segunda-feira, 3 de fevereiro de 2020

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, O PODER DA QUALIFICAÇÃO DAS LIDERANÇAS NAS ORGANIZAÇÕES E A TRANSCENDÊNCIA DA ECOLOGIA INTEGRAL NA SUSTENTABILIDADE (40/130)


(Fevereiro = mês 40; faltam 130 meses para a Primavera Brasileira)

“Como liderar uma empresa
        A atenção é habilidade essencial para o aprendizado e fundamental para a liderança atual. Ela nos ajuda a resistir às distrações, inibir impulsos prejudiciais em nossas ações, postergar as recompensas na busca por metas e ficar preparados para aprender o necessário para chegar aos objetivos desejados.
         Nas empresas, o que mais se espera da liderança é que se mantenha em busca dos objetivos, mesmo diante de dificuldades e reveses, para, desse modo, coordenar os colaboradores na busca pelo sucesso nos resultados. Por isso, é fundamental que, diante de novas situações, o aprendizado (e a atenção sobre ele) seja fonte para liderar em tempos de transformações em alta velocidade, sejam elas digitais ou mercadológicas.
         Quando os líderes ajudam seus colaboradores a otimizar o aprendizado técnico e comportamental, eles fortalecem competências vitais à transformação digital e garantem uma nova velocidade de resposta em cenários mais instáveis.
         É preciso lembrar que esse é um novo tipo de formação, tanto para colaboradores quanto para líderes, no meio organizacional. Não há precedentes na forma de cultivar a habilidade de aprendizagem que estou falando, mas sei que os líderes que reforçam a preparação da atenção, bem como cultivam um ambiente de maior aprendizado, conseguem diminuir a ansiedade e dar melhores respostas diante da velocidade que a transformação digital impõe.
         Como liderar uma empresa? Compreendendo um mundo mais amplo, entendendo o modo com as mudanças ocorrem, percebendo a interdependência dos aspectos físicos e digitais de um negócio. O modo certo de realizar essa empreitada ainda não está absolutamente definido, mas algumas premissas são efetivamente claras. É nas “soft skills” que estão nossas pistas para a maior consistência na adaptação das organizações e dos líderes. Autogestão, autoconsciência, empatia e habilidades sociais, são os principais fatores de sucesso, porque claramente a empresa pode comprar o último software do mercado, a melhor máquina conectada, ter os melhores desenvolvedores técnicos, porém é a interdependência sistêmica entre pessoas que vai levar a organização a outro patamar no momento de entregar produtos ou serviços aos clientes.
         O papel do líder na transformação digital é formar outros líderes para lidar com o futuro e com o que ele mesmo não lidou. O que vamos fazer não está claro dentro do universo organizacional. Sabemos, sim, que será novo e que precisaremos de pessoas que façam diferente do que fizemos até aqui. Esse é um grande desafio. Afinal, como formar um sucessor sem ensinar “a fórmula de como lidar com a organização”, já que tudo está em transformação? O foco é a atenção para aprender e reaprender constantemente.”.

(Celso Braga. CEO do Grupo Bridge, psicólogo e mestre em educação, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 31 de janeiro de 2020, caderno OPINIÃO, página 21).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no site www.domtotal.com, edição de 02 de fevereiro de 2020, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e que merece igualmente integral transcrição:

“Brumas e catástrofes
        A chuva, dom da criação, derramada para fecundar a terra e garantir bens essenciais, tem se tornado um pesadelo: mais uma vez, avoluma-se o número de pessoas que perdem suas vidas e contabilizam-se graves prejuízos. Realidade que se hospeda no mesmo horizonte da tragédia-crime de Brumadinho.
         Causa perplexidade constatar as lições não aprendidas, o que aponta para a necessidade de mudanças de hábitos e providências que não podem surgir de soluções apressadas, do improviso, mas da inteligência na intuição de novos processos capazes de promover intervenções assertivas e a necessária correção de rumos que garantam condições adequadas para os cidadãos.
         Assiste-se, no entanto, a um “bate-cabeça” comprometedor. Um contexto de nefastas consequências explicitadas nas falas e linguagens que revelam a estreiteza de compreensão por parte daqueles que, por necessidade e obrigação, deveriam projetar luzes novas, apontar rumos. Muitos, curiosamente, movidos por interesses questionáveis, se tornam reféns de grupos e pessoas mal intencionadas. Assim, os planos e prioridades são definidos por critérios medíocres, próprios de quem se encastela em um discurso desmoralizante, capaz de intimidar apenas aqueles que se equiparam pela mediocridade. Espera-se, com urgência, dada a incidência dos clamores, especialmente dos pobres, reação eficaz e novas respostas. É preocupante a falta de preparo na forma de conduzir os processos, gerando confusão, acentuando oportunismos, validando critérios inócuos, a exemplo do que se esconde na impiedade da busca irracional do lucro, louvado como alavanca do aquecimento e da melhora da economia.
         As brumas e as catástrofes nas evidências das reações agressivas da natureza são o retrato desolador da falta de ações com força de mudanças, da vagareza das soluções que pedem urgências, enquanto a mediocridade da conservação estreita inovações para assegurar o apequenado que se conquistou. As consequências são evidentes na religiosidade que não consegue emitir sua profecia, órfã dependente de discursos ideológicos e partidários; nos governos que não conseguem, minimamente, eleger suas prioridades; nas instituições que servem mais aos que aos compõem, ao invés de fazer de seus servidores protagonistas em ações transformadoras – incluindo os cidadãos que não conseguem mudar nem mesmo hábitos simples e corriqueiros.
         Pense-se na evidência do lixo produzido e inadequadamente tratado. Além de agravar enchente e degradações, denuncia o descuido da sociedade. São estreitezas pessoais e sociais que pesam e prejudicam a sociedade brasileira na dinâmica mundial e no próprio horizonte nacional. Tudo isso reflete também oportunismos, com o intuito de conquistar votos, impulsionar projeção pessoal ou político-partidária, contracenando com rigorismos doutrinários e disputas ideológicas assépticas, que não efetivam avanços e atolam ainda mais a sociedade em brumas e catástrofes.
         Constata-se, de modo preocupante, a falta de estrutura moral, espiritual e emocional, desfigurando e aprisionando a cidadania numa condição depressiva. Muitas vezes, prefere-se não reagir e apenas viver do cultivo de uma dor, sem buscar a cura ou tratamento adequado – a se fortalecer para realizar grandes mudanças. Lamenta-se o cenário do protagnonismo dos profetas que se põem em defesa da verdade, enquanto os agoureiros, até causando medo e submissão, tiram proveito para ganhar o sustento e promoção, neutralizando reações urgentes na construção de respostas novas. São muitas as lições, e poucas as aprendidas. Lições que exigem a produção de nova compreensão, de novas práticas e hábitos. Neste exigido investimento para a vida nova clamada pela sociedade contemporânea, o horizonte da Ecologia Integral é o mais produtivo e com força transformadora. Sem novas dinâmicas, sem a substituição de lógicas, sem a humilde assunção de hábitos não ocorrerão as mudanças adequadas para substituir as brumas e catástrofes que desnorteiam o cotidiando deste tempo.
         Não cabe dar as costas, produzir reações agressivas ou antagônicas às interpelações vigentes, desenhadas na perspectiva da Ecologia Integral – embora incomodem alguns e aparentem ser menos importantes do que realmente são. O capítulo quarto da Carta Encíclica Laudato Sí, do papa Francisco, num horizonte rico e amplo, ao abordar o entendimento sobre a Ecologia Integral, é a impostação completa e a indicação inteligente da urgente saída que se busca. A sociedade brasileira precisa ser tocada nos seus brios, os cidadãos sensibilizados, pela solidariedade, no seu patriotismo. É indispensável aos governantes, na condição de aprendizes-servidores, se deixarem iluminar por uma nova lógica. Ao invés da rigidez que ajuda a matar, a fé precisa ser praticada e fortalecida como conquista da liberdade para a qual Deus criou a vida, a ser preservada em todas as suas etapas. É preciso ter vergonha, se incomodar, trabalhando e contribuindo na construção de mudanças fortes, urgentes, para que sejam superadas as catástrofes e pairem as brumas do amor e das solidariedades.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 130 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em dezembro a ainda estratosférica marca de 318,85% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou em históricos 302,48%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,31%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2020, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,651 trilhão (44,79%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,004 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...        

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.



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