sexta-feira, 8 de junho de 2018

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, OS GRAVES DESAFIOS DAS NOVAS TECNOLOGIAS E AS LIÇÕES PARA AS LIDERANÇAS NA SUSTENTABILIDADE


“Emprego, tecnologia e automação
        Uma grande preocupação atual é a geração e manutenção do emprego. O desemprego atinge todos os níveis sociais: operários, executivos, educadores, artistas etc. O Brasil se debate com dois problemas interligados: o crescimento econômico e a tecnologia. Como estamos ainda muito atrasados em relação ao chamado primeiro mundo, a modernização é imperativa, mas, inexoravelmente, “rouba” os empregos com a automação. Um só robô pode substituir dezenas de funcionários de uma empresa. A única solução é o maior crescimento econômico, cerca de 5% ao ano, para equilibrar e recuperar perdas.
         A paralisação do país pelos caminhoneiros foi uma ducha de água fria no que está sendo feito e um golpe colossal na economia. Aumenta, portanto, o risco de o país não conseguir controlar suas contas públicas e, sobretudo o governo federal, que detém a maior fatia da receita fiscal. Entretanto, a inflação de cerca de 3% ao ano e juros de 6,5%, como atualmente, ainda continua a ser um alento.
         O trabalho deveria ser um direito natural, como comer e dormir. O ensinamento bíblico nos lembra “comerás o pão com o suor do teu rosto”. Faltam pão e dignidade onde exatamente falta trabalho. O mundo se mostra impotente de ter pleno emprego. A Espanha que chegou a tomar o lugar do Brasil no posto de oitava economia do mundo, hoje está com desemprego de 17% e, atualmente, amarga a décima quarta posição. A Alemanha, maior economia da Europa e maior produtora de bens de capital do planeta, nas últimas décadas consegue manter o desemprego na faixa de 3%. Não é hora de ver como ela faz, mesmo com tecnologia avançadíssima, sobretudo robótica.
         Numa visão uniforme, talvez a explicação mais forte do desequilíbrio do emprego esteja na ganância do homem. Junto ao seu instinto inovador, esconde também o desejo desmedido de ganhar mais com a automação. Soma-se, ainda, certa covardia diante das responsabilidades sociais: pessoas custam mais, já que nenhum robô irá à Justiça do Trabalho. A gerência capitalista, nos países em desenvolvimento, é imediatista e exercitada meramente no resultado econômico da relação custo/benefício. Entende-se por benefício apenas o dinheiro.
         Se o avanço tecnológico, mesmo com crescimento econômico. Reduz mão de obra, vejo que o caminho é depositar nossa crença na gerência holística, tão esquecida. Um registro histórico na contramão do holismo foi o governo Reagan gastar um US$ 1 trilhão em um só ano, com os programas espaciais, armamento e defesa (“guerra nas estrelas”). Esse valor foi três vezes o PIB do Brasil, que na mesma época era de US$ 350 bilhões, e tão astronômico que daria para construir 100 milhões de casas populares. A esperança, portanto, está na convicção de que a gerência holística possa penetrar na alma dos empreendedores, que o homem passe a ser o centro das coisas e não só o lucro. Pode-se até aceitar determinadas vaidades e diletantismos, tais como ter motorista particular, mordomos, carregadores de taco de golfe, desde que visem à geração de empregos. Lembremo-nos das palavras de Michel de Montaigne: “Tomemos cuidado para que o tempo não nos enrugue mais o espírito do que o rosto”.”.

(GILSON E. FONSECA. Sócio e diretor da Soluções em engenharia e geotécnica Ltda-Soegeo, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 2 de junho de 2018, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 1º de junho de 2018, mesmo caderno e página, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“Lições, Brasil
        Os acontecimentos da vida, que é uma escola, são lições. Por isso, é muito comum ouvir o dito popular “vivendo e aprendendo”. As lições são muitas e o desafio maior é aprendê-las. Só as aprende quem se coloca no lugar de aprendiz. Há quem se arvora em mestre dos outros e perde a capacidade para aprender, pois acredita que já sabe de tudo. Aprende mais quem está disposto a escutar. A incompetência para o aprendizado atinge seu patamar avassalador quando incide no de tecido cultural da sociedade, revelando um fenômeno: muitos se julgam na condição de ensinar, e acreditam que não precisam mais aprender.
         Consequentemente, há o travamento das dinâmicas que promovem as evoluções na compreensão. Falta lucidez para a solução dos problemas e a sociedade permanece ameaçada pelos extremismos. Nesse contexto, convive-se ainda com desmandos e corrupção. Falta vergonha aos que se permitem usufruir de privilégios, que alimentam exclusões e discriminações. Eis a névoa que confunde as feições e paira sobre a sociedade brasileira, obscurecendo a verdade e tornando a mentira a protagonista da história. Tudo vale para defender interesses particulares, até mesmo ações inconsequentes.
         Não deveria ser assim, pois a sociedade brasileira, em seus mais de cinco séculos de história, já deveria ter assimilado muitas lições. Mas a incapacidade para aprender pode explicar o desenvolvimento pífio do país. Se as lições da história fossem aprendidas, a classe política brasileira poderia, agora, ajudar o Brasil a sair do caos dos desencontros e aproveitar melhor as oportunidades deste tempo, valendo-se das riquezas ambientais e culturais da nação. Em vez disso, vê-se um pavoroso “bate-cabeça” entre os que ocupam os lugares de lideranças sem serem líderes. A consequência é a disseminação de um jeito de ser que contamina também os espaços políticos. A demagogia torna-se a tônica principal, contracenando com a desconfiança e os ataques mútuos.
         Os posicionamentos polarizados, quando se transformam em hostilidades, ferem visceralmente o andamento da vida do povo, enfraquecem as indispensáveis alianças, obscurecem os diálogos e instalam o caos. Há uma completa perda do sentido de limite. A insistência nos equívocos e as miopias que impedem enxergar as soluções agravam os problemas e multiplicam os pesos sobre os ombros de todos. Assim, o cidadão se distancia das lições que o possibilitariam ajudar na construção de um país melhor. Passa-se a enxergar apenas a própria causa, a considerar como único e intocável o discurso que se defende. O resultado é a gravíssima perda da sensibilidade para se abrir a uma inadiável dinâmica de conversão, capaz de inspirar atitudes com força de mudanças.
         Sem os aprendizados necessários, contenta-se apenas com o conforto institucional do lugar ocupado e seus privilégios – a incapacidade para se colocar no lugar do outro, a quem se deveria servir e ajudar. Para mudar essa postura, devem-se habilitar os olhos para enxergar além dos próprios interesses e comodidades. Admitir que o exercício qualificado da cidadania não pode conviver com os conchavos, os privilégios e a busca por vantagens a partir da corrupção.
         A sociedade brasileira clama precisada de um novo ciclo de aprendizagens das muitas lições que estão inseridas em sua história. As instituições e segmentos da sociedade carecem de gestos corajosos para aprender, por meio do diálogo, a cuidar do bem comum a todo custo. A transformação do país, para conseguir sair dos limites perigosos a que chegou, exige de todos um gesto de conversão, bem concreto. É preciso modificar funcionamentos para recuperar a credibilidade perdida, importante para o urgente processo de mudança: um tempo novo para o aprendizado das lições, Brasil!”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 128 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em abril a ainda estratosférica marca de 331,57% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial em históricos 320,96%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 2,76%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2018, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,847 trilhão (52,4%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,106 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
56 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2017)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...      

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador e Legislador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios,
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.




  
  


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