quarta-feira, 20 de junho de 2018

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A FORÇA DOS TALENTOS NA GESTÃO EMPRESARIAL E A LUZ NAS ESCOLHAS DOS LÍDERES NA SUSTENTABILIDADE


“Apagão de talentos ou talentos apagados
        Depois de dois anos de recessão, a economia brasileira ainda apresenta dados contraditórios. A instabilidade política e as incertezas na economia continuarão a ser algumas das referências mais significativas para o país. Enquanto alguns setores se defrontam com quedas expressivas, outros já iniciaram a recuperação.
         Com base nesse cenário ainda confuso, entre os temas da agenda que voltam à discussão está a necessidade de pessoas capacitadas e preparadas para enfrentar essa nova realidade. O que dizem os especialistas é que precisaremos, em um futuro breve, de alguns milhares de “talentos” em todas as funções.
         A expressão talento não é por acaso. Precisa-se de gente para trabalhar, mas não de qualquer tipo. Precisa-se de talentos diferenciados. Quer dizer, pessoas que não necessitem de treinamento e já entrem em campo para jogar (plug and play); pessoas que se adaptem rapidamente às necessidades da empresa; pessoas que decodifiquem as mudanças e se adiantem a elas; pessoas que protagonizem e empreendam o caminho futuro da empresa. Se for isso, de fato, trata-se de raros talentos. A busca, dessa forma, será intensa e estressante, pois a quantidade necessária parece não condizer com a quantidade disponível no mercado, daí a expressão “apagão de talentos”.
         Por outro lado, duas outras situações interessantes se abrem para análise diante de um cenário tão inusitado. A primeira diz respeito àqueles que já estavam se acostumando a viver fora das empresas: os mais seniores que, diante da demissão voluntária ou involuntária, tornaram-se consultores organizacionais. A restrição de idade é olhada pelo lado positivo, além de internalizar imediatamente suas qualificações e competências, podem treinar outros e formar sucessores.
         Essa é uma solução de curto prazo, porque o repertório desse profissional entra em utilização assim que ele inicia seu trabalho; de médio prazo, porque ele pode prover capacitação a outros; e de longo prazo porque forma pessoas para o futuro. O rompimento de estereótipo de “mais velho” se mostra, nesse momento, de muita utilidade e inteligência, reflexo da escassez do mercado.
         No caso da segunda situação, dos recém-consultores, a análise é praticamente a mesma. Eles começam a voltar para as empresas e iniciar seu aporte de competências ao processo de trabalho. Muitos justificam esse retorno por causa da “proposta irrecusável” feita pela empresa, já que trabalhar e empreender sozinho é bem diferente do vínculo empregatício. Hoje, o trabalho como terceiro, como contratado por tempo determinado, ou por projeto, é perfeitamente admissível, sem falar na flexibilidade das formas de remuneração desenvolvidas para sustentar esses tipos de contrato. Parece que tudo se encaixa muito bem.
         Olhando agora para dentro da empresa, o que podemos ver nessa questão de necessidade de talentos?        
         A exigência atitudinal que recai sobre as pessoas foi e tem sido muito alta diante da insegurança desse período transitório. Exige-se rapidez no entendimento da complexidade para se obterem vantagens competitivas e isso acaba se traduzindo em um dia a dia organizacional para poucos sobreviventes. Serão esses os verdadeiros talentos? Na verdade, e no fundo de toda essa discussão, estão sempre esses “heróis”, que devem ser os agentes das tais transformações e mudanças.
         Paralelo à situação, nunca se falou tanto em sintomas do estresse no trabalho, crises comportamentais e assédio moral dentro das empresas. Coachs estão trabalhando como nunca no acolhimento dos dramas individuais. Os estudos de clima organizacional denunciam todas as dificuldades enfrentadas pela maioria na experiência do cotidiano. Os talentos internos, em algumas empresas, estão se apagando ou sendo apagados.
         Apesar do momento, talvez seja a hora de um esforço de recuperação interna. Esses talentos, cuja contribuição é e foi inegável em qualquer cenário, precisam ser valorizados e trazidos novamente à batalha, só que agora de uma forma diferente.
         Os ajustes nas condições de trabalho e de gestão que geram, em parte, essas consequências inadequadas de comportamento precisam ser enfrentados. As queixas, para quem quer ouvi-las, estão por toda parte. Diagnósticos não faltam. Estudos de clima, de engajamento e mesmo a comunicação informal são suficientes para prover informações significativas que justifiquem uma intervenção saneadora nesta questão.
         Está na hora de acender novamente os talentos internos, eles merecem.”.

(NORBERTO CHADAD. Engenheiro metalúrgico, CEO da Thomas Case & Associados e Fit RH Consulting, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 10 de junho de 2018, caderno ADMITE-SE CLASSIFICADOS, coluna MERCADO DE TRABALHO, página 2).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 15 de junho de 2018, caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“Lucidez nas escolhas
        As escolhas, quando feitas com lucidez, podem promover a qualificação da vida pessoal e o desenvolvimento integral da sociedade. A liberdade de escolha é um direito, mas é necessário conhecer as consequências de cada decisão. Por isso mesmo, não é aconselhável que as escolhas sejam feitas simplesmente por comodidades e conveniências. Nem devem ser determinadas por dinâmicas psíquicas e afetivas de indivíduos, pois causam impactos nos contextos sociopolíticos e culturais. Assim, somente a lucidez nas escolhas, fruto do indispensável exercício de discernimento, é capaz de gerar o equilíbrio necessário às decisões voltadas para o bem comum.
         E todo processo de discernimento é complexo. Revela fragilidades individuais, independentemente das condições sociais, acadêmicas e econômicas. Sendo assim, o segredo do bom discernimento reside na competência humana e espiritual para articular conceitos, informações e enxergar, com maior nitidez, a realidade. Mas, em diversas situações, as pessoas não estão capacitadas para bem discernir. Ainda mais preocupante é quando indivíduos com grandes responsabilidades se mostram despreparados. Gestores que têm o dever de representar o povo fazem escolhas inadequadas, causando impactos devastadores na sociedade.
         Por isso mesmo, é preciso critério para escolher esses gestores, especificamente no processo eleitoral. Muitos submetem seus nomes ao sufrágio das urnas movidos, exclusivamente, pela vaidade. E pior, é cada vez mais comum a presença na política de pessoas que buscam ocupar cargos apenas para atender a interesses particulares, ou satisfazer o desejo de ter o “poder nas mãos”. Afinal, espera-se do gestor um governo competente no discernimento e nas escolhas, priorizando a eficácia na solução dos diferentes problemas, sem atrasos e prejuízos. Mas, infelizmente, o que se contata, com frequência, são pessoas que ocupam lugares estratégicos sem a mínima percepção de suas próprias responsabilidades. Em vez de apresentarem resultados, prevalece um falatório com justificativas intermináveis.
         Esse cenário é especialmente preocupante na atualidade, quando as instituições são desafiadas a se remodelar, adequando-se à realidade contemporânea. E nas instâncias do poder, os que representam o povo, em vez de oferecer soluções para os muitos problemas, estão mais preocupados com a manutenção de cargos e privilégios. Nem sequer se dedicam ao necessário exercício da autocrítica, essencial para não se repetir erros. Falta lucidez. Uma patologia que ameaça diferentes instituições, submetidas às desconexões e às idiossincrasias de seus dirigentes.
         Urgente é o surgimento de novos líderes capazes de conduzir processos com desapego e inteligência. Particularmente, essa é uma inquestionável necessidade para o Brasil, que precisa rearticular os rumos da democracia, tão fragilizada pela gestão daqueles que seguiram os caminhos da mesquinhez, em vez de priorizar o bem comum. Nesse sentido, o cidadão brasileiro está desafiado a escolher bem seus representantes nas eleições deste ano. Devem ser buscados gestores e legisladores capazes de perceber a complexa realidade do país.
         Entre os muitos desafios a serem enfrentados está, pois, a qualificação da comunidade política. A oportunidade singular para isso é o voto nas urnas. Para não perdê-la, cada pessoa deve escolher seu candidato com lucidez, considerando as propostas que realmente buscam o bem da sociedade. Dos políticos, é esperada a clara compreensão da real importância do povo, a exemplo do que ensina a doutrina social da Igreja: o povo não é uma multidão amorfa, massa inerte a ser manipulada e instrumentalizada, mas um conjunto de pessoas com o direito de formar a sua própria opinião a respeito da coisa pública, de exprimir a sua sensibilidade política e de fazê-la valer de modo consoante com o bem comum. Não basta aos políticos a ambição para ocupar lugares nos processos de governança. É preciso intuir novos caminhos. O ponto de partida será sempre o cultivo/aprendizagem do discernimento, para garantir a lucidez nas escolhas.”.
Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 128 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em abril a ainda estratosférica marca de 331,57% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial em históricos 320,96%; e já o IPCA, em maio, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 2,86%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2018, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,847 trilhão (52,4%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,106 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
56 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2017)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...      

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador e Legislador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios,
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.




  


        

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