sexta-feira, 4 de maio de 2018

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, OS DESAFIOS DAS TRANSFORMAÇÕES SOCIAIS E AS EXIGÊNCIAS DA PRODUÇÃO INTELECTUAL ÉTICA NA SUSTENTABILIDADE


“Impacto social e seus desafios
        A pauta de impacto social vem ganhando cada vez mais peso nos últimos anos. Temos como responsabilidade social, carreira com propósito e empreendedorismo social, empresa B, aceleradoras de impacto, entre outros, estão atualmente em voga.
         Isso se dá por vários motivos, a começar pela conscientização da população e dos líderes globais sobre a importância de traçarem o que chamamos de Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, as 17 ODS da Organização das Nações Unidas (ONU). A ideia é que os ODS sejam implementados por todos os países nos próximos 12 anos, até 2030. Entre os 17 objetivos, estão: acabar com a pobreza em todas as suas formas, em todos os lugares; acabar com a forma; promover o bem-estar para todos, em todas as idades; assegurar a educação inclusiva, equitativa e de qualidade; promover o crescimento econômico sustentável; reduzir a desigualdade dentro dos países e entre eles; tomar medidas urgentes para combater a mudança climática e seus impactos, entre outros.
         Como se pode ver, grande parte dos objetivos estão ligados a questões de saúde, tecnologia, educação e combate à pobreza, tópicos que, pouco tempo, eram vistos pela sociedade como responsabilidade apenas das ONGs e dos governos. Isso devido a uma teoria sobre o capitalismo, que muitos acreditam, de que uma empresa só existe para maximizar lucro e gerar valor para seus acionistas, e que questões como segurança, qualidade de vida, educação e saúde são de responsabilidade de outras esferas. O grande economista e vencedor do Prêmio Nobel, Milton Friedman dizia que a grande responsabilidade social das empresas é aumentar os lucros. Porém, essa crença vem perdendo força no mercado. Cada vez mais as corporações estão se enxergando como agentes de transformação da sociedade, e novas empresas sociais vêm surgindo. Dentro desse novo formato, elas buscam não apenas alcançar ganhos financeiros pessoais, mas também se ajustar a metas sociais específicas.
         Hoje, mais de R$ 300 milhões são investidos, por ano, em iniciativas com essas características, e essas ações vêm ganhando cada vez mais visibilidade e força no mercado. Dois terços dos consumidores preferem marcas que devolvem algo à sociedade. A mão de obra qualificada está migrando para trabalhos que ofereçam significado e o jovem vem, cada vez mais, buscando uma carreira com propósito. Logo, pode-se concluir que a pauta de impacto social é algo que veio para ficar, e a tendência é crescer cada vez mais. Seja através de empresas sociais, setor 2.5, ou por meio das ações de ONGs, o importante é que cada vez mais se vê uma conscientização da população em prol do bem. A luta por uma sociedade com menos desigualdade, mais saúde, menos pobreza, mais educação e menos criminalidade é comum. Verdade é que para alcançar os 17 ODS da ONU nós iremos precisar de todos a bordo. Governos, empresas, negócios sociais, ONGs e o cidadão, todos colaborando em suas respectivas áreas para juntos construirmos um futuro melhor.”.

(DANIEL GONZALES. Economista e fundador do Hub Social, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 30 de abril de 2018, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição, caderno e página, de autoria de MARIANA RUTIGLIANO, gerente de marketing internacional da Turnitin, plataforma de educação que fornece soluções para diminuir o risco institucional e o plágio acadêmico e profissional, e que merece igualmente integral transcrição:

“Corrupção invisível na academia
        Quando pensamos no que define ‘corrupção’ no Brasil, saltam à mente imagens de políticos importantes e de empresários de firmas gigantes que, por exemplo, dominam a execução de obras públicas no país. Dificilmente, no entanto, lembramos que a corrupção, nas suas variadas formas, pode estar presente, inclusive, no meio acadêmico e no ambiente escolar – e que os corruptos em questão podem nem saber que estão errando.
         Copiar parte do trabalho de alguém ou reescrevê-lo, traduzindo o conteúdo ou usando novas palavras, é uma das formas mais comuns de se corromper no meio acadêmico. Pode acontecer na elaboração de trabalhos de conclusão de curso, nas dissertações e nas teses, por exemplo. Os indivíduos, no lugar de desenvolver um pensamento original, apropriam-se de ideias alheias em benefício próprio: ser aprovado em um curso, por exemplo.
         Para se ter uma ideia, estudo recente de Sonia Vasconcellos (UFRJ) e colegas, feito exclusivamente em bases de artigos científicos entre 2009 e 2014, identificou 25 trabalhos de brasileiros que foram retratados, ou seja, que tiveram sua publicação cancelada por causa de erros graves. São trabalhos feitos prioritariamente por pós-graduandos e por docentes de instituições de ensino e pesquisa.
         O plágio foi a principal razão para as retratações dos artigos brasileiros, responsável por 46% dos casos. Isso significa que metade dos trabalhos que chegam a ser identificados com alguma forma de má conduta no Brasil copiaram trechos de outros textos publicados, anteriormente. É como se um autor roubasse as ideias e as palavras de outro, assumindo ao conteúdo autoria própria.
         Trabalhos copiados e publicados na forma de artigos e teses já renderam punições a alguns cientistas do Brasil. Em 2014, por exemplo, a Fapesp, que fomenta a ciência no estado de São Paulo, chegou a banir cientistas que tinham apoio da fundação e que publicaram conteúdo plagiado. Um dos pesquisadores punidos copiou certa de 30 páginas de um livro na sua dissertação de mestrado, que tinha sido financiada com apoio da Fapesp.
         O problema é que muitos estudantes, pesquisadores e até docentes e de universidades podem desconhecer qual é o limite de uma citação, ou seja, mencionar conteúdo alheio atribuindo-lhe fonte original, e em que ponto tem início a cópia de um conteúdo. Quando questionados sobre cópias de conteúdos, muitos autores dizem desconhecer que eles próprios erraram.
         Isso acontece porque escolas e até universidades não trabalham a fundo a escrita original, o uso de citações e nem os limites dos plágios. Diferentemente de países como os do Reino Unido, em que as universidades contam com tecnologia para identificação de plágio desde as primeiras versões dos trabalhos, no Brasil, ainda são raras as instituições que se preocupam com o tema, que debatem o assunto no ambiente acadêmico e, mais, que desenvolvem mecanismos para combater essa forma de corrupção.
         Indo além, o Brasil não tem noção exata, e nem aproximada, do tamanho da corrupção no meio acadêmico (seja ela proposital ou não). Trata-se de uma corrupção invisível. Hoje, casos de plágio são identificados mediante denúncias raras porque as próprias universidades e instituições de fomento à ciência no país não têm mecanismos claros para receber denúncias. Julgá-las e puni-las. Os caos são analisados individualmente. Não há um protocolo.
         Como exemplo, o CNPq, principal agência de fomento federal à ciência do país, só recebeu, em cinco anos (de 2012 a 2017), 52 casos de denúncias de má conduta, incluindo plágio. O julgamento desses casos ainda não divulgado.
         Sem saber o tamanho do problema, é difícil estabelecer políticas para lidar com a questão, como, por exemplo, a elaboração de cursos e de workshops que tratem de escrita original e o uso de softwares que identifiquem similaridades de conteúdo apresentado por alunos. Enquanto for invisível, a corrupção no meio acadêmico segue operando sem questionamentos.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 128 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em fevereiro a ainda estratosférica marca de 333,9% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial em históricos 324,1%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, em março, chegou a 2,68%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2018, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,847 trilhão (52,4%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,106 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...      

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador e Legislador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios,
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.







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