sexta-feira, 9 de novembro de 2018

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A URGÊNCIA E EXIGÊNCIAS DA NOVA POLÍTICA E A SABEDORIA DOS CICLOS NA SUSTENTABILIDADE


“Em tempo de incerteza
        No momento em que se demonizam a política e, especialmente, os políticos, é útil repensar alguns ensinamentos antigos que remontam aos filósofos gregos, criadores da política e até hoje os melhores pensadores dessa atividade.
         A política nasce com a necessidade da vida justa e feliz em sociedade e se exerce pela busca de consensos em favor de atitudes de interesse público. É inerente, portanto, à construção do bem comum. Mas não está imune às divergências e aos desvios, dos quais dialeticamente até se alimenta pelo debate e pela arte da persuasão, de que foram mestres os sofistas. Está claro que também não está imune aos maus políticos que, encantados pelo poder e suas benesses, afastam-se do interesse público e se perdem pelos descaminhos da corrupção. Não há, portanto, soluções duradouras fora da política.
         Com essa compreensão, torna-se falso o dilema entre o político e o técnico, como se fossem funções antagônicas e incapazes de uma convivência proveitosa e civilizada da boa política, também demonizada quando os políticos perdem seu compromisso fundamental com a realização do bem comum, desviando-se do fundamento ético imanente a sua função. Mas é fundamental lembrar que o político tem seu sentido, origem e poder na representação que exerce pelo voto popular que lhe confere um mandato. O voto, origem da representatividade política, é o ato maior da democracia, até porque permite aos cidadãos realizar a transitoriedade dos mandatos.
         A meritocracia, comumente apresentada como condição de uma racionalidade distintiva dos técnicos, não pode prescindir da visão política, que se fundamenta na busca do bem comum. Nem pode ser critério único para a escolha de governantes sob o argumento de que o saber técnico é capaz de suprir sabedoria infalível. Também nem sempre o conhecimento técnico supre a virtude maior do compromisso político que decorre de um mandato popular, eleito pelo voto legitimador dos cidadãos. A tecnocracia, quando pretende tornar-se uma forma de governo, não só transforma-se em um desvio democrático, mas, como tem mostrado a história universal, fracassa por não ser capaz de captar e interpretar as aspirações da sociedade em sua humana diversidade.
         Não há que se desprezar ou negar a política porque os maus políticos a desvirtuam. Os atropelos democráticos, que geralmente se apresentam  como messiânicas soluções para corrigir desvios éticos da política, aproveitando-se do desencanto da sociedade, não têm se revelado eficazes na construção de novos tempos de desenvolvimento econômico harmônico e socialmente e socialmente justo. A política, imprescindível como busca do bem comum, será sempre a mediadora do diálogo propiciador da livre convivência, estimuladora das melhores aptidões humanas. Mas, em tempos de incerteza, são muitos os riscos.”.

(Mauro Werkema. Jornalista, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 4 de novembro de 2018, caderno O.PINIÃO, página 17).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 2 de novembro de 2018, caderno OPINIÃO, página 11, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“A sabedoria dos ciclos
        A sabedoria dos ciclos ensina, com simplicidade, que a vida não se configura a partir de elos que se abrem e se fecham. Importante saber a hora certa para iniciar um ciclo ou fechá-lo. Administrar de forma equivocada os ciclos da vida resulta em perdas. Paga-se caro pela falta de sabedoria na gestão de diferentes fases. Trata-se, obviamente, de um desafiador processo existencial. Por falta dessa sabedoria, tropeça-se nas escolhas. E a vida é feita de escolhas.
         Perde-se muito com a incompetência para conduzir processos. Os resultados são atropelos e descompassos gerando prejuízos. Desperdiça-se a oportunidade para ganhos que poderiam levar indivíduos e a sociedade a alcançarem metas importantes. Essa incompetência em reger processos deriva, em parte, da síndrome da desconexão: a pessoa desconhece qual é o seu lugar e a relevância da sua participação em ambientes institucionais, segmentos diversos ou mesmo no contexto mais amplo da sociedade.
         As opiniões são desconexas, indivíduos se acham “donos” da verdade – pura ilusão. Essa síndrome leva à perda da capacidade para discernir e interpretar a realidade. Consequentemente, mistura-se tudo, sem adequada leitura dos cenários sociopolíticos, culturais, religiosos, entre tantos outros. Perde-se a noção dos ciclos da vida. Saber reconhecê-los é fundamental para identificar e gerir bem as muitas etapas, desde seu início, o desenrolar dos processos, até o momento de sua conclusão.
         Somente assim podem-se alcançar conquistas, pois a vida, em sua complexidade, é muito mais que um conjunto de dados matemáticos. Exige sabedoria na articulação das muitas variáveis que definem cada ciclo, produzindo avanços e encontrando respostas, recuperando sentidos e reabilitando valores. A sabedoria dos ciclos na composição da vida pessoal, familiar, religiosa e política é uma referência civilizatória no tecido de uma sociedade, nas suas práticas sociais e políticas.
         A inevitável experiência da morte revela uma verdade: os diferentes ciclos da vida, invariavelmente, chegam a um fim. Por isso, é preciso urgência em gerenciá-los bem, pois a morte – fim de um ciclo – não pode significar fracasso. Em vez disso, deve representar a passagem para uma nova etapa. O Mestre ensina: a morte é caminho para uma vida que não passa, cuja garantia vem d’Aquele que morreu e ressuscitou, Jesus Cristo, o único Senhor e Salvador. Na morte de Jesus, a morte humana, experiência sob o signo do pecado, torna-se acesso à vida. Deus permanece fiel ao ressuscitar Jesus para uma vida nova.
         Identificada com a morte de Cristo, a morte humana torna-se sacramento pascal da passagem deste mundo para o Pai. A morte, assim, fecha um ciclo, o tempo que é dado a cada pessoa, como dom de Deus. Compreende-se, no horizonte desse desfecho decisivo, a importância de se gerenciar, com qualidade, os diversos ciclos da existência. É imprescindível qualificar-se, humana e espiritualmente, para reger os diferentes processos da vida, de modo adequado.
         A sabedoria para se viverem ciclos conta muito também na configuração ou recomposição do tecido social e político de uma sociedade. As eleições de 2018, com suas peculiaridades e muitos desafios, significaram o fechamento de um momento político. Agora, nos primeiros passos de uma nova etapa, é ainda mais fundamental a participação dos cidadãos, das instituições e diferentes segmentos da sociedade. Configura-se no horizonte a exigência de reformulações profundas, a substituição de dinâmicas, a adoção de técnicas modernas para respostas eficazes. Um tempo para repensar e redefinir a sociedade brasileira.
         Não falte lucidez para o mea culpa que se fizer necessário, nem a abertura para o diálogo, de modo a superar intolerâncias. Assim, não se perderá o valor da democracia. Cada pessoa e diferentes instituições estarão unidas para superar destrutivas polarizações e acusações. As muitas diferenças não serão obstáculos para os avanços, pois prevalecerá a força da unidade e da comunhão que permitem ao povo se reconhecer como pertencente a uma mesma pátria. Avanços e correções, conquistas e novas respostas serão possíveis se todos forem aprendizes da sabedoria dos ciclos.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 128 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em setembro a ainda estratosférica marca de 278,69% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial se manteve em históricos 301,36%; e já o IPCA, em outubro, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,56%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2018, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,847 trilhão (52,4%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,106 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
57 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2018)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...      

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador e Legislador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.







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