segunda-feira, 21 de setembro de 2020

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS LUZES DA REVOLUÇÃO DIGITAL NA GESTÃO PÚBLICA E A TRANSCENDÊNCIA DA ESPIRITUALIDADE, SOLIDARIEDADE E HUMANIDADE NAS LÓGICAS DA ECONOMIA DE FRANCISCO PARA A SUSTENTABILIDADE

“Revolução digital no serviço público

       De repente, reunião transformou-se em videoconferência, seminário virou webinar e até o bom e velho expediente foi alterado para home office. É bem verdade que o serviço público vinha caminhando com a informatização de processos e a inserção de novas tecnologias no cotidiano, contudo a pandemia imposta pela Covid-19 fez com que todas essas transformações ocorressem com uma celeridade nunca antes vista no mundo das organizações, em especial no serviço público.

          Várias empresas, como a gigante empresa de tecnologia americana Apple, que em valor na Bolsa superou o PIB do Brasil do ano de 2019, já faziam uso do home office de maneira bem-sucedida, mas a burocracia do serviço público não podia imaginar que esse sistema também poderia ser utilizado de maneira exitosa nas repartições públicas.

          Estamos iniciando o sexto mês de pandemia, e a boa notícia que podemos desse contexto é que a gestão pública brasileira começa a dar sinais de que é capaz de se reinventar, inovar e inserir novas tecnologias para aprimorar a sua atuação.

          No caso de Minas Gerais, começamos a ver experiências exitosas de transformação digital, e a Agência Reguladora de Serviços de Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário do Estado de Minas Gerais (Arsae-MG), é um exemplo palpável disso.

          Tão logo teve início a pandemia, a agência conseguiu se reinventar, redefiniu metodologias e não deixou de executar e inovar a todo momento. Primeiramente reformulou toda a sua metodologia de fiscalizações de campo e implementou um sistema de cruzamento de dados e indicadores para aferir o desempenho das suas reguladas, aumentando em aproximadamente 30% a sua capacidade de fiscalização sem gastar com viagens, combustíveis e desgaste de veículos.

          Além disso incorporou novas tecnologias aos seus processos organizacionais investindo fortemente na transparência. Atualmente, as reuniões de Diretoria Colegiada e do Conselho Consultivo são transmitidas ao vivo, e relatórios de desempenho, individualizados para cada município, são disponibilizados online para qualquer cidadão por meio dos panoramas municipais.

E agora a Arsae se prepara para dar mais um grande salto de desempenho ao implantar o Sistema de Informações Regulatórias, que proporcionará o acompanhamento online de todas as não conformidades na prestação do serviço de saneamento em 643 cidades de Minas Gerais.

          É inquestionável que a pandemia trouxe inúmeras dificuldades para a sociedade brasileira, mas, ao se olhar para os pontos positivos, serviu como uma grande oportunidade para que a nossa gestão pública tão burocrática, metódica e conservadora pudesse perceber que é capaz de inovar, avançar, quebrar paradigmas e prestar um melhor serviço à nossa sociedade.

          Agora, precisamos que os nossos gestores aproveitem este momento de grandes inovações em decorrência da pandemia para substituir a cultura da burocracia pela cultura da inovação e da tecnologia para impulsionar a prestação de serviços públicos de qualidade para a sociedade.”.

(Antônio Claret de Oliveira Jr. E Gustavo Batista de Medeiros. Diretor geral e chefe de gabinete da Arsae-MG, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 16 de setembro de 2020, caderno OPINIÃO, página 21).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no site www.domtotal.com, edição de 18 de setembro de 2020, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e que merece igualmente integral transcrição:

“Lógicas de Francisco

       Jovens, empreendedores e estudiosos das áreas de gestão estão sendo interpelados pelo papa Francisco para se colocar em pauta, na agenda global, a “Economia de Francisco”. A referência é a Francisco e Clara de Assis, Santos da Igreja que oferecem lições adequadas ao mundo contemporâneo. São exemplos no cuidado com os mais frágeis e na adoção de práticas adequadas aos valores de uma ecologia integral. A partir dessas referências, a humanidade pode alcançar modelos econômicos livres de hegemonias excludentes. Incontestavelmente, a atual configuração econômica do mundo, eivada de indiferenças, é perversa, mata e exclui. A humanidade está desafiada a mudar, pois progressos já alcançados em vários campos têm potencial para levar bem-estar a todos. Envergonha e preocupa saber que, diante de tantos avanços, a maioria dos que habitam o planeta está submetida a cenários de exclusão e misérias.

          Ecoa nos horizontes da sociedade mundial o clamor surdo, mais inquietante, dos que são vítimas da desigualdade social – uma falta de respeito à dignidade humana. Essa desigualdade é chaga que, para ser curada, exige a adoção de um novo estilo de vida, sustentado na convicção de que tudo está interligado. Desconsiderar a interdependência que une tudo o que existe no planeta gera prejuízos para todos, com peso maior na vida dos mais pobres. A saída para essa realidade complexa pode ser enxergada a partir da luz própria e incomparável irradiada pelo Evangelho, ensina o papa Francisco. Apontam para essa saída as lógicas adotadas por São Francisco e Santa Clara de Assis.

          É urgente pautar dinâmicas capazes de superar o atual modelo econômico, que mata, conforme bem diz o papa. Hoje tudo entra no jogo da competitividade, fermentada por subjetivismos que impulsionam na direção do egoísmo: cada indivíduo considera somente o próprio interesse, sem se importar com as necessidades de seu semelhante. As consequências são desastrosas, com um grande número de pessoas marginalizadas, excluídas do direito ao trabalho, sem perspectivas. O ser humano é tratado como um bem de consumo, substituível, consolidando uma desastrosa cultura do descarte. Essa economia desalmada, perversa, precisa ser vencida e substituída para que se faça frente à idolatria do dinheiro, força diabólica que domina pessoas e sociedades. O dinheiro é um ídolo terrível e sedutor. Ao envolver mentes e corações faz com que seja desconsiderada a primazia do ser humano.

          A economia mundial é contaminada por seus desequilíbrios e graves lacunas, fazendo valer mais o consumo e a mesquinhez, as atitudes individualistas. Por isso, poucos que acumulam grande fortuna não se incomodam com a triste realidade da grande massa de pobres, e os que se enriquecem permanecem indiferentes à dor das vítimas de empobrecimentos. O dinheiro, ao invés de servir o ser humano, o governa e determina seus rumos, configurando cenários tenebrosos. Precisa-se de vigorosa mudança: profundas reformas presididas por lógicas novas, inspiradas nas lições de São Francisco e Santa Clara de Assis. Essa meta precisa ser cada vez mais compartilhada, com crescente adesão de cada pessoa, para se alcançar dinâmicas capazes de priorizar o que é sustentável, saudável e solidário. O desafio é encontrar caminhos e práticas que possam debelar, com urgência e maior velocidade, a desigualdade social geradora de violência e desumanizações.

          A pauta é atual e urgente, nos parâmetros da convocação do papa Francisco, para que se configure nova economia. Todos possam se inteirar, conhecer e participar do pacto que busca reconfigurar o modelo econômico, dando-lhe nova alma. Muitos perguntarão se isso é possível. Trata-se de desafio que exige o aprendizado de uma nova gramática capaz de fomentar modelos inovadores nas práticas da economia. Assim, deve-se priorizar a sustentabilidade, superando modelos de crescimento incapazes de garantir o respeito pelo meio ambiente e a busca por equidade social. O ponto de parte é a sensibilização e o consenso a respeito da gravidade dos problemas que a humanidade enfrenta para intuir respostas a partir de uma cultura da comunhão. Esse pacto a ser consolidado exige compromisso de se cultivar novo humanismo que corresponda, conforme explica o para Francisco, às expectativas de humanização e aos desígnios de Deus.

          É necessário viver de modo diferente, reconfigurar hábitos de consumo, por uma espiritualidade encarnada e integradora, por um cuidado com a saúde. A solidariedade tem gramática própria como estampa o despojamento de Francisco de Assis, distanciando-se da mundanidade para escolher Deus como estrela polar de sua vida, “fazendo-se pobre com os pobres, irmão universal”, sublinha o papa Francisco. É hora de investir na sustentabilidade, saúde e na solidariedade. Importante: a solidariedade demanda cooperação com o outro, respeito mútuo e a consciência de que tudo está interligado. Gestos inspirados no exemplo de Francisco e Clara de Assis conduzem à novidade almejada. Configuram nova profecia e revestem de autoridade transformadora quem procura construir o horizonte da humanidade a partir das lógicas de Francisco.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

a)    a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 130 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);

b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em julho a estratosférica marca de 312,12% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 112,72%; e já o IPCA, em agosto, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 2,44%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;

c)    a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2020, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,651 trilhão (44,79%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,004 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:

- pagar, sim, até o último centavo;

- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;

- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)

(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

 Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

58 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)

 

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...

- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...

- Por uma Nova Política Brasileira ...

- Pela excelência na Gestão Pública ...

- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...

- A alegria da vocação ...  

 

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...  

 

E P Í L O G O

 

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

 

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!

Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra

Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e

Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do

Nosso patrimônio público.

Patrimônio esse construído com o

Sangue, suor e lágrima,

Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!

Senhor, que seja assim! Eternamente!”.

 

 

 

 

             

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