quinta-feira, 27 de agosto de 2020

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS URGÊNCIAS E DESAFIOS DA INOVAÇÃO E CRIATIVIDADE NA TRAVESSIA DAS PANDEMIAS E AS LUZES DA QUALIFICAÇÃO DO ENSINO NA SUSTENTABILIDADE

“O desafio de se reinventar

       Muito se fala sobre a importância da inovação para manter a competitividade dos negócios. No entanto, em algumas ocasiões, essa pode ser uma verdadeira estratégia de sobrevivência. Nos últimos anos, as transformações têm acontecido de forma cada vez mais acelerada. Com as mudanças que as novas tecnologias causam nos hábitos de consumo, alteram-se também as demandas por produtos e serviços, impactando diretamente as atividades desempenhadas pelas empresas.

          Nesse contexto, as mudanças que as organizações se veem obrigadas a fazer podem ir desde pequenas alterações na estratégia de condução dos negócios até uma transformação radical em seu posicionamento no mercado. Um dos fatores que despertam essa necessidade são as crises econômicas, que, muitas vezes, são fatais para empresas que não conseguem se adaptar. Com a pandemia, por exemplo, o número de negócios que já fecharam as portas chega a 716 mil no Brasil, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

          Diante dessa realidade, as empresas que conseguem se manter vivas e competitivas se tornam cases. No fim de julho, a Kodak, que chegou a dominar o mercado de fotografia no século passado, chamou a atenção do mundo ao anunciar que se tornaria uma empresa farmacêutica. Ela deve atuar na produção de medicamentos voltados para o combate da Covid-19. Ainda é cedo para avaliar a estratégia com precisão, mas a notícia foi bem recebida pelo mercado. As ações da empresa subiram mais 1.000% após o anúncio, fazendo com que seu valor subisse de US$ 100 milhões para aproximadamente US$ 1,6 bilhão.

          No entanto, é preciso ter a consciência de que transformar o modelo de negócios é sempre uma medida arriscada, que requer criatividade para encontrar soluções mais adequadas a cada momento e também uma boa dose de ousadia. A palavra-chave nesse momento é “estratégia”. Saber avaliar o contexto e aplicar os recursos, tanto humanos quanto materiais, com sabedoria é uma habilidade decisiva.

          Também é fundamental estar sempre atento ao consumidor. Afinal, em seu comportamento podem ser encontradas dicas valiosas relacionadas ao rumo que se deve seguir. Um exemplo que ilustra essa tese é o da Avon. O fundador David Mc-Connell era um vendedor de livros, em 1886, que dava fragrâncias como brindes a seus clientes. A partir da percepção de que os presentes eram mais populares que os produtos principais, surgiu uma das maiores empresas de cosméticos do mundo, segundo ranking da revista “WWDBeautyBiz”.

          O que fez a Avon encontrar seu espaço no mercado foi a sabedoria para se reinventar no momento certo. Sua união com a Natura, no ano passado, foi mais um movimento ousado que pode superar expectativas. Juntas, as duas companhias passaram a ter faturamento de US$ 10 bilhões. A história da empresa demonstra a importância do espírito empreendedor, que está muito mais ligado à habilidade de identificar oportunidades do que à sorte.”.

(Matheus Vieira Campos. Coordenador regional da Câmara Americana de Comércio de Belo Horizonte (Amcham-BH), em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 22 de agosto de 2020, caderno OPINIÃO, página 17).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado No jornal FOLHA DE S.PAULO, edição de 24 de agosto de 2020, caderno opinião, coluna TENDÊNCIAS / DEBATES, página A3, de autoria de Marcelo Knobel, Eliana Martorano Amaral e Nancy Lopes Garcia, respectivamente, reitor, pró-reitora de Graduação e pró-reitora de Pós-Graduação da Unicamp, e que merece igualmente integral transcrição:

“Ensino remoto emergencial

       Chegamos subitamente a um tempo no qual os exercícios de futurologia feitos nos últimos anos foram antecipados pela pandemia. Como será, daqui para a frente, o trabalho? As moradias? O varejo? Em postos de gestão acadêmica na Universidade Estadual de Campos (Unicamp), ouvimos questionamentos com um foco imediato: o “ensino a distância”. Ele veio para ficar?

          A expressão “ensino remoto emergencial”, em vez de “a distância”, parece-nos mais adequada, pois reflete o que muitas universidades estão vivendo em meio à quarentena, entendendo não ser uma opção definitiva e ter se instalado num prazo curto. Manter em andamento o ensino e a aprendizagem na forma remota é a melhor alternativa possível para reafirmar nosso compromisso com a formação de pessoas com qualidade. Mas é fundamental compreender que isso não é uma amostra ideal da educação mediada pela tecnologia, que ainda tem a evoluir. Sabemos que pode contribuir para romper barreiras como distância, fronteiras internacionais ou dificuldades com horários rígidos. Pode, ainda, oferecer de forma complementar a interatividade, as ferramentas de imersão e a ampla exploração de dados.

          Estamos convictos de que, entre nós, não vai vigorar uma visão simplista sobre “ensino online”, que vê a educação remota como um professor que “passa o conteúdo” em uma aula gravada diante de centenas ou milhares de telas, como um youtuber. Não é possível transpor uma aula presencial sem adaptações para o modo eletrônico, da mesma forma que uma peça de teatro filmada não se transforma automaticamente em cinema.

          Implantada nas primeiras semanas de confinamento, a adaptação emergencial tem sido nesses meses um aprendizado para os professores, alguns mais atentos às possibilidades da tecnologia no ensino e outros que não sentiam essa necessidade.

          Não é um processo simples para nenhum desses perfis, mas qual é a alternativa? Paralisar as atividades até a retomada pareceria, é claro, a opção menos trabalhosa. Estaríamos, porém, de costas para a necessidade dos estudantes que precisam estar qualificados para buscar um emprego ou continuarem sua formação, de outros que têm bolsas atreladas a atividades didáticas e dos candidatos a ingressar na próxima turma de calouros. Logo iniciaremos um segundo semestre preferencialmente remoto. Quem adiou a decisão de ligar as câmeras se deparou com uma pandemia muito mais extensa do que se esperava.

          Existe também um aspecto psicológico que afeta toda a instituição, mas em particular os estudantes. Estudos têm sido realizados sobre os efeitos da saúde mental do confinamento social nos indivíduos, principalmente nos jovens, com sua necessidade mais exacerbada de socialização com seu grupo nessa etapa tão crítica de suas vidas. Especialistas indicam a importância de manter uma rotina, de ter um sentimento de pertencimento, de poder trocar experiências com outros. Ainda mais agora, em que as tentações para se aglomerar crescem com a abertura do comércio, dos bares.

          O caminho escolhido por muitas universidades ao redor do planeta trouxe desafios em série. Por exemplo, a desigualdade socioeconômica entre os matriculados na Unicamp, metade proveniente de escola pública, é um problema que tentamos minimizar rapidamente, ao ceder notebooks, tablets, bolsas emergenciais ou pacotes de internet para estudantes que necessitavam. Mas ainda há uma série de situações específicas de estudantes, cursos e departamentos acadêmicos que precisam ser acompanhadas.

          Os últimos acontecimentos nos mostram que é preciso começar a projetar uma universidade renovada para um mundo que será diferente em diversos aspectos. Sairemos dessa crise mais preparados e experientes para pensar nas páginas seguintes da história. Até lá, em cada aula, seminário e defesa de tese, seguiremos confiantes, sempre buscando a excelência e o melhor aproveitamento dos recursos de que dispomos, fiéis à missão que nos foi confiada pela sociedade: criar conhecimento e formar pessoas prontas para os desafios que virão.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

a)    a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 130 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);

b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em junho a estratosférica marca de 300,31% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 110,24%; e já o IPCA, em julho, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 2,31%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;

c)    a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2020, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,651 trilhão (44,79%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,004 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:

- pagar, sim, até o último centavo;

- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;

- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)

(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

 Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

58 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)

 

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...

- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...

- Por uma Nova Política Brasileira ...

- Pela excelência na Gestão Pública ...

- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...

- A alegria da vocação ...  

 

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...  

 

E P Í L O G O

 

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

 

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!

Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra

Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e

Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do

Nosso patrimônio público.

Patrimônio esse construído com o

Sangue, suor e lágrima,

Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!

Senhor, que seja assim! Eternamente!”.

 

 

 

 

 

           

         

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