tem uma forma de exprimir sua verdade, que é um aspecto da Verdade Única.
Ninguém chega a descobrir a verdade completa; ela é desvelada gradualmente, já que, por sermos
regidos por uma lei evolutiva, haverá sempre um plano além daquele em que nos
encontramos, e nesse plano superior há uma verdade mais abrangente. Se estamos
desapegados do que já sabemos e abertos à transformação, nossa consciência pode
elevar-se de um plano a outro, e nossa compreensão expandir rumo ao infinito.”.
(TRIGUEIRINHO.
Escritor, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 26 de julho de 2015, caderno O.PINIÃO, página 16).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a
Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 21 de agosto
de 2015, caderno OPINIÃO, página 7,
de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE
AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente
integral transcrição:
“Novo
tecido político
A pluralidade
ideológico-partidária é um vetor de grande importância para alimentar as
dinâmicas que provocam reflexões, discernimentos e escolhas na construção da
sociedade. A política partidária, assim, é constitutiva do tecido democrático,
porém, neste momento, se desenvolve sem o respaldo de uma cultura
político-cidadã consistente, com capacidade para sustentar os embates pautados
pelo inegociável compromisso com o bem comum. A responsabilidade com o país não
pode ser mais negociada por interesses mesquinhos e por esquemas de corrupção.
Para além de sua competência específica, os políticos são cidadãos como todos
os outros, alimentados no horizonte de uma mesma sociedade, portanto filhos
iguais da mesma cultura. Se essa cultura cidadã, que é básica, está
comprometida, será sofrível o nível da política partidária.
A
falta de envergadura nos exercícios políticos, ao se constatarem equívocos em
administrações, mediocridades em representações e obscuridades, evidencia
desajustes nessa cultura cidadã. Assim, é indispensável investir num novo
tecido político para subsidiar uma cidadania que consiga produzir líderes mais
nobres, capazes de abrir frentes e encontrar novas respostas, ajudando no
avanço inadiável de instituições e instâncias todas da sociedade. É necessário
cultivar uma consistência nova que sustente a cidadania na sociedade
brasileira. Esgotou-se a tentativa muito comum, ante os desarranjos da
política, de alguém se apresentar no cenário político-partidário como “salvador
da pátria”, com soluções quase mágicas para os muitos problemas.
A
política partidária, ao cair nas mazelas dos interesses mesquinhos pela sedução
terrível do dinheiro e do poder, perde a moral e compõe um cenário rejeitado
pela população. Candidatos, quando eleitos, com pouco tempo expõem suas
fragilidades e inércias. Exercem responsabilidades, quando o fazem, a “passo de
tartaruga”. E, no período eleitoral, começa a mesma cantilena partidária. Falta
uma dinâmica mais adequada para o exercício da política, o que agrava crises
por carência de líderes lúcidos e competentes. Tudo se resume num falatório e
em discussões sem força para mudar cenários ou para alcançar respostas
assertivas. Há de se considerar o investimento diuturno em busca de um tecido
político mais qualificado na sociedade brasileira. Agora é hora oportuna, no
enfrentamento das crises, para se abrir um novo horizonte, superar vícios e
procedimentos que, mantidos, impedirão transformações importantes e na
velocidade esperada. Sem essas mudanças, a sociedade continuará a amargar
atrasos e a perda de oportunidades para seu esperado crescimento.
O
investimento em educação, sem dúvida, é um ponto de grande relevância, mas não
basta somente investir no ensino formal. A intervenção precisa ser mais abrangente,
no âmbito da cultura. Nessa dimensão, muitos aspectos merecem análises para
serem modificados. Sabe-se que não basta apenas ser detentor de conhecimento. É
preciso ser capaz de valer-se da riqueza das informações para articulações de
alta complexidade e, assim, alargar horizontes, acionar a lucidez da inteligência
que aponta soluções e a disposição cidadã de tudo fazer para dar ao conjunto da
sociedade o desenvolvimento almejado.
Exercícios
precisam ser praticados para que se avance no processo de melhorias do tecido
político. Um rosário de tarefas pode ser apontado. Quando se consideram os
cenários de pobreza e miséria que desenham a sociedade brasileira, é
indispensável priorizar os clamores dos pobres, como princípio e lei acima de
normas vigentes, de direitos do Estado ou de defesa de interesses particulares.
Também é hora de o empresariado investir em projetos sérios, de credibilidade.
É o momento de os agentes da política partidária abrirem mão de benesses que
estão na contramão das expectativas de seus representados. Devem se qualificar
melhor, humanisticamente, para o exercício da liderança. De um modo geral, são
necessárias novas práticas cidadãs, o que inclui respeitar tudo o que se
relaciona ao bem comum. Não se avançará muito e não se conseguirá superar os
graves problemas deste momento se não se encontrar o caminho, as dinâmicas, os
modos e a boa vontade de todos para se construir um novo tecido político.”
Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...
Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a) a educação – universal e de qualidade –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);
b) o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em junho a marca de 372,0% ao ano... e mais, em julho, o IPCA acumulado nos últimos doze meses chegou a 9,56%...); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade – “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional; eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 515 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c) a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com projeção para 2015, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,356 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (apenas com esta rubrica, previsão de R$ 868 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
-
pagar,
sim, até o último centavo;
-
rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
-
realizar uma IMEDIATA, abrangente,
qualificada, independente e eficaz auditoria...
(ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);
Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta
de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já
combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de
poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições,
negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à
pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas
e sempre crescentes necessidades de ampliação
e modernização de setores como: a gestão
pública; a infraestrutura (rodovias,
ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada,
esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística
reversa); meio ambiente; habitação;
mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda;
agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência
social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança
pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e
desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer;
turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e
operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade
– “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade,
competitividade); entre outros...
São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do Pré-Sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!
O BRASIL TEM JEITO!