segunda-feira, 7 de setembro de 2020

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS LUZES DA BOA GOVERNANÇA E DESENVOLVIMENTO INTEGRAL NA TRAVESSIA DAS PANDEMIAS E A TRANSCENDÊNCIA DA EMPATIA, SOLIDARIEDADE E COMPAIXÃO NA SUSTENTABILIDADE

“ESG e Minas Gerais

       A sigla do momento é ESG. Essas três letras (“environmental, social and governance”, em inglês resumem um movimento no mercado mundial focado na observância de aspectos ambientais, sociais e de governança.

          A temática despontou na Europa, ganhou corpo nos EUA e chegou aqui com força com a pandemia de Covid-19. “Empresa que não for ESG vai acabar”, decretou em junho o CEO da XP Investimentos, Guilherme Benchimol. “Olha que ‘animal’ seria se as 5.000 maiores empresas do Brasil tivessem área ESG”, disse ao site Capital Reset.

          Mas será que essa onda veio para ficar? Ouso dizer que sim.

          Muito além de uma roupa nova para o que antes se chamava de “sustentabilidade”, o conceito ESG propõe uma metodologia: a coleta de dados precisos, completos e auditáveis, com métricas claras de desempenho e divulgação estruturada de resultados.

          No exterior, esse processo já estimula alta performance na adoção de boas condutas ambientais, sociais e de governança, muito além da excelência em resultados financeiros. Afinal, esses indicadores conferem grau de investimento.

          Mas o que isso pode influenciar o Estado de Minas Gerais?

          Seria o ESG apenas um cuidado circunscrito a empresas como Vale, Usiminas, Cemig, Magnesita, Localiza e Arezzo, para citar algumas das listadas no mercado de capitais? Lógico que não.

          Claro que inicialmente as maiores tendem a ser o alvo desse escrutínio dos fundos de investimentos e de estrangeiros interessados em ativos brasileiros.

          É bom lembrar, no entanto, que a adoção de ESG avalia também a cadeia de fornecedores. E as condutas desses parceiros também serão decisivas nas avaliações.

          Já existem fundos focados em buscar oportunidades de aportes em negócios com boas práticas ambientais, sociais e com excelência em governança. Empresas que tenham propósito, que não só visem ao desempenho financeiro, mas que gerem valor para as comunidades e o entorno.

          Além disso, mesmo para as empresas de pequeno e médio porte, faz todo sentido crescer com essa visão.

          Fato é que o tema está quente na comunidade empresarial. No Reino Unido, a maior rede local de supermercados, a Tesco, pressiona o governo britânico a rastrear a cadeia de suprimentos de produtos importados, para garantir que todos esses alimentos e insumo não contribuam ou provoquem danos ambientais ou sociais.

          Em julho, aqui, no Brasil, executivos de 37 grandes empresas assinaram uma carta aberta ao governo em que pedem o combate ao desmatamento, a inserção das comunidades locais em políticas públicas e pacotes econômicos que respeitem soluções de baixo carbono.

          Estamos sob a lupa internacional. Não se trata mais de política. É cada vez mais uma questão de business, vital para a sobrevivência do país e de Minas.”.

(Rogério Nery de Siqueira Silva. CEO do Grupo Integração e ex-Secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado de Minas Gerais, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 2 de setembro de 2020, caderno OPINIÃO, página 21).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no site www.domtotal.com, edição de 04 de setembro de 2020, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e que merece igualmente integral transcrição:

“ ‘Menina, levanta-te’

       ‘Menina, levanta-te’ é uma expressão forte, vinda do coração que é fonte do amor maior, capaz de resgatar os que se perderam, curar feridas da alma e colocar de pé quem é derrubado pelas circunstâncias da vida. “Menina, levanta-te” é a palavra restauradora pronunciada na casa de Jairo, o pai aflito e zeloso por sua filha. Um zelo exemplar que o impulsiona a buscar o alicerce que recompõe a vida ferida, na história de cada pessoa, pelos descompassos da humanidade.

          O pai amoroso foi ao encontro de Jesus, à beira-mar, rodeado por uma grande multidão. Vendo o Mestre, caiu-lhe aos pés. Apresentou-lhe, confiante, sua súplica: “Minha filhinha está nas últimas. Vem, impõe as mãos sobre ela para que fique curada e viva”.

          A vida de cada filho e filha é a razão maior do amor de Deus. Por isso, Deus oferece o seu filho único amado para a salvação da humanidade. A oferta de Jesus é sacrifício redentor e restaurador do ser humano, constituindo fonte que lava as chagas de cada pessoa, curando-as. Purifica a humanidade do pecado, devolvendo-lhe a inteireza perdida. É prova incontestável que existe um caminho libertador.

          Jesus foi acompanhando Jairo – nome que significa “ele brilha”. Nos olhos desse pai, que zela por sua filha, brilha a luz do cuidado. Essa luminosidade o engaja no esforço para conquistar o bem perdido, proteger a vida ameaçada em sua inteireza. Jairo, um coração que, exemplarmente, resplandece o sentido de que o outro é o mais importante e a certeza de que há uma fonte capaz de curar o ser humano.

          Jesus o acompanhou, ladeado por uma multidão carente do banho dessa luz resplandecente de Jairo. Carente também de confiança na fonte que lava e cura feridas, ergue os decaídos e devolve a integridade necessária para a vida desabrochar-se. A caminho da casa de Jairo – o chefe da Sinagoga – emissários chegam com a impactante notícia: “Tua filha morreu. Por que ainda incomodas o Mestre?” Deus ouve tudo: tem os ouvidos do amor, sensíveis aos clamores dos pobres e sofredores. Ele se comove e se move até cada pessoa. Jesus ouviu a notícia e disse ao chefe da Sinagoga: “Não tenhas medo, somente crê”.

          Entre lamúrias e choro, Jesus entra na casa. Pergunta sobre as razões de tanta agitação e assegura que a menina não havia morrido, apenas dormia. Muitos zombaram Dele.

          Acontece de se zombar da vida quando se desconsidera a sua sacralidade, perdendo o horizonte que permite reconhecer a grandeza do sentido de viver. Jesus toma consigo, além de alguns discípulos, o pai e a mãe da menida. Entra no lugar onde a criança se encontrava e segura a sua mão. O Mestre diz: “Menina, levanta-te”. A menina obedece. Levanta-se e começa a andar. O acontecido provoca êxtase e admiração. Brilha de novo a vida e dissipa-se a escuridão. Regenera-se o broto da esperança. O que parecia perdido é retomado e a vida pôde novamente florescer.

          Ecoe, menina, no seu coração a força amorosa desta palavra: “Levanta-te!”. Caída sob o peso das adversidades, vai levantar-te exemplarmente para todos os seres humanos. Levantar-te para percorrer seu caminho, desabrochando seus sonhos e edificando a beleza de uma vida que se refaz. Seu viver perpetue um grito-convocação direcionado à sociedade, interpelando-a a cumprir sua missão: resgatar as vítimas, curar os feridos e garantir as necessárias condições para que seja edificada a vida em sua plenitude.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

a)    a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 130 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);

b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em junho a estratosférica marca de 300,31% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 110,24%; e já o IPCA, em julho, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 2,31%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;

c)    a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2020, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,651 trilhão (44,79%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,004 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:

- pagar, sim, até o último centavo;

- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;

- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)

(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

 Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

58 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)

 

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...

- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...

- Por uma Nova Política Brasileira ...

- Pela excelência na Gestão Pública ...

- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...

- A alegria da vocação ...  

 

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...  

 

E P Í L O G O

 

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

 

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!

Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra

Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e

Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do

Nosso patrimônio público.

Patrimônio esse construído com o

Sangue, suor e lágrima,

Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!

Senhor, que seja assim! Eternamente!”.

 

 

 

 

 

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