(Maio
= mês 42; faltam 128 meses para a Primavera Brasileira)
“A
responsabilidade das nações no futuro
O governo chinês, no
início de 2020, em uma tentativa de afastar de si próprio a responsabilidade
por não ter alertado o mundo para o aparecimento de um novo vírus letal,
começou a refletir – primeiro, sutilmente e, depois, de forma cada vez mais
explícita – que a nova cepa do coronavírus Sars-Cov-2 (Covid-19), cujos
primeiros casos surgiram na cidade chinesa de Wuhan, não tinha se originado na
China, chegando a sugerir que a Covid-19 seria uma arma biológica criada pelos
Estados Unidos e lançada contra a China.
De
acordo com várias análises e estudos feitos ao redor do mundo, essa teoria,
todavia, não merece guarida. Assim com os seres humanos, os vírus também
possuem DNA, o que significa que sua análise pode dar pistas sobre seus antepassados,
podendo indicar aos cientistas a partir de onde um determinado espécime
evoluiu. Com as análises do sequenciamento genético da Covid-19 feitas em todo
o globo, descobriu-se que este vírus tem um elevado grau de parentesco com um
espécime encontrado em morcegos; este vírus, possivelmente, contaminou outros
animais, evoluindo e se modificando, chegando aos humanos por meio de consumo
(direto) desses animais.
O vírus
da Covid-19 é muito mais transmissível e letal do que a gripe comum. Ela se
caracteriza por ser intersticial e evolui com fibrose pulmonar, muitas vezes
precoce. As tomografias dos pulmões mostram marcas que se parecem com fibroses
antigas (algo inédito na literatura médica). O processo inflamatório é muito
grande. A Covid-19 causa uma imensa inflamação, que começa pelos pulmões, mas
depois se espalha pelo corpo. A maioria dos casos começa com os sintomas de uma
gripe e evolui rapidamente para insuficiência respiratória aguda decorrente de
uma pneumonia. Mas a inflamação é tão grande que leva à sépsis, ou inflamação
generalizada.
Algo muito parecido já tinha acontecido entre
2002e 2004, também na China, na chamada epidemia da Síndrome Respiratória Aguda
Grave (mais conhecida por sua sigla em inglês, SARS), uma doença respiratória
grave de origem zoonótica, que acometeu mais de 8.000 pessoas e causou 774
mortes em 17 países. O vírus da Sars de 2003 era um coronavírus, cuja
designação científica é Sars-Cov, muito semelhante à designação científica do
Covid-19, que é Sars-Cov-2, é um vírus extremamente transmissível que, em
média, infecta até três indivíduos. Isso ocorre particularmente pela forma do
vírus. Ele é uma coroa de espinhos. E os utiliza para entrar, dominar a célula
e usar o material genético dela para se multiplicar aceleradamente. A pessoa
infectada vira uma fábrica de vírus antes que os sintomas apareçam. Isso faz
com que passe de uma pessoa para outra com grande eficiência, dificultando o
fim da pandemia.
A
questão que se coloca é quanto à responsabilidade da China e de outras nações
pela pandemia, no futuro, em casos assemelhados.”.
(Reis Freide.
Desembargador federal e presidente do TRF-2, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 28 de
abril de 2020, caderno OPINIÃO,
página 13).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a
Excelência Educacional vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 18 de agosto
de 2019, mesmo caderno, página 11, de autoria de PAULO DELGADO – com HENRIQUE
DELGADO –, que é sociólogo, e que merece igualmente integral transcrição:
“O
mundo em risco
O mundo passa por um
momento muito conturbado e a maioria dos países está calada, refletindo e
agindo. Nem todos. “Os EUA fazem o que fazem porque são uma grande potência. O
Brasil não é”, afirmou em artigo grosseiro o expoente do neorrealismo
estadunidense Stephen Walt. Mas as consequências virão para todos, sem exceção.
Mas em
um mundo cada vez mais conturbado, não podemos tirar a atenção do principal. A
integridade nacional somente será preservada se o país aprender a ser governado
no dia a dia, independentemente de eleições, partidos, ideologias. Vivemos um
tempo de redobrada atenção no que é primordial aos poderes do Estado.
Especialmente diante da forte e veloz atualização tecnológica.
O Brasil
é um grande encontro de civilizações a caminho de formar uma civilização
própria. Isso é nossa maior característica. Na hipótese de nova crise
financeira, inexiste hoje no mundo um grau de pensamento minimamente solidário
para resolver um problema a partir da ação coletiva internacional, como existia
em 2008. Se naquela época já não foi bem feito, atualmente talvez nem sequer
fosse feito algo estruturado em conjunto, suficiente para amenizar a queda.
Cada país está se achando senhor das suas ideias e partindo para
experimentações sem levar em conta que o que nos salva é a harmonia da ação.
O
aumento da automação resultante da revolução tecnológica em curso exige se
arquitetar um futuro em que todos sejam servidos e se beneficiem das máquinas
de inteligência artificial. Do contrário, o mundo da oferta não vai encontrar o
mundo da demanda, que estará desempregado e sem dinheiro.
A fim de
se compreender o que vai se passar nas próximas décadas no mundo do trabalho, é
importante ver o que se passou no século 19. O trabalho escravo, que existia
desde tempos imemoriais – todos os povos da Terra já foram escravizados em uma
altura ou outra de sua história –, foi substituído globalmente pelo trabalho
assalariado.
Por mais
que o movimento abolicionista representasse um avanço moral, cultural e
intelectual da sociedade humana, havia questões práticas da lógica econômica
sustentando o movimento. As revoluções tecnológicas que deram sequência à
revolução industrial transferiram cada vez mais dinheiro e poder para setores
industriais da sociedade que viam necessidade de ampliar seu mercado
consumidor. Afinal, qual a lógica de produzir bens de consumo em larga escala?
Para isso, era fundamental incorporar o maior contingente possível de pessoas
ao trabalho assalariado. Para isso, era preciso acabar com a escravidão, essa
modalidade de trabalho em que o capitalista investe pesado apenas uma vez na
aquisição e depois só faz manutenções básicas de subsistência. Pois bem, robôs
de inteligência artificial também não recebem salários, podem ser caros para se
adquirir, mas consomem pouco para subsistir.
Num
controverso estudo de história econômica escrito por Robert Fogel e Stanley
Engerman na década de 1970 (o primeiro receberia o Nobel 20 anos mais tarde), a
escravidão no Sul dos EUA foi descrita como “investimento altamente lucrativo”,
superior mesmo “às melhores oportunidades de investimento na manufatura”. Nos
EUA foi uma guerra civil que mudou essa balança e definiu que as pessoas
passassem a receber salários em troca de trabalhos que geravam os produtos a
serem consumidos em larga escala pelos próprios assalariados. Foi a boa lógica
econômica que aboliu a escravidão, mais do que as razões morais.
No princípio
do século 20, Henry Ford ficou famoso pela revolução organizacional
representada pela introdução da linha de montagem, que racionalizava e
barateava a produção em massa. Mas relevante ainda era a sua lógica de que seus
trabalhadores precisavam ganhar bem o suficiente para que pudessem adquirir os
carros que produziam. Ou seja, na sua indústria, Ford criava não apenas a
oferta, mas também a demanda por seus produtos.
Há uma
lógica que o ser humano também conhece há milênios e que no último século
passou a ser conhecida como “paradoxo da parcimônia”, segundo a qual o
indivíduo que mais poupa tem ganhos intemporais maiores na sociedade, mas se
todos os indivíduos e organizações pouparem a sociedade empobrece. Há uma
adaptação possível para o pagamento de salário, quanto mais baixo ele for maior
será o seu lucro. No entanto, se todos os empregadores pagarem salários baixos,
as perdas de lucro se alastrarão pela economia real por conta do
enfraquecimento do consumo.
Governar
com palavras não vai deter a automação que ameaça o mundo e prepara grande
crise econômica.”.
Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e
oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança
de nossa história – que é de ética, de
moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas,
civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e
sustentavelmente desenvolvidas...
Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras
cruciais como:
a) a excelência educacional – pleno desenvolvimento
da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade,
em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da
modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas, gerando o pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional
(enfim, 130 anos depois, a República proclama o que esperamos seja
verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira
incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria;
a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da
democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b) o combate implacável, sem eufemismos e
sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:
I – a inflação, a exigir permanente,
competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares
civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa
de juros do cartão de crédito atingiu em março a estratosférica marca de 326,4%
nos últimos doze meses, e a taxa de
juros do cheque especial chegou ainda em históricos 130,0%; e já o IPCA, também
no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 3,30%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa
promiscuidade – “dinheiro público versus interesses privados”
–, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando
incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária
ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da
Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor,
de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...”
– e que vem mostrando também o seu caráter transnacional; eis, portanto, que todos os valores que vão
sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518
anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios,
malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a
corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar
inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo,
segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a
“... Desconfiança das empresas e das famílias é
grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase
nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses
recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à
ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de
infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de
planejamento...”;
c) a dívida pública brasileira - (interna e
externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para
2020, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos
Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e
insuportável desembolso de cerca de R$
1,651 trilhão (44,79%), a título de juros, encargos, amortização e
refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,004 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega,
do direito e da justiça:
- pagar,
sim, até o último centavo;
-
rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
-
realizar uma IMEDIATA, abrangente,
qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda
a propósito, no artigo Melancolia,
Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente
degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das
contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).
Isto
posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos
a falta de recursos diante de tão
descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a
nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a
credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e
regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores
como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias,
hidrovias, portos, aeroportos); a educação;
a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos
sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana
(trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às
commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência
social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas;
polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência,
tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações;
qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –,
transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e
melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre
outros...
São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira
alguma, abatem o nosso ânimo e nem
arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta
grande cruzada nacional pela excelência
educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada,
civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e
desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas
riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos
os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos
bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de
infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à
luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização
das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas
tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a
nossa esperança... e perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos
de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)
-
Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
-
ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por
uma Nova Política Brasileira ...
- Pela
excelência na Gestão Pública ...
- Pelo
fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares
do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e,
ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A
alegria da vocação ...
Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou
asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...
E
P Í L O G O
CLAMOR
E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de
infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre
pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios,
ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da
dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.
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