“Inovar
no aprendizado
Por que as pessoas
precisam aprender inglês? Há uma infinidade de respostas para essa pergunta,
todas muito fáceis de encontrar, mas uma se destaca: qualificação profissional.
As empresas precisam de profissionais que falem o idioma universal para que
assim consigam interagir com um mercado cada vez mais globalizado. Pronto,
pergunta respondida. Agora, há um outro questionamento, um pouco mais complexo,
que merece nossa atenção dentro desse contexto: a forma como estamos aprendendo
inglês nos prepara para atender às demandas desse mercado?
As
exigências são cada vez maiores. O profissional do século 21 precisa estar
preparado para atuar em um mercado onde inovação, desenvolvimento e tecnologia
são palavras de ordem. Precisa estar preparado para atuar em um mercado onde
inovação, desenvolvimento e tecnologia são palavras de ordem. Precisa estar
preparado para interagir globalmente, ser criativo e flexível. Há certo
consenso de que, para formar os profissionais de amanhã, as escolas devem
buscar desenvolver quatro competências básicas em seus alunos: comunicação,
pensamento crítico, criatividade e colaboração. E o aprendizado do inglês,
habilidade que é um pré-requisito para esses futuros profissionais, precisa
observar essas competências.
Não dá
mais para ficar em uma sala só repetindo as conjugações do verbo to be,
tentando decorar uma interminável lista de verbos irregulares ou repetindo que
the book is on the table. Se o mercado está se inovando, o ensino de inglês
precisa inovar também. É necessário estimular o aluno a guiar seu próprio
aprendizado, a propor problemas e encontrar soluções, a discutir, comparar
propostas e apresentar resultados.
Por
exemplo, em uma aula que envolva conceitos como left (esquerda), right
(direita), street (rua) e avenue (avenida), o professor pode propor aos alunos
que se dividam em grupos e se coloquem no papel de profissionais de comunicação
de uma prefeitura. A principal via de acesso a um ponto turístico da cidade
estará fechada determinado dia da semana, e cada grupo precisa elaborar um
texto dando direções sobre como chegar a esse ponto por outras vias (virar à
direita na rua X, depois virar à esquerda na Y etc.). Precisam acessar um mapa
da cidade para pensar em formas de fazer esse texto chegar ao público (redes
sociais, comunicados via imprensa etc.). Depois, precisam comparar as
estratégias elaboradas por cada grupo e identificar pontos positivos e
negativos. Aí estão: comunicação, pensamento crítico, criatividade e
colaboração em uma aula de inglês.
O
mundo evolui rapidamente e, com isso, vão surgindo novas tecnologias, novos
perfis de negócios, novas demandas e novas expectativas de competências. E, se
falar inglês é fundamental para acompanhar essa evolução, o ensino do idioma
não pode ficar parado no tempo. Quem busca aprender a falar, ou que os filhos
aprendam, tem que estar atento a isso na hora de escolher onde e como estudar. E
quem ensina deve sempre cuidar para que seus métodos acompanhem o passo com que
o mundo está estudando.”.
(JULIANA
MELLO. Gerente pedagógica do Yázigi, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 6 de março
de 2017, caderno OPINIÃO, página 7).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a
Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de
7 de março de 2017, mesmo caderno e página, de autoria de WALBER GONÇALVES DE SOUZA, professor, e que merece igualmente
integral transcrição:
“Civilidade
e barbárie
Decifrar o ser humano
será eternamente uma tarefa impossível. As clássicas perguntas que circundam a
nossa existência, tipo: o que somos? De onde viemos? Para onde vamos? ainda reinam
e acredito que permanecerão sem respostas por muito tempo, se é que um dia
conseguiremos encontrar alguma.
Mas,
independentemente desse mar de dúvidas, algumas conclusões nós já temos.
Sabemos que somos animais possuidores de racionalidade, que temos habilidades
múltiplas, que vivemos e dependemos da sociedade, pois somos seres sociais;
enfim, somos seres emotivos, efetivos e pensantes.
Sabe-se
também que inúmeras teorias, desde Aristóteles e que vêm ultrapassando os
séculos, defendem que o ser humano, quando educado, torna-se o melhor dos
animais, mas quando acontece o contrário, faltando-lhe a educação, ele se torna
o pior dos animais.
Para o
filósofo Sartre, somos movidos pelas nossas escolhas. Se for verdade seu
pensamento, podemos escolher ser educados ou mal-educados. Como vivemos em uma
dita democracia, depositamos em nossos representantes legais um pouco da
condução das nossas escolhas. Neste sentido, o desenvolvimento de políticas
públicas pode levar os membros da sociedade a seguir um desses caminhos.
E o
que percebemos é que a educação não é e nunca foi uma prioridade das políticas
públicas; fala-se muito, age-se pouco. Tratamos a educação como algo
constitucionalmente obrigatório, pois é lei, mas não damos a ela o seu devido
valor, que é tornar o ser humano um ser consciente, um ser melhor, preparado
para viver em sociedade.
Na
prática, a grande maioria dos brasileiros convive com uma péssima educação, que
exclui, que não educa, que não ensina, que não permite que nada que foi citado no
parágrafo anterior de fato aconteça. E o resultado de tudo isso? Um ingrediente
a mais para a barbárie.
O que
estamos presenciando nos últimos meses na nossa nação significa puramente a
confirmação dessas teorias. Para ilustrar, basta analisar o campo de batalha
que se tornou o Espírito Santo, os presídios de Natal, e a pior de todas, muito
pouco falada, a guerra civil silenciosa (batalha entre torcidas, tráfico de
drogas, saques, arrastões, crime organizado, violência contra mulher,
crianças...) que há anos nos acompanha, sendo mostrada pelos dados
estatísticos.
Como o
Estado não favorece a educação, no sentido pleno da expressão, pois cabe a ele
esta prerrogativa enquanto ser organizador da nação, ele tenta se tornar
presente pela sombra da repressão, mesmo de forma velada. Bastou a presença
repressiva do Estado não se fazer presente e o caos se instalou. Pois não é
possível acreditar na justificativa do caos pela ausência da polícia. Haja
vista que, em países onde a educação acontece de fato, os presídios são
fechados pela simples constatação da falta de prisioneiros. Nesses países, os
presídios fechados se transformam em locais de fomento às atividades culturais.
Aqui,
nossa realidade revela nosso lado mais sombrio, mais triste. Revela que somos
mal-educados, que agimos como o pior dos animais; revela que o Estado é um
órgão inoperante em seu verdadeiro papel; revela que o Estado prefere continuar
enganando a população, dizendo que vai criar um plano de segurança pública;
revela que o Estado prefere criar cadeias, presídios, manter uma sociedade
baseada no crime do que transformá-la em uma sociedade de pessoas decentes, do
bem, educada; revela um Estado covarde com a sua própria corporação policial
presente em cada estado da Federação, pois eles são os braços do Estado e, ao
mesmo tempo, são servidos como “boi de piranha” nesta bagunça chamada
Constituição Federal, nos seus mais diversos códigos.
E a
população? Pelo que se percebe, prefere continuar sendo e pensando como a
coitadinha, como diria o cantor Zé Geraldo, “vendo tudo isto acontecendo e eu
aqui na praça dando milho aos pombos”. E ao mesmo tempo incapaz de refletir
sobre si mesma, pois o que é oferecida a ela, pelo Estado, na verdade tira da
população a sua maior qualidade, que é a capacidade de pensar. E não pensando,
a barbárie será sempre a nossa maior companheira ou a única saída. Pelo visto,
entre civilidade e a barbárie, nosso escolha, enquanto sociedade, ainda está
sendo pela barbárie.”.
Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e
oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança
de nossa história – que é de ética, de
moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e
sustentavelmente desenvolvidas...
Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras
cruciais como:
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas, gerando o pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional
(enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja
verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira
incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria;
a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da
participação, da sustentabilidade...);
b) o combate implacável, sem eufemismos e
sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:
I – a inflação, a exigir permanente,
competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares
civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa
de juros do cartão de crédito atingiu em janeiro/2017 a ainda estratosférica
marca de 486,75% nos últimos doze meses,
e a taxa de juros do cheque especial registrou históricos 328,30%; e já o IPCA
também acumulado nos últimos doze meses, chegou a 5,35%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa
promiscuidade – “dinheiro público versus interesses privados”
–, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando
incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a
lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato,
Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso
específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e
que vem mostrando também o seu caráter transnacional; eis, portanto, que todos os valores que vão
sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516
anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios,
malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a
corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar
inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo,
segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a
“... Desconfiança das empresas e das famílias é
grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase
nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses
recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à
ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de
infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de
planejamento...”;
c) a dívida pública brasileira - (interna e
externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para
2017, apenas segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável
desembolso de cerca de R$ 1,722 trilhão,
a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com
esta rubrica, previsão de R$ 946,4
bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar,
sim, até o último centavo;
-
rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
-
realizar uma IMEDIATA, abrangente,
qualificada, independente e eficaz auditoria...
(ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda
a propósito, no artigo Melancolia,
Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente
degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das
contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);
Isto
posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos
a falta de recursos diante de tão
descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a
nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a
credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e
regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores
como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias,
hidrovias, portos, aeroportos); a educação;
a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos
sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana
(trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às
commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência
social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas;
polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência,
tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações;
qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –,
transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e
melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre
outros...
São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira
alguma, abatem o nosso ânimo e nem
arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta
grande cruzada nacional pela excelência
educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada,
civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que
possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e
potencialidades com todas as brasileiras
e com todos os brasileiros. Ainda
mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em
inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos
do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da
era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do
conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um
possível e novo mundo do direito, da
justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da
igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a
nossa esperança... e perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
- 55
anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...
-
Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
-
ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por
uma Nova Política Brasileira...