“As
lições de Kevin Bartlett
Mês passado, tive a
oportunidade de participar de uma conferência da Associação das Escolas Americanas
do Brasil (AASB), em Curitiba. Durante dois dias, mais de 10 escolas
internacionais compartilharam experiências e tiveram a honra de ouvir o dr.
Kevin Martlett, um dos educadores que participou da elaboração dos documentos
fundamentais do IB – Bacharelado Internacional.
Atualmente,
o IB é um dos currículos mais adotados por escolas internacionais ao redor do
mundo e busca formar cidadãos do mundo, com pensamento crítico e participação
ativa. Bartlett também foi, por muitos anos, diretor da ISB – Escola
Internacional de Bruxelas. Como ele mesmo ressaltou, sua apresentação traria
dicas que ele gostaria de saber quando estava à frente da escola. Hoje,
aposentado, o especialista atua como consultor e é uma espécie de “tio” mais
velho (e experiente) da Escola Internacional Lincoln, na Argentina.
Entre
suas principais ideias apresentadas na conferência, algumas foram muito
marcantes como, por exemplo, ser simples. Muitas vezes, dentro das
organizações, usamos inúmeras palavras para conseguirmos nos comunicar. Segundo
ele, o excesso de palavras pode levar a um ruído na comunicação e, ao final,
sua mensagem não será realmente compreendida. Ao optarmos pelo simples, também
estamos optando por uma linguagem de fácil entendimento, que permite que todos
os colaboradores estejam alinhados e consigam aplicar aquela linguagem no seu
dia-a-dia. Precisamos aprender a acreditar no poder da simplicidade e, com
isso, conseguiremos criar um ambiente com mais princípios e menos regras. Isso
significa que, se todos os colaboradores entenderem, interiorizarem e forem
capazes de aplicar os princípios compartilhados, não precisaremos ficar presos
à criação de inúmeras regras, que muitas vezes tornam as organizações
engessadas e distantes.
Outro
ponto é que o entendimento do meio é fundamental para o sucesso de qualquer
empreendimento. Para Kevin Bartlett, a cultura devora a estratégia no café da
manhã, ou seja, não há sucesso na implementação de nenhum plano estratégico se
a cultura organizacional não abraçar a ideia e defendê-la como sua verdade. A
cultura é a crença compartilhada. Usando a simplicidade por meio dos
princípios, somos capazes de criar uma cultura que será o nome para nossas
organizações. Se conseguirmos sermos afetivos, seremos ainda mais eficientes.
De
volta à realidade das nossas organizações, inspirados por tantos ensinamentos,
nos vemos diante de um grande desafio: como implementar essas ações? Ainda não
tenho a resposta, mas acredito que sempre devemos revisitar a missão e visão da
instituições. Acredito que em um mundo tão volátil é de extrema importância nos
certificarmos que as nossas ações reflitam o cerne do nosso negócio. Seu que
existe um gap entre saber e fazer, mas outro importante aprendizado: as coisas
não acontecem do dia para a noite, por isso, a repetição da mensagem (como
algumas vezes costumamos dizer, como um disco quebrado) é fundamental para
construir uma organização saudável.”.
(ROBERTA
COELHO. Gerente de marketing da Escola Americana de Belo Horizonte, em
artigo publicado no jornal ESTADO DE
MINAS, edição de 8 de maio de 2018, caderno OPINIÃO, página 7).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a
Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição,
caderno e página, de autoria de LUIS
ANTONIO NAMURA POBLACION, presidente da Planneta, engenheiro eletrônico
pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), com especialização em
marketing e administração de empresas e MBA em franchising pela Lousiana State
University e Hamburguer University – MC Donald’s. Atua na área de educação há
mais de 35 anos, e que merece igualmente integral transcrição:
“O
educador no mundo infanto-juvenil
Educar tem sido missão
cada vez mais difícil nos dias atuais. Não só pelos muitos recursos digitais e
tecnológicos que parecem ‘roubar’ a infância das crianças, como pelos
comportamentos expostos na mídia e em redes sociais que as hipnotizam com
conteúdos que estimulam o consumismo, o desperdício e as ‘trolagens’ entre as
pessoas. O mundo virtual vem, progressivamente, confundindo seus limites com os
do mundo real no cotidiano de crianças e adolescentes. O celular e a internet
têm mudado a forma de se relacionar com a família, os amigos e os professores.
Como convencer uma criança de 5, 6 anos, por exemplo, de que determinado
comportamento é errado, quando ela assiste na internet adultos adotando o mesmo
comportamento como se fosse algo legal? E, pior, o tal ‘adulto’ ainda é idolatrado
e muitas vezes detém boa posição social.
Essa
inversão de valores chega às escolas, interfere diretamente no comportamento
das crianças em sala de aula e, consequentemente, na relação que esse aluno tem
com os demais colegas e com seus educadores. O professor, que detém autoridade,
vem enfrentando, cada vez mais, dificuldades para impor disciplina e respeito e
começa a lidar com sérios problemas, como o aumento da agressividade infantil,
a transgressão de regras e a violação dos direitos alheios, entre outras
questões. Diante de tal situação, como o professor deve agir para evitar a
disseminação de atitudes agressivas e sem limites, passando do âmbito
individual de cada aluno para o coletivo?
É
verdade que sempre houve situações-problema envolvendo alunos em sala de aula,
mas questão vem tomando dimensões assustadoras. Primeiro, é preciso entender o
porquê de tais comportamentos. A mídia e as redes sociais são parte do
problema, mas eles podem ter origem, também, na falta ou fragilidade de
referências morais e afeto, transtornos familiares, como violência doméstica ou
dificuldade dos cuidadores em estabelecer limites e regras; além de conflitos
emocionais, barreiras socioeconômicas ou até distúrbios cognitivos ou mentais.
Por isso, a forma como o educador lida com os conflitos tem papel crucial na
formação emocional da criança e do adolescente. Se o professor grita, bate-boca
ou resolve as adversidades de forma agressiva, o aluno tende a reproduzir tais
atitudes. Não é desse modo que ele exercerá a sua autoridade. Não mais.
Mas,
diante da multiplicidade de causas e consequências, é insensato buscar receitas
mágicas. O que deve ser buscado, gradualmente, é a construção e o
fortalecimento da confiança e do respeito por meio do diálogo. É difícil?
Muito! No entanto, é preciso aproximar-se do aluno, adotando uma postura calma,
porém assertiva, dando a ele a possibilidade de expressar seus sentimentos,
seus problemas e falar sobre seus atos. Não ignore o que a criança sente ou o
que desencadeou aquela atitude agressiva ou desrespeitosa. Estimular o diálogo
é dar a ela oportunidade de se explicar e se retratar, sempre valorizando seus
esforços positivos, como manifestações de afeto e senso de responsabilidade; e
potencializando a autoestima que o encoraja a superar barreiras. Os debates em
grupo também têm seu valor. Promover atividades e brincadeiras criativas que
permitam a interação e a reflexão em torno de situações e comportamentos também
ajuda a desenvolver a consciência do coletivo sobre limites e boas condutas,
além de promover o envolvimento das crianças e jovens na construção de
soluções.
A
relação escola-família também é de suma importância. De nada adianta a escola
reunir esforços para ‘civilizar’ uma criança se a família não trilhar o mesmo
caminho. Por isso, todos os esforços devem ser feitos para aproximar a escola
dos pais, a fim de que todos os problemas envolvendo o aluno possam ser
debatidos em conjunto, na busca de melhorias, não só do desempenho escolar, mas
também em torno de comportamentos e hábitos, para que se construa, assim, a
inteligência emocional tão necessária ao convívio em sociedade.
Os
educadores têm uma missão importantíssima e fundamental na construção de um
mundo mais solidário. Não só em casa, mas também na escola, se aprendem
valores, por meio da convivência entre as crianças – já tão diferentes entre si
–, e os adultos. É preciso valorizar a atuação do professor enquanto agente
transformador, peça indispensável no desenvolvimento emocional e cognitivo dos
alunos. Para tal, é necessário que a escola e o poder público se comprometam a
dar a eles condições adequadas de trabalho para que a complexidade de sua
profissão e os desafios a que são submetidos, diariamente, não desmotivem esses
educadores no pleno desenvolvimento do processo educativo.”;
Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e
oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança
de nossa história – que é de ética, de
moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e
sustentavelmente desenvolvidas...
Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras
cruciais como:
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas, gerando o pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional
(enfim, 128 anos depois, a República proclama o que esperamos seja
verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira
incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria;
a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da
democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b) o combate implacável, sem eufemismos e
sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:
I – a inflação, a exigir permanente,
competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares
civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa
de juros do cartão de crédito atingiu em fevereiro a ainda estratosférica marca
de 333,9% nos últimos doze meses, e a
taxa de juros do cheque especial em históricos 324,1%; e já o IPCA, também no
acumulado dos últimos doze meses, em março, chegou a 2,68%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa
promiscuidade – “dinheiro público versus interesses privados”
–, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando
incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária
ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação
Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um
caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...”
– e que vem mostrando também o seu caráter transnacional; eis, portanto, que todos os valores que vão
sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518
anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios,
malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a
corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar
inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo,
segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a
“... Desconfiança das empresas e das famílias é
grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase
nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses
recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à
ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de
infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de
planejamento...”;
c) a dívida pública brasileira - (interna e
externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para
2018, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos
Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e
insuportável desembolso de cerca de R$
1,847 trilhão (52,4%), a título de juros, encargos, amortização e
refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,106 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar,
sim, até o último centavo;
-
rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
-
realizar uma IMEDIATA, abrangente,
qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda
a propósito, no artigo Melancolia,
Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente
degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das
contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).
Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta
de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já
combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de
poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições,
negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à
pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas
e sempre crescentes necessidades de ampliação
e modernização de setores como: a gestão
pública; a infraestrutura (rodovias,
ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada,
esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística
reversa); meio ambiente; habitação;
mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda;
agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência
social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança
pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e
desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer;
turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e
operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade
– “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade,
competitividade); entre outros...
São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira
alguma, abatem o nosso ânimo e nem
arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta
grande cruzada nacional pela excelência
educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada,
civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e
desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas
riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos
os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos
bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de
infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à
luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização
das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas
tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a
nossa esperança... e perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
56 anos
de testemunho de um servidor público (1961 – 2017)
-
Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
-
ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por
uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência
na Gestão Pública ...
- Pelo
fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares
do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com
proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou
asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...
E
P Í L O G O
CLAMOR
E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador e Legislador, fonte de infinita
misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra
sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios,
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da
dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.
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