sexta-feira, 28 de maio de 2010

A CIDADANIA, A QUALIDADE E A RASTREABILIDADE COLABORATIVA


“[...] ENTRE DOIS MUNDOS

Vivemos no limiar desses dois mundos, o “da sombra e água fresca” e o do “prá frente Brasil”. Dos dois mundos, o primeiro é mais cômodo, o segundo mais extenuante, nos perguntamos se não seria uma boa opção manter-se entre os dois extremos. Por outro lado, não precisaríamos abrir mão de nossa complacência – ao menos não por inteiro – ou daquilo que nos favorece climaticamente. Podemos até oferecê-la aos estrangeiros, para que descansem em nossas praias e acompanhem – desajeitadamente – o nosso samba e carnaval. Isso não nos transformaria em país de produtividade superior, mas não precisamos necessariamente disso para continuar otimistas e felizes.

Por outro lado, não podemos abrir mão de um índice de produtividade para poder financiar a construção de nosso caminho para o crescimento. Daí, proponho que o país adote, como política de desenvolvimento, duas metas distintas, porém interligadas: uma que vise à exploração sistemática das áreas em que temos vantagens comparativas naturais, como o turismo, as extensões fenomenais das nossas terras agricultáveis e a amplitude de nossos mercados; a outra é assumirmos o papel de seguidores fiéis e próximos dos líderes industriais e de serviços do Primeiro Mundo em todos os setores de atividade em que o capital estrangeiro queira nos acompanhar e seja do nosso interesse especial. Existe uma técnica que, se bem explorada, dar-nos-ia todas as vantagens de “seguidores de vanguarda” de países desenvolvidos e nos custaria substancialmente menos do que os investimentos em inovações. Essa técnica – o chamado benchmarking – consiste na imitação sistemática (e melhoria também) de modelos de introdução de novidades adotadas por líderes em qualquer campo sujeito à melhoria, como o próprio marketing, a administração em geral, a informática e, sobretudo, a tecnologia. [...]”
(RAIMAR RICHERS, in MARKETING – uma visão brasileira. – São Paulo: Negócio Editora, 2000, páginas 11 e 12).

Mais uma IMPORTANTE e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no Jornal ESTADO DE MINAS, edição de 24 de maio de 2010, Caderno AGROPECUÁRIO, página 2, de autoria de ALEX ECKSCHMIDT, Engenheiro agrônomo, coautor do livro Verde do Rastreamento e diretor da Paripassu, empresa de rastreabilidade corporativa, que merece INTEGRAL transcrição:

“Da colheita ao varejo

Quem não quer saber de onde vem o alimento que leva à mesa? Foi-se o tempo em que, ao gastar com alimentação, o consumidor desejava apenas qualidade ou preço competitivo. Hoje, as exigências vão além e englobam informações sobre o processo de produção, a composição,procedência, entre outras. Este é o papel da rastreabilidade, habilidade de traçar o percurso de determinado produto do início ao destino final.

Termo relativamente recente, a rastreabilidade é uma prática mais antiga do que se pode imaginar. Romanos e gregos já marcavam seus animais como forma de reconhecê-los. Séculos se passaram e a discussão acerca da prática se reacende de maneira espetacular, levando-se em conta modernas ferramentas e conceitos, relacionados, principalmente, aos anseios gerados por uma nova consciência global de consumo consciente, amadurecida pela produção industrial intensificada, avanços tecnológicos e acesso à informação. Entretanto, o rastreamento de alimentos de forma sistemática é mais recente. Data de 20 ou 30 anos, quando passou a ecoar globalmente o questionamento sobre a qualidade dos produtos, boas práticas, segurança alimentar, origem e preocupações ambientais.

Esse novo clamor mundial levou empresas dos mais diferentes setores, notadamente da área alimentícia, a se adaptarem ao novo paradigma. A nova onda usa o termo rastreabilidade colaborativa. Já não é suficiente entender melhor o processo produtivo. É preciso que cada segmento forneça informações relevantes para o seguinte, até o fechamento do ciclo. Ou seja, o consumidor quer entender o caminho percorrido desde a colheita até o varejo, assim como os processos a que foram submetidos.

A ampliação do comércio é um agente impulsionador da rastreabilidade colaborativa, já que os compradores são cada vez mais exigentes em relação aos acordos comerciais, não apenas no âmbito externo, mas cada vez mais nas relações nacionais. Nesse sentido, esses sistemas configuram-se como facilitadores dessa prática, eliminando barreiras para obtenção de certificações e assegurando segurança alimentar para o consumidor. Os exemplos são muitos, como as cadeias agrícolas, garantindo alimentos de acordo com a demanda específica de um segmento – orgânicos, por exemplo; e até os setores ambientais, como no caso da madeira certificada a partir do correto manejo de reflorestamento.

O ganho para todos é a identificação, com clareza e segurança, do trânsito do produto desde o plantio, passando pela extração, logística, entreposto e varejo. Isso permite, ainda, a adoção de selos de conformidade ambiental. O termo rastreabilidade colaborativa é novo no Brasil, mas já é amplamente conhecido e usado na União Europeia, que prima pela rastreabilidade de gêneros alimentícios, sendo o grupo de países mais à frente desta discussão.Os Estados Unidos e o Canadá também avançam nesse tema, até por uma motivação inesperada: o terrorismo. A diferença é que na América do Norte a responsabilidade do controle é mais da iniciativa privada do que do governo, diferentemente da União Europeia.

Motivos não faltam para o processo de rastreamento ser executado nas mais diferentes áreas produtivas. Os exemplos se sucedem. Podemos lembrar o surto da vaca louca na Europa no fim da década de 90 ou a venda de carne chinesa falsificada como brasileira em 2007. Casos como esses revelam que o controle sobre a produção de alimentos é essencial no modelo comercial de hoje, no qual a cadeia produtiva se tornou mais complexa, sendo difícil identificar muitas vezes seus sujeitos e atribuições.

Mesmo com todos os benefícios claros da rastreabilidade colaborativa, ainda há alguma resistência por parte de quem produz ou gera serviços. Alguns empreendedores entendem que a implantação do processo é onerosa. Além disso, exige muito tempo e modificações na metodologia do trabalho já existente, relegando a prática apenas a situações em que há obrigatoriedade prevista em lei. Torna-se urgente, portanto, lançar olhar diferente sobre essa questão. É hora de fazer as escolhas para o futuro. E as ferramentas estão aí.”

São, pois, páginas que nos acenam para outros novos DESAFIOS a serem enfrentados e, por isso mesmo, nos MOTIVAM e nos FORTALECEM nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando a construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, QUALIFICADA, LIVRE, SUSTENTAVELMENTE DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA que permita a PARTILHA de suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, segundo as exigências da MODERNIDADE e de um mundo da PAZ e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, a nossa LUTA, o nosso AMOR, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...