quarta-feira, 5 de agosto de 2020

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS LUZES DA ECONOMIA E ECOLOGIA NO DESENVOLVIMENTO INTEGRAL E OS ILUMINADOS CAMINHOS NA TRAVESSIA DAS PANDEMIAS NA SUSTENTABILIDADE

“Economia & ecologia

        O atual cenário, no qual tudo é polarizado, sem espaço para reflexões, capturou as discussões sobre como enfrentar a pandemia. Assim, o “economia versus vida” rendeu. Nas redes sociais, ai de quem ousou equilibrar as discussões. Até passou despercebido que tal antagonismo esbarrava na realidade. Com a liberação do auxílio de R$ 600,00, em apoio aos mais impactados financeiramente, recordemos a imagem de muitos (infelizmente) aglomerados na porta das instituições financeiras, apesar de cientes dos riscos de contaminação. Há que se pensar: será que só os carentes sabem que economia e vida são mesma coisa?

         Atribuo tais polarizações, que também se dá entre economia e ecologia, a um preconceito cristalizado por confusão conceitual e relacional entre economia, mercado, acumulação de bens e desigualdade social, imprópria mesmo para não economistas, como eu. Quem sabe, nas palavras de Kate Raworth, autora da “Economia Donut”, essa confusão exista porque “não aprendemos para que serve a economia, mas sim como o mercado funciona e porque funciona”. Ou, nas de Amartya Sen, em “Desenvolvimento como Liberdade”, ao falar de mercado: “Ser genericamente contra os mercados (mecanismo de troca) seria quase tão estapafúrdio quanto ser genericamente contra a conversa entre as pessoas (por pior que sejam essas conversas)”.

         Bom lembrar que a economia e ecologia têm a mesma gênese, no prefixo eco, do grego “oikos”, que significa “casa”. Sendo ecologia a junção com “logos”, que significa “estudos”, e economia a junção com “nomos”, que significa “ordem”. Portanto, essa polarização não tem respaldo fático e conceitual. Apesar disso, domina fóruns formuladores de políticas públicas, impedindo o avanço de alternativas econômicas (ordenamento da casa) que utilizem mecanismos de mercado (mecanismos de troca) como meio para um novo modelo de desenvolvimento, que considere a ecologia.

         Apesar desse cenário paralisante, algumas boas iniciativas nacionais se impõem. Entre elas, destaco práticas do embrionário e promissor mercado do carbono. Exemplo recente e notável é o Renovabio – Política Nacional de Biocombustíveis. Estranhamente pouco conhecida, fora do nicho da cadeia dos biocombustíveis, e pouco comemorada por gestores e ativistas ambientais. O Renovabio é, de fato, política ambiental inovadora, diria até revolucionária. Resumidamente, e um incentivo ao uso de biocombustíveis, a partir da redução da emissão de carbono total dos combustíveis vendidos no país, gerando créditos de descarbonização, Os SBios.

         A experiência do Renovabio demonstra a capacidade nacional, acúmulo de conhecimento e know-how para a implantação de modelos econômicos-ecológicos semelhantes. A pandemia escancara quão ultrapassados são os sistemas econômico e gestão ambiental dominantes. Não mais respondem aos desafios deste nosso século e às crises financeiras, sociais e ambientais, cada vez mais frequentes.

         É preciso pensar e implantar modelos que integrem “economia & ecologia” e assim construir algo novo. Concluo citando novamente Kate Raworth: “O mercado, que é poderoso – portanto, integre-o com sabedoria”.”.

(Patrícia Boson. Consultora da Conciliare Consultoria Ambiental, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 4 de agosto de 2020, caderno OPINIÃO, página 15).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 3 de agosto de 2020, caderno A.PARTE, página 2, de autoria de VITTORIO MEDIOLI, e que merece igualmente integral transcrição:

“A caminho

        Sábado é dia de escrever e de me recolher, especialmente nesta época de pandemia. Costumo ler e reler livros de filosofia, de religiões, de sabedoria. É o que mais gosto e o que me dá energia para ver com otimismo o mundo. Estamos num momento em que a Covid-19 cobra sua conta. Como doença de rebanho, estaria ao largo dela se morássemos numa selva, como aldeia inalcançável e ilhada do resto da humanidade. Os óbitos na última quinzena aqui, em Minas, dispararam, e provavelmente teremos pela frente outra quinzena marcada pela perda de muitas vidas humanas.

         Imaginar que isso fosse evitável sempre foi uma utopia. O que se pode fazer é alongar o prazo de trânsito da pandemia, e isso ocorreu no Estado com relativo êxito. Deu tempo de abrir leitos, mobilizar equipes e equipamentos, prestar atendimento aos pacientes mais graves.

         Ontem me dei a leitura de um livro de iniciação espiritual, um dos tantos que já li, e tentei apenas em parte aplicar em minha vida. Já com quase sete décadas de vida, fiz alguns avanços, pequenos, mas fundamentais para transitar por grandes desafios e levá-los a termo mantendo vida e alegria e renovando atitudes de serviço. Sim, servir aos outros, deixando de lado o nosso ego, rende bem mais satisfação, crescimento, bem-estar e saúde. Dizia meu mestre que a maior felicidade se experimenta deixando outros felizes, pois deixa-se de lado o egoísmo, que é um sentimento de separação, para adotar um de união. Amor e misericórdia se resumem em compaixão, que o dalai-lama sempre lembra.

         Mas o livro é atribuído ao mestre Saint-Germain, fantástica figura que estaria presidindo a evolução humana desta nova era aquariana, recém-iniciada. Podem dar risadas, como eu dei há muito tempo, quando me apresentaram essas ideias.

         O que o mestre aconselha para o bom homem que pretende EVOLUIR, deixando para trás a animalidade de onde partiu?

         Ter disciplina em alimentar-se; nos horários de dormir e se levantar; em seus pensamentos; nas ações para conseguir harmonizar as reações; organizar o tempo, para que seja suficiente para as obrigações, lazer e introspeção. Organizar o espaço onde se vive, dando prioridade à localização das coisas para ser fácil encontrá-las na hora da necessidade. Isso repercute na organização interna e dos pensamentos, na segurança e na paz interior.

         Livrar-se de mágoas e ressentimentos, rancores e frustrações que não o deixam viver em paz; quem sabe que dentro dele existe uma potencialidade imensurável nunca se sentirá ofendido, agredido ou humilhado.

         Substituir os vícios mentais, como “não tenho tempo para nada...”, por algo positivo, “nada me falta para ser feliz” ou “minha vida está organizada, e consigo controlar e disciplinar meus pensamentos...”.

         Não ser refém de ideias pessimistas, tristes, egoístas. Quando é atacado, mesmo injustamente, olhe para sua consciência, é com ela que precisa estar em paz, não com aquilo que outros dizem ou pensam.

         Não se engane com falsos conceitos e outros preconcebidos, concentra-se na concretização de seu objetivo com dedicação, sem ser arranhado por falsas verdades. A eficiência da concentração traduz-se na perfeição dos resultados.

         Desenvolva o discernimento para estabelecer uma ordem de prioridades nas suas ações. Procure sempre a paz, mesmo que lhe custe uma aparente derrota. Perdoe.

         Use a misericórdia que limpa e purifica a mente e o corpo. A misericórdia concede-lhe luz, equilíbrio e perfeição. A verdadeira alquimia é adotar sabedoria para converter o aparentemente negativo em campos de forças construtivas. Dessa forma, se dissolverá o carma e se enxergará o verdadeiro significado dos eventos, das causas e dos efeitos.

         Gaste alguns minutos a cada dia para agradecer a Deus o que tem, medite esvaziando a mente de problemas e desejos e visualize sua essência.

         Quem vive em paz e adota misericórdia, sem inveja e vingança, facilmente encontrará o equilíbrio e a iluminação. Sentirá dentro e fora de si as forças do universo, conseguirá se harmonizar com sua verdadeira função cósmica.

         Depois de experimentar, absorver e praticar naturalmente as recomendações acima, haverá uma explosão de vidência e de luz. Nada perturbará, não importando as coisas que se possuem, passará a valer apenas o estado de liberdade, não mais como um que pertence a uma família, uma nação, uma religião, mas sim ao universo inteiro.

         Enfim, verdadeiramente livre de ser um Deus.

         (Frates, sobrii estote et vigilate.)”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 130 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);

b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em junho a estratosférica marca de 300,31% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 110,24%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 2,13%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;

c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2020, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,651 trilhão (44,79%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,004 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:

- pagar, sim, até o último centavo;

- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;

- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)

(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

 

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

58 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)

 

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...

- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...

- Por uma Nova Política Brasileira ...

- Pela excelência na Gestão Pública ...

- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...

- A alegria da vocação ...  

 

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...        

 

E P Í L O G O

 

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

 

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!

Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra

Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e

Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do

Nosso patrimônio público.

Patrimônio esse construído com o

Sangue, suor e lágrima,

Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!

Senhor, que seja assim! Eternamente!”.

 

 

 

 

 


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