quarta-feira, 23 de janeiro de 2019

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A INTELIGÊNCIA E NOVAS TECNOLOGIAS NA INDÚSTRIA 4.0 E A URGÊNCIA DA QUALIFICAÇÃO DO DIÁLOGO NA SUSTENTABILIDADE


“Manufatura inteligente e indústria 4.0
        Muito se fala em manufatura inteligente nos dias atuais, com a chegada de tendências ditadas pela indústria 4.0, como automação nas linhas de produção, aumento de número de robôs e sensores para coleta de dados, redução de custos operacionais, IoT (internet das coisas), uso de drones em plantações, colheitas e construções. Inovações como essas pode ajudar as grandes empresas no esclarecimento sobre o que é e para onde vai a manufatura no futuro.
         Partindo do princípio de repensar a qualidade do produto final com aumento de produtividade usando a indústria 4.0, percebemos que infinitas possibilidades são bem-vindas nessa jornada. Há uma quebra de paradigmas quando uma empresa implementa em sua linha de produção alguma tendência prevista pela manufatura inteligente. O objetivo disso é criar um espaço onde robôs e seres humanos possam trabalhar em conjunto e também ambientes em que máquinas autônomas, integradas e interconectadas, provêm dados estratégicos para tomadas de decisão.
         Estudo da Dell Technologies sobre a visão dividida do futuro mostra que a relação homem-máquina vai impactar profissionais e empresas até 2030, quando 88% dos executivos brasileiros (e 82% pelo mundo) acreditam que seus colaboradores trabalharão integrados com as máquinas como uma equipe única nos próximos cinco anos. Mas quais seriam os benefícios na migração de uma linha de produção convencional para uma que utilize as tendências da manufatura inteligente?
         Em primeiro lugar, há um ganho de competitividade. Atualmente, não pensar em algo que se disruptivo ou “digital”, mesmo em ambientes de chão de fábrica, é um grande risco para alavancagens de negócios. Podemos adicionar a isso, ainda, o aumento da produtividade, o alto padrão de qualidade nos produtos fabricados, a redução de custos tanto para matéria-prima quanto para a energia que se gasta numa fábrica convencional, a redução e a antecipação de defeitos no maquinário ou no produto final e o avanço no desenvolvimento de novos produtos.
         Em linhas gerais, a manufatura inteligente já é essencial à sobrevivência das empresas para modernizar os negócios e capacitar profissionais a operá-las. A tecnologia não exclui profissionais que trabalham com tarefas operacionais. Pelo contrário, os avanços tecnológicos fazem com que esses colaboradores agora atuem em conjunto com as máquinas e robôs, otimizando ainda mais o trabalho e os resultados esperados. A principal diferença é que os profissionais poderão se dedicar a outras tarefas e a novas funções que surgirão justamente por conta dessa transformação.”.

(ROBERTA TOZELLI. Executiva e gerente de contas da Cognizant, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 11 de janeiro de 2019, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição, caderno e página, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“No combate às barbáries
        É inadiável combater as barbáries que desfiguram o Brasil. Esse é o caminho para corrigir os descompassos políticos, sociais e familiares que têm produzido inseguranças e clara perda de rumos. Essa deve ser a prioridade de todos os cidadãos e instituições, pois permanecer indiferente a esses graves cenários traz grave consequência: a assimilação passiva de dinâmicas perversas, que fazem o cidadão se acostumar com situações horrendas, naturalizando-as, de forma venenosa. Numa perigosa dinâmica, passa-se a repetir comportamentos abomináveis, compulsivamente, perpetuando-os. Agir com rigor no combate a situações desoladoras é, assim, um necessário cuidado para não se deixar contaminar pelo terrível processo de delinquência, que devasta a sociedade.
         Superar a indiferença deve ser o ponto de partida para enfrentar este “vale-tudo” que se vive na atualidade, em que se age segundo os próprios interesses, desconsiderando nobres valores. Sacrificam-se vidas, subjetivismos são impostos como hegemonia. Patrimônios inegociáveis são trocados pelo dinheiro. O desrespeito ao bem comum se torna regra, com apropriações indébitas do erário, arquitetadas por diabólicos esquemas de corrupção e favorecimentos. A trágica violência, que compromete o direito de ir e vir, levando segmentos da população ao extermínio, é uma das mais graves consequências da indiferença. A sociedade precisa acordar. Cada cidadão assuma o desafio de investir em uma nova civilização, marcada por qualificados modos de relacionamento.
         Sem esse investimento não adianta mudar composição de instituições políticas, pois a governabilidade estará sempre comprometida. Faltará a lucidez imprescindível aos entendimentos, fundamentais para conduzir o Brasil rumo a uma realidade promissora. Não basta apenas investir em segurança pública ou defender propostas inconsistentes, a exemplo da concessão do direito legal ao porte de arma. O fundamental para a sociedade brasileira é que haja profunda revolução cultural no sentido de recuperar valores e princípios que sustentam o altruísmo, a solidariedade e o compromisso com o bem comum.
         Todos têm responsabilidade na construção de rumos novos, pois a tarefa é grande, requer empenho diário e tempo – a transformação almejada demandará décadas para se efetivar. Mas sem buscar essa profunda mudança, continuarão a se multiplicar situações de barbárie, a exemplo dos feminicídios e do extermínio de índios, abominação motivada por interesses gananciosos, além das muitas outras tragédias diárias. Ocorrências que revelam descompasso moral e emocional dos cidadãos não só pela crueldade que as envolve, mas pela indiferença com que são percebidas pela sociedade. Com urgência, é preciso reconhecer: há uma infinidade de barbáries que vão moldando a sociedade. Um fenômeno cruel que configura a interioridade de crianças e jovens, deseducando-os no sentido de desqualificar valores e princípios imprescindíveis ao exercício da cidadania.
         As reações frente a esse cenário são urgentes e demandam amplo envolvimento que vão além de ideologias partidárias, de interesses particulares, para tornarem-se força efetiva de mudança. Mas, o que fazer? Por onde começar? O ponto de partida é tomar consciência da dinâmica que envolve o mundo na contemporaneidade. Convive-se com uma avalanche de informações irrelevantes e, ao mesmo tempo, falta lucidez às pessoas. Consequentemente, gastam energias e investimentos com processos que contam pouco e não deveriam ser prioridade.
         A avalanche de informações muitas vezes gera confusão e acaba causando o que pode ser chamado de ditadura da opinião pública. Esse fenômeno, que se generaliza, é caracterizado por pessoas e grupos que emitem juízos precipitadamente, a partir de interpretações equivocadas, perpetuando o caos e alimentando a barbárie. Para reverter esse quadro, deve-se cultivar a humildade: sabe-se menos do que se pensa que sabe.
         Não se pode mais impor perspectivas sob o efeito de um saber ilusório, em um mundo que se torna cada vez mais complexo. Perceber essa indomável complexidade permite enxergar as próprias limitações, com humildade, o que favorece o diálogo e, consequentemente, novos passos civilizatórios.
         A força do diálogo e o inegociável respeito às pessoas são fundamentais para enfrentar as barbáries. Qualificar-se para dialogar e interagir, percebendo os próprios limites, é conduta indispensável e coerente com a moralidade, a espiritualidade e autênticas relações fraternas.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 129 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em novembro a ainda estratosférica marca de 279,83% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial se manteve em históricos 305,71%; e já o IPCA, em dezembro, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 3,75%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2019, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,422 trilhão (43,6%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 758,672 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
57 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2018)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...      

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador e Legislador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.