“Lições da Covid-19 para o agro mundial
A pandemia do novo
coronavírus impactou o mundo de uma forma que ainda não conseguimos
dimensionar. São mais de 29 milhões de casos e poderemos chegar à triste marca
de 1 milhão de mortes em todo o planeta. A economia mundial foi seriamente
afetada, e milhares de negócios foram fechados, agravando ainda mais um quadro
de recessão econômica e modificando significativamente o comportamento dos
consumidores ao redor do mundo.
Mas o
que aprendemos de fato com essa pandemia, que começou em um mercado municipal e
gerou impactos sociais e econômicos globais? Que ensinamentos nos indicam como
os países devem se comportar e que mudanças devem promover no setor de
alimentos?
A
resposta é: o rigor da legislação sanitária é, sim, crucial para garantir a
segurança alimentar e a segurança do alimento em todo o planeta.
Nesse
sentido, o mundo conta muito com a agroindústria brasileira. Diante de um
cenário de crise global nunca visto por gerações, foi o Brasil que ajudou no
abastecimento mundial de alimentos, não só honrando seus compromissos
internacionais, mas aumentando suas remessas ao exterior. De acordo com
levantamento da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia), as
exportações do setor aumentaram 12,8% no primeiro semestre de 2020 em
comparação com o mesmo período de 2019.
Estamos
falando do segundo maior exportador de alimentos do mundo. As indústrias
alimentícias do Brasil obedecem a uma legislação rigorosa, com critérios
regulatórios e de segurança da Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(Anvisa), vinculada ao Ministério da Saúde, e de inspeção do Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Nossa indústria ainda passa por
um criterioso processo de inspeção das agências internacionais e dos países
importadores. O Brasil exporta alimentos industrializados para mais de 180
países com regras e culturas diferentes uns dos outros.
Isso é
motivo de orgulho! Nosso país tem vantagens competitivas como água e terra em
abundância, sol, chuva, um povo que gosta e sabe trabalhar na terra e inovação
tecnológica por meio não só da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
(Embrapa), mas também de universidades e empresas engajadas em produzir e
aplicar conhecimento técnico e científico. É por essa inovação e investimentos
constantes em pesquisas que o Brasil é exemplo internacional em conciliar
produtividade agroindustrial com proteção ao meio ambiente.
A
sustentabilidade, a sanidade animal e segurança dos processos produtivos, além
dos controles sanitário e fitossanitário, são prioridades da agroindústria
brasileira – e temos tido muito êxito em aumentar a produção preservando a
riqueza ambiental do nosso país.
Mas é
importante irmos além para nos tornar ainda mais competitivos no cenário
internacional. Devemos avançar para ser também referência mundial na
comercialização de produtos de maior valor agregado, e não apenas na exportação
de matérias-primas. Queremos e podemos ir além disso.
Com
diálogo e empatia nas relações empresariais, vamos avançar cada vez mais no
cenário global. O planeta pode confiar e contar com a indústria brasileira de
alimentos.”.
(Grazielle Parenti. Presidente do Conselho Diretor
da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos – Abia, em artigo publicado
no jornal FOLHA DE S.PAULO, edição
de 17 de setembro de 2020, caderno opinião,
página A3).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a
Excelência Educacional vem de artigo publicado no site www.domtotal.com,
edição de 18 de setembro de 2020, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo
Horizonte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e
que merece igualmente integral transcrição:
“Vozes
e irrelevâncias
Não se está apenas
vivendo uma época de mudanças, mas uma grande e radical mudança de época. Essa
expressão, resultado de análises filosófico-antropológicas dedicadas à
contemporaneidade, faz referência às revoluções sem precedentes que estão
reconfigurando a humanidade. No contexto das aceleradas e profundas transformações,
pensa-se que as muitas narrativas capazes de dar sentido ao mundo ruíram, e
ainda não teria surgido nenhuma outra para ocupar as lacunas existentes. Muitas
perguntas permanecem sem respostas, mesmo com tantas vozes que se consideram
autoridades no esclarecimento de interpelações. Não raramente, essas vozes
promovem uma dissonância que atormenta, atrasa processos, gera confusões,
alimentando relativizações que desconsideram memórias, valores e princípios
imprescindíveis. O resultado é uma verdadeira babel, com prejuízos aos
entendimentos necessários para que cada pessoa exerça o seu papel na sociedade.
Essa dissonância, com vozes que instigam polarizações e fundamentalismos,
prejudica também o estado de espírito – a condição emocional de grupos e indivíduos,
alimentando desequilíbrios e descompassos.
O corro
ruidoso, promovido por pessoas e grupos, é desafinado não por uma falta de
referenciais teóricos, ou pela escassez de análises relevantes. A dissonância
de vozes vem, especialmente, da ausência de compreensão mínima sobre o que
significa viver e conviver na Casa Comum, ou da desconsideração sobre a
urgência de se efetivar uma economia guiada pelos parâmetros da
sustentabilidade, salubridade e solidariedade. Sem solucionar essas carências,
torna-se impossível mudar cenários de exclusão social que são atestados
incompetência para uma sociedade com tantos avanços tecnológicos e científicos.
Obviamente, a civilização contemporânea, em comparação a outras fases da
história humana, conta com muito mais oportunidades, mas precisa capacitar-se
para aproveitá-las bem. É necessário investir para que o humanismo fundamente
as vozes deste tempo. Mais que isso: torne-se também força capaz de configurar
nova etapa na história da humanidade.
Ante as
aceleradas transformações sociais contemporâneas, muitos experimentam sensação
de impotência neste contexto que aparenta ser caótico. Esse sentimento pode ser
o sinal de que se está no caminho certo, pois a realidade é, de fato, muito
complexa. Não é possível a apenas uma pessoa compreendê-la ou gerenciá-la
plenamente. Reconhecer que se sabe muito menos do que se pensa saber é um passo
com incidência existencial forte. Para alcançar essa compreensão, deve-se
considerar a importância de muitos elementos que não podem ser negociados ou
rifados, pois são antídotos para obscurantismos. Não se deve abrir mão, por
exemplo, da memória histórica de instituições, frequentemente desconsideradas
nos dias atuais por quem se perde na avalanche de mudanças.
Sem
reconhecer a memória, muitos acreditam, ingenuamente, que estão “inventando a
roda”, mesmo que essa “roda” já exista – o necessário é a inteligência para
fazê-la girar. Além disso, ao desconsiderar a memória, paga-se um preço alto
com a perda do sentido que alimenta a vida. Convive-se com a arbitrariedade da
iconoclastia que demole tudo e enfraquece o tecido existencial com
superficialidades, a partir da ilusão de que se está construindo algo novo.
Nesse mesmo caminho de desconsideração da memória, há um impulso inconsequente,
por vezes alimentado por interesses ideológicos, oportunistas, cegos e até
mesquinhos. Esse impulso leva muitos a prescindir de instituições com
capacidade para ser voz forte na superação das dissonâncias que prejudicam a
sociedade.
As
instituições estão sendo enfraquecidas ou atingidas por um subjetivismo que
alimenta nas pessoas a ilusão de que suas próprias vozes são as mais lúcidas.
Indivíduos passam a acreditar que suas perspectivas podem substituir vozes
institucionais – que também necessitam, permanentemente, de afinação, para
continuarem proféticas e gerarem interpelações transformadoras. Quando a
irracionalidade permite que sejam enfraquecidos contextos institucionais há
graves consequências: democracias perdem força, desempenhos profissionais e
cidadãos tornam-se inadequados e cada vez mais se acentua a dissonância entre
as muitas vozes, conduzindo instituições religiosas, educacionais, políticas,
governamentais e tantas outras ao universo das irrelevâncias.”.
Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e
oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança
de nossa história – que é de ética, de
moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas,
soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente
desenvolvidas...
Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras
cruciais como:
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas, gerando o pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional
(enfim, 130 anos depois, a República proclama o que esperamos seja
verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira
incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria;
a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da
democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b) o combate implacável, sem eufemismos e
sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:
I – a inflação, a exigir permanente,
competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares
civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa
de juros do cartão de crédito atingiu em julho a estratosférica marca de
312,12% nos últimos doze meses, e a taxa
de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 112,72%; e já o IPCA, em
agosto, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 2,44%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa
promiscuidade – “dinheiro público versus interesses privados”
–, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando
incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária
ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da
Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor,
de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é
cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional; eis, portanto, que todos os valores que vão
sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518
anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios,
malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção
mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício,
em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e
danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no
artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das
empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é
desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de
problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos,
quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas
de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à
corrupção e à falta de planejamento...”;
c) a dívida pública brasileira - (interna e
externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para
2020, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos
Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e
insuportável desembolso de cerca de R$
1,651 trilhão (44,79%), a título de juros, encargos, amortização e
refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,004 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega,
do direito e da justiça:
- pagar,
sim, até o último centavo;
-
rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
-
realizar uma IMEDIATA, abrangente,
qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda
a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius
Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação
econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do
governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).
São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira
alguma, abatem o nosso ânimo e nem
arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta
grande cruzada nacional pela excelência
educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada,
civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e
desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas,
oportunidades e potencialidades com todas
as brasileiras e com todos os
brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários
previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além
de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do
século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da
informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da
sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da
paz, da solidariedade, da igualdade
– e com equidade –, e da fraternidade
universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a
nossa esperança... e perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos
de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)
-
Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
-
ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por
uma Nova Política Brasileira ...
- Pela
excelência na Gestão Pública ...
- Pelo
fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares
do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e,
ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A
alegria da vocação ...
Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou
asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...
E
P Í L O G O
CLAMOR
E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de
infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre
pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios,
ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da
dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.
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