“Compromisso
e resultados
Existe uma linha tênue que
separa os admiráveis dos medíocres. Ambos podem alcançar resultados positivos,
ocupar cargos de liderança e relativo sucesso, a depender do ponto de vista.
Contudo, a forma ou o caminho para chegar aos resultados muito dirá sobre
atitude, ética e determinação. O legado acontecerá claramente a partir da
liderança pelo exemplo, do engajamento e da capacidade de inspirar
cotidianamente pessoas para o trabalho com propósito. Tudo isso fará diferença
ao longo do caminho percorrido e também no resultado final, que pode ser
admirável ou medíocre.
Nesse
sentido, vale destacar aqui valores que parecem escassos nos dias de hoje. Um
deles diz respeito à transparência e também à ética. Precisamos estar sempre
atentos ao comportamento das pessoas e ao nosso próprio, levando em
consideração que devemos fazer o certo, mesmo quando ninguém está vendo,
dedicar-nos em tudo por propósito, e não esperando algo em troca; ser humildes
para reconhecer e assumir erros; e ter coragem, respeito e resiliência para
tentar novamente, ainda que o ambiente não seja favorável. Em suma, precisamos
fazer sempre o nosso melhor e, assim, vamos investir no círculo virtuoso da
influência positiva que começa por nós e que contagia. Afinal, quando você
muda, tudo muda ao seu redor.
O
comprometimento individual ao comprometimento coletivo, que fará toda a
diferença, seja no ambiente político corporativo ou familiar. Com isso,
evidencio, aqui, especialmente nesse período decisivo que vivemos no Brasil,
que precisamos estar atentos aos valores para as tomadas de decisão, levando em
conta a responsabilidade, a democracia, a igualdade, a solidariedade, a
preocupação pelo semelhante. Esses são valores do cooperativismo que almejamos
que sejam mais comuns na sociedade. São os valores que pesarão muito para o
futuro melhor que desejamos, mais plural, assertivo e de desenvolvimento.
Em
mais de 60 anos de cooperativismo, já passei por inúmeras situações, por vezes
difíceis, e em todas elas posso confirmar que o que fez a diferença foi
primeiro as pessoas, com seus valores e propósitos, e em segundo lugar a
convicção de estar fazendo o melhor, mesmo quando o ambiente é adverso. Cada
ambiente é único e cada situação também. Respeitar as individualidades e
possibilitar um ambiente que promova o bem e a prosperidade talvez seja o
caminho para a sustentabilidade no ambiente de negócios, reconhecendo talentos
e os comportamentos que por vezes passam despercebidos pela mecanicidade das
ações.
O
assunto foi abordado em uma das palestras que integraram a quarta edição do
World Coop Management. O evento foi realizado em Belo Horizonte e contou com a
participação de mais de 300 dirigentes do cooperativismo brasileiro, de 24
estados. Um dos palestrantes, o empresário e escritor Eduardo Tevah, falou
muito sobre engajamento e o definiu como “proposito, foco no objetivo,
comprometimento e resiliência”. É, de fato, disso que precisamos. Mais pessoas
comprometidas, com proposito, foco no objetivo e resilientes. Isso é o que
tornará os empreendimentos fortes para enfrentar desafios e alcançar melhores
resultados, em qualquer que seja o contexto.
A o
ouvir isso, me lembrei de uma figura que teve extraordinário sucesso nos
negócios, pois soube como nunca motivar e engajar as pessoas, tendo como
propósito encantar funcionários e clientes. Walter Elias Disney, mais conhecido
como Walt Disney, cofundador da The Walt Disney Company, uma das maiores
empresas de entretenimento do mundo. Ele sabia que o sucesso não depende
somente de uma grande ideia, e dos talentos e reconhecimentos do empreendedor,
mas da capacidade de engajar pessoas. Ele acreditava que a melhor maneira de
motivar as pessoas é dando a elas algo em que acreditar.
E no
cooperativismo é assim. Temos por propósito conectar as pessoas e atuar de
forma sustentável, o que certamente tornará o setor cada dia mais reconhecido e
admirado.”.
(RONALDO
SCUCATO. Presidente do Sistema Ocemg, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 21 de
outubro de 2018, caderno OPINIÃO,
página 7).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a
Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de
29 de outubro de 2018, mesmo caderno, página 3, de autoria de WILSON CAMPOS, advogado e presidente da
Comissão de Defesa da Cidadania e dos Interesses Coletivos da Sociedade da
OAB/MG, e que merece igualmente integral transcrição:
“A
violência nas escolas
O recrudescimento da
violência nas escolas tem causado enorme preocupação à sociedade brasileira,
notadamente nos últimos anos. O comportamento agressivo de alunos em sala de
aula serve para alertar os pais quanto à sua responsabilidade na educação de
berço, não se devendo transferir para o professor a missão de impor limites,
posto que esta função seja família e não dos educadores.
Se o
aluno repete em sala de aula o mesmo que pratica em sua própria casa,
banalizando a urbanidade e desrespeitando as regras civilizadas, o erro pode
estar na criação, no mau exemplo ou na falta de diálogo nos lares. A rigor, a
sociabilidade começa em casa, tendo por parâmetros a harmonia familiar.
A
escola não pode ser vista como um negócio pública ou privado. A escola precisa
ser reconhecida pelos alunos e respectivas famílias como um ambiente de
preparação intelectual necessário, como um porto seguro para as aspirações
futuras, sendo, portanto, imprescindível manter canais abertos de diálogo entre
as partes interessadas, na busca da construção de um vínculo forte de confiança
e onde se possam encontrar soluções para os problemas porventura surgidos nessa
convivência escolar ou familiar.
De
nada serve uma escola que não se importa com o bem-estar de seus alunos, sejam
eles quietos, descontraídos, calados, falantes, comportados ou indisciplinados.
A atenção do professor tem de estar além da lição e da lousa, notadamente no
sentido de observar o quão perto ou distante esteja o aluno. Entretanto, isso
não significa colocar o professor como um guardião da vida pessoal do aluno,
mas como um amigo disposto a conversar, aconselhar e exercer a magnânima tarefa
de ensinar.
Professores
e funcionários das escolas precisam estar atentos a ocorrências de bullying,
brincadeiras absurdas e piadas preconceituosas entre os alunos. Isso faz parte da
acuidade professoral e do mérito disciplinar intramuros, não se admitindo que
agressores submetam a situações vexaminosas os colegas tímidos ou reservados.
O
aluno não pode, sob hipótese alguma, se armar de palavras e atos violentos para
desmoralizar e humilhar o profissional da educação, independentemente de sua
frágil formação ou da ausência de bons exemplos familiares. Ora, se esse aluno
não aprende bons modos em casa, com certeza vai aprender a duras penas nas
ruas, quando enfrentar alguém da mesma índole.
Não é
minimamente racional admitir agressões a professores em sala de aula, e uma
forma de corrigir essas atitudes agressivas de alunos violentos é os colegas
não valorizarem o ato danoso contra o professor. Ou seja, comportamento e
atitudes assertivas por parte de colegas acabam tornando a ação do agressor
cada vez mais sem sentido, antipática, desleal e absurdamente desnecessária. O
agressor, sem plateia e sem gritos de incentivo, acaba por ficar deslocado,
desprestigiado, desvalorizado, e reduz a sua sandice juvenil, para não
cometê-la mais ou pensa-la cada vez menos.
Diante
desse quadro, as reuniões entre pais e mestres se fazem indispensáveis, cada
vez mais. Negligenciar essa obrigação é contribuir para a progressão da
violência e do desrespeito. A conscientização dos deveres da família há de ser
lembrada e relembrada, haja vista a desnecessidade da coerção ou da punição do
transgressor da norma, mas o aconselhamento. O trabalho em grupo (família e
escola), de forma que o aluno agressivo aprenda que brigas, intrigas, abusos,
socos e pontapés não são aceitos pela sociedade civilizada e muito menos
saudáveis para o seguimento da vida.
No
ensino público, a responsabilidade do governo vai além do prédio da escola, dos
professores e dos funcionários. Cabe ao governo prover as escolas de atividades
que promovam o surgimento de colaboradores na formação da livre, democrática e
proativa expressão cultural. Cabe ainda, ao governo, entre outras competências
sociais e funcionais, zelar pela integridade física e moral dos alunos, dos
professores e dos funcionários, além de cuidar da preservação do patrimônio
público.
Por
fim, cabe a todos incentivar a prática da excelência na comunidade escolar,
preferencialmente com o fortalecimento de vínculos fraternos entre família,
escola, alunos, professores e funcionários, que, com certeza, contarão com o
apoio incondicional da sociedade, que não quer injustiça professoral nem
agressões a professores, mais justiça e reconhecimento aos bons educadores.”.
Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e
oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança
de nossa história – que é de ética, de
moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e
sustentavelmente desenvolvidas...
Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras
cruciais como:
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas, gerando o pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional
(enfim, 128 anos depois, a República proclama o que esperamos seja
verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira
incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria;
a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da
democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b) o combate implacável, sem eufemismos e
sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:
I – a inflação, a exigir permanente,
competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares
civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa
de juros do cartão de crédito atingiu em agosto a ainda estratosférica marca de
274,0% nos últimos doze meses, e a taxa
de juros do cheque especial se manteve em históricos 303,19%; e já o IPCA, em
setembro, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,53%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa
promiscuidade – “dinheiro público versus interesses privados”
–, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando
incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária
ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da
Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor,
de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é
cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional; eis, portanto, que todos os valores que vão
sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518
anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios,
malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção
mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício,
em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e
danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no
artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança
das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é
desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de
problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos,
quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas
de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à
corrupção e à falta de planejamento...”;
c) a dívida pública brasileira - (interna e
externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para
2018, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos
Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e
insuportável desembolso de cerca de R$
1,847 trilhão (52,4%), a título de juros, encargos, amortização e
refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,106 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega,
do direito e da justiça:
- pagar,
sim, até o último centavo;
-
rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
-
realizar uma IMEDIATA, abrangente,
qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda
a propósito, no artigo Melancolia,
Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente
degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das
contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).
Isto
posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos
a falta de recursos diante de tão
descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a
nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a
credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e
regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como:
a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias,
hidrovias, portos, aeroportos); a educação;
a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos
sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana
(trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às
commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência
social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas;
polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência,
tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações;
qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –,
transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e
melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre
outros...
São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira
alguma, abatem o nosso ânimo e nem
arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta
grande cruzada nacional pela excelência
educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada,
civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida,
que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas,
oportunidades e potencialidades com todas
as brasileiras e com todos os
brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários
previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além
de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do
século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da
informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da
sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da
paz, da solidariedade, da igualdade
– e com equidade –, e da fraternidade
universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a
nossa esperança... e perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
57 anos
de testemunho de um servidor público (1961 – 2018)
-
Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
-
ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por
uma Nova Política Brasileira ...
- Pela
excelência na Gestão Pública ...
- Pelo
fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares
do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e,
ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou
asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...
E
P Í L O G O
CLAMOR
E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador e Legislador, fonte de infinita
misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra
sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios,
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da
dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.