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segunda-feira, 19 de novembro de 2018

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A FORÇA DA INOVAÇÃO NOS NEGÓCIOS E A LUZ DOS APRENDIZES DA CIDADANIA NA SUSTENTABILIDADE


“O primeiro passo para inovar nos negócios
        A transformação digital vem provocando cada vez mais mudanças no mercado de trabalho e no mundo dos negócios. O primeiro passo ao pensar em inovação é conectar as pessoas com os propósitos da empresa. Com a evolução da internet das coisas (conexão de objetos com a internet), há no mercado estratégias e tendências que auxiliam na forma de administrar o capital humano, de utilizar a tecnologia e na humanização do ambiente de trabalho.
         A tecnologia, em muitos casos, é programada para executar somente determinada tarefa. Por mais que estejamos investindo em inteligência artificial e em outras ferramentas digitais, a criatividade do homem e a busca por soluções garantem qualidade e mais satisfação, justamente pelo fato de saberem como reagir diante de certo problema.
         Um dos principais benefícios da tecnologia para a organização do ambiente de trabalho está na possibilidade de controlar melhor o tempo gasto em atividades cotidianas. Diversas ferramentas, aplicativos e serviços virtuais estão disponíveis para aumentar a performance dos profissionais nas empresas no gerenciamento das tarefas diárias, na criação de apresentações, na redução de horas gastas em algumas demandas e até com atividades que não estão ligadas diretamente à profissão, mas aumentam a motivação pessoal.
         Junto a essa adaptação tecnológica, é preciso, também, formatar o ambiente e a cultura organizacional para extrair o melhor do funcionário. Também chamada de cultura empresarial, essa ação está relacionada ao comportamento das pessoas dentro de uma organização norteado pela sua visão, missão e valores, além de suas normas, crenças e sistemas. No ambiente corporativo, a forma de pensar do empresário está diretamente refletida na maneira de gerir seu negócio e liderar as pessoas.
         Outro ponto que vale destacar é a empresa ter como essência da sua política institucional reverter parte dos seus resultados para a promoção interna de sua cultura organização. Na prática, além de priorizar a excelência nos serviços prestados aos seus consumidores, visa, também, à satisfação da sua equipe por meio da manutenção de um ambiente de trabalho positivo, valorizando e reconhecendo seus profissionais.
         Uma das estratégias que podem auxiliar o empresário na hora de conhecer o que seu funcionário realmente precisa é o people analytics. Trata-se da aplicação de tecnologias que implicam na coleta, organização e análise de dados sobre pessoas. O conceito, que tem ganho cada vez mais a atenção dos profissionais da área de recursos humanos, nasceu com o objetivo de melhorar a qualidade da tomada de decisão sobre a gestão de pessoas, antecipando tendências e aprimorando estratégias.
         A insatisfação com o ambiente de trabalho e a falta de investimentos nos colaboradores por parte da empresa são alguns dos fatores que fazem os funcionários desejarem sair do emprego. Os profissionais com potencial estão sempre em busca de oportunidades melhores, e este é um movimento natural. Porém, é possível fazer com que eles mudem de ideia.
         Nesse quesito, o interessante é investir na estratégia employer branding, que consiste em promover a imagem das empresas e a sua reputação como empregadora para atrair e manter os melhores profissionais interessados e motivados em trabalhar nelas. Para isso, é preciso batalhar uma imagem positiva o bastante para que seus talentos queiram continuar onde estão e com disposição para vestir a camisa da companhia.
         Tendências que buscam valorizar o relacionamento entre empresário e funcionário são investimentos certeiros para os empreendedores que buscam por inovação, principalmente as relacionadas à qualidade do trabalho. A importância de manter uma excelente gestão de pessoas é um dos temas que serão debatidos no CEO Fórum 2018 da Amcham Uberlândia.”.

(MARIANA BATISTA. Gerente regional da Amcham Uberlândia, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 9 de novembro de 2018, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição, caderno e página, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“Aprendizes da cidadania
        Quem vê e compreende os desgastes socioculturais e ético-religiosos de uma sociedade sabe da necessidade de profundas transformações. Especificamente sobre a sociedade brasileira, os muitos cenários insustentáveis revelam a urgência de uma virada civilizatória. Um reformulação estabelecida em novas e adequadas dinâmicas, com incidências em processos de gestão e no relacionamento interpessoal – porque não bastam paliativos.
         Para mudar, é preciso reconhecer os equívocos em processos sociais, políticos, no funcionamento de segmentos e instituições. Requer inteligente análise da realidade. Oportuno, neste momento, é dedicar-se a refletir sobre as eleições em 2018. Muitas singularidades do período eleitoral merecem estudos aprofundados, capazes de indicar caminhos para a sociedade brasileira. Sem dedicar a atenção devida ao momento vivido pelo país, valores e princípios fundamentais à civilidade continuarão a se enfraquecer. Prevalecerá um modo de pensar ancorado na rigidez, que sustenta convicções fundamentalistas, alimentando a falsa crença de se possuir a absoluta verdade sobre projetos, pessoas e instituições.
         Ora, a primeira atitude a ser tomada para se alcançar a virada civilizatória é cultivar a humildade a partir de força espiritual e epistemológica. Nesse processo, um importante requisito é libertar-se do egocentrismo, ter a clareza de que ninguém é o “centro do mundo”. Considerar-se ponto central da humanidade tem sido um hábito cada vez mais comum entre as pessoas, configurando-se, desse modo, uma patologia, que distorce e cristaliza a forma de se enxergar a realidade. Consequentemente, passa-se a considerar a própria cultura a única referência e o sustentáculo da história humana. Um perigoso sentimento de supremacia alimentado pela falta de humildade, responsável por inviabilizar o diálogo, quando compreende as diferenças não como riqueza, mas justificativas para confrontos e animosidades.
         Assim, grupos sectários, étnicos e culturais, econômicos e religiosos se perfilam como os “donos da verdade”. Fechados em si, distanciam-se do real, pois se contentam com uma visão parcial da realidade. Esse modo de se relacionar com o mundo é fonte de fanatismo, força diabólica capaz de deteriorar a convivência fraterna entre pessoas diferentes, impedindo importante percepção: todos estão “no mesmo barco” e atacar quem não partilha das própria convicções é provocar um “naufrágio”, vitimando todos, sem exceção. Hoje, lamentavelmente, pode-se fazer um comparativo entre essa “embarcação” prestes a afundar e o universo político, religioso e institucional.
         O antídoto para a rigidez de pensamento e o fundamentalismo é reconhecer a importância de ser humilde. A humildade não admite a abjeção de agir em nome de Deus e, ao mesmo tempo, ser prepotente. Cultivar essa virtude permite reconhecer que se sabe menos do que se acredita. Atualmente, ninguém consegue articular e digerir o “tsunami de informações” possibilitadas pelas novas configurações tecnológicas. Assim, atribuir a ignorância ao outro se torna um risco ameaçador por inviabilizar o caráter dialogal necessário à existência humana.
         É preciso investir nas muitas formas de aprendizado para que o ser humano reconheça a mudança como uma constante na história. Basta observar o volume das sucessivas transformações nas diferentes sociedades. A rigidez, portanto, está na contramão da vida. É, nesse sentido, um equívoco preconizar o enquadramento e a padronização dos entendimentos ou defender retrocessos como forma de recuperar valores. O mundo convive com muitas perguntas e poucas respostas. Há, pois, a permanente necessidade de diálogo, indispensável para se conquistarem mudanças sem perdas ou retrocessos.
         A fidelidade a valores e princípios é imprescindível, mas não pode ser confundida com ilusória onda de se voltar atrás. Há de se buscar caminhos para transformações, evitando o irreversível esgotamento de instituições e segmentos. Para isso, urgente é investir nas relações humanas, engajar-se, de coração, no compromisso de ser um humilde aprendiz da cidadania.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 128 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em setembro a ainda estratosférica marca de 278,69% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial se manteve em históricos 301,36%; e já o IPCA, em outubro, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,56%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2018, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,847 trilhão (52,4%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,106 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
57 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2018)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...      

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador e Legislador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.








sexta-feira, 9 de novembro de 2018

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A URGÊNCIA E EXIGÊNCIAS DA NOVA POLÍTICA E A SABEDORIA DOS CICLOS NA SUSTENTABILIDADE


“Em tempo de incerteza
        No momento em que se demonizam a política e, especialmente, os políticos, é útil repensar alguns ensinamentos antigos que remontam aos filósofos gregos, criadores da política e até hoje os melhores pensadores dessa atividade.
         A política nasce com a necessidade da vida justa e feliz em sociedade e se exerce pela busca de consensos em favor de atitudes de interesse público. É inerente, portanto, à construção do bem comum. Mas não está imune às divergências e aos desvios, dos quais dialeticamente até se alimenta pelo debate e pela arte da persuasão, de que foram mestres os sofistas. Está claro que também não está imune aos maus políticos que, encantados pelo poder e suas benesses, afastam-se do interesse público e se perdem pelos descaminhos da corrupção. Não há, portanto, soluções duradouras fora da política.
         Com essa compreensão, torna-se falso o dilema entre o político e o técnico, como se fossem funções antagônicas e incapazes de uma convivência proveitosa e civilizada da boa política, também demonizada quando os políticos perdem seu compromisso fundamental com a realização do bem comum, desviando-se do fundamento ético imanente a sua função. Mas é fundamental lembrar que o político tem seu sentido, origem e poder na representação que exerce pelo voto popular que lhe confere um mandato. O voto, origem da representatividade política, é o ato maior da democracia, até porque permite aos cidadãos realizar a transitoriedade dos mandatos.
         A meritocracia, comumente apresentada como condição de uma racionalidade distintiva dos técnicos, não pode prescindir da visão política, que se fundamenta na busca do bem comum. Nem pode ser critério único para a escolha de governantes sob o argumento de que o saber técnico é capaz de suprir sabedoria infalível. Também nem sempre o conhecimento técnico supre a virtude maior do compromisso político que decorre de um mandato popular, eleito pelo voto legitimador dos cidadãos. A tecnocracia, quando pretende tornar-se uma forma de governo, não só transforma-se em um desvio democrático, mas, como tem mostrado a história universal, fracassa por não ser capaz de captar e interpretar as aspirações da sociedade em sua humana diversidade.
         Não há que se desprezar ou negar a política porque os maus políticos a desvirtuam. Os atropelos democráticos, que geralmente se apresentam  como messiânicas soluções para corrigir desvios éticos da política, aproveitando-se do desencanto da sociedade, não têm se revelado eficazes na construção de novos tempos de desenvolvimento econômico harmônico e socialmente e socialmente justo. A política, imprescindível como busca do bem comum, será sempre a mediadora do diálogo propiciador da livre convivência, estimuladora das melhores aptidões humanas. Mas, em tempos de incerteza, são muitos os riscos.”.

(Mauro Werkema. Jornalista, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 4 de novembro de 2018, caderno O.PINIÃO, página 17).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 2 de novembro de 2018, caderno OPINIÃO, página 11, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“A sabedoria dos ciclos
        A sabedoria dos ciclos ensina, com simplicidade, que a vida não se configura a partir de elos que se abrem e se fecham. Importante saber a hora certa para iniciar um ciclo ou fechá-lo. Administrar de forma equivocada os ciclos da vida resulta em perdas. Paga-se caro pela falta de sabedoria na gestão de diferentes fases. Trata-se, obviamente, de um desafiador processo existencial. Por falta dessa sabedoria, tropeça-se nas escolhas. E a vida é feita de escolhas.
         Perde-se muito com a incompetência para conduzir processos. Os resultados são atropelos e descompassos gerando prejuízos. Desperdiça-se a oportunidade para ganhos que poderiam levar indivíduos e a sociedade a alcançarem metas importantes. Essa incompetência em reger processos deriva, em parte, da síndrome da desconexão: a pessoa desconhece qual é o seu lugar e a relevância da sua participação em ambientes institucionais, segmentos diversos ou mesmo no contexto mais amplo da sociedade.
         As opiniões são desconexas, indivíduos se acham “donos” da verdade – pura ilusão. Essa síndrome leva à perda da capacidade para discernir e interpretar a realidade. Consequentemente, mistura-se tudo, sem adequada leitura dos cenários sociopolíticos, culturais, religiosos, entre tantos outros. Perde-se a noção dos ciclos da vida. Saber reconhecê-los é fundamental para identificar e gerir bem as muitas etapas, desde seu início, o desenrolar dos processos, até o momento de sua conclusão.
         Somente assim podem-se alcançar conquistas, pois a vida, em sua complexidade, é muito mais que um conjunto de dados matemáticos. Exige sabedoria na articulação das muitas variáveis que definem cada ciclo, produzindo avanços e encontrando respostas, recuperando sentidos e reabilitando valores. A sabedoria dos ciclos na composição da vida pessoal, familiar, religiosa e política é uma referência civilizatória no tecido de uma sociedade, nas suas práticas sociais e políticas.
         A inevitável experiência da morte revela uma verdade: os diferentes ciclos da vida, invariavelmente, chegam a um fim. Por isso, é preciso urgência em gerenciá-los bem, pois a morte – fim de um ciclo – não pode significar fracasso. Em vez disso, deve representar a passagem para uma nova etapa. O Mestre ensina: a morte é caminho para uma vida que não passa, cuja garantia vem d’Aquele que morreu e ressuscitou, Jesus Cristo, o único Senhor e Salvador. Na morte de Jesus, a morte humana, experiência sob o signo do pecado, torna-se acesso à vida. Deus permanece fiel ao ressuscitar Jesus para uma vida nova.
         Identificada com a morte de Cristo, a morte humana torna-se sacramento pascal da passagem deste mundo para o Pai. A morte, assim, fecha um ciclo, o tempo que é dado a cada pessoa, como dom de Deus. Compreende-se, no horizonte desse desfecho decisivo, a importância de se gerenciar, com qualidade, os diversos ciclos da existência. É imprescindível qualificar-se, humana e espiritualmente, para reger os diferentes processos da vida, de modo adequado.
         A sabedoria para se viverem ciclos conta muito também na configuração ou recomposição do tecido social e político de uma sociedade. As eleições de 2018, com suas peculiaridades e muitos desafios, significaram o fechamento de um momento político. Agora, nos primeiros passos de uma nova etapa, é ainda mais fundamental a participação dos cidadãos, das instituições e diferentes segmentos da sociedade. Configura-se no horizonte a exigência de reformulações profundas, a substituição de dinâmicas, a adoção de técnicas modernas para respostas eficazes. Um tempo para repensar e redefinir a sociedade brasileira.
         Não falte lucidez para o mea culpa que se fizer necessário, nem a abertura para o diálogo, de modo a superar intolerâncias. Assim, não se perderá o valor da democracia. Cada pessoa e diferentes instituições estarão unidas para superar destrutivas polarizações e acusações. As muitas diferenças não serão obstáculos para os avanços, pois prevalecerá a força da unidade e da comunhão que permitem ao povo se reconhecer como pertencente a uma mesma pátria. Avanços e correções, conquistas e novas respostas serão possíveis se todos forem aprendizes da sabedoria dos ciclos.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 128 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em setembro a ainda estratosférica marca de 278,69% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial se manteve em históricos 301,36%; e já o IPCA, em outubro, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,56%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2018, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,847 trilhão (52,4%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,106 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
57 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2018)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...      

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador e Legislador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.







quinta-feira, 25 de outubro de 2018

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A LUZ DO ENCANTAMENTO E INOVAÇÃO NAS ESCOLAS E O PODER DOS VALORES E PRINCÍPIOS NA SUSTENTABILIDADE


“Escola pública: encantamento e inovação
        Um movimento de renovação tem permeado as mudanças propostas pelo governo e pela sociedade em direção ao que a escola deve ensinar para reparar os alunos, de forma mais humana, para um mundo em constante transformação. Para enfrentar tantos desafios, as novas gerações terão de desenvolver logo cedo, na primeira infância, características como resolução colaborativa de problemas, empatia, tolerância, resiliência e pensamento analítico. Isso se aplica também ao ensino público, que historicamente enfrenta obstáculos estruturais para garantir que os alunos realmente aprendam.
         Sabemos que o Brasil gasta 6% do Produto Interno Bruto (PIB) na educação pública por ano, índice superior à média da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), que é o de 5,5%. Ainda assim, vemos todos os dias na mídia notícias sobre o desempenho ruim de alunos da rede pública em diferentes avaliações. Os últimos dados divulgados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), referentes ao ano de 2017, apontam que os anos iniciais do ensino fundamental da rede pública atingiram a meta do país, crescendo 37% em 10 anos e no ensino médio, o desempenho de estudantes da rede pública segue abaixo da média nacional.
         Isso comprova que há muito a ser feito para transformar a escola pública em espaço de encantamento. Porém, quando analisamos os dados com a intenção de cobrar a esfera pública a respeito de suas responsabilidades diante de um direito previsto na Constituição, que é a educação, esquecemos de olhar para aquilo que vem sendo feito de positivo. Escolas de diferentes regiões do país têm se mobilizado, por meio de gestores e professor inspirados, em aplicar de forma criativa soluções pedagógicas que contribuem para desenvolver as competências exigidas na educação do século 21.
         As competências socioemocionais, um dos conjuntos de habilidades que a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) prevê nos currículos das escolas até 2021, têm sido exploradas de diferentes formas em escolas da rede pública há anos. Uma das ferramentas para isso são jogos de raciocínio, que permitem aos alunos experimentar em um contexto controlado situações da vida real.
         Muitas vezes, a visão de ensino se restringe às disciplinas tradicionais e nos esquecemos de que brincar, colaborar, construir e reconstruir são atos inerentes ao ser humano e que podem ser aplicados, de formas relativamente simples, para conferir significado ao que é aprendido na escola. Quando conectamos o conteúdo à realidade cotidiana, o que fica na mente dos alunos é muito mais duradouros. E nas escolas públicas não é diferente. A capacidade de engajar e surpreender não depende apenas de recursos bem aplicados, mas, acima de tudo, da vontade coletiva de fazer diferente.”.

(SIDNEY ORTEGA. Head comercial do setor público da Mind Lab, empresa líder mundial em pesquisa e desenvolvimento de soluções educacionais inovadoras, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 26 de setembro de 2018, caderno OPINIÃO, página 9).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 19 de outubro de 2018, mesmo caderno, página 7, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“Voltar aos princípios
        O crescimento de extremismos e polarizações é um fenômeno que impacta ambientes diversos, inclusive os contextos religioso e político. A situação é grave e indica urgente necessidade: que a sociedade brasileira recupere princípios perdidos. E existe uma nascente cristalina que deve ser revisitada: o evangelho de Jesus Cristo. É nessa fonte inesgotável dos valores que promovem a vida que as pessoas devem se banhar.
         O mundo necessita de princípios que favoreçam o diálogo, com força terapêutica capaz de corrigir atitudes que ameaçam a vida cotidiana. E neste momento eleitoral, particularmente, a sociedade brasileira carece dos valores cristãos, pois está desafiada a reconstruir a democracia. A retomada de princípios do evangelho é essencial para promover ajustes nos funcionamentos governamentais, pois faz com que a promoção do bem comum torne-se, efetivamente, o objetivo a ser buscado. Quem age à luz dos valores cristãos busca superar situações de exclusão e de discriminação, trabalha para construir uma sociedade solidária, com mais igualdade.
         Por tudo isso, é preocupante perceber que a sociedade distancia-se de princípios essenciais e cultiva polarizações. A história da humanidade ensina que as diferentes formas de extremismo nunca foram solução, pois acentuam os conflitos entre os que têm convicções e visões de mundo diferentes. As consequências são graves, prejudiciais à vida em sociedade. Seja, pois, substituído o cultivo do extremismo pela abertura ao diálogo. Um caminho que se faz observando os princípios do evangelho, obedecendo-os amorosamente. Assim, é possível recompor a sociedade e combater as fontes de violência.
         De modo particular, vale rever a indicação do sermão da montanha: “Bem-aventurados os que promovem a paz” (Mt 5,9). Uma lição de Jesus que é o ponto de partida determinante. Se cada indivíduo se empenhar na busca da paz, seria possível superar a rigidez excessiva, que motiva julgamentos, discriminações, exclusão, e a danosa permissividade – que leva à negociação de tudo, inclusive da vida. Se cada pessoa não assumir o compromisso de se tornar coração da paz, os acirramentos demolidores vão se multiplicar, impossibilitando o diálogo. As pessoas vão permanecer reclusas na própria mentalidade e visão de mundo, sem conseguir enxergar soluções para promover o bem comum.
         Gravitar entre a rigidez excessiva e a permissividade é processo desgastante, sem eficácia na construção de novos rumos que levem à fraternidade e à solidariedade. Por isso mesmo é urgente voltar aos valores do evangelho, com força para recompor o tecido sociopolítico do Brasil. Essa urgência é ainda mais evidente quando se considera o desgaste da política partidária, que sofre um processo histórico de degradação. Uma consequência dessa corrosão é a carência de líderes com competência humanística para conduzir processos de gestão que permitam construir um futuro melhor.
         Outra situação grave, que também é fruto do desgaste da política partidária, é o contexto eleitoral tristemente marcado pela raiva, com impactos, inclusive, nos relacionamentos familiares. Esse cenário alimenta preconceitos e outras formas de violência. Não há dúvida sobre a necessidade de uma reforma política, mas, para isso, os brasileiros devem se mobilizar para a promoção da democracia. Assim se conquista o desenvolvimento integral e sustentável, promovendo inclusão e bem-estar, principalmente, dos mais pobres.
         O ponto de partida para nós, bispos da Arquidiocese de Belo Horizonte, é indicado na mensagem dedicada ao contexto eleitoral que apresentamos nesta semana: sejam retomados os princípios do evangelho, garantia para a abertura de novos e promissores ciclos para a população brasileira. A Igreja Católica não recomenda candidatos, pois os cidadãos são livres para definir seus votos, mas orienta que sejam observados critérios capazes de promover a justiça, a fraternidade e a solidariedade. O convite é para que todos possam conhecer e partilhar a nossa mensagem, retomando os princípios do evangelho. Que a palavra de Deus ilumine a inteligência de cada cidadão, para que todos sejam capazes de identificar qual candidato reúne as melhores condições para construir um futuro melhor.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 128 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em agosto a ainda estratosférica marca de 274,0% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial se manteve em históricos 303,19%; e já o IPCA, em setembro, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,53%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2018, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,847 trilhão (52,4%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,106 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
57 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2018)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...      

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador e Legislador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios,
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.