segunda-feira, 10 de agosto de 2020

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS LUZES DAS NOVAS TECNOLOGIAS NA TRAVESSIA DAS PANDEMIAS E AS RIQUEZAS E FECUNDIDADE DA SOLIDARIEDADE E COMPAIXÃO NA SUSTENTABILIDADE

“Tecnologia abre caminhos para uma nova realidade

        Rotinas e métodos foram alterados de maneira intensa e sem tempo para processos de adaptação, de planejamento. Soluções para muitas das perguntas geradas neste momento só foram encontradas com todas essas transformações já em andamento e, para muita gente, seriam apenas medidas provisórias para um momento de exceção. Mas o que ganha cada vez mais força é uma tendência de mutação geral da vida que conhecíamos.

         Vemos que não são poucas as empresas – inclusive gigantes em seus setores – que já anunciaram o home office como regime permanente para o futuro. Alguns hábitos que pareciam apenas emergenciais caminham para se tornarem protocolos definitivos. Essa nova realidade exigirá que o mundo preze mais pela saúde, pela segurança e pelo bem-estar das pessoas.

         Tais transformações vão afetar todas as esferas da sociedade. O transporte coletivo será outro, o comércio será outro e, consequentemente, a vida corporativa será outra. A começar pela preocupação com a densidade espacial, que deve nos deixar acostumados a regras e equipamentos que controlam a quantidade de pessoas nos ambientes.

         Na Alemanha, por exemplo, supermercados, farmácias, restaurantes e shoppings já possuem sistemas que gerenciam a quantidade de pessoas dentro dos estabelecimentos e, ao mesmo tempo, fazem uso das mesmas tecnologias e plataformas para manter engajados, atentos e impactados os consumidores e clientes que estejam à espera.

         Medidas voltadas para saúde e segurança também tendem a ser mais rigorosas, como a verificação de temperatura ou a instalação de sistemas de reconhecimento facial nas entradas de ambientes corporativos ou estabelecimentos comerciais, como já se vê em hospitais e bibliotecas na Coreia do Sul.

         Mais do que nunca, tecnologia e inovação servirão como ferramentas para os atuais processos de transformação dos ambientes corporativos. Na rotina de empresas, reuniões e serviços podem seguir prioritariamente virtuais, exigindo que os processos de digitalização ou modernização sejam acelerados. Em locais onde as rotinas de escritórios já começaram a ser retomadas, as telas grandes e que oferecem recursos de conectividade passaram a ser comuns, em uma tentativa de aumentar a imersão e interação dos participantes e proporcionar uma noção maior de realidade.

         Isso será visto de forma mais massiva com novos recursos de infraestrutura e em serviços como saúde e educação. E já há também exemplos em prática, como os governos de alguns países que estão ampliando estruturas de “vídeowaall” para reforçar a segurança e monitoramento em grandes cidades.

         Esse passo rumo ao futuro já foi dado em diferentes lugares do mundo com soluções baseadas em produtos tecnológicos que encurtam distâncias, otimizam tarefas e trazem benefícios para a sociedade em geral.

         O fato é que o momento é muito propício para que outras soluções inovadoras sejam criadas e implantadas; até porque as mudanças que nos trouxeram até aqui são inéditas para todos e ainda não se sabe qual o melhor caminho a ser seguido, mas – certamente – esse caminho passa pela tecnologia.”.

(Kauê Melo. Diretor da divisão de B2B e monitores da Samsung Brasil, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 8 de agosto de 2020, caderno OPINIÃO, página 17).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no site www.cnbb.org.br, edição de 07 de agosto de 2020, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e que merece igualmente integral transcrição:

“Inteligência do coração

        Paira no ar a interrogação sobre o nascimento de uma nova época. Isso porque se vive um tempo de mudanças e de muitas crises – algumas antigas, outras mais recentes, a exemplo desta pandemia da Covid-19. De fato, pode estar nascendo um novo ciclo, com transformações locais e globais. É preciso, pois, viver adequadamente este tempo, para que não se percam oportunidades. Os diferentes acontecimentos que afetam o planeta exigem da humanidade superar estreitas mentalidades e equivocadas visões sobre o mundo. Não se pode perder a chance de conduzir o planeta em novos trilhos: a vida é permanentemente ameaçada pelas incompetências humanísticas.

         São urgentes os investimentos que capacitem, com maior velocidade, agentes para atuar na condução de diferentes processos, superando práticas e ações já antiquadas, inclusive nos contextos da política e da religiosidade. É necessário se adequar para estar em sintonia e oferecer respostas às muitas exigências e necessidades do mundo atual. Por isso mesmo, é preocupante o risco de se transitar na contramão do caminho que leva a um futuro melhor. Há uma tendência a repetições e rigidez, sustentadas por motivações injustificáveis neste momento crucial da humanidade. Vale investir em novos critérios de leitura e análise da realidade, com incidências na definição de metas – pessoais e institucionais – para que sejam efetivados os avanços possíveis nesta etapa da história. No processo de definição desses novos critérios para se relacionar com o mundo, oportuno é ter em vista uma contundente constatação do Papa Francisco: o risco demolidor da “autorreferencialidade”.

         Pessoas autorreferenciais sofrem de miopias, não conseguem enxergar nem mesmo o que é evidente. São incapazes de reconhecer a realidade e, por isso, levam os contextos institucionais a prejuízos. No exercício de suas funções, essas pessoas dedicam-se a manipular instituições equivocadamente, incapacitando-as para o adequado serviço à sociedade. A promoção de serviços nos contextos social, cultural e político deixa de ser a meta principal. São indivíduos que buscam usufruir da instituição, egoisticamente. Setores religiosos, educacionais, empresarias e outros segmentos correm o risco desastroso de serem contaminados pelo mal da autorreferencialidade, com danos que repercutem na dimensão global da sociedade. Também prejudicial na condução de processos, com efeitos deletérios, é um tipo de intelectualismo que se apresenta como hegemônico, mas não consegue ir além de simples repetição ou da formulação de conceitos, sem propor algo novo. No conjunto de disjunções que incidem sobre a humanidade, constata-se, pois, uma necessidade urgente: investir na inteligência do coração.

         O mundo com suas transformações e acontecimentos complexos exige do ser humano novas intuições, emolduradas a partir de análises consistentes. Assim é possível escrever nova página na história com respostas às demandas da humanidade. Existem muitas reflexões propostas por diferentes áreas do saber, mas ainda há certo distanciamento de um núcleo capaz de fecundar intuições: a inteligência do coração. A indiferença em relação ao sofrimento do próximo, que é irmão, a frieza nas relações, a mesquinhez que se revela no apego aos esquemas e às comodidades, são sinais do distanciamento dessa rica fonte de intuições.

         A inteligência do coração chama-se compaixão. Ela alimenta a solidariedade, ilumina o olhar que sempre alcança o pobre, sensibiliza a intuição e permite escolher o que é bom para todos. Uma virtude que possibilita descobrir lógicas para além dos cálculos. Oportuno lembrar uma passagem evangélica, quando Jesus, arrodeado por multidão, depois de ter feito milagres, agiu em contraposição ao modo de pensar dos seus discípulos. Os mais próximos de Jesus, vendo que as muitas pessoas ali reunidas estavam com fome e sem ter grande quantidade de alimentos para distribuir, sugeriram ao Mestre que era necessário dispensá-las. Jesus, sem ainda realizar o milagre da multiplicação de pães, a partir de seu coração, interpelou seus discípulos com um pedido, convocando-os e a cada pessoa para o exercício da solidariedade: “Sinto compaixão desse povo... dai-lhes vós mesmos de comer.””.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 130 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);

b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em junho a estratosférica marca de 300,31% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 110,24%; e já o IPCA, em julho, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 2,31%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;

c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2020, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,651 trilhão (44,79%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,004 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:

- pagar, sim, até o último centavo;

- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;

- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)

(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

 

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

58 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)

 

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...

- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...

- Por uma Nova Política Brasileira ...

- Pela excelência na Gestão Pública ...

- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...

- A alegria da vocação ...  

 

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...        

 

E P Í L O G O

 

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

 

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!

Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra

Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e

Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do

Nosso patrimônio público.

Patrimônio esse construído com o

Sangue, suor e lágrima,

Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!

Senhor, que seja assim! Eternamente!”.

 

 

 

 

 

 

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