domingo, 17 de maio de 2020

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A FORÇA DA CRIATIVIDADE, EMPATIA E RESILIÊNCIA NA QUALIFICAÇÃO TECNOLÓGICA E OS FUNDAMENTOS DA DISCIPLINA, PARCIMÔNIA E SOLIDARIEDADE NA TRAVESSIA DAS PANDEMIAS NA SUSTENTABILIDADE


“Mês do trabalho tecnológico
        Maio é um símbolo no calendário nacional em que profissionais relembram conquistas trabalhistas. Neste ano, porém, está diferente, com muitas pessoas trabalhando remotamente. Esse cenário atípico, naturalmente, provoca uma série de reflexões. E a tecnologia é ponto focal desse debate permeado por questionamentos pessoais e coletivos, atuando como facilitadora e sendo o principal componente para os meios de adaptação do mercado.
         Ágeis, intuitivos e facilmente encontrados, os recursos tecnológicos, seja um equipamento ou um aplicativo, encurtaram caminhos e conectaram pessoas. Reuniões, em salas espaçosas, com os companheiros de equipe sentados lado a lado, deram lugar a um número maior de chamadas por videoconferência. Uma apresentação formal, em muitos casos, foi substituída por um e-mail detalhado e um arquivo compartilhado na nuvem. As conversas de alinhamento entre colegas, assim como os momentos de descontração, passaram a ser por mensagem de texto ou áudio.
         O notebook, peça que já era fundamental para assegurar a produtividade no ambiente corporativo, ganhou ainda mais destaque durante esse período de trabalho em casa, sendo o ponto de convergência de variados tipos de soluções. Em algumas áreas, inclusive, é a ferramenta que proporciona a continuidade do desempenho da profissão. O setor educacional é um dos mais nítidos exemplos pela expansão do ensino a distância (EAD), com professores dando aulas por videoconferência a alunos de diferentes faixas etárias, de crianças na pré-escola a adultos na universidade.
         Intrinsecamente conectados ao universo de desenvolvimento tecnológico, os canais de televisão, fontes historicamente primordiais de informação dos brasileiros, também desenvolveram alternativas para manter programas ao vivo. Se há poucas semanas era indispensável a presença de apresentadores no estúdio, agora é possível realizar debates com os profissionais conectados cada um de sua casa, posicionados em frente às câmeras dos notebooks e interagindo fluidamente. Dois elementos fundamentais do ambiente jornalístico são preservados: a argumentação em tempo real e a informação ao vivo.
         O exemplo de maior alcance, contudo, talvez não venha do ambiente corporativo tradicional, e sim da indústria do entretenimento. Artistas acostumados a realizar performances para milhares de pessoas em estádios, casas de shows, parques e até mesmo autódromos, passaram a contar de suas casas, diante de plateias que superam até 2 milhões de pessoas conectadas simultaneamente em frente ao notebook, smartphone ou televisão. Aqui, o notebook não é só um meio para desfrutar do momento de lazer, como também é um equipamento essencial no sistema de transmissão, permitindo a interação com os fãs a auxiliando na distribuição das imagens captadas pelas câmeras utilizadas no local.
         As alternativas encontradas por diferentes setores do mercado, como educação, comunicação e entretenimento, rompem paradigmas do mundo corporativo e reforçam a possibilidade de modernização de algumas práticas. Em outros casos, mostram novos caminhos a serem explorados e aperfeiçoados a partir da tecnologia.
         Valores humanos, como criatividade, empatia e resiliência, além da nossa incrível capacidade de adaptação, são as peças-chave que compõem este processo de transformação. E a tecnologia tem cumprido um papel catalisador, sendo o elo entre as pessoas e as novas práticas trabalhistas.”.

(Luciano Beraldo. Gerente sênior da área de notebooks da Samsung Brasil, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 13 de maio de 2020, caderno OPINIÃO, página 17).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no site www.domtotal.com, edição de 15 de maio de 2020, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e que merece igualmente integral transcrição:

“Disciplina e hábitos
         A disciplina do distanciamento social tem sido reconhecida, especialmente por autoridades de saúde, como terapêutica indispensável para o enfrentamento da pandemia da Covid-19. Esse isolamento, além das considerações sobre a perspectiva da saúde ou mesmo de seus desdobramentos econômicos., inspira refletir sobre o papel da dimensão disciplinar no sustento e na promoção da vida. Cada indivíduo, com suas inserções nas redes de relação humana, desenha fluxos do tecido social e cultural a partir de hábitos, ajudando a configurar cenários sociopolíticos, religiosos e tantos outros. As ações são alimentadas por hábitos que, para serem qualificados, substituídos ou renovados, dependem visceralmente da disciplina.
         Disciplina remete a aprendizagens. Aqueles que resistem ao exercício da disciplina podem estar motivados por entendimentos parciais ou equivocados. Muitos consideram uma vida disciplinada semelhante a uma “camisa de força” ou limitação indevida da própria liberdade. É preciso reconhecer a disciplina de modo diferente, entendendo a sua relação com a capacidade para aprender. A própria origem latina da palavra reporta ao sentido de aprendizagem. Torna-se importante retomar uma consideração que pode gerar incômodo ou parecer ingenuidade: todos são, o tempo todo, aprendizes, até mesmo quando há domínio sobre conteúdos e técnicas, experiências e saberes.
         Nesse horizonte, é equivocado argumentar que não se pode ou não se deve mudar porque “sempre foi assim”, justificando a permanência do que pode e deve ser transformado, melhorado. Também é sinal de ingenuidade e de fracasso não se deixar interpelar pelas renovações que “pedem passagem”, sempre com o risco de surgir, sobretudo em tempos críticos, que impõem desafios a todos. Etapas da história apresentam os altos preços a se pagar, com sacrifício de toda natureza, inclusive de vidas humanas, em razão de hábitos e práticas que produzem diferentes esgotamentos e adoecimentos em todos os setores da sociedade.
         A consideração séria e responsável dessa pandemia do novo coronavírus, com seus desdobramentos, remete a sociedade a um processo de reavaliação de hábitos e práticas, o que exige disciplina. A pandemia ameaça especialmente a vida dos mais pobres, mas não poupa ninguém, inclusive os que se acham protegidos em suas redomas caras. É uma exigência, disciplinadamente, adotar novos hábitos que estanquem esgotamentos – ambientais, sociais, políticos e até religiosos, detentores das causas evidentes e invisíveis da produção desta e de outras pandemias. Ora, uma pandemia é resultado de indisciplinas na esfera moral, desdobradas em práticas autodestrutivas, em entendimentos equivocados ou limitados pela mesquinhez. E as condutas mesquinhas enraízam-se nas idolatrias, como a do dinheiro, em mediocridades socioculturais, político-religiosas, dentre outras.
         Constata-se, assim, que a humanidade está desafiada a buscar um novo rumo – o caminho certo. Contribui para seguir na direção adequada retomar a abordagem educativa do que é próprio da pedagogia da disciplina – fundamento para a promoção de hábitos e práticas diferentes, adequados à construção de um futuro melhor. Resistências à renovação já expressam sinal de irracionalidades. Curiosa é a natural pergunta sobre quando será a retomada da “normalidade”. O consenso diz que não é possível o regresso daquela realidade que antecedeu a pandemia, pois se trata de “normalidade” que leva a adoecimentos, sempre com o risco de surgir outro vírus ameaçador. Fala-se, por isso mesmo, de uma “nova realidade”. Nessa realidade diferente, a vida precisa ser vivida em novos parâmetros, inegociáveis, orientados a partir do respeito à dignidade humana.
         Na contramão desse caminho, continuará a prevalecer uma indiferença brutal, perpetuando feminicídios, extermínios de moradores de rua, de indígenas e de pobres – muitos privados de direitos fundamentais a todos. Vergonhosamente dizimados pelas pandemias da fome, da violência e da falta de condições mínimas para preservar a saúde. Um novo ciclo civilizatório é comprometido também pela irracionalidade advinda da falta de intuição e inventividade. O que fica são os espetáculos das invencionices comprobatórias de incompetências e de ilusões alimentadas por polarizações e fundamentalismos.
         A disciplina é exigência para se conquistar novos hábitos que desafiam o tecido cultural, político e religioso a ter uma nova matéria prima, de qualidade, para sustentar o sonho da solidariedade que precisa se tornar realidade. A nova página que precisa ser escrita na história da civilização, pela superação do preço amargo que se está pagando, indica a necessidade da participação de todos na construção de um novo tempo. Do setor político aos lares, dos espaços públicos aos privados, das universidades às igrejas, do comum ao extraordinário, todos são desafiados a intuir novos hábitos e dinâmicas. Exercitar a nobreza da disciplina pode contribuir para efetivar um renovado jeito de ser e de conviver na sociedade.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 130 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em março a estratosférica marca de 326,4% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 130,0%; e já o IPCA, em abril, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 2,40%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2020, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,651 trilhão (44,79%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,004 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...        

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.



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