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sexta-feira, 7 de junho de 2019

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, OS NOVOS E DESAFIANTES HORIZONTES DA TECNOLOGIA E A LUZ DAS HISTÓRICAS TRANSFORMAÇÕES DA ESCOLA NA SUSTENTABILIDADE


“Até onde irá a tecnologia?
        A velocidade da evolução tecnológica que vivemos hoje é espantosa. A impressão é que esse crescimento exponencial não terá fim, dada a diversidade de aplicações e as crescentes demandas que surgem a cada momento.
         Do uso militar à mobilidade, os softwares, sistemas e aplicativos vêm melhorando a performance do que podemos chamar de hardwares tradicionais, vide o caso de – hoje grandes – empresas como Uber, Airbnb, Trivago e Yellow. Hoje, os carros são compartilhados e utilizados de uma forma totalmente diferente de 10 anos atrás; apartamentos e casa concorrem com hotéis por hóspedes; a antiga loja de bicicletas não vende tantas bicicletas como antigamente porque em praticamente toda esquina você encontra uma compartilhável.
         Não enxergamos claramente o que vem primeiro. É a mudança dos hábitos que direciona as tecnologias ou são as novas tecnologias que mudam os nossos hábitos? Há cinco anos, por exemplo, eu não me imaginava viver sem carro. Há três anos, vivo muito feliz sem esse “estorvo” na minha vida. Essa mudança de hábito e cultura, já que fui doutrinado desde pequeno a ter um belo carro, só foi possível graças às evoluções tecnológicas.
         Estamos vivendo uma transformação da sociedade de consumo, no que tange à obtenção de bens, transformação que permeia todas as camadas da sociedade e todos os segmentos da economia. A relação “ter X usar” nunca foi tão pensada e aplicada. O uso e a qualidade da experiência do usuário hoje têm mais apelo do que o simples fato dele possuir algo.
         Essa transformação não é diferente no mercado imobiliário, um segmento até então ultraconservador e, diga-se de passagem, de baixíssima evolução tecnológica no Brasil. Hoje, um grande incorporador ou construtor é uma espécie de vendedor/fabricante de hardwares antiquados, robustos e quase sempre incapazes de se adequar às velozes evoluções que estamos vivendo.
         As mudanças de hábitos, norteados ou não pelas tecnologias, começam a transformar a forma de conceber os edifícios e a cidade. Como sou arquiteto e respondo pela concepção, viabilidade e projeto de vários empreendimentos pela cidade, vejo constantemente a necessidade de transformação do segmento que impacta totalmente a criação de um produto imobiliário.
         Em relação ao carro, à vaga e aos estacionamentos, por exemplo, além da mudança de comportamento, os custos da área construída e a menor pressão dos compradores e locatários por um número grande de vagas nos edifícios e locais públicos mudaram as relações dos construtores. Há também mais bicicletas e patinetes nas ruas, ciclovias e maior uso de transporte coletivo.
         Sobre a relação Compartilhar X Usar X Ter, destaco aspectos como lavanderia, academia e equipamentos como quadras, sauna e piscinas, já que os empreendimentos começaram a migrar para o modelo de espaços compartilhados ou mesmo para operações comerciais nos embasamentos dos empreendimentos. Ninguém mais quer arcar com a ociosidade e manutenção e as pessoas preferem pagar pelo uso, buscando custos fixos menores.
         Além disso, as pessoas têm preferido viver e trabalhar de forma compacta, com acesso à infraestrutura urbana, áreas menores e otimizadas com o intuito de baratear o custo das unidades. Os produtos comerciais também estão sofrendo profundas transformações com grandes torres corporativas perdendo espaço na preferencia para os escritórios compartilhados.
         Enfim, ainda assim, o modo de vida humano, ao longo de milênios, pouco evoluiu nos aspectos do abrigo, da morada. Há sempre o foco na questão de determinar ambientes, para determinados usos e seus produtos, com seus utensílios específicos e uma gama enorme de “coisas”. O que quis mostrar é que estamos entrando em uma era em que essas “coisas” já não têm tanto valor. O que terá grande significância daqui para frente será o uso e as experiências e os ambientes serão suportes transitórios para isso.”.

(ALEXANDRE NAGAZAWA. Arquiteto urbanista, sócio-diretor da Bloc Arquitetura, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 24 de maio de 2019, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 25 de maio de 2019, mesmo caderno e página, de autoria de EUDÁSIO CAVALCANTE MELO, professor, graduado em filosofia e pós-graduado em história, psicopedagogia, gestão educacional e médias na educação, e que merece igualmente integral transcrição:

“A educação pela história
        Para entendermos um pouco o sentido da educação, gostaria de iniciar este artigo levantando uma questão um tanto instigante: nascemos humanos ou nos tornamos humanos? Somos seres pré-determinados ou nos determinamos ao longo da vida? Existem defensores de ambas as teses. As respostas giram em torno da ideia de que ora fazemos parte de um projeto pensado por um ser superior definido previamente, ora somos resultado de um projeto pensado e construído na individualidade de cada pessoa, como teorizam os existencialistas. Quis aqui apenas fazer uma provocação, mas não é este o propósito inicial para a produção deste artigo, e sim o de entendermos o ser humano como resultado de um processo formativo que chamamos de educação, e esse processo ocorreu antes e ocorre hoje de forma intencional dentro das diferentes comunidades humanas de acordo com sua organização sociopolítica e econômica.
         Entre as civilizações antigas, nessa perspectiva, podemos destacar a civilização grega, que com a sua Paideia revolucionou a educação. Nasce a filosofia, que destaca a importância do conhecimento na condução da vida humana. Aqui encontramos as primeiras academias como forma embrionária do que hoje conhecemos como escola. E também os primeiros grupos humanos que se reuniam em defesa de uma ideia ou de uma causa, que tiveram como referências nada mais, nada menos educadores como Sócrates, Plantão, Aristóteles e tantos outros. A partir desses referenciais a construção de uma única ideia: preparar o ser humano para a vida como condição norteadora na condução do exercício da cidadania.
         Continuando com esta viagem educativa, uma breve parada na medievalidade da história. A educação então apresenta um formato diferente, novo ingrediente: o pensamento cristão. O homem recebe uma formação cujo princípio fundamental era a obediência àquilo que a Igreja, como representante do poder divino, pregava. Uma sociedade cuja preocupação maior era a salvação da alma. A classe intelectual, na sua maioria, bem como toda a produção do conhecimento, estava sob o controle da Igreja Católica. O pensar independente torna-se algo perigoso.
         Mas é dentro desse contexto que surgem as primeiras universidades, sob a coordenação e vigilância da Igreja. A questão continua: mais fé ou mais razão? Uma grande tempestade intelectual está prestes a acontecer. A Terra perde o seu trono e o Sol assume de forma soberana a centralidade universal. Uma nova visão de mundo emergente. A razão volta a ocupar lugar de destaque na produção do conhecimento. Nasce a ciência como resultado do domínio humano sobre a natureza.
         Um novo mundo, nova história. Academia, liceu, escola tradicional, profissionalizante, técnica, tecnológica. Essas são faces diferentes da educação em seu percurso histórico. A escola contemporânea está inserida numa grande explosão tecnológica/revolucionária que mudou o rumo da humanidade. Com os instrumentos da nova cultura tecnológica, o homem é mais máquina, menos homem.
         Na educação, mudanças significativas. A princípio, a impressão de mudança de foco; algumas escolas têm preocupação exacerbada em manter uma estatística elevada com relação ao índice de aprovação, em detrimento da formação humana mais consistente que prepare melhor o aluno para a vida. Uma nova relação entre professor/aluno dá um tom diferente no processo ensino/aprendizagem, instituindo-se uma horizontalidade, sobretudo no desenvolvimento e fortalecimento da ideia do protagonismo do aluno na aprendizagem, o que é muito positivo. Há uma maior aproximação entre gestores com os demais segmentos da comunidade escolar.
         Porém, dentro desse quadro desafiante, a escola não pode perder a sua autonomia, ainda que precise dar autonomia àqueles que colaboram para a sua sobrevivência dentro dessa nova realidade. A escola, porém, não pode permitir que vozes exteriores a ela ditem normas de como deve ser conduzido o processo educativo com verbos conjugados na primeira pessoa, mas, sim, criar possibilidades para que o nós prevaleça sempre.
         A escola moderna deve exercer o papel de condutora e não de controladora no processo ensino/aprendizagem, bem como deve provocar mudanças necessárias em vista da contribuição de novos paradigmas que lhe dê sustentabilidade na missão de educar. Com pessoas livres e conscientes de que a verdadeira educação acontece quando todos os segmentos convergem para um único ponto: o futuro do ser humano. Portanto, educar é gerar provocação que resultará num movimento de expansão intelectual. Se a nossa prática, através da nossa fala, não provocar esse movimento, a nossa fala será vazia e estéril.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 129 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em abril a ainda estratosférica marca de 298,57% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou em históricos 323,31%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,94%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2019, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,422 trilhão (43,6%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 758,672 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...        

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.



   
   




quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A ENERGIA REDENTORA DA HUMANIDADE E A TRANSCENDÊNCIA DA COMUNICAÇÃO DIGITAL NA SUSTENTABILIDADE


“A oração é um caminho que 
provê a redenção da humanidade
        A oração autêntica é um estado de receptividade e aspiração ao contato com energias superiores. Pela oração o indivíduo invoca essas energias e afirma a disposição de unir-se a elas, no interior do ser. É um instrumento poderoso, mas pouco se conhece sua efetividade, que se deve, em parte, aos seres humanos sempre terem praticado a oração em favor de si mesmos e a estarem polarizados no nível emocional.
         A oração que visa ao bem pessoal ou ao de outrem é ação direcionada, tem objetivos humanos, enquanto a oração desinteressada é abertura incondicional, pura entrega e doação sincera à vontade da Consciência Suprema, que se espelha na vontade do eu interior. Mobiliza as energias do indivíduo e leva-as ao nível intuitivo ou além. Não engendra débitos cármicos, não cria vínculos nem o prende a circuitos de retribuição. Suas próprias energias são reunidas; na oração existe apenas a busca irrestrita da verdade. Construída no silêncio interior, alicerça-se na fé e na vigilância. Projeta-se no mundo externo como pacificação de desejos e de pensamentos e também como cessação de ações supérfluas.
         Mesmo sem o saber e sem nada direcionar, o indivíduo em oração estimula transformações nos demais: irradia clareza e lucidez para a aura planetária. A oração é, pois, instrumento de serviço ao mundo e, para ser eficaz, deve nascer da humildade. Invisível, abnegada, é base para obras evolutivas.
         Na condição atual da superfície da Terra, é preciso indivíduos e grupos dedicados ao Plano Evolutivo cumprirem o papel de intermediários entre a luz da Hierarquia Espiritual e a vida terrestre, pois transmutações intensas são requeridas para energias superiores penetrarem e agirem mais livremente nos níveis concretos. É possível cultivar esse estado mesmo durante atividades externas, doando-se ao que se apresenta como necessidade e oferecendo os frutos do empenho à Consciência Suprema. Essa é uma forma de oração ativa, em que se reconhece a presença divina em todas as coisas.
         A oração leva o indivíduo a descobrir e a compreender melhor o que de fato sustém a vida. Todavia, os que se dedicam a atingir os graus mais elevados da oração, a união interior, precisam transcender a tendência de querer ao mesmo tempo conservar suas afeições, dado que esses dois movimentos não se coadunam.
         A vigília pode também ser considerada uma oração em horas reservadas ao descanso e ao sono. Feita solitariamente, ou em companhia de outros, é válida também como prece. Poder doar-se em oferenda elevada é uma graça do Pai. Seu mérito, todavia, está na autêntica disposição de quem a realiza.
         Cada qual tem o seu modo de orar. A oração é para ser feita conforme é sentida. Jamais deveria ser abandonada; é o fio condutor e insubstituível que nos une à energia do Pai, aos níveis superiores de consciência.
         “Permanentemente, redescobri a oração. Ela deve ser o vosso principal alimento, a vossa luz, a marca da vossa entrega. Quando a pureza e a transparência se implantam em um indivíduo, não é mais possível a permanência nele de pontos obscuros. Assim, orai quando perceberdes a necessidade de que algo seja purificado. Enviamo-vos raios de bem-aventurança e bálsamos de proteção. Acordai para essa realidade. Viveis um tempo de júbilo, pois estais finalmente retornando à Casa. Alegrai-vos, pois o tempo é chegado.”.

(TRIGUEIRINHO. Escritor, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 18 de fevereiro de 2018, caderno O.PINIÃO, página 16).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado Na revista VEJA, edição 2564 – ano 51 – nº 2, de 10 de janeiro de 2018, páginas 86 e 87, de autoria de Heni Ozi Cukier, que é cientista político e professor de relações internacionais da ESPM, e que merece igualmente integral transcrição:

“A CACOFONIA DIGITAL

A INTERNET APARECEU para o mundo como uma ferramenta sem precedentes a favor da democracia. Ao permitir que qualquer um tivesse acesso à informação, essa nova tecnologia daria um golpe na censura. As pessoas poderiam conversar livremente umas com as outras, organizar-se, combinar manifestações e, por que não, derrubar ditaduras.
         O problema dessa visão otimista é a sua falta de comprovação empírica, principalmente com respeito aos seus efeitos na sociedade e na política. Uma das consequências mais devastadoras da internet e das redes sociais tem sido o enfraquecimento do diálogo, algo historicamente essencial para as democracias.
         Desde a Antiguidade – da pólis dos gregos em diante – a política democrática era uma atividade aberta. Em Atenas, alguns cidadãos faziam parte de um conselho que definia a agenda da Assembleia e, posteriormente, definiam as leis. Durante muito tempo, acreditou-se que, em Atenas, todos os cidadãos se aglomeravam para praticar uma forma direta de democracia. Na verdade, descobertas modernas mostraram que a Pnyx – colina onde a Assembleia se reunia – abrigava somente 6 000 indivíduos, enquanto a população total era de 60 000 cidadãos. Os gregos, portanto, escolhiam representantes por sorteio para lidar com a política. Eles o faziam por meio de debates baseados em argumentos racionais e fundamentados em informações verdadeiras.
         O primeiro pensador a defender o valor do debate público e das justificativas racionais das escolhas de leis entre cidadãos foi Aristóteles (384 a.C.-322 a.C.). Na atualidade, o principal articulador dessa ideia é Jürgen Habermas. O filósofo alemão propôs um sistema em que a legitimidade da decisão democrática deve preceder uma deliberação autêntica. Isso requer a existência de um espaço público que permita um debate racional, transparente e inclusivo.
         O papel da democracia deliberativa é oferecer uma boa base para lidarmos com diferenças morais na política. Ela permite reconhecer o mérito do argumento do seu oponente de argumentação e contra-argumentação ajuda os debatedores a aprender uns com os outros.
         A forma como cada cidadão lida com as diferenças de opinião, que são endêmicas na vida política, é uma questão central. Como as decisões não são consensuais, o debate é contínuo, dinâmico e não pressupõe uma conclusão definitiva sobre as divergências políticas. Esse aspecto provisório contribui para que se mantenham abertas as possibilidades de diálogo e incentiva o exercício da prudência na discordância, essencial para o respeito mútuo e a tolerância. Ao apresentar as razões das próprias escolhas e expor-se à discussão, uma pessoa acaba encontrando justificativas que minimizam as diferenças com seu oponente. Dessa maneira, engajamento, concessões e tolerância estão ancorados na experiência pessoal da diversidade política e dependem do processo deliberativo.
         Ninguém espera que as plataformas digitais tenham a obrigação de eliminar os conflitos e divergências políticas, mas também não deveriam execerbá-las ou debilitar a capacidade deliberativa. Infelizmente, nós estamos sendo silenciados pela tecnologia. Existe uma confusão entre conectividade e diálogo. Vivemos na era da conexão, e não do diálogo. Estar conectado é acessar uma infinidade de pessoas e informações. O ambiente tecnológico faz com que estejamos sempre nos “comunicando”. Receber trinta mensagens pode até transmitir uma sensação de pertencimento devido à quantidade de interações ocorridas com tão pouco esforço. A comunicação, dessa forma, não precisa ter sentido nem transmitir informações. Basta estabelecer uma conexão. É um erro. Estamos claramente misturando quantidade com qualidade.
         Pesquisas mostram que aqueles que mais usam as mídias sociais têm dificuldade em compreender as emoções humanas, inclusive as próprias. Um estudo elaborado por Clifford, revela que a tecnologia não facilita a compreensão das emoções e que a mídia social deixa a vida emocional mais difícil. A interação on-line conduz à perda de empatia e à diminuição da capacidade de reflexão. Por outro lado, o contato visual olho no olho é o mais poderoso caminho para estabelecer conexões humanas e criar empatia com o outro. A comunicação on-line não permite o uso da linguagem não verbal (linguagem corporal e facial), do tom de voz e de outros aspectos essenciais para uma comunicação efetiva.
         Os desafios tratados pela política sempre serão sensíveis e complexos, seja uma crise de refugiados causada por uma guerra civil sectária profunda, seja uma crise fiscal resultante de um sistema previdenciário insustentável. O diálogo no mundo digital reduz questões complexas a opções binárias. A comunicação digital não abre espaço para nuances, e não é por acaso que a política em todo o mundo está sem centro e polarizada. Não existe democracia se as pessoas não entendem o que está sendo debatido e não forem capazes de articular justificativas racionais em vez de fazer generalizações coletivas.
         Se as tecnologias de comunicação continuarem desumanizando, despersonalizando e coletivizando a interação humana, correremos o risco de replicar as mesmas ideologias destrutivas do último século que levaram a ondas massivas de violência. Não podemos esquecer que as ferramentas de comunicação que eram novas naquela época – como cinema e rádio – fortaleceram a narrativa do regime nazista. Os soviéticos também usaram novas tecnologias, e Stalin investiu no desenvolvimento de um cinema em 3D com equipamentos ópticos de ponta para aperfeiçoar sua propaganda. Temos de refletir seriamente sobre como criar códigos de conduta ou regras de etiqueta capazes de amenizar esses efeitos nocivos e colaterais, para o bem da política e, principalmente, da democracia.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em dezembro/2017 a ainda estratosférica marca de 334,55% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial se manteve em históricos 323,01%; e já o IPCA, em janeiro, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 2,85%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2018, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,847 trilhão (52,4%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,106 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...      

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador e Legislador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios,
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.




        



sexta-feira, 22 de setembro de 2017

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A TRANSFORMADORA LUZ DAS ENERGIAS SUPERIORES E OS GRAVES DESAFIOS DA POLÍTICA NA SUSTENTABILIDADE

“O domínio da personalidade, a 
purificação e a transformação
        Um momento fundamental na caminhada de todos os indivíduos consiste no domínio da personalidade. Somente a partir desta conquista é que o homem consegue ser realmente útil ao mundo e à humanidade. Antes de ser iluminada pela alma, a personalidade prossegue agindo por conta própria e produz mais distúrbios do que equilíbrio. O homem nela polarizado não conhece o Plano Evolutivo nem tampouco o papel que lhe cabe desempenhar dentro dele; ou seja, nada sabe do trabalho verdadeiramente criativo que tem a fazer. Mesmo com boa vontade, boa disposição e boa intenção, erra mais do que ajuda, destrói mais do que constrói.
         Quando dão início ao trabalho de alinhamento da personalidade com a alma, os aspirantes ainda não estão completamente esquecidos de si entregues às energias superiores. Esse processo evolui a partir do momento em que a alma não tem mais sede de experiências do mundo, então, inicia-se um ciclo em que ela vive muitos conflitos. Enquanto a forma atrai por demais a alma, o trabalho de purificação e de transformação pode ocorrer, porém, de modo limitado. A purificação e a transformação ganham um ritmo acelerado apenas quando tem início o trabalho efetivo de domar a personalidade. Só então a luz dos níveis superiores do ser começa a chegar com mais nitidez ao eu consciente.
         É fundamental que ocorre o alinhamento entre o mental, o emocional e o físico. No entanto, se não experimenta uma transformação definitiva conduzida pela alma, a personalidade pode tornar-se devastadora quando consegue que seus corpos estejam alinhados entre si. O mental, o emocional e o físico juntos somam grande força, mas se tornam cegos quando não são guiados pela alma. Assim, uma personalidade cujos corpos estejam bem coordenados, mas não iluminados pela alma, pode ser muito mais destrutiva do que se estivesse descoordenada. Eis, por que, à medida que se constrói a ligação entre os próprios corpos, buscando-se integrá-los, deve-se trabalhar principalmente o aperfeiçoamento do caráter, a purificação e o controle dos vícios.
         Por vícios enfrentamos forças da Terra mal canalizadas, ou seja, deslocadas e fora de lugar, mas que encontram guarida nos indivíduos que não despertaram para seu real destino.
         No momento em que o indivíduo decide transcender definitivamente as forças terrestres representadas por sua própria personalidade, realizar um esforço de deixar de identificar-se com os corpos da personalidade é um dos caminhos mais seguros para atingir tal realização. Para isso, durante qualquer reação emocional que experimente, o indivíduo deve perguntar-se: “Quem, realmente, está reagindo?” Indagando isso a si próprio muitas e muitas vezes, descobre que existe dentro de si alguém que, sendo uma parte mais profunda do próprio ser, observa seu emocional reagir. Com o tempo, ele se torna mais ligado a esse observador do que à parte que reage e, a partir daí, começa a libertar-se dos envolvimentos.
         Ocorre que, se ele tem condições de “ver” suas reações, só lhe resta escolher: ficar do lado daquele que “vê” ou ficar do lado da parte que reage. Conforme a opção, começa a ser criado e fortalecido o observador dentro da personalidade; a partir daí, as forças que mantinham os envolvimentos se dispersam, porque já não estão sendo vitalizados.”.

(TRIGUEIRINHO. Escritor, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 17 de setembro de 2017, caderno O.PINIÃO, página 20).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 1º de julho de 2017, caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de BRUNO CLÁUDIO PENNA AMORIM PEREIRA, advogado sócio-fundador do escritório Nogueira Amorim, professor, mestre e doutorando em direito público, consultor jurídico da Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais, e que merece igualmente integral transcrição:

“A crise da política no país
        Os recentes acontecimentos no âmbito da política brasileira, amplamente noticiados pelos meios de comunicação social, demonstram que a coisa pública – sentido etimológico do que se entende por República – tem sido usada em benefício próprio, não apenas por agentes públicos, especialmente os detentores de mandatos eletivos, como também por empresários e cidadãos.
         Tais fatos, de gravidade incontroversa, nos levam a refletir, primeiramente, sobre a amplitude dessa crise e as esferas em que ela se manifesta. Nesse contexto, indaga-se: a crise é da política, do político, das instituições políticas, da sociedade política, ou de todos? Para além de identificar, nesse momento, onde se situa a crise política, considero ser fundamental, antes de tudo, refletirmos sobre o significado do vocábulo “política”.
         A política consiste em instituto plurissignificativo. Manifesta-se como elemento indissociável do Estado, mas não apenas dele. É certo que o Estado apresenta, necessariamente, três faces: uma social, relacionada ao seu processo de formação e desenvolvimento; uma jurídica, na sua conformação com o direito, ditando-o e a ele se submetendo; e uma política. A política, nesse contexto, consiste em elemento que se entranha no corpo estatal. O Estado possui, portanto, natureza política. No exercício de sua soberania, o Estado exerce poder político, fixando comandos e regras de comportamento voltados para o cumprimento do bem comum. No exercício desse desiderato, para que suas ações sejam legítimas e eficazes, o corpo estatal e seus agentes devem considerar que a política consiste na arte de conciliar interesses contrapostos, unificando-os e organizando as ações humanas em prol de um objetivo comum (Ernest Cassirer, O Mito do Estado).
         Mas a política não consiste em atributo inerente apenas ao Estado. Também não se pode atrelá-lo unicamente ao significado de “pólis” na Grécia antiga – cidades-estados onde pequena parcela de cidadãos participavam de decisões políticas. A política é muito mais ampla e repleta de significados. Ela é inerente à própria natureza humana. Aliás, já dizia Aristóteles que o homem é um ser social e político por natureza. Quer dizer, então, que o povo faz parte da política? Para além de integrar a política, o povo é o principal responsável por sua condução, conformação ao direito e integração ao Estado. A política, portanto, se entranha no povo. E o povo também deve nela se entranhar, desde que o objetivo seja a promoção do bem comum.
         Essas breves considerações nos levam facilmente à conclusão de que a crise da política não pode ser reduzida à crise do Estado, das instituições políticas e dos políticos. A crise não pode ser imputada tão somente àqueles que, em nosso nome, exercem mandatos eletivos, tomando decisões políticas. A crise é da sociedade. A crise é do povo. A crise é de cada indivíduo. É a crise de valores, de caráter, de comportamento dos indivíduos na sociedade pós-moderna. É a crise da humanidade. O cidadão, na acepção política, desconhece qual é o seu papel na sociedade e o que deveria fazer para tornar possível o exercício de sua cidadania.
         Somos, então, responsáveis por todos os atos de corrupção ocorridos nos últimos tempos nas instituições políticas brasileiras? Se o poder emana do povo, a corrupção também dele provém. Os que hoje estão no exercício do poder político, também integram a sociedade, onde atos de corrupção são praticados diuturnamente. Somos, no mínimo, corresponsáveis. Devemos fazer a mea-culpa. A corrupção é praticada diariamente pelo cidadão, em maior ou menor grau. Dentro ou fora de casa, no trabalho, na escola, o indivíduo é um ser corruptor e também corruptível.
         A possibilidade de mudança do terrível cenário político brasileiro, portanto, perpassa por nossas mãos. Por um processo, inicialmente, de internalização, de reflexão, de consciência e de compreensão, partindo depois para a tomada de atitude e de reconhecimento do papel que cada indivíduo deve exercer, ao seu modo, sem ferir suas concepções e ideologias e ciente de suas capacidades e limitações.
         As bases da política brasileira são e devem ser essas. O alicerce da estrutura estatal e política precisa ser reconstruído, reformulado e repensado. Mas a mudança passa muito mais pelos indivíduos do que pelas instituições. A mudança comportamental dos agentes públicos exige do povo uma reflexão sobre o seu papel nesse processo. Repensando uma célebre frase “chega de promessas, queremos ações”, talvez seja melhor propormos: “chega de promessas, façamos nós mesmos as ações”.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em julho/2017 a ainda estratosférica marca de 399,05% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial registrou históricos 321,30%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, em agosto/2017, chegou a 2,46%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2017, apenas segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,722 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 946,4 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- 55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por uma Nova Política Brasileira...