quinta-feira, 10 de setembro de 2020

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS LUZES DAS CIDADES INTELIGENTES NA TRAVESSIA DAS PANDEMIAS E AS COLUNAS DA CIÊNCIA E DEMOCRACIA NA QUALIFICAÇÃO DA HUMANIDADE NA SUSTENTABILIDADE

“O potencial das cidades inteligentes

       A população mundial deve chegar a 8,6 bilhões em 2030. Essa previsão, do estudo “The World Population Prospects: The Revision”, mostra que o crescimento populacional deve estar no radar de todos os líderes mundiais. Muitos países já têm feito grandes investimentos para garantir que os espaços urbanos comportem e atendam adequadamente as demandas da crescente população. No entanto, é no âmbito municipal que se concentram as transformações que exercem impacto mais direito na vida das pessoas.

          É nesse contexto que se inserem as chamadas “cidades inteligentes”. O conceito está relacionado à ideia de um espaço urbano em que os serviços funcionam de forma integrada e acessível, com a utilização estratégica de tecnologias e um modelo de gestão pautado pela transparência e pela inclusão. Segundo o ranking Iese Cities in Motion Index (Cimi), as principais referências atuais em cidades inteligentes são Londres, Nova York e Amsterdã.

          A definição de município inteligente leva em conta alguns indicadores, como o capital humano, que avalia o acesso à educação e à cultura; a economia, que considera os aspectos de desenvolvimento econômico; meio ambiente, que a avalia a sustentabilidade; a mobilidade urbana, que se refere à locomoção; e a aplicação da tecnologia, que leva em conta a disponibilidade e o acesso a ferramentas de ponta.

          Mas como conduzir, de fato, uma cidade, no conceito de “inteligência”? O processo requer um esforço conjunto entre cidadãos, poder público e iniciativa privada. Apesar de existirem referências pelo mundo com excelentes indicadores, não há um padrão definitivo. As soluções devem ser individualizadas e adequadas às necessidades locais. Uma característica compartilhada entre as principais cidades inteligentes é a utilização estratégica dos dados. Afinal, eles podem ser uma fonte valiosa de informações para a criação de um diagnóstico, que resultará na definição de diretrizes.

          Um exemplo de município inteligente que utiliza os dados a seu favor é Helsinque, na Finlândia. Lá foi adotado um sistema de acesso à informação que reúne e disponibiliza informações sobre todos os serviços prestados no município. O sistema tem originado diversas oportunidades de negócio que facilitam a vida dos moradores. Um exemplo é o Whim, aplicativo de mobilidade com um sistema integrado de transporte com uma taxa única. O app, criado pela startup Maas Global, realizou mais de 6 milhões de viagens em dois anos.

          O case Helsinque ilustra o potencial das cidades inteligentes para fomentar a economia por meio da geração de oportunidades de negócio. O conceito, ainda tímido no Brasil, precisa ser valorizado pelas autoridades no planejamento estrutural de longo prazo, pois, ele pode ser um importante aliado na melhoria dos indicadores sociais e econômicos.”.

(Matheus Vieira Campos. Coordenador regional da Câmara Americana de Comércio de Belo Horizonte – Ancham_BH, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 5 de setembro de 2020, caderno OPINIÃO, página 19).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no jornal FOLHA DE S.PAULO, edição de 30 de julho de 2020, caderno opinião, coluna TENDÊNCIAS / DEBATES, página A3, de autoria de Sérgio Danilo Pena, membro da Academia Brasileira de Ciências, e que merece igualmente integral transcrição:

“Ciência e democracia

       No dia 26 de junho, o periódico Science publicou um editorial sobre a ciência estar correndo perigo de perder a batalha contra “o leviatã da desinformação digital”. E inclusive citou diretamente o Brasil como um dos campos da batalha entre fato científico e ficção.

          Vivemos um momento crucial, com a sobrevivência do planeta sendo ameaçada pelo aquecimento global e pela degradação ambiental, e a sobrevivência da humanidade, pela pandemia da Covid-19. Mais do que nunca, precisamos da ciência, mas estamos sendo assolados pelas forças do obscurantismo, que agora se utilizam dos poderosos estratagemas de redes sociais.

          Eu gostaria de enfatizar aqui que, mais que carreira ou profissão, a ciência é uma maneira de se posicionar perante as outras pessoas e a realidade que nos cerca. Dessa forma, o método científico não é um conjunto de técnicas inacessíveis ao cidadão comum, é simplesmente constituído pela prática do pensamento crítico.

          E o que vem a ser o pensamento crítico? Ele encapsula o método científico e é composto de duas fases. A primeira etapa é sempre ter a mente aberta. Todas as hipóteses e possibilidades devem ser inicialmente analisadas. Nada deve ser rechaçado sem reflexão. Isso quer então dizer que o cientista deve aceitar tudo? Não, pois há segundo etapa do pensamento crítico, que podemos chamar de “a fase peneira”, em que vamos escrutinizar cuidadosamente uma dessas hipóteses e possibilidades. Neste momento, não devemos acreditar apenas na palavra de ninguém. Devemos confiar apenas em evidências concretas, nos fatos. Dessa maneira, apenas umas poucas hipóteses e possibilidades vão conseguir transpor a peneira para serem aceitas. Mas é importante que essa aceitação seja apenas provisória. Ela deverá ser avaliada de novo periodicamente no futuro.

          Assim, a ciência se torna a mais poderosa ferramenta intelectual para humanizar o universo e a nossa experiência nele. Como gostava de dizer o astrônomo Carl Sagan, a ciência é uma luz que nos guia na escuridão. Uma luz que ilumina a realidade e exorciza demônios e medos.

          Esse é o espírito do humanismo científico que apela à razão, e não à revelação religiosa ou à autoridade política, como o meio de nos relacionarmos com o mundo natural e estabelecermos uma base estritamente humana para a construção de nosso sistema moral. O humanismo científico acredita que, por meio do exercício da razão e do método científico, a humanidade é capaz de resolver seus problemas com sucesso e avançar seu conhecimento. Entretanto, deve sempre ser lembrado que o humanismo científico se distingue do positivismo arraigado por rejeitar a noção de que a ciência, sozinha, possa ter a resposta definitiva para todas as questões humanas. Uma filosofia humanista lastreada na ciência se concentra em perguntas que podem ser efetivamente respondidas, deixando as demais para os metafísicos.

          Desta forma, a ciência não é um corpo arcano de métodos e práticas inacessíveis ao cidadão comum, mas, como já dissemos, simplesmente a prática da imaginação, com o crivo do pensamento crítico. Esse exercício, na sua acepção mais plena, constitui a base de uma cidadania responsável.

          A democracia permite às pessoas fazer escolhas conscientes. Quanto maior for a parcela da população que exercitar o pensamento crítico, melhores serão as decisões tomadas. É isso que podemos chamar de democracia científica. Em um regime que vigore a total liberdade de escolha, a antidemocracia , em qualquer forma que se apresente, poderá ser desbaratada. Também, conceitos errôneos e nefastos como a negação da ciência, o racismo, o machismo, a xenofobia, a homofobia e a intolerância à diversidade não terão lugar.

          Vamos tocar ciência neles!”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

a)    a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 130 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);

b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em junho a estratosférica marca de 300,31% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 110,24%; e já o IPCA, em julho, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 2,31%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;

c)    a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2020, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,651 trilhão (44,79%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,004 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:

- pagar, sim, até o último centavo;

- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;

- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)

(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

 Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

58 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)

 

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...

- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...

- Por uma Nova Política Brasileira ...

- Pela excelência na Gestão Pública ...

- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...

- A alegria da vocação ...  

 

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...  

 

E P Í L O G O

 

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

 

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!

Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra

Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e

Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do

Nosso patrimônio público.

Patrimônio esse construído com o

Sangue, suor e lágrima,

Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!

Senhor, que seja assim! Eternamente!”.

 

 

 

 

         

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