“A
riqueza imperecível
Gente suando por mais
riqueza, títulos, poder e honras – sem tempo para olhar as estrelas, a
natureza, as crianças, a vida que escorre e some pela via. Gente pisando na
grama, atropelando a vida, sacrificando animais, arrancando flor pela raiz.
Riqueza
fantasiada de felicidade. Riqueza acima do necessário, riqueza arrancada sem
escrúpulo, disputada a qualquer preço. Riqueza que desconhece a importância de
sua origem, dos métodos usados, dos sofrimentos gerados.
Riqueza
maldita. Para quê? Ansiedade, provocação, afã, luta, suor e até sangue. Ter
mais, mais que o vizinho, mais do que tudo. Riqueza sem objetivo, sem rumo, sem
fim, sentada sobre um monte de vítimas.
Riqueza
para pagar guarda-costas e advogados, para perder o sossego; escancarada,
vulnerável, sequestrável. Riqueza para fazer a festa de malandros, exposta à
queda da Bolsa, à desvalorização cambial, ao assaltante e ao gatuno.
Riqueza
monumental guardada em palácios e moradas, que não cabe no caixão, que será
gasta por outro fantoche. Um atrevido, um perdulário, um dissoluto, um bobo, um
trapaceiro que a desintegrará, ou um santo, um místico que não saberá o que fazer
e se livrará dela como de um peso.
Riqueza
que aquieta a sede ou que aflige a alma, que enche de preocupação e tormento.
Fome de vento que nunca sacia. Inútil para o espírito que dela um dia se
libertará como de um empréstimo. E o que dizer ao homem que não tem pão,
incapaz de conseguir saciar o seu estômago e o de seus filhos? Homens
diferentes. Uns ricos querendo ser mais ricos, outros pobres querendo ser
ricos. Duas humanidades aparentemente diversas. Um único Deus, Quem tem muito
não tem tempo para aproveitar nem sossego para dormir profundamente.
Riqueza,
para o rei Salomão, é sabedoria. Desta diz ele com entusiasmo: “É mais que a
saúde e a beleza. Gozei da sabedoria mais do que a claridade do sol, porque a
claridade que dela emana jamais se apaga”.
Deixa
claro o caminho, doce o pensamento, livre o agir. E mais: “Há na sabedoria um
espírito inteligente, santo, único, múltiplo, sutil, móvel, penetrante, puro
claro, inofensivo, inclinado ao bem, agudo, livre, benéfico, benévolo, estável,
seguro, sem inquietação, que pode tudo, que cuida de tudo... É ela uma efusão
da luz eterna, um espelho sem mancha da atividade de Deus e uma imagem de Sua
bondade”. “Eu a amei e procurei desde a juventude, me esforcei para tê-la por
esposa... por meio dela obterei a imortalidade... e recolhido em minha casa,
sem medo, descobridor da minha eternidade, repousarei junto dela...” Sem
precisar de mais nada que não seja o essencial.
Sabedoria:
riqueza imperecível, grandeza do humilde; justiça do misericordioso; doçura do
homem, força, inteligência de quem aprendeu o que é amor. Tudo sem nada em
contraposição a nada com tudo. Sabedoria emprestada de Si por Deus, gerando o
homem “à imagem e semelhança d’Ele. Nada custa, é de graça, apenas de quem a
ama e a quer.”.
(VITTORIO
MEDIOLI, em artigo publicado no jornal O
TEMPO Belo Horizonte, edição de 25 de novembro de 2018, caderno O.PINIÃO, página 2).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a
Excelência Educacional vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 24 de
novembro de 2018, caderno OPINIÃO,
página 7, de autoria de JOSÉ PIO MARTINS,
economista e reitor da Universidade Positivo, e que merece igualmente integral
transcrição:
“A
ciência da ação humana
O ser humano tem três
necessidades básicas iniciais: alimento, abrigo e repouso. Se elas não forem
atendidas, em poucos dias o homem morre. Nas comunidades primitivas, em que
outras necessidades quase não existiam, os homens saíam de manhã e voltava com
o produto de suas atividades de caça, coleta e pesca, e então se alimentavam
das frutas coletadas, dos peixes pescados e dos animais abatidos. Por óbvio,
nem todos os membros da comunidade participavam do trabalho, a exemplo das
crianças.
Para
abrigar o corpo e se proteger das intempéries do clima, usavam couro de
animais, folhagens e adentravam as cavernas, onde repousavam e dormiam. Assim
viviam as comunidades primitivas, e também dividiam as tarefas e repartiam o
que produziam. Se alguém quiser saber como nasceu a economia (sistema de
produção, distribuição, circulação e consumo), basta remontar à história e ver
que ela nasceu com a luta do animal homem para preservar sua vida.
Nesse
sentido, a economia é a ciência da ação humana, definida como o emprego de meios
para atingir os fins. À medida que a população foi aumentando, instrumentos de
produção foram inventados (os chamados “bens de capital”, como as ferramentas
movidas pelos braços humanos); o conhecimento sobre as leis da natureza foi se
ampliando; a coexistência em grupos se expandiu, provocando o surgimento de
outras necessidades, outras atividades e formas novas de produção, distribuição
e consumo.
Com o
passar do tempo, começaram a se misturar ações humanas de natureza puramente
econômica com formas de organização das comunidades (é o caso das cidades e,
com elas, o alvorecer da política) e as interações e conflitos da vida coletiva
(estudados pela sociologia), e ação humana passou a ser observada, estudada e
explicada por leis e regras que poderiam ser englobadas em uma única ciência: a
ciência da ação humana, que existe com o de “praxeologia”, com sua teoria geral
da ação humana.
O
termo praxeologia foi empregada por Espinas, talvez pela primeira vez, em 1890,
e vem do grego práxis (prática,
hábito, ação). A rigor, a praxeologia é uma ciência maior, que seria a soma da
economia, sociologia, política e psicologia. Para as relações humanas em
comunidade e para a ação humana no âmbito da economia e das relações de
mercado, foram escritas as leis jurídicas a fim de regular e controlar a vida e
os atos humanos em sociedade, um corpo de leis tendo por base uma filosofia do
direito. Esse ordenamento regulatório passou a fazer parte do conjunto das
ciências sociais que hoje regem o destino das nações.
A
economia é uma das mais novas ciências e, à medida que o homem foi inventando
máquinas, processos e tecnologia – com a ajuda da física, da química e de
outras ciências da natureza –, as necessidades se multiplicaram. Com o aumento
da complexidade da vida social, descobriu-se haver uma regularidade e
interdependência nos fenômenos de mercado, cujo entendimento deixou a
humanidade aturdida e confusa, e levou à formação de um novo corpo de teorias
para explicar a ação humana e suas consequências na luta diária para atender às
necessidades múltiplas com os recursos escassos da natureza, do capital e do
trabalho.
Durante
séculos, os filósofos e os estudiosos da ação humana tentaram descobrir as leis
(científicas) que governam o destino e a evolução da história humana. A
evolução da economia (a ciência, não o sistema) mostrou ao mundo que existe um
outro aspecto, diferente do bem e do mal, do justo e do injusto, segundo o qual
a ação humana podia ser considerada. Quem melhor analisou a ação humana sob as
teorias das nova ciência foi o grande Ludwig von Mises (1881-1973), um desses
gênios raros que habitaram o planeta.
Mises
dizia que toda ação humana representa uma escolha e, ao escolher, o homem opta
não apenas entre bens materiais e serviços, mas entre todos os valores humanos.
Assim, os teóricos começaram a entender a economia (agora, o sistema) como uma
máquina de produzir, distribuir e consumir a partir de uma “ciência da
escolha”. Isto é, até mesmo a escolha de seu trabalho e dos atos de compra e
venda no mercado se conecta com as escolhas que o homem faz em relação aos
valores que lhe são oferecidos para opção.
Quando
a economia comportamental ganhou fama, muitos pensaram estar diante de uma
novidade. Mas não. O comportamento do agente homem no mercado já vinha sendo
estudado desde ao menos 1850, provocando a união entre os fenômenos econômicos
e as análises científicas oferecidas pela psicologia. A partir do momento em
que o Estado começou a crescer e a se tornar uma fábrica de normas
intervencionistas na vida do indivíduo, sobretudo após a Primeira Guerra
Mundial, o entendimento da economia passou a exigir conhecimento das teorias
econômicas e, também, da psicologia, da filosofia, do direito, da sociologia e
da política. Como dizia Friedrich von Hayek, não é bom economista quem é apenas
economista.”.
Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e
oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança
de nossa história – que é de ética, de
moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e
sustentavelmente desenvolvidas...
Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras
cruciais como:
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas, gerando o pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional
(enfim, 128 anos depois, a República proclama o que esperamos seja
verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira
incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria;
a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da
democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b) o combate implacável, sem eufemismos e
sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:
I – a inflação, a exigir permanente,
competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares
civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa
de juros do cartão de crédito atingiu em setembro a ainda estratosférica marca
de 278,69% nos últimos doze meses, e a
taxa de juros do cheque especial se manteve em históricos 301,36%; e já o IPCA,
em outubro, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,56%); II – a
corrupção, há séculos, na mais
perversa promiscuidade – “dinheiro público versus interesses privados”
–, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando
incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária
ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da
Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor,
de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é
cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional; eis, portanto, que todos os valores que vão
sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518
anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios,
malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção
mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício,
em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e
danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no
artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança
das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é
desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de
problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos,
quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas
de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à
corrupção e à falta de planejamento...”;
c) a dívida pública brasileira - (interna e
externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para
2018, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos
Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e
insuportável desembolso de cerca de R$
1,847 trilhão (52,4%), a título de juros, encargos, amortização e
refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,106 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega,
do direito e da justiça:
- pagar,
sim, até o último centavo;
-
rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
-
realizar uma IMEDIATA, abrangente,
qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda
a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius
Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação
econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do
governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).
Destarte,
torna-se absolutamente inútil lamentarmos
a falta de recursos diante de tão
descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a
nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a
credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e
regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores
como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias,
portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos
sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana
(trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às
commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência
social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas;
polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência,
tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações;
qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –,
transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e
melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre
outros...
São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira
alguma, abatem o nosso ânimo e nem
arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta
grande cruzada nacional pela excelência
educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada,
civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e
desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas,
oportunidades e potencialidades com todas
as brasileiras e com todos os
brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários
previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além
de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do
século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da
informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da
sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da
paz, da solidariedade, da igualdade
– e com equidade –, e da fraternidade
universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a
nossa esperança... e perseverança!
“VI, OUVI
E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
57 anos
de testemunho de um servidor público (1961 – 2018)
-
Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
-
ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por
uma Nova Política Brasileira ...
- Pela
excelência na Gestão Pública ...
- Pelo
fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares
do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e,
ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...
- A alegria da vocação ...
Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou
asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...
E
P Í L O G O
CLAMOR
E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador e Legislador, fonte de infinita
misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra
sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios,
injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da
dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.
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