“Impacto
social e seus desafios
A pauta de impacto
social vem ganhando cada vez mais peso nos últimos anos. Temos como responsabilidade
social, carreira com propósito e empreendedorismo social, empresa B,
aceleradoras de impacto, entre outros, estão atualmente em voga.
Isso
se dá por vários motivos, a começar pela conscientização da população e dos
líderes globais sobre a importância de traçarem o que chamamos de Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável, as 17 ODS da Organização das Nações Unidas (ONU).
A ideia é que os ODS sejam implementados por todos os países nos próximos 12
anos, até 2030. Entre os 17 objetivos, estão: acabar com a pobreza em todas as
suas formas, em todos os lugares; acabar com a forma; promover o bem-estar para
todos, em todas as idades; assegurar a educação inclusiva, equitativa e de
qualidade; promover o crescimento econômico sustentável; reduzir a desigualdade
dentro dos países e entre eles; tomar medidas urgentes para combater a mudança
climática e seus impactos, entre outros.
Como
se pode ver, grande parte dos objetivos estão ligados a questões de saúde,
tecnologia, educação e combate à pobreza, tópicos que, pouco tempo, eram vistos
pela sociedade como responsabilidade apenas das ONGs e dos governos. Isso
devido a uma teoria sobre o capitalismo, que muitos acreditam, de que uma
empresa só existe para maximizar lucro e gerar valor para seus acionistas, e
que questões como segurança, qualidade de vida, educação e saúde são de
responsabilidade de outras esferas. O grande economista e vencedor do Prêmio
Nobel, Milton Friedman dizia que a grande responsabilidade social das empresas
é aumentar os lucros. Porém, essa crença vem perdendo força no mercado. Cada
vez mais as corporações estão se enxergando como agentes de transformação da
sociedade, e novas empresas sociais vêm surgindo. Dentro desse novo formato,
elas buscam não apenas alcançar ganhos financeiros pessoais, mas também se
ajustar a metas sociais específicas.
Hoje,
mais de R$ 300 milhões são investidos, por ano, em iniciativas com essas
características, e essas ações vêm ganhando cada vez mais visibilidade e força
no mercado. Dois terços dos consumidores preferem marcas que devolvem algo à
sociedade. A mão de obra qualificada está migrando para trabalhos que ofereçam
significado e o jovem vem, cada vez mais, buscando uma carreira com propósito.
Logo, pode-se concluir que a pauta de impacto social é algo que veio para
ficar, e a tendência é crescer cada vez mais. Seja através de empresas sociais,
setor 2.5, ou por meio das ações de ONGs, o importante é que cada vez mais se
vê uma conscientização da população em prol do bem. A luta por uma sociedade
com menos desigualdade, mais saúde, menos pobreza, mais educação e menos
criminalidade é comum. Verdade é que para alcançar os 17 ODS da ONU nós iremos
precisar de todos a bordo. Governos, empresas, negócios sociais, ONGs e o
cidadão, todos colaborando em suas respectivas áreas para juntos construirmos
um futuro melhor.”.
(DANIEL
GONZALES. Economista e fundador do Hub Social, em artigo publicado no
jornal ESTADO DE MINAS, edição de 30
de abril de 2018, caderno OPINIÃO,
página 7).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a
Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição,
caderno e página, de autoria de MARIANA
RUTIGLIANO, gerente de marketing internacional da Turnitin, plataforma de
educação que fornece soluções para diminuir o risco institucional e o plágio
acadêmico e profissional, e que merece igualmente integral transcrição:
“Corrupção
invisível na academia
Quando pensamos no que
define ‘corrupção’ no Brasil, saltam à mente imagens de políticos importantes e
de empresários de firmas gigantes que, por exemplo, dominam a execução de obras
públicas no país. Dificilmente, no entanto, lembramos que a corrupção, nas suas
variadas formas, pode estar presente, inclusive, no meio acadêmico e no ambiente
escolar – e que os corruptos em questão podem nem saber que estão errando.
Copiar
parte do trabalho de alguém ou reescrevê-lo, traduzindo o conteúdo ou usando
novas palavras, é uma das formas mais comuns de se corromper no meio acadêmico.
Pode acontecer na elaboração de trabalhos de conclusão de curso, nas
dissertações e nas teses, por exemplo. Os indivíduos, no lugar de desenvolver
um pensamento original, apropriam-se de ideias alheias em benefício próprio:
ser aprovado em um curso, por exemplo.
Para
se ter uma ideia, estudo recente de Sonia Vasconcellos (UFRJ) e colegas, feito
exclusivamente em bases de artigos científicos entre 2009 e 2014, identificou
25 trabalhos de brasileiros que foram retratados, ou seja, que tiveram sua
publicação cancelada por causa de erros graves. São trabalhos feitos
prioritariamente por pós-graduandos e por docentes de instituições de ensino e
pesquisa.
O
plágio foi a principal razão para as retratações dos artigos brasileiros,
responsável por 46% dos casos. Isso significa que metade dos trabalhos que
chegam a ser identificados com alguma forma de má conduta no Brasil copiaram
trechos de outros textos publicados, anteriormente. É como se um autor roubasse
as ideias e as palavras de outro, assumindo ao conteúdo autoria própria.
Trabalhos
copiados e publicados na forma de artigos e teses já renderam punições a alguns
cientistas do Brasil. Em 2014, por exemplo, a Fapesp, que fomenta a ciência no
estado de São Paulo, chegou a banir cientistas que tinham apoio da fundação e
que publicaram conteúdo plagiado. Um dos pesquisadores punidos copiou certa de
30 páginas de um livro na sua dissertação de mestrado, que tinha sido
financiada com apoio da Fapesp.
O
problema é que muitos estudantes, pesquisadores e até docentes e de universidades
podem desconhecer qual é o limite de uma citação, ou seja, mencionar conteúdo
alheio atribuindo-lhe fonte original, e em que ponto tem início a cópia de um
conteúdo. Quando questionados sobre cópias de conteúdos, muitos autores dizem
desconhecer que eles próprios erraram.
Isso
acontece porque escolas e até universidades não trabalham a fundo a escrita
original, o uso de citações e nem os limites dos plágios. Diferentemente de
países como os do Reino Unido, em que as universidades contam com tecnologia
para identificação de plágio desde as primeiras versões dos trabalhos, no
Brasil, ainda são raras as instituições que se preocupam com o tema, que
debatem o assunto no ambiente acadêmico e, mais, que desenvolvem mecanismos
para combater essa forma de corrupção.
Indo
além, o Brasil não tem noção exata, e nem aproximada, do tamanho da corrupção
no meio acadêmico (seja ela proposital ou não). Trata-se de uma corrupção
invisível. Hoje, casos de plágio são identificados mediante denúncias raras
porque as próprias universidades e instituições de fomento à ciência no país
não têm mecanismos claros para receber denúncias. Julgá-las e puni-las. Os caos
são analisados individualmente. Não há um protocolo.
Como
exemplo, o CNPq, principal agência de fomento federal à ciência do país, só
recebeu, em cinco anos (de 2012 a 2017), 52 casos de denúncias de má conduta,
incluindo plágio. O julgamento desses casos ainda não divulgado.
Sem
saber o tamanho do problema, é difícil estabelecer políticas para lidar com a
questão, como, por exemplo, a elaboração de cursos e de workshops que tratem de
escrita original e o uso de softwares que identifiquem similaridades de
conteúdo apresentado por alunos. Enquanto for invisível, a corrupção no meio
acadêmico segue operando sem questionamentos.”.
Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e
oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança
de nossa história – que é de ética, de
moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e
sustentavelmente desenvolvidas...
Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras
cruciais como:
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas, gerando o pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional
(enfim, 128 anos depois, a República proclama o que esperamos seja
verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira
incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria;
a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da
democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b) o combate implacável, sem eufemismos e
sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:
I – a inflação, a exigir permanente,
competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares
civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa
de juros do cartão de crédito atingiu em fevereiro a ainda estratosférica marca
de 333,9% nos últimos doze meses, e a
taxa de juros do cheque especial em históricos 324,1%; e já o IPCA, também no
acumulado dos últimos doze meses, em março, chegou a 2,68%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa
promiscuidade – “dinheiro público versus interesses privados”
–, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando
incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária
ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da
Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor,
de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é
cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional; eis, portanto, que todos os valores que vão
sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518
anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios,
malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a
corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar
inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo,
segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a
“... Desconfiança das empresas e das famílias é
grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase
nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses
recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à
ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de
infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de
planejamento...”;
c) a dívida pública brasileira - (interna e
externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para
2018, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos
Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e
insuportável desembolso de cerca de R$
1,847 trilhão (52,4%), a título de juros, encargos, amortização e
refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,106 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar,
sim, até o último centavo;
-
rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
-
realizar uma IMEDIATA, abrangente,
qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda
a propósito, no artigo Melancolia,
Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente
degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das
contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).
Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta
de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já
combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de
poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições,
negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à
pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas
e sempre crescentes necessidades de ampliação
e modernização de setores como: a gestão
pública; a infraestrutura (rodovias,
ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada,
esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística
reversa); meio ambiente; habitação;
mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda;
agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência
social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança
pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e
desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer;
turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e
operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade
– “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade,
competitividade); entre outros...
São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira
alguma, abatem o nosso ânimo e nem
arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta
grande cruzada nacional pela excelência
educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada,
civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e
desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas,
oportunidades e potencialidades com todas
as brasileiras e com todos os
brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários
previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além
de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do
século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da
informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da
sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da
paz, da solidariedade, da igualdade
– e com equidade –, e da fraternidade
universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a
nossa esperança... e perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
55 anos
de testemunho de um servidor público (1961 – 2016)
-
Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
-
ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por
uma Nova Política Brasileira ...
- Pela
excelência na Gestão Pública ...
Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou
asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...
E
P Í L O G O
CLAMOR
E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador e Legislador, fonte de infinita
misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra
sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios,
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da
dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.
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