“Responsabilidade
social durante a quarentena
A pandemia provocou
profundas mudanças no cotidiano dos brasileiros. As crianças não podem ir à
escola, usar o transporte público se tornou um desafio, e o trabalho foi
adaptado para ser realizado em casa. As academias estão vazias, os shows e
festivais foram cancelados, e os restaurantes estão fechados. O isolamento
social foi imposto pelas autoridades como medida para combater a transmissão da
doença. A preocupação com parentes, amigos e colegas é prioridade em um momento
tão sensível, e ficar em casa se tornou algo muito maior que uma atitude
individual. A reclusão é um ato de responsabilidade social.
É
possível observar uma ampla e intensa campanha digital com os próprios
internautas incentivando o #ficaremcasa, desde o início. Um festival de música
em casa foi transmitido ao vivo pelo Instagram com apresentações de Sandy,
Atitude 67 e Melim. As lives de cantores sertanejos também fizeram sucesso,
arrecadando ainda toneladas de doações de alimentos para pessoas necessitadas.
Os próprios internautas e influencers estão oferecendo conteúdo interessante
com aulas de dança, ioga e zumba on-line. As faculdades e escolas se engajaram
no propósito, aderindo ao ensino a distância.
Inevitavelmente,
a paralisação gera um impacto entre profissionais e negócios, que também terão
que se reinventar. A internet é a aliada número 1 para manter o atendimento,
beneficiando profissionais e clientes que não querem abrir mão dos serviços. O
Ministério da Saúde, por exemplo, regulamentou o uso da telemedicina durante
esse período de pandemia, ferramenta crucial para monitorar as pessoas com
doenças crônicas e que dependem de um acompanhamento mais frequente.
Diversas
clínicas oferecem atendimento psicológico, principalmente devido à ansiedade e
estresse, decorrentes da incerteza e medo, situações marcantes nesse tipo de
crise. A clínica Aprendizagem e Cia, em Belo Horizonte, por exemplo, aderiu aos
atendimentos on-line, mantendo os serviços de psicologia, psicopedagogia e
pedagogia. A ação também foca a educação e a orientação parental, com uma live
pelo Instagram às quinta-feiras, às 19h, citando dicas aos pais sobre como
ajudar os filhos a lidarem com as emoções, mantendo a concentração nos estudos.
O projeto digital Escola de Pais é gratuito, fazendo parte das iniciativas
focadas em responsabilidade social.
A
colaboração geral torna possível a resiliência em momentos tão difíceis. Viver
em sociedade é um desafio diário, mas possível com o bom senso e a ajuda da
população. A pandemia provou que a sobrevivência depende de pequenos atos, que,
associados a outras ações, proporcionam uma convivência mais harmoniosa e
adequada.”.
(Ângela
Mathilde. Psicopedagoga e psicanalista, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 29 de
abril de 2020, caderno OPINIÃO,
página 15).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a
Excelência Educacional vem de artigo publicado no site www.domtotal.com,
edição de 02 de maio de 2020, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo
Horizonte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e
que merece igualmente integral transcrição:
“Selo
de solidariedade
Solidariedade é o
qualificado selo de autenticidade da cidadania, é o olhar humano nobre,
dirigido ao pobre e ao vulnerável, que inspira a compaixão, alicerçando gestos
de partilha capazes de renovar esperanças. Dos cristãos, a solidariedade é selo
de autenticidade da fé. Muitos se dizem religiosos, se inscrevem em diferentes
confissões, mas, somente quem é solidário vivencia, genuinamente, o
cristianismo. O ensino do Novo Testamento, com raízes profundas na tradição
judaica do Antigo Testamento, interpela cada pessoa que se propõe a seguir
Jesus com a exigência da solidariedade.
Jesus
Cristo é o Deus da solidariedade, o filho do Pai solidário com a humanidade
sofredora e submersa na condenação do pecado. O coração que se abre à ação do
Espírito Santo, à Trindade, é inspirado a agir de forma sempre solidária, com
palavras que consolam, a partir de gestos corajosos e considerando que o outro,
o irmão, é sempre mais importante – um princípio da moralidade cristã. Não há,
pois, outro caminho para a civilização contemporânea. A única via possível é a
da solidariedade. Se não for trilhada, a humanidade continuará a ser
atormentada, de modo devastador, por pandemias. No sofrimento, perceberá que
não adianta acumular riquezas para vencer a morte. O mal só se vence com a luz
da efetiva solidariedade. Uma luminosidade capaz de debelar até mesmo a morte,
conforme ensina a ressurreição de Cristo.
Estranha
muito, e certamente revela perversidades, escolhas equivocadas, quando alguns
cristãos agem como se tivessem medo da solidariedade. Fecham-se às ações
solidárias, sentem-se ameaçados nas fronteiras impostas por seus próprios
egoísmos doentios. Passam a caluniar a solidariedade, para enfraquecê-la,
valendo-se de estereótipos obsoletos e inadequados, vinculados a ideologias
políticas sem consistência. Assim procedendo, talvez sem perceber e sem se dar
conta de que estão se contrapondo à solidariedade, essas pessoas habitam um
terreno de outras ideologias políticas igualmente perversas, que alimentam a
indiferença em relação aos pobres, aos trabalhadores da cidade e do campo.
A Doutrina
Social da Igreja Católica convoca os cristãos a se sensibilizarem diante da
humanidade ferida, que não encontrará a sua cura em uma economia gananciosa. A
recuperação somente virá a partir de novas configurações fundamentadas na
solidariedade, no respeito, no amor. Mas o amor cristão exige o compromisso de
denunciar o que está errado e ajudar no desenvolvimento de novos projetos nos
campos social, cultural e econômico, capazes de garantir a todos o direito e a
justiça. O ciclo novo que se espera ao final dessa pandemia do novo coronavírus
necessita da inspiração de um humanismo integral e solidário.
Não pode
prevalecer a mesquinhez nos mais diferentes grupos ou mesmo na interioridade de
cada pessoa. No coração humano deve habitar a voz da solidariedade, que corrige
rumos, alarga horizontes e modo iluminador, exigindo novas lógicas e práticas.
O coração solidário salva a mente de escolhas políticas obscurecidas,
enraizadas em fanatismos ou na escravidão ao dinheiro. A oportunidade de
consolidar um ciclo novo para a humanidade depende de muitos e de cada um.
Precisa de lúcida e qualificada participação, particularmente das instâncias
governamentais, legislativas e judiciárias a serviço do povo, do bem comum e da
justiça. Trata-se de um longo caminho de purificação para vencer o acúmulo de
vícios e práticas abomináveis – manipulação, iniciativas motivadas por
interesses espúrios, perpetuação de privilégios e submissão ao dinheiro, por
medo ou conivência.
A
solidariedade é a luz que precisa revisitar mentes, corações, contextos
diversos, a exemplo de tribunais, mesas executivas, esferas variadas da
conjuntura cidadã. Entre esses, está o mundo do trabalho que merece especial
atenção. É preciso um olhar solidário para reconhecer a importância e, assim,
respeitar trabalhadores e trabalhadoras, considerando a sacralidade de seus
direitos e de sua dignidade. Neste Dia do Trabalho, importante mais uma vez
retomar o que ensina a Doutrina Social da Igreja Católica, para que as mudanças
em curso não ocorram de modo determinista. Seja a humanidade protagonista das
transformações almejadas e cada pessoa torne-se reconhecida como protagonista
de seu trabalho. Modos mecanicistas e economicistas de ordenamento social são
perigosos. Em vez de propostas inadequadas, pouco lúcidas e que desrespeitam a
dignidade humana, particularmente do trabalhador, a humanidade é convocada a
priorizar o selo da solidariedade.”.
Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e
oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança
de nossa história – que é de ética, de
moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas,
civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e
sustentavelmente desenvolvidas...
Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras
cruciais como:
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas, gerando o pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional
(enfim, 130 anos depois, a República proclama o que esperamos seja
verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira
incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria;
a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da
democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b) o combate implacável, sem eufemismos e
sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:
I – a inflação, a exigir permanente,
competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares
civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa
de juros do cartão de crédito atingiu em março a estratosférica marca de 326,4%
nos últimos doze meses, e a taxa de
juros do cheque especial chegou ainda em históricos 130,0%; e já o IPCA, também
no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 3,30%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa
promiscuidade – “dinheiro público versus interesses privados”
–, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando
incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária
ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da
Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor,
de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é
cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional; eis, portanto, que todos os valores que vão
sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518
anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios,
malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção
mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício,
em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e
danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no
artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança
das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é
desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de
problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos,
quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas
de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à
corrupção e à falta de planejamento...”;
c) a dívida pública brasileira - (interna e
externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para
2020, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos
Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e
insuportável desembolso de cerca de R$
1,651 trilhão (44,79%), a título de juros, encargos, amortização e
refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,004 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega,
do direito e da justiça:
- pagar,
sim, até o último centavo;
-
rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
-
realizar uma IMEDIATA, abrangente,
qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda
a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius
Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação
econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do
governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).
Destarte,
torna-se absolutamente inútil lamentarmos
a falta de recursos diante de tão
descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a
nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a
credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e
regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores
como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias,
portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos
sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana
(trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às
commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência
social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas;
polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência,
tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações;
qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –,
transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e
melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre
outros...
São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira
alguma, abatem o nosso ânimo e nem
arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta
grande cruzada nacional pela excelência
educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada,
civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e
desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas,
oportunidades e potencialidades com todas
as brasileiras e com todos os
brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários
previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além
de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do
século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da
informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da
sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da
paz, da solidariedade, da igualdade
– e com equidade –, e da fraternidade
universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a
nossa esperança... e perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos
de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)
-
Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
-
ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por
uma Nova Política Brasileira ...
- Pela
excelência na Gestão Pública ...
- Pelo
fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares
do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e,
ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A
alegria da vocação ...
Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou
asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...
E
P Í L O G O
CLAMOR
E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de
infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre
pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios,
ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da
dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.
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