Mostrando postagens com marcador RONALDO NEGROMONTE. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador RONALDO NEGROMONTE. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 9 de agosto de 2017

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A UNIVERSALIDADE DO EMPREENDEDORISMO E O IMPÉRIO DA LIBERDADE, DA VERDADE E DA JUSTIÇA

“Empreendedorismo ao alcance de todos
        O que você faria se estivesse sozinho em plena floresta amazônica? Mesmo que conhecesse regras de sobrevivência, ali não existem trilhas prontas nem mapas. Você terá de utilizar apenas os recursos e conhecimentos que tem. Deverá estar atento a tudo e tem de descobrir seus próprios caminhos. Essa é a imagem mais próxima que podemos fazer do empreendedor no atual mercado.
         Empreendedorismo não é necessariamente a atitude de criar empresas, mas, acima de tudo, de assumir uma postura ativa e independente na própria carreira. Como conceito essencial, a ação de empreender é o motivador de ideias e projetos que transformam a vida das pessoas e da sociedade. É um compromisso sério com o desenvolvimento de si mesmo e dos demais. Por isso, espírito empreendedor não é simplesmente a coragem para abrir um negócio. Está intimamente ligado à criação de novos produtos e serviços, à descoberta de inusitados nichos de mercado, a maneiras diferentes de trabalhar e de ver as coisas.
         Os verdadeiros empreendedores têm papel vital nos processos produtivos, na criação de riquezas e nos melhoramento da qualidade de vida em geral. São pessoas motivadas, visionárias e obcecadas pela inovação. Têm entusiasmo, brilho nos olhos e percepção apurada. Enxergam oportunidades onde a maioria não vê absolutamente nada. Sempre avançam criando uma teia de colaboradores e sua recompensa, além do lucro, é ver seu sonho realizado.
         Aparte da atual crise de empregos no Brasil, o grande problema que estamos vivendo hoje no universo do trabalho é muito mais uma mudança de modelo mental. Isso pode ser uma situação inexplicável para uma grande maioria de profissionais que continua presa ao passado, na ilusão daquela segurança do tradicional vínculo empregatício. E isso tem ainda maior impacto em milhares de jovens que buscam entrar na vida profissional com essa mesma e enganosa miragem. Infelizmente, não foram educados para ser criadores da própria carreira, mas apenas buscadores de emprego. Sem preparo e uma base mais sólida, saem por aí planfletando currículos na busca de uma vaga e de um salário. Não perceberam que, daqui pra frente, essas oportunidades – tal como vivenciaram nossos pais e avós – serão cada vez mais restritas.
         Nesta complexa e globalizada economia da atualidade, é necessário ter o foco voltado para as emergentes necessidades das pessoas e de grupos sociais específicos, descobrir suas demandas e se antecipar ao que está para acontecer. Isso exige grande percepção, para saber interpretar as informações e estar preparado para aproveitar ou criar oportunidades. É preciso buscar soluções incomuns para questões à nossa volta, encontrar novas ideias para velhos problemas, melhorar a qualidade de vida do mundo atual e futuro. Certo é que sair da mesmice, do previsível, ser original, ousado, visionário está deixando de ser um privilégio de alguns para se tornar a obrigação de todos. Esse é um claro fator de sobrevivência para os profissionais e também para as organizações.
         Com muito acerto afirma o conhecido professor e escritor C. K. Prahalad: “Quando você tem mais aspirações que recursos, o resultado é a inovação. Mas, se você tem mais recursos que aspirações, vai estagnar. Force-se a realizar coisas que você não sabe como como fazer e para as quais não tem recursos suficientes. Prefira sempre aumentar a aspiração em vez dos recursos. Siga o exemplo de Sam Walton, Larry Alison e Bill Gates. Todos começaram com baixos recursos, mas com altas aspirações. E o mais importante: souberam compartilhar suas aspirações. Eis aí a essência do empreendedor”.
         Ter sonhos individuais é essencial, mas isso não significa simplesmente fazer o que se gosta. É bastante diferente de gostar do que se faz. A primeira opção não demanda quase nenhum esforço. Já gostar do que se faz significa exigir-se mais, adaptar-se às necessidades e obrigações, desenvolver competências e motivos que gradualmente transformem o trabalho em uma atividade prazerosa. Para tanto, é preciso descobrir o que mais se liga às nossas qualidades técnicas e humanas, avaliar nossas possibilidades e criar metas viáveis. Depois é dirigir os melhores esforços nessa direção, trabalhando com inteligência, maior produtividade e mais qualidade em tudo o se faz.
         A demanda atual e do futuro é, cada vez mais, por profissionais versáteis com perfil dinâmico, autoliderança, capacidade realizadora e domínio da própria carreira. São aqueles que sabem desempenhar funções diferenciadas e estão constantemente sintonizados com as necessidades do mercado. Com certeza, essa é a síntese essencial do comportamento empreendedor e um passaporte seguro para se chegar ao sucesso.”.

(RONALDO NEGROMONTE. Professor, palestrante e consultor em desenvolvimento de pessoas e organizações, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 23 de julho de 2017, caderno ADMITE-SE CLASSIFICADOS, coluna MERCADO DE TRABALHO, página 2).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 28 de julho de 2017, caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“Escolhas e poderes
        A vida humana está emoldurada por escolhas e poderes que definem a qualidade e o alcance da existência e da cidadania. Tudo depende das escolhas que se faz e, particularmente, de sua assertividade. Também contam os poderes exercidos e a qualidade desse exercício, na medida em que definem a velocidade e os rumos dos processos, com resultados e consequências boas ou nefastas para o bem comum.
         São as escolhas e as decisões que determinam os acertos ou produzem descompassos. E é cada cidadão, inserido na complexidade dessa configuração, o responsável pelos processos que definem a sua condição política e a competência para o exercício dos poderes.
         Assim, as escolhas e os poderes guardam o alcance antropológico e sociocultural do significado da política. Equilibram ou desorganizam os funcionamentos institucionais, promovendo a sua evolução ou atrasando seus processos. Fundamentalmente, tudo depende do exercício competente e qualificado da própria cidadania, tanto quanto da capacidade de exercer o poder que se tem, que se assume ou que é concedido.
         Por sua vez, a envergadura da cidadania e a qualidade da própria existência influenciam as escolhas e o modo de exercer o poder. Isso significa apontar a seriedade e a gravidade das escolhas que são feitas, em diferentes níveis e intensidades. O que se escolhe incide determinantemente sobre processos, vidas, situações e circunstâncias. Faz avançar na direção de metas a serem atingidas ou atrasa conquistas e produz déficits que pesam fortemente sobre o conjunto da sociedade e sobre a vida das pessoas, particularmente as pobres e indefesas.
         Por isso, a política, sendo prática de escolha e exercício de poderes, há de se temperar e fecundar por valores, que se forem desconsiderados lançam a vida social em descompassos, com sérios comprometimentos. Desse modo, apenas o respeito e a consideração a valores fundamentais – verdade, justiça, liberdade e amor – poderão manter o ritmo e a dinâmica, com propriedades capazes de garantir os ordenamentos adequados da vida social e os procedimentos cidadãos qualificados. Esses são valores sociais inerentes à dignidade da pessoa, com propriedades para favorecer o desenvolvimento autêntico e integral. Sem levar em conta e sem investir permanentemente nesses valores, corre-se sempre o risco de escolhas equivocadas ou estreitadas por interesses partidários e cartoriais. Consequentemente, o exercício do poder se prestará a alimentar vaidades, interesses mesquinhos e a perigosa sedução que o poder, em si, submete a alma humana.
         Observamos, na atualidade, que os descompassos são muitos, comprovando a falta de qualificação daqueles que ocupam as várias instâncias de poder, sem se assentar nos trilhos dos valores sociais. Resvalam na direção da mediocridade e da incapacidade de produzir as respostas que deveriam ser convertidas em qualificados serviços, impulsionando a sociedade e suas instituições aos parâmetros esperados.
         Assim, a mediocridade representa um risco tão sério e fermentador, com força para produzir uma miopia capaz de induzir todos – os cidadãos e aqueles que exercem os poderes – a escolhas também medíocres. Enjaulando as pessoas nas bitolas estreitas que inviabilizam respostas novas, mudanças urgentes e instituições inventivas como os tempos atuais exigem, as decisões assentadas nas escolhas medíocres atrasam as reformas que acabam não se fazendo e que não são intuídas na clarividência requerida de novos passos.
         As escolhas e poderes há de fazer seus percursos sobre os trilhos dos valores sociais inegociáveis, para, desse modo, possibilitar práticas capazes de fomentar uma cultura que preze sempre mais os caminhos e pessoas, que leve a respostas novas.
         Um dos valores sociais que é prioritário é o de viver a verdade. À medida que os grupos sociais buscarem resolver os problemas à luz da verdade é que avançarão na direção das escolhas acertadas. Esse é um enorme desafio de nosso tempo, imposto pelas circunstâncias sociais e políticas. Exige-se, desse modo, um grande investimento educativo no sentido de produzir gosto e empenho, em todos, pela busca da verdade.
         A verdade deve alicerçar o valor da liberdade, inerente a todas as pessoas, que só pode ser respeitado e honrado à medida que cada indivíduo é incentivado a realizar sua vocação pessoal e capacitado para discernir e recusar tudo o que possa comprometer a moral. Assim, o valor da justiça, particularmente no momento atual da sociedade, torna-se imprescindível para deter a tendência de se recorrer exclusivamente na direção da “utilidade” e do “ter”.
         Ora, a justiça não é uma simples convenção. O justo é intrínseco ao mais profundo do ser humano. Exige reconhecimento e incondicional respeito. Abre-se, então, o caminho para o amor que ultrapassa estreitamentos e fecunda a capacidade inventiva.
         O grande desafio da sociedade, especialmente nestes tempos de crise, é investir em um qualificado processo educativo capaz de aperfeiçoar as escolhas e o exercício dos poderes.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em junho/2017 a ainda estratosférica marca de 378,30% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial registrou históricos 322,60%; e já o IPCA também no acumulado dos últimos doze meses chegou a 3,00%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2017, apenas segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,722 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 946,4 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- 55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por uma Nova Política Brasileira...  
        

 



quinta-feira, 15 de junho de 2017

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A FORÇA DA CRIATIVIDADE NA INOVAÇÃO E A ESPIRITUALIDADE NA BASE DA SUSTENTABILIDADE

"Criatividade é a base da inovação

No ambiente da sua empresa você costuma dizer ou ouvir coisas assim:
- Lá vem você de novo com essas ideias malucas!
- Por que não deixamos as coisas como estão?
- Eu até gosto, mas...
- Olhe, não é assim que fazemos as coisas por aqui.
- Eu penso desse jeito e não vou mudar nunca!
- Ora, já fizemos isso por aqui uma vez e não deu certo!
- É melhor você não se arriscar!
- Não gosto de ninguém opinando sobre o meu trabalho!
Se frases como essas são comuns por lá, mau sinal. Tudo indica que o clima da organização onde você trabalha está limitando a capacidade inovadora das pessoas. A criatividade por lá anda em baixa. E nada é mais arriscado nos dias atuais, em um mercado tão mutante, exigente e competitivo.
Ter boas ideias está deixando de ser questão de apenas fazer diferente para ser uma questão de sobrevivência. E isso vale para profissionais e para empresas. Com produtos e serviços chegando a um mesmo patamar de excelência, cada um precisa mostrar um diferencial que possa distingui-lo na multidão e chamar a atenção dos clientes. Isso vai exigir, acima de tudo, criatividade.
Mais do que uma competência profissional, a criatividade é, em essência, uma postura de vida. Reflete a capacidade de ser original nos pensamentos, na forma de ser e de fazer as coisas. Tanto em pessoas como em empresas, a criatividade tem o poder de fazer surgir o novo, esse novo que tanto enche de encantamento os clientes. Essa capacidade inovadora é também um fator que pode transformar o trabalho em algo motivador, instrutivo e muito mais rentável.
Organizações e profissionais criativos estão sempre se renovando em alguma coisa, Mudam não porque sofrem pressões, mas pelo desafio que se autoimpõem de continuar progredindo. Têm valores bem claros, visão de futuro e uma forma dinâmica própria de se moverem no mercado. Criam estratégias e recursos para ir em frente, mesmo em meio a crises e situações adversas.
A criatividade nas empresas depende da existência de boas lideranças. São elas que dão o exemplo e instituem o clima do lugar. As inovações, raramente emergem em ambientes de gestão centralizada, pressões, intimidação, desrespeito e comunicação falha, onde, em consequência, cada um procura “cumprir sua obrigação”.
Atualmente, nenhuma organização pode se dar ao luxo de descartar esse precioso capital representado pelas inovações que podem gerar seus colaboradores. Curiosamente é que ainda ocorre na maioria dos locais de trabalho. As poucas ideias que surgem continuam vindo do topo. Mas, embora raras, hoje já existem empresas nas quais os colaboradores recebem carta branca para iniciativas e novas ideias. As lideranças aceitam o risco, motivam as pessoas, escutam sugestões, permitem o improviso e não culpam pelos erros no processo criativo. Imagine um lugar onde todos se veem como empreendedores. Imagine também as coisas maravilhosas que podem ocorrer nessa situação ideal.
O professor e consultor americano Gary Hamel define bem essa situação ao afirmar: “O verdadeiro desafio é fazer com que a inovação viva dentro de cada pessoa na empresa. As companhias que aprenderem a fazer isso nos próximos anos vão ser as companhias realmente vencedoras”. Eis algumas sugestões para fazer surgir essa motivadora cultura da criatividade em toda a empresa:
- Estrutura menos hierarquizada
- Questionamento das próprias convenções
- Capacitação e treinamento de cima para baixo
- Canais abertos de comunicação
- Diversidade no quadro de profissionais
- Relacionamento ético, saudável e motivador
- Gestão participativa
- Competições de ideias e experiências inovadoras no ambiente de trabalho
- Atenção às reclamações e sugestões dos clientes.
As boas ideias costumam encontrar quem as está procurando. Mostram para nós o caminho do futuro. E criar um futuro exige libertar-se do passado, pelo menos daquele passado que já não há sentido em preservar. Regras nunca questionadas, posturas rígidas, preconceitos e tradições inúteis pertencem a esse passado que deve ser colocado de lado para que o novo e melhor possa surgir.”.

(RONALDO NEGROMONTE. Palestrante e consultor em desenvolvimento de pessoas e organizações, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 11 de junho de 2017, caderno ADMITE-SE CLASSIFICADOS, coluna MERCADO DE TRABALHO, página 2).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 9 de junho de 2017, caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“E o seu lado espiritual?
        Cultivar a espiritualidade ainda não faz parte do cotidiano de muitas pessoas. Pouco se compreende que esse exercício e um pilar determinante na sustentação da interioridade e de uma qualificada participação na vida social. Por isso, muitas dinâmicas estão comprometidas. Ilusoriamente, pensa-se – talvez por força de secularismos, excesso de racionalizações ou imediatismos – que a espiritualidade é opcional, mais apropriada para alguns mais devotos. Na verdade, a espiritualidade e indispensável para sustentar a vida de todos em parâmetros qualificados. Assim, um permanente desafio é estar em sintonia com o que o salmista, nas sagradas escrituras: “Desde a minha concepção me conduzistes, e no seio maternal me agasalhastes. Desde quando vim à luz vos fui entregue, desde o ventre de minha mãe sois o meu Deus”.
         A humanidade, mesmo emoldurada por diferentes manifestações confessionais e religiosas, não prioriza o hábito de cultivar a espiritualidade. As consequências são o comprometimento da vida, com equívocos nos critérios que regem discernimentos e escolhas, a prevalência da mediocridade na emissão de juízos e nas iniciativas que deveriam corresponder à dignidade própria do ser humano, na sua inteireza. A cultura da dimensão espiritual no cotidiano significa reconhecer a presença de Deus no lugar que Lhe é próprio, conforme ensina o salmista, em oração: “Porque sois, ó senhor Deus, minha esperança, em vós confio desde a minha juventude. Sois meu apoio desde antes que eu nascesse, desde o seio maternal, o meu amparo. Vosso louvor transborda nos meus lábios, cantam eles vossa glória o dia inteiro. Não me deixeis quando chegar minha velhice, não me falteis quando faltarem minhas forças. Eu, porém, sempre em vós confiarei, sempre mais aumentarei vosso louvor”.
         O lado espiritual não é apenas uma parte da existência. Trata-se de alicerce para a vida, cultivado pelo desenvolvimento da competência de se contemplar, isto é, tornar-se capaz de mergulhar no sentido mais profundo de cada ser, de cada criatura, superando superficialidades. E a oração é, por excelência, a experiência do exercício da espiritualidade. Causa empobrecimento considerar a oração como um recurso de poucos, para momentos passageiros de aflições maiores. As preces possibilitam o enraizamento de si mesmo na verdade e na fonte do amor que é Deus. Tertuliano, reconhecido escritor dos primeiros anos da era cristã, destaca a força da oração, ao comentar: “Nos tempos passados, a oração livrava do fogo, das feras e da fome. Agora, a oração cristã não faz descer o orvalho sobre as chamas, ou fechar a boca de leões, nem impede o sofrimento. Mas, certamente, vem em auxílio dos que suportam a dor com paciência, afasta as tentações, faz cessar as perseguições, reconforta os de ânimo abatido, enche de alegria os generosos, acalma tempestades, detém ladrões, levanta os que caíram, sustenta os que vacilam e confirma os que estão de pé”.
         A oração possibilita ao humano experimentar o deserto de seu próprio ser. Leva-o a reconhecer sua condição solitária e pobre, para explicitar sua dependência de Deus. O lado espiritual de cada pessoa é que lhe permite assumir e conquistar a humanidade verdadeira e integral. Na espiritualidade, cultiva-se o silêncio que faz da própria vida um ouvir determinante, gera-se a competência para o diálogo que promove a cultura do encontro e quebra, com propriedade, a rigidez da mesquinhez. A experiência espiritual qualificada é que nos permite cultivar e aproveitar os nossos dons, edificando a unidade interior básica que permite a inteireza moral e existencial. Quando se compromete essa unidade, a conduta pessoal sofre com reflexos negativos. E o caminho da espiritualidade, que possibilita uma condição humana qualificada, não pode ser trilhado apenas com a própria força, nem mesmo unicamente com a luz da razão. Trata-se de percurso impulsionado pelo Espírito Santo, que está presente em cada um dos que cultivam a abertura para receber seus dons.
         A humanidade carrega fardo pesado por não compreender a importância de se cultivar a espiritualidade. Por isso, o cidadão contemporâneo fica moralmente enfraquecido, gerando os descompassos que degradam o mundo. Assim, o investimento para transformar a realidade exige, de cada um, cultivar o lado espiritual. Eis o caminho que –é fonte de soluções para os muitos problemas enfrentados pela humanidade.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em abril/2017 a ainda estratosférica marca de 422,46% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial registrou históricos 328,3%; e já o IPCA também no acumulado dos últimos doze meses, em maio, chegou a 3,60%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2017, apenas segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,722 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 946,4 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- 55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por uma Nova Política Brasileira...  
        
 





sexta-feira, 4 de novembro de 2016

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A IMPERATIVA FORMAÇÃO DE EQUIPES E OS DESAFIOS DA QUALIFICAÇÃO SUSTENTÁVEL

“Uma comunidade chamada empresa
        Uma grande empresa onde atuo como consultor passou recentemente por um período difícil. Em princípio, pela falta de equipamentos essenciais a todos os setores e que já tinham sido comprados, mas houve um engano do fornecedor e atraso de um mês para entrega. Resultado: prejuízos na produtividade, caras fechadas, acusações mútuas, reclamações, cobranças e clientes insatisfeitos. Pelo fermento das atitudes, o problema cresceu e, apesar das correções, o ambiente ficou péssimo, demorando depois um bom tempo para voltar à normalidade.
         Curiosamente, situações assim são comuns de ocorrer nas organizações. As crises podem ter sua origem em questões técnicas, mas sempre se agravam por razões comportamentais. Tudo depende dos hábitos e comportamentos coletivos já criados no ambiente de trabalho. Isso representa os valores elegidos e a consequente cultura local que orienta as ações da maioria.
         No caso apresentado, não havia valores bem definidos e os interesses particulares sufocaram o trabalho de equipe. Numa verdadeira equipe isso nunca acontece, pois as pessoas caminham rumo a uma mesma direção e não perdem tempo reagindo contra as dificuldades. Ali as coisas funcionam como uma rede de competências, com nível de capacitação e informação o mais alinhado possível, não só no trabalho, mas principalmente nas atitudes e nas relações. O resultado é a integração eficaz dessas qualidades no alcance do sucesso comum. O foco é sempre o resultado e não os problemas. Qualquer dúvida, observe a atuação de uma equipe avançada, como a do Cirque du Soleil por exemplo, em suas espetaculares apresentações. Vamos perceber claramente um alto nível de colaboração e um constante aprendizado mútuo dos artistas na busca pela excelência.
         Na verdade, uma empresa funciona como um núcleo social específico, com todas as questões de uma comunidade e seus tipos característicos mais comuns. Além dos sensatos, motivadores, dos criativos, dos responsáveis (que geralmente são a minoria), veremos também os indiferentes, os dominadores, os críticos, os egoístas, os apavorados e muitos outros. Quando maior o número de componentes no grupo, mais se multiplicam também as dificuldades de toda ordem. Daí a importância vital de um controle ágil e inteligente, o que só pode ser realizado por lideranças preparadas, que saibam lidar com as capacidades e motivem a energia dessa diversidade de pessoas, corrigindo as distorções e movendo a participação de todos para soluções inovadoras dos problemas.
         Dentro de um mercado tão dinâmico, mutante e competitivo como o atual, criar um verdadeiro trabalho de equipe nessa comunidade chamada empresa se transformou num dos principais trunfos para quem quere vencer e garantir seu espaço hoje e no futuro. As organizações modernas não podem mais desperdiçar nenhum de seus ativos, em particular as pessoas que, quando atuam em conjunto de forma harmônica e integrada, conseguem produzir mudanças essenciais ao crescimento do negócio. O conhecido consultor americano Stephen Covey alerta sobre essa necessária transformação na gestão de pessoas: “A maioria das empresas ainda adota uma postura que é um insulto à inteligência e à capacidade criativa da equipe. As organizações precisam mudar tudo: a forma como recrutam, selecionam, avaliam, treinam e recuperam seus talentos”.
         O fato é que agora as empresas precisam desenvolver o pensamento sistêmico em todos os seus profissionais, aquele que mostra o importante papel de cada um dentro de um sistema e não apenas atuando isoladamente. Fazendo um paralelo com a música, a harmonia desse verdadeiro trabalho de equipe vem sempre de uma nota só. E isso é factível num lugar que seja uma democracia técnica, governada por ideias, não por pessoas. Representa também uma organização de aprendizado onde se pressupõe que sejam mais inteligentes coletivamente do que individualmente.
         Em particular nos grandes centros urbanos, a vida de hoje se caracteriza pela presença de muitas dificuldades coletivas que só fazem aumentar a cada dia, alimentadas na cômoda ilusão das populações de que isso é assunto exclusivo das autoridades. Aí também a posição egoísta, isolada e indiferente da maioria agrava perigosamente essas questões. Por isso, saber resolver problemas está na moda atualmente. E fazer isso no núcleo social das empresas é uma eficiente forma para solucioná-los depois na grande comunidade onde todos vivemos. Corrigi-los nos ambientes de trabalho é muito mais inteligente, prático e também um fator de destaque para qualquer profissional, pois vai criando um precioso conjunto de competências pelas quais o mercado está pagando muito bem.”.

(RONALDO NEGROMONTE. Professor, palestrante e consultor em desenvolvimento de pessoas e organizações, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 18 de setembro de 2016, caderno ADMITE-SE CLASSIFICADOS, coluna MERCADO DE TRABALHO, página 2).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 6 de outubro de 2016, caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de ALEXANDRE SANTILLE, Ph.D. em psicologia experimental, mestre em administração de empresas com ênfase em economia e inovação, e que merece igualmente integral transcrição:

“O Ideb e a falta de qualificação
        Recentemente, li sobre os resultados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) 2015 e me deparei com o quanto a educação brasileira está estagnada. A notícia mostrava que o rendimento escolar dos alunos do ensino fundamental e médio permanece abaixo das metas de melhoria estabelecidas pelo Ministério da Educação desde 2011.
         Com esse tipo de dado mais uma vez escancarado, muitos de nós se perguntam: qual é o nível de confiança que esses jovens possuem em si mesmos ao ingressar no universo de milhões de pessoas à procura de um emprego? Quais são as suas reais chances de se desenvolverem e terem a chance de uma atuação importante no mercado depois de tantos anos sem propósito?
         Participo de muitos debates e reflexões sobre o tema, com o objetivo de encontrar novas formas e meios de capacitar e desenvolver pessoas. As questões que discutimos tem a ver com a resolução deste ciclo de formação precário que se estende ao mercado de trabalho e que dificulta a construção de uma sociedade criativa e produtiva. Afinal, como virar a chave no contexto brasileiro e criar um ciclo virtuoso de educação, que sem sombra de dúvidas seria a base para uma transformação das pessoas, empresas e sociedade de maneira mais global?
         De um lado, temos a educação de base sofrendo com conteúdos e formatos extremamente obsoletos e, de outro, a conectividade (dispositivos móveis, computação em nuvem, big data, internet das coisas etc.) se instaurando no dia a dia e gerando cada vez mais uma interdependência econômica e social planetária. Essa discrepância fica evidente pelo fato de que existe mais de 11 milhões de desempregados no país e, ao mesmo tempo, uma infinidade de vagas e oportunidades em aberto por falta de profissionais qualificados.
         Um levantamento recente da Affero Lab mostra que quase 50% dos empregadores brasileiros enfrentam a dificuldade de encontrar o profissional certo. O problema tende a se agravar quando vejo a previsão do World Economic Forum estabelecer que, daqui aproximadamente cinco anos, mais de um terço das competências que são consideradas importantes na força de trabalho hoje serão ultrapassadas.
         Ao buscar um caminho, vejo que, além da óbvia e urgente reforma nas políticas e métodos do ensino público, atribuição que compete mais fortemente à esfera governamental, a implementação de uma cultura de educação corporativa dentro das empresas está nas mãos dos seus próprios líderes e empresários.
         E, apesar de os investimentos em treinamento e desenvolvimento profissional (T&D) ganharem importância para os nossos líderes, a estratégia de educação continuada nas empresas ainda tem muito espaço para melhorias. Para se ter uma ideia, enquanto o Brasil investe média de 16,6 horas de treinamento e R$ 518 por profissional no período de um ano, os Estados Unidos investem US$ 1.208 e seus colaboradores recebem 31,5 horas de treinamento nos mesmos 12 meses. Os dados são da pesquisa “O Panorama do Treinamento no Brasil”, que em 2015 ouviu 425 empresas do setor de Treinamento e Desenvolvimento (T&D).
         O levantamento mostra que o maior foco do investimento tem sido na capacitação das lideranças, cerca de 42% das ações formais de T&D foram para este público. A tendência evidencia a importância de se ter líderes preparados e maduros para enfrentar a presente e futura demanda por novos talentos.
         Nesse aspecto, as tecnologias são aliadas fundamentais na promoção de uma aprendizagem continuada (lifelong learning) com baixo custo e alto impacto, podendo ser incorporadas tanto no ensino escolar como corporativo. Práticas de gamificação, mobile learning, ensino adaptativo, realidade virtual, entre tantas outras inovações, despontam como poderosas ferramentas para mudar a educação tradicional, desafio do setor de maneira geral. Com o ambiente mais digital e democrático, precisamos agregar conhecimento e eliminar os velhos formatos que já não funcionam mais.
         Enquanto vamos amadurecendo, o tempo não para, o bônus demográfico encurta, e as distorções causadas pela defasagem na formação de nossos cidadãos se agravam. Por isso, trabalhar intensamente em ações contínuas de aprendizagem pode ser encarado como a grande oportunidade do século, aquela capaz de alavancar e consolidar as reais habilidades dos indivíduos, alunos, colaboradores, gerentes, empreendedores, líderes, enfim, dos brasileiros.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em setembro a ainda estratosférica marca de 480,28% para um período de doze meses; e também em setembro, o IPCA acumulado nos doze meses chegou a 8,48% e a taxa de juros do cheque especial  registrou históricos 324,90%...); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com projeção para 2016, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,348 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,044 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- 55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por uma Nova Política Brasileira...