“Mês
do trabalho tecnológico
Maio é um símbolo no
calendário nacional em que profissionais relembram conquistas trabalhistas.
Neste ano, porém, está diferente, com muitas pessoas trabalhando remotamente.
Esse cenário atípico, naturalmente, provoca uma série de reflexões. E a
tecnologia é ponto focal desse debate permeado por questionamentos pessoais e
coletivos, atuando como facilitadora e sendo o principal componente para os
meios de adaptação do mercado.
Ágeis,
intuitivos e facilmente encontrados, os recursos tecnológicos, seja um
equipamento ou um aplicativo, encurtaram caminhos e conectaram pessoas.
Reuniões, em salas espaçosas, com os companheiros de equipe sentados lado a
lado, deram lugar a um número maior de chamadas por videoconferência. Uma
apresentação formal, em muitos casos, foi substituída por um e-mail detalhado e
um arquivo compartilhado na nuvem. As conversas de alinhamento entre colegas,
assim como os momentos de descontração, passaram a ser por mensagem de texto ou
áudio.
O notebook,
peça que já era fundamental para assegurar a produtividade no ambiente
corporativo, ganhou ainda mais destaque durante esse período de trabalho em
casa, sendo o ponto de convergência de variados tipos de soluções. Em algumas
áreas, inclusive, é a ferramenta que proporciona a continuidade do desempenho
da profissão. O setor educacional é um dos mais nítidos exemplos pela expansão
do ensino a distância (EAD), com professores dando aulas por videoconferência a
alunos de diferentes faixas etárias, de crianças na pré-escola a adultos na
universidade.
Intrinsecamente
conectados ao universo de desenvolvimento tecnológico, os canais de televisão,
fontes historicamente primordiais de informação dos brasileiros, também
desenvolveram alternativas para manter programas ao vivo. Se há poucas semanas
era indispensável a presença de apresentadores no estúdio, agora é possível
realizar debates com os profissionais conectados cada um de sua casa,
posicionados em frente às câmeras dos notebooks e interagindo fluidamente. Dois
elementos fundamentais do ambiente jornalístico são preservados: a argumentação
em tempo real e a informação ao vivo.
O
exemplo de maior alcance, contudo, talvez não venha do ambiente corporativo
tradicional, e sim da indústria do entretenimento. Artistas acostumados a
realizar performances para milhares de pessoas em estádios, casas de shows,
parques e até mesmo autódromos, passaram a contar de suas casas, diante de
plateias que superam até 2 milhões de pessoas conectadas simultaneamente em
frente ao notebook, smartphone ou televisão. Aqui, o notebook não é só um meio
para desfrutar do momento de lazer, como também é um equipamento essencial no
sistema de transmissão, permitindo a interação com os fãs a auxiliando na
distribuição das imagens captadas pelas câmeras utilizadas no local.
As
alternativas encontradas por diferentes setores do mercado, como educação,
comunicação e entretenimento, rompem paradigmas do mundo corporativo e reforçam
a possibilidade de modernização de algumas práticas. Em outros casos, mostram
novos caminhos a serem explorados e aperfeiçoados a partir da tecnologia.
Valores
humanos, como criatividade, empatia e resiliência, além da nossa incrível
capacidade de adaptação, são as peças-chave que compõem este processo de
transformação. E a tecnologia tem cumprido um papel catalisador, sendo o elo
entre as pessoas e as novas práticas trabalhistas.”.
(Luciano Beraldo.
Gerente sênior da área de notebooks da Samsung Brasil, em artigo publicado no
jornal O TEMPO Belo Horizonte,
edição de 13 de maio de 2020, caderno OPINIÃO,
página 17).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a
Excelência Educacional vem de artigo publicado no site www.domtotal.com,
edição de 15 de maio de 2020, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo
Horizonte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e
que merece igualmente integral transcrição:
“Disciplina
e hábitos
A disciplina do
distanciamento social tem sido reconhecida, especialmente por autoridades de
saúde, como terapêutica indispensável para o enfrentamento da pandemia da
Covid-19. Esse isolamento, além das considerações sobre a perspectiva da saúde
ou mesmo de seus desdobramentos econômicos., inspira refletir sobre o papel da
dimensão disciplinar no sustento e na promoção da vida. Cada indivíduo, com
suas inserções nas redes de relação humana, desenha fluxos do tecido social e
cultural a partir de hábitos, ajudando a configurar cenários sociopolíticos,
religiosos e tantos outros. As ações são alimentadas por hábitos que, para
serem qualificados, substituídos ou renovados, dependem visceralmente da
disciplina.
Disciplina
remete a aprendizagens. Aqueles que resistem ao exercício da disciplina podem
estar motivados por entendimentos parciais ou equivocados. Muitos consideram
uma vida disciplinada semelhante a uma “camisa de força” ou limitação indevida
da própria liberdade. É preciso reconhecer a disciplina de modo diferente,
entendendo a sua relação com a capacidade para aprender. A própria origem
latina da palavra reporta ao sentido de aprendizagem. Torna-se importante
retomar uma consideração que pode gerar incômodo ou parecer ingenuidade: todos
são, o tempo todo, aprendizes, até mesmo quando há domínio sobre conteúdos e
técnicas, experiências e saberes.
Nesse
horizonte, é equivocado argumentar que não se pode ou não se deve mudar porque
“sempre foi assim”, justificando a permanência do que pode e deve ser
transformado, melhorado. Também é sinal de ingenuidade e de fracasso não se
deixar interpelar pelas renovações que “pedem passagem”, sempre com o risco de
surgir, sobretudo em tempos críticos, que impõem desafios a todos. Etapas da
história apresentam os altos preços a se pagar, com sacrifício de toda
natureza, inclusive de vidas humanas, em razão de hábitos e práticas que
produzem diferentes esgotamentos e adoecimentos em todos os setores da
sociedade.
A
consideração séria e responsável dessa pandemia do novo coronavírus, com seus
desdobramentos, remete a sociedade a um processo de reavaliação de hábitos e
práticas, o que exige disciplina. A pandemia ameaça especialmente a vida dos
mais pobres, mas não poupa ninguém, inclusive os que se acham protegidos em
suas redomas caras. É uma exigência, disciplinadamente, adotar novos hábitos
que estanquem esgotamentos – ambientais, sociais, políticos e até religiosos,
detentores das causas evidentes e invisíveis da produção desta e de outras
pandemias. Ora, uma pandemia é resultado de indisciplinas na esfera moral,
desdobradas em práticas autodestrutivas, em entendimentos equivocados ou
limitados pela mesquinhez. E as condutas mesquinhas enraízam-se nas idolatrias,
como a do dinheiro, em mediocridades socioculturais, político-religiosas,
dentre outras.
Constata-se,
assim, que a humanidade está desafiada a buscar um novo rumo – o caminho certo.
Contribui para seguir na direção adequada retomar a abordagem educativa do que
é próprio da pedagogia da disciplina – fundamento para a promoção de hábitos e
práticas diferentes, adequados à construção de um futuro melhor. Resistências à
renovação já expressam sinal de irracionalidades. Curiosa é a natural pergunta
sobre quando será a retomada da “normalidade”. O consenso diz que não é
possível o regresso daquela realidade que antecedeu a pandemia, pois se trata
de “normalidade” que leva a adoecimentos, sempre com o risco de surgir outro
vírus ameaçador. Fala-se, por isso mesmo, de uma “nova realidade”. Nessa
realidade diferente, a vida precisa ser vivida em novos parâmetros,
inegociáveis, orientados a partir do respeito à dignidade humana.
Na
contramão desse caminho, continuará a prevalecer uma indiferença brutal,
perpetuando feminicídios, extermínios de moradores de rua, de indígenas e de
pobres – muitos privados de direitos fundamentais a todos. Vergonhosamente
dizimados pelas pandemias da fome, da violência e da falta de condições mínimas
para preservar a saúde. Um novo ciclo civilizatório é comprometido também pela
irracionalidade advinda da falta de intuição e inventividade. O que fica são os
espetáculos das invencionices comprobatórias de incompetências e de ilusões
alimentadas por polarizações e fundamentalismos.
A
disciplina é exigência para se conquistar novos hábitos que desafiam o tecido
cultural, político e religioso a ter uma nova matéria prima, de qualidade, para
sustentar o sonho da solidariedade que precisa se tornar realidade. A nova
página que precisa ser escrita na história da civilização, pela superação do
preço amargo que se está pagando, indica a necessidade da participação de todos
na construção de um novo tempo. Do setor político aos lares, dos espaços
públicos aos privados, das universidades às igrejas, do comum ao
extraordinário, todos são desafiados a intuir novos hábitos e dinâmicas.
Exercitar a nobreza da disciplina pode contribuir para efetivar um renovado
jeito de ser e de conviver na sociedade.”.
Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e
oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança
de nossa história – que é de ética, de
moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas,
civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e
sustentavelmente desenvolvidas...
Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras
cruciais como:
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas, gerando o pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional
(enfim, 130 anos depois, a República proclama o que esperamos seja
verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira
incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria;
a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da
democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b) o combate implacável, sem eufemismos e
sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:
I – a inflação, a exigir permanente,
competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares
civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa
de juros do cartão de crédito atingiu em março a estratosférica marca de 326,4%
nos últimos doze meses, e a taxa de
juros do cheque especial chegou ainda em históricos 130,0%; e já o IPCA, em
abril, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 2,40%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa
promiscuidade – “dinheiro público versus interesses privados”
–, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando
incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária
ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da
Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor,
de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...”
– e que vem mostrando também o seu caráter transnacional; eis, portanto, que todos os valores que vão
sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518
anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios,
malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a
corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar
inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo,
segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a
“... Desconfiança das empresas e das famílias é
grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase
nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses
recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à
ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de
infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de
planejamento...”;
c) a dívida pública brasileira - (interna e
externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para
2020, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos
Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e
insuportável desembolso de cerca de R$
1,651 trilhão (44,79%), a título de juros, encargos, amortização e
refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,004 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega,
do direito e da justiça:
- pagar,
sim, até o último centavo;
-
rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
-
realizar uma IMEDIATA, abrangente,
qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda
a propósito, no artigo Melancolia,
Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente
degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das
contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).
Isto
posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos
a falta de recursos diante de tão
descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a
nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a
credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e
regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores
como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias,
hidrovias, portos, aeroportos); a educação;
a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos
sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana
(trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às
commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência
social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas;
polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência,
tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações;
qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –,
transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e
melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre
outros...
São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira
alguma, abatem o nosso ânimo e nem
arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta
grande cruzada nacional pela excelência
educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada,
civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e
desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas
riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos
os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos
bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de
infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à
luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização
das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas
tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a
nossa esperança... e perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos
de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)
-
Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
-
ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por
uma Nova Política Brasileira ...
- Pela
excelência na Gestão Pública ...
- Pelo
fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares
do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e,
ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A
alegria da vocação ...
Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou
asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...
E
P Í L O G O
CLAMOR
E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de
infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre
pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios,
ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da
dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.
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