“O potencial das cidades inteligentes
A população mundial deve
chegar a 8,6 bilhões em 2030. Essa previsão, do estudo “The World Population
Prospects: The Revision”, mostra que o crescimento populacional deve estar no
radar de todos os líderes mundiais. Muitos países já têm feito grandes
investimentos para garantir que os espaços urbanos comportem e atendam
adequadamente as demandas da crescente população. No entanto, é no âmbito municipal
que se concentram as transformações que exercem impacto mais direito na vida
das pessoas.
É nesse
contexto que se inserem as chamadas “cidades inteligentes”. O conceito está
relacionado à ideia de um espaço urbano em que os serviços funcionam de forma
integrada e acessível, com a utilização estratégica de tecnologias e um modelo
de gestão pautado pela transparência e pela inclusão. Segundo o ranking Iese Cities
in Motion Index (Cimi), as principais referências atuais em cidades
inteligentes são Londres, Nova York e Amsterdã.
A
definição de município inteligente leva em conta alguns indicadores, como o
capital humano, que avalia o acesso à educação e à cultura; a economia, que
considera os aspectos de desenvolvimento econômico; meio ambiente, que a avalia
a sustentabilidade; a mobilidade urbana, que se refere à locomoção; e a
aplicação da tecnologia, que leva em conta a disponibilidade e o acesso a
ferramentas de ponta.
Mas como
conduzir, de fato, uma cidade, no conceito de “inteligência”? O processo requer
um esforço conjunto entre cidadãos, poder público e iniciativa privada. Apesar
de existirem referências pelo mundo com excelentes indicadores, não há um
padrão definitivo. As soluções devem ser individualizadas e adequadas às
necessidades locais. Uma característica compartilhada entre as principais
cidades inteligentes é a utilização estratégica dos dados. Afinal, eles podem
ser uma fonte valiosa de informações para a criação de um diagnóstico, que
resultará na definição de diretrizes.
Um exemplo
de município inteligente que utiliza os dados a seu favor é Helsinque, na
Finlândia. Lá foi adotado um sistema de acesso à informação que reúne e disponibiliza
informações sobre todos os serviços prestados no município. O sistema tem originado
diversas oportunidades de negócio que facilitam a vida dos moradores. Um exemplo
é o Whim, aplicativo de mobilidade com um sistema integrado de transporte com
uma taxa única. O app, criado pela startup Maas Global, realizou mais de 6
milhões de viagens em dois anos.
O case
Helsinque ilustra o potencial das cidades inteligentes para fomentar a economia
por meio da geração de oportunidades de negócio. O conceito, ainda tímido no
Brasil, precisa ser valorizado pelas autoridades no planejamento estrutural de
longo prazo, pois, ele pode ser um importante aliado na melhoria dos
indicadores sociais e econômicos.”.
(Matheus Vieira
Campos. Coordenador regional da Câmara Americana de Comércio de Belo
Horizonte – Ancham_BH, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 5 de setembro de 2020, caderno OPINIÃO, página 19).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a
Excelência Educacional vem de artigo publicado no jornal FOLHA DE S.PAULO, edição de 30 de julho
de 2020, caderno opinião, coluna TENDÊNCIAS
/ DEBATES, página A3, de autoria de Sérgio Danilo Pena, membro da Academia
Brasileira de Ciências, e que merece igualmente integral transcrição:
“Ciência
e democracia
No dia 26 de junho, o periódico
Science publicou um editorial sobre a ciência estar correndo perigo de perder a
batalha contra “o leviatã da desinformação digital”. E inclusive citou
diretamente o Brasil como um dos campos da batalha entre fato científico e
ficção.
Vivemos
um momento crucial, com a sobrevivência do planeta sendo ameaçada pelo
aquecimento global e pela degradação ambiental, e a sobrevivência da
humanidade, pela pandemia da Covid-19. Mais do que nunca, precisamos da ciência,
mas estamos sendo assolados pelas forças do obscurantismo, que agora se
utilizam dos poderosos estratagemas de redes sociais.
Eu
gostaria de enfatizar aqui que, mais que carreira ou profissão, a ciência é uma
maneira de se posicionar perante as outras pessoas e a realidade que nos cerca.
Dessa forma, o método científico não é um conjunto de técnicas inacessíveis ao
cidadão comum, é simplesmente constituído pela prática do pensamento crítico.
E o que
vem a ser o pensamento crítico? Ele encapsula o método científico e é composto
de duas fases. A primeira etapa é sempre ter a mente aberta. Todas as hipóteses
e possibilidades devem ser inicialmente analisadas. Nada deve ser rechaçado sem
reflexão. Isso quer então dizer que o cientista deve aceitar tudo? Não, pois há
segundo etapa do pensamento crítico, que podemos chamar de “a fase peneira”, em
que vamos escrutinizar cuidadosamente uma dessas hipóteses e possibilidades. Neste
momento, não devemos acreditar apenas na palavra de ninguém. Devemos confiar
apenas em evidências concretas, nos fatos. Dessa maneira, apenas umas poucas hipóteses
e possibilidades vão conseguir transpor a peneira para serem aceitas. Mas é
importante que essa aceitação seja apenas provisória. Ela deverá ser avaliada
de novo periodicamente no futuro.
Assim,
a ciência se torna a mais poderosa ferramenta intelectual para humanizar o
universo e a nossa experiência nele. Como gostava de dizer o astrônomo Carl
Sagan, a ciência é uma luz que nos guia na escuridão. Uma luz que ilumina a
realidade e exorciza demônios e medos.
Esse é
o espírito do humanismo científico que apela à razão, e não à revelação
religiosa ou à autoridade política, como o meio de nos relacionarmos com o
mundo natural e estabelecermos uma base estritamente humana para a construção
de nosso sistema moral. O humanismo científico acredita que, por meio do exercício
da razão e do método científico, a humanidade é capaz de resolver seus
problemas com sucesso e avançar seu conhecimento. Entretanto, deve sempre ser
lembrado que o humanismo científico se distingue do positivismo arraigado por
rejeitar a noção de que a ciência, sozinha, possa ter a resposta definitiva
para todas as questões humanas. Uma filosofia humanista lastreada na ciência se
concentra em perguntas que podem ser efetivamente respondidas, deixando as
demais para os metafísicos.
Desta forma,
a ciência não é um corpo arcano de métodos e práticas inacessíveis ao cidadão
comum, mas, como já dissemos, simplesmente a prática da imaginação, com o crivo
do pensamento crítico. Esse exercício, na sua acepção mais plena, constitui a
base de uma cidadania responsável.
A
democracia permite às pessoas fazer escolhas conscientes. Quanto maior for a
parcela da população que exercitar o pensamento crítico, melhores serão as
decisões tomadas. É isso que podemos chamar de democracia científica. Em um
regime que vigore a total liberdade de escolha, a antidemocracia , em qualquer
forma que se apresente, poderá ser desbaratada. Também, conceitos errôneos e
nefastos como a negação da ciência, o racismo, o machismo, a xenofobia, a homofobia
e a intolerância à diversidade não terão lugar.
Vamos
tocar ciência neles!”.
Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e
oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança
de nossa história – que é de ética, de
moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas,
civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e
sustentavelmente desenvolvidas...
Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras
cruciais como:
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas, gerando o pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional
(enfim, 130 anos depois, a República proclama o que esperamos seja
verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira
incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria;
a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da
democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b) o combate implacável, sem eufemismos e
sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:
I – a inflação, a exigir permanente,
competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares
civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa
de juros do cartão de crédito atingiu em junho a estratosférica marca de
300,31% nos últimos doze meses, e a taxa
de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 110,24%; e já o IPCA, em
julho, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 2,31%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa
promiscuidade – “dinheiro público versus interesses privados”
–, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando
incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária
ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da
Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor,
de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é
cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional; eis, portanto, que todos os valores que vão
sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518
anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios,
malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a
corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar
inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo,
segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a
“... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de
R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma
lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$
100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor
privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia,
ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c) a dívida pública brasileira - (interna e
externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para
2020, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos
Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e
insuportável desembolso de cerca de R$
1,651 trilhão (44,79%), a título de juros, encargos, amortização e
refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,004 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega,
do direito e da justiça:
- pagar,
sim, até o último centavo;
-
rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
-
realizar uma IMEDIATA, abrangente,
qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda
a propósito, no artigo Melancolia,
Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente
degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das
contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).
São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira
alguma, abatem o nosso ânimo e nem
arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta
grande cruzada nacional pela excelência
educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada,
civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida,
que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas,
oportunidades e potencialidades com todas
as brasileiras e com todos os
brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários
previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além
de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do
século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da
informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da
sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da
paz, da solidariedade, da igualdade
– e com equidade –, e da fraternidade
universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a
nossa esperança... e perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos
de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)
-
Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
-
ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por
uma Nova Política Brasileira ...
- Pela
excelência na Gestão Pública ...
- Pelo
fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares
do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e,
ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A
alegria da vocação ...
Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou
asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...
E
P Í L O G O
CLAMOR
E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de
infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre
pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios,
ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da
dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário