sexta-feira, 14 de agosto de 2020

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS LUZES DA AVALIAÇÃO E ÉTICA NA TRAVESSIA DAS PANDEMIAS E AS URGÊNCIAS E EXIGÊNCIAS DA JUSTIÇA E SOLIDARIEDADE NA QUALIFICAÇÃO DAS LIDERANÇAS NA SUSTENTABILIDADE

“Avaliação e ética

        A avaliação sempre foi a grande vilã da educação. Alguns a percebem como o fim de um processo de ensino, aprendizagem, tempo e espaço para se tirar a prova do que o aluno aprendeu ou não. Outros acreditam que a avaliação seja personagem principal de todo o processo, a grande protagonista de tudo, em que os holofotes devem estar virados o tempo todo. Todos concordam que ela só tem valor se servir de diagnóstico do aprendizado e instrumento de tomada de decisões.

         No ensino remoto, como avaliar se o aluno, de fato, aprendeu ou não, se ele está em casa, longe dos olhares afiados dos professores e poderá fazer sua avaliação com consultas?

         Devido a uma cultura de que a avaliação é para aprovar ou reprovar apenas, o que muitos buscam são respostas certas para conseguir “pontinhos” e pronto. Nessa perspectiva, o que acaba acontecendo é uma cola desesperada para ser aprovado, sem preocupação alguma com o objetivo maior da avaliação, que é o resultado do aprendizado.

         Será que nós, escola, conseguimos, com nossa prática pedagógica, comunicar que avaliar é importante para saber se aconteceu de fato o aprendizado? Que, ao avaliar um aluno, estou avaliando o meu trabalho também?  E que os resultados do processo precisam ser reais para que eu possa tomar novos rumos na minha prática e buscar soluções estratégicas para melhorar o ensino?

         Se a avaliação não servir como um instrumento para melhorar a prática pedagógica e para que os alunos consigam consolidar de fato o aprendizado, ela não será válida.

         É preciso que os pais e alunos saibam da importância desse instrumento para melhoria de todo o processo educativo.

         Se, com um resultado real em mãos, a escola não faz diversas análises, nada nunca mudará. A avaliação não pode ser um fim em si, ela precisa ser um novo recomeço para diversos alunos e propostas pedagógicas.

         Em casa, pais e alunos, é preciso que vocês saibam o quanto é importante fazer uma avaliação mantendo a realidade do conhecimento do seu filho; só assim, seu professor poderá saber se ele deverá avançar ou não em certas habilidades, ou dar mais oportunidades para desenvolverem habilidades que serão necessárias e indispensáveis para que novos conhecimentos sejam construídos.

         Falo aqui não apenas de avaliação e sua importância no processo de ensino-aprendizagem, falo também de ética. Quem estará enganando quem ao se fraudar uma avaliação? Precisamos que saibam por que fazemos avaliações, qual o objetivo maior em se avaliar e o tanto que esse instrumento nos serve como aliado na melhoria do nosso trabalho, o quanto podemos mudar práticas quando o resultado não é satisfatório, o quanto podemos socorrer alunos com dificuldades específicas.”.

(Jacqueline Caixeta. Educadora, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição 17 de junho de 2020, caderno OPINIÃO, página 15).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no jornal FOLHA DE S.PAULO, edição de 19 de julho de 2020, caderno opinião, coluna TENDÊNCIAS / DEBATES, página A3, de autoria de Maria Alice Setubal, socióloga, é presidente do conselho da Fundação Tide Setubal e do Gife (Grupo de Institutos, Fundações e empresas), e que merece igualmente integral transcrição:

“Desigualdades no

cenário pós-pandemia

        A crise da pandemia de Covid-19 descortinou os grandes desafios relativos à concentração de riqueza e suas consequências nas desigualdades sociais, territoriais, tecnológicas e de gênero e raça ao redor do mundo. A busca por um patamar social de bem-estar com espaço seguro e justo para a humanidade, assim como as questões das mudanças climáticas, coloca em xeque o desenvolvimento econômico no qual as pessoas e o cuidado com o planeta não sejam prioridade.

         Amartya Sen, Nobel de Economia em 1998, enfatiza, no conceito de desenvolvimento, a ampliação das aptidões das pessoas para que, saudáveis, empoderadas e criativas, escolham seus projetos de vida. Diante de tantos desafios, a economia do século 21 precisa atuar sobre as concepções distributivas e de regeneração do plante.

         No Brasil, a crise sanitária já deixou milhões de famílias sem nenhum sustento, e as previsões de queda do PIB tornarão esse quadro ainda mais grave. Enfrentar essa situação exigirá um olhar sistêmico para políticas sociais, econômicas e ambientais e a articulação da sociedade civil, do setor privado e dos governos.

         A renda básica emergencial parece apontar para uma real diminuição da pobreza nos meses de abril e maio, o que nos leva a considerá-la como instrumento importante para o alcance de um patamar mínimo de dignidade, assim como para a ativação das atividades econômicas. Vale destacar que a pobreza tem cor e gênero: são as mulheres chefes de família e os negros e negras que mais sofrem nesse cenário.

         Ainda no âmbito da economia, o pós-pandemia deverá acentuar demandas já existentes anteriormente. As empresas devem contribuir par ao bem-estar da sociedade, indo além do seu propósito de apenas gerar ganhos aos acionistas. A construção de um mercado confiável exigirá também políticas e incentivos para micro, pequenos e médios empreendedores e investidores, de modo que eles tenham espaço para diversidade, criatividade e atividades econômicas nos diferentes territórios. Nesse sentido, a articulação entre o investimento social privado, as organizações da sociedade civil com o setor privado e as políticas públicas será também fundamental.

         Nada disso, porém, pode ser construído sem a escuta e o envolvimento das periferias, que protagonizam diariamente a criação de soluções para a precariedade dos territórios. No enfrentamento da Covid-19 não foi diferente, e são inúmeros os mecanismos de ajuda humanitária às populações e as soluções de ativação para empreendimentos e empreendedores. Projetos como a Digital Favela, liderada por Celso Atayde, da Favela Holding, e pela agência da Peppery, plataforma com marcas e influenciadores das periferias que mostra o potencial de seus produtos; o Comércio da Quebrada, com o portal Mondial Shop de e-commerce dedicado aos pequenos comerciantes da Brasilândia; o Fundo Volta por Cima (aliança do Banco Pérola com a Anip – Articuladora de Negócios de Impacto da Periferia, composta por A Banca, Centro de Empreendedorismo e Novos Negócios da FGV-Eaesp e Artemisia), que visa conceder empréstimos a juro zero a empreendedores de impacto; além do Fundo Éditodos, grupo de organizações que reúne vários atores do ecossistema de empreendedorismo negro no Brasil, entre outros.

         Estamos em ano de eleições municipais, com o país mergulhado em uma intersecção de crises sem precedentes. Nesse contexto, os valores e as vocações das periferias são fundamentais na construção das políticas públicas. O território importa, por isso precisamos das lideranças periféricas ocupando esses espaços para assim termos realmente um formato inovador para alcançar impactos que deem sentido à qualidade na vida das pessoas. É o momento daqueles que têm uma agenda progressista de enfrentamento das desigualdades sociais, raciais, tecnológicas e de gênero.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 130 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);

b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em junho a estratosférica marca de 300,31% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 110,24%; e já o IPCA, em julho, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 2,31%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a "... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda.  Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos  e muito mais.  De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...";

c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2020, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,651 trilhão (44,79%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,004 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:

- pagar, sim, até o último centavo;

- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;

- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)

(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

 

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

58 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)

 

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...

- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...

- Por uma Nova Política Brasileira ...

- Pela excelência na Gestão Pública ...

- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...

- A alegria da vocação ...  

 

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...        

 

E P Í L O G O

 

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

 

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!

Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra

Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e

Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do

Nosso patrimônio público.

Patrimônio esse construído com o

Sangue, suor e lágrima,

Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!

Senhor, que seja assim! Eternamente!”.

 

 

 

 

 

 

 

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