“O desafio de se reinventar
Muito se fala sobre a
importância da inovação para manter a competitividade dos negócios. No entanto,
em algumas ocasiões, essa pode ser uma verdadeira estratégia de sobrevivência.
Nos últimos anos, as transformações têm acontecido de forma cada vez mais
acelerada. Com as mudanças que as novas tecnologias causam nos hábitos de
consumo, alteram-se também as demandas por produtos e serviços, impactando
diretamente as atividades desempenhadas pelas empresas.
Nesse
contexto, as mudanças que as organizações se veem obrigadas a fazer podem ir
desde pequenas alterações na estratégia de condução dos negócios até uma
transformação radical em seu posicionamento no mercado. Um dos fatores que
despertam essa necessidade são as crises econômicas, que, muitas vezes, são
fatais para empresas que não conseguem se adaptar. Com a pandemia, por exemplo,
o número de negócios que já fecharam as portas chega a 716 mil no Brasil,
segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Diante
dessa realidade, as empresas que conseguem se manter vivas e competitivas se
tornam cases. No fim de julho, a Kodak, que chegou a dominar o mercado de
fotografia no século passado, chamou a atenção do mundo ao anunciar que se
tornaria uma empresa farmacêutica. Ela deve atuar na produção de medicamentos
voltados para o combate da Covid-19. Ainda é cedo para avaliar a estratégia com
precisão, mas a notícia foi bem recebida pelo mercado. As ações da empresa
subiram mais 1.000% após o anúncio, fazendo com que seu valor subisse de US$
100 milhões para aproximadamente US$ 1,6 bilhão.
No
entanto, é preciso ter a consciência de que transformar o modelo de negócios é
sempre uma medida arriscada, que requer criatividade para encontrar soluções
mais adequadas a cada momento e também uma boa dose de ousadia. A palavra-chave
nesse momento é “estratégia”. Saber avaliar o contexto e aplicar os recursos,
tanto humanos quanto materiais, com sabedoria é uma habilidade decisiva.
Também
é fundamental estar sempre atento ao consumidor. Afinal, em seu comportamento
podem ser encontradas dicas valiosas relacionadas ao rumo que se deve seguir.
Um exemplo que ilustra essa tese é o da Avon. O fundador David Mc-Connell era
um vendedor de livros, em 1886, que dava fragrâncias como brindes a seus
clientes. A partir da percepção de que os presentes eram mais populares que os
produtos principais, surgiu uma das maiores empresas de cosméticos do mundo,
segundo ranking da revista “WWDBeautyBiz”.
O que
fez a Avon encontrar seu espaço no mercado foi a sabedoria para se reinventar
no momento certo. Sua união com a Natura, no ano passado, foi mais um movimento
ousado que pode superar expectativas. Juntas, as duas companhias passaram a ter
faturamento de US$ 10 bilhões. A história da empresa demonstra a importância do
espírito empreendedor, que está muito mais ligado à habilidade de identificar
oportunidades do que à sorte.”.
(Matheus Vieira
Campos. Coordenador regional da Câmara Americana de Comércio de Belo
Horizonte (Amcham-BH), em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 22 de agosto de 2020, caderno OPINIÃO, página 17).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a
Excelência Educacional vem de artigo publicado No jornal FOLHA DE S.PAULO, edição de 24 de
agosto de 2020, caderno opinião, coluna
TENDÊNCIAS / DEBATES, página A3, de
autoria de Marcelo Knobel, Eliana Martorano Amaral e Nancy Lopes Garcia, respectivamente,
reitor, pró-reitora de Graduação e pró-reitora de Pós-Graduação da Unicamp, e
que merece igualmente integral transcrição:
“Ensino
remoto emergencial
Chegamos subitamente a um
tempo no qual os exercícios de futurologia feitos nos últimos anos foram
antecipados pela pandemia. Como será, daqui para a frente, o trabalho? As
moradias? O varejo? Em postos de gestão acadêmica na Universidade Estadual de
Campos (Unicamp), ouvimos questionamentos com um foco imediato: o “ensino a
distância”. Ele veio para ficar?
A
expressão “ensino remoto emergencial”, em vez de “a distância”, parece-nos mais
adequada, pois reflete o que muitas universidades estão vivendo em meio à
quarentena, entendendo não ser uma opção definitiva e ter se instalado num
prazo curto. Manter em andamento o ensino e a aprendizagem na forma remota é a
melhor alternativa possível para reafirmar nosso compromisso com a formação de
pessoas com qualidade. Mas é fundamental compreender que isso não é uma amostra
ideal da educação mediada pela tecnologia, que ainda tem a evoluir. Sabemos que
pode contribuir para romper barreiras como distância, fronteiras internacionais
ou dificuldades com horários rígidos. Pode, ainda, oferecer de forma
complementar a interatividade, as ferramentas de imersão e a ampla exploração
de dados.
Estamos
convictos de que, entre nós, não vai vigorar uma visão simplista sobre “ensino
online”, que vê a educação remota como um professor que “passa o conteúdo” em
uma aula gravada diante de centenas ou milhares de telas, como um youtuber. Não
é possível transpor uma aula presencial sem adaptações para o modo eletrônico,
da mesma forma que uma peça de teatro filmada não se transforma automaticamente
em cinema.
Implantada
nas primeiras semanas de confinamento, a adaptação emergencial tem sido nesses
meses um aprendizado para os professores, alguns mais atentos às possibilidades
da tecnologia no ensino e outros que não sentiam essa necessidade.
Não é
um processo simples para nenhum desses perfis, mas qual é a alternativa?
Paralisar as atividades até a retomada pareceria, é claro, a opção menos
trabalhosa. Estaríamos, porém, de costas para a necessidade dos estudantes que
precisam estar qualificados para buscar um emprego ou continuarem sua formação,
de outros que têm bolsas atreladas a atividades didáticas e dos candidatos a
ingressar na próxima turma de calouros. Logo iniciaremos um segundo semestre
preferencialmente remoto. Quem adiou a decisão de ligar as câmeras se deparou
com uma pandemia muito mais extensa do que se esperava.
Existe
também um aspecto psicológico que afeta toda a instituição, mas em particular
os estudantes. Estudos têm sido realizados sobre os efeitos da saúde mental do
confinamento social nos indivíduos, principalmente nos jovens, com sua
necessidade mais exacerbada de socialização com seu grupo nessa etapa tão
crítica de suas vidas. Especialistas indicam a importância de manter uma
rotina, de ter um sentimento de pertencimento, de poder trocar experiências com
outros. Ainda mais agora, em que as tentações para se aglomerar crescem com a
abertura do comércio, dos bares.
O
caminho escolhido por muitas universidades ao redor do planeta trouxe desafios
em série. Por exemplo, a desigualdade socioeconômica entre os matriculados na
Unicamp, metade proveniente de escola pública, é um problema que tentamos
minimizar rapidamente, ao ceder notebooks, tablets, bolsas emergenciais ou
pacotes de internet para estudantes que necessitavam. Mas ainda há uma série de
situações específicas de estudantes, cursos e departamentos acadêmicos que
precisam ser acompanhadas.
Os
últimos acontecimentos nos mostram que é preciso começar a projetar uma
universidade renovada para um mundo que será diferente em diversos aspectos.
Sairemos dessa crise mais preparados e experientes para pensar nas páginas
seguintes da história. Até lá, em cada aula, seminário e defesa de tese,
seguiremos confiantes, sempre buscando a excelência e o melhor aproveitamento
dos recursos de que dispomos, fiéis à missão que nos foi confiada pela
sociedade: criar conhecimento e formar pessoas prontas para os desafios que
virão.”.
Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e
oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança
de nossa história – que é de ética, de
moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas,
civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e
sustentavelmente desenvolvidas...
Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras
cruciais como:
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas, gerando o pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional
(enfim, 130 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente
o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional
todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da
educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da
participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b) o combate implacável, sem eufemismos e
sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:
I – a inflação, a exigir permanente,
competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares
civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa
de juros do cartão de crédito atingiu em junho a estratosférica marca de
300,31% nos últimos doze meses, e a taxa
de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 110,24%; e já o IPCA, em
julho, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 2,31%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa
promiscuidade – “dinheiro público versus interesses privados”
–, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando
incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária
ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da
Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor,
de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é
cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional; eis, portanto, que todos os valores que vão
sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518
anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios,
malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a
corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar
inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo,
segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a
“... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de
R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma
lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$
100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor
privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia,
ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c) a dívida pública brasileira - (interna e
externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para
2020, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos
Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e
insuportável desembolso de cerca de R$
1,651 trilhão (44,79%), a título de juros, encargos, amortização e
refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,004 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega,
do direito e da justiça:
- pagar,
sim, até o último centavo;
-
rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
-
realizar uma IMEDIATA, abrangente,
qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda
a propósito, no artigo Melancolia,
Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente
degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das
contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).
São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira
alguma, abatem o nosso ânimo e nem
arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta
grande cruzada nacional pela excelência
educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada,
civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e
desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas
riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos
os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos
bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de
infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à
luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização
das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas
tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a
nossa esperança... e perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos
de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)
-
Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
-
ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por
uma Nova Política Brasileira ...
- Pela
excelência na Gestão Pública ...
- Pelo
fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares
do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e,
ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A
alegria da vocação ...
Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou
asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...
E
P Í L O G O
CLAMOR
E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de
infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre
pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios,
ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da
dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.
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