segunda-feira, 7 de junho de 2021

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, O PODER DA ESPIRITUALIDADE CONCILIADORA NAS MUDANÇAS ESTRUTURAIS E TRAVESSIA DAS PANDEMIAS E AS URGÊNCIAS E EXIGÊNCIAS DO DESENVOLVIMENTO HUMANO E INTEGRAL NA SUSTENTABILIDADE

“Convergir para não sucumbir

        Há mais de uma década, quando ressaltava a importância da cultura de paz nas rodas de conversa entre artistas, políticos, empresários – enfim, no círculo de amigos que costuma frequentar –, era vista como pessoa utópica, quase ingênua. Meus colegas do “Casseta & Planeta” faziam piada do meu título de embaixadora da paz. Eu apenas sorria, pois sabia que estimular relações saudáveis regidas pela cooperação nada tinha a ver com ser boazinha. Tratava-se de uma questão de inteligência, e acreditava que, mais ou mais tarde, o tempo agiria a meu favor.

         As pautas primordiais da atualidade – pandemia, aquecimento global, bombardeios na Faixa de Gaza e o avanço acelerado das tecnologias disruptivas, sem que a regulamentação internacional possa garantir que a ética prevaleça (ou seja, esse momento histórico surreal que estamos vivendo) – acentuaram a relevância de tratarmos de construir uma visão pacificadora.

         Ouso arriscar que pode ser considerado ingênuo aquele que ainda não percebeu que promover o diálogo entre liberais, conservadores e progressistas é algo imprescindível no Brasil. Precisamos provar que a convivência por meio de uma dialética sofisticada, que faça jus à pluralidade do nosso povo, é possível.

         A urgência em romper com a incapacidade de renunciar ao autoengano que nos mantêm em bolhas alimentadas por notícias manipuladas, tentando provar que adversários são inimigos, é soberana. Somo um só povo, não podemos mais agir como adversários de nós mesmos. Muito menos como inimigos!

         Diante de milhões de brasileiros desempregados, passando fome e do inevitável aumento da violência, investir em caminhos capazes de gerar acertos, acordos e reconciliações – enfim, apostar todas as nossas fichas num ponto de convergência onde soluções possam surgir – deve ser considerada “a ordem do dia”.

         Daí surge uma parceria entre a Embaixada da Paz (associação fundada pelo meu grupo de colaboradores com o objetivo de promover a cultura da paz) e o STJ (Superior Tribunal de Justiça), sob a presidência do ministro Humberto Martins.

         Nosso primeiro evento é uma conferência que acontecerá nesta quinta-feira (27), às 8h30, pelo canal do YouTube do STJ (https://www.youtube.com/watch?v=ZFKcCwyEmAo), para discutir a miséria como origem da violência, com a presença de autoridades brasileiras e dois grandes expoentes internacionais: José Ramos-Horta, ex-presidente do Timor-Leste (Nobel da Paz em 1996), e o ativista Kailash Satyarthi (Nobel em 2014), ambos falando sobre a superação da miséria humana personificada na escravidão e na guerra.

         Chegou a hora de a nação amadurecer, porque é disso que se trata. Amadurecer.

         Numa situação conflituosa, cabe àquele que tiver maior maturidade conduzir os acontecimentos de modo a evitar que a violência se estabeleça. Precisamos nos preparar para lidar com o despreparo do outro e favorecer a atitude coletiva pacífica.

         É hora de declarar a paz.”.

(Maria Paula. Atriz, psicanalista com mestrado em desenvolvimento humano e saúde (UnB) e embaixadora da paz, em artigo publicado no jornal FOLHA DE S.PAULO, edição de 26 de maio de 2021, caderno opinião, página A3).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no site www.domtotal.com, edição de 04 de junho de 2021, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e que merece igualmente integral transcrição:

“Romaria pela ecologia

        O Dia Mundial da Ecologia, 5 de junho, será vivido com a celebração da 2ª Romaria Arquidiocesana pela Ecologia Integral, promovida pela Arquidiocese de Belo Horizonte, em sintonia e emoldurada pelos parâmetros da Carta Encíclica Laudato Si’, do Papa Francisco, sobre o cuidado com a casa comum. A programação é coordenada pelo Vicariato Episcopal para Ação Social, Política e Ambiental, especificamente por seu Setor Ambiental, articulado em três importantes comitês: sobre a mineração na Serra da Piedade, sobre a água – precioso e disputado bem – e sobre a mineração em muitos outros lugares do território mineiro. A 2ª Romaria Arquidiocesana pela Ecologia Integral será no Santuário Basílica Nossa Senhora da Piedade – Padroeira de Minas Gerais, um território ameaçado por lógicas predatórias e equivocadas nos licenciamentos ambientais. Essa situação requer a mobilização da sociedade civil, que deve exigir mais coerência do poder público na preservação da natureza, dedicando atento acompanhamento de instâncias judiciárias para se evitar mais passivos ambientais – prejuízos provocados por ilegalidades que, posteriormente, serão reconhecidas, mas que já estão causando danos em nome do enriquecimento de poucos.

         Esse horizonte de decisões monocráticas de instâncias judiciárias e de licenciamentos ambientais questionáveis indica a necessidade de se realizar a 2ª Romaria Arquidiocesana pela Ecologia Integral. A 1ª Romaria foi celebrada em 25 de janeiro de 2020, um ano depois da terrificante tragédia-crime ocorrida em Brumadinho, com o rompimento da barragem do Córrego do Feijão. A barbárie de Brumadinho exige uma memória reverente aos que se foram e dedicação solidária a quem ainda sofre com as consequências do dano socioambiental. A Romaria Arquidiocesana pela Ecologia Integral é, pois, emoldurada por profundo respeito à vida, e busca promover o aprendizado de novas lições. Por meio da Romaria, é fortalecida a voz de clamores que não podem ser abafados sob pena de se anestesiar sensibilidades ante a desmandos, permissividade e impunidades. A indiferença em relação à hegemônica lógica do lucro, com aquiescência às brutalidades da depredação e da desconsideração da vida, não pode prevalecer. Cada ser humano precisa reconhecer a sua missão no cuidado, por regência, de todas as criaturas, em respeito ao seu Criador.

         A celebração da 2ª Romaria Arquidiocesana pela Ecologia Integral no Santuário Basílica da Padroeira de Minas Gerais, referência na devoção mariana, centro de espiritualidade, mas também santuário ecológico de proporções ambientais exuberantes, em flora, fauna, água, biomas do Cerrado, Mata Atlântica e Campos Rupestres, é um sinal de alerta na contramão da mineração extrativista e inconsequente. A Romaria é também convite a um novo marco civilizatório para o cuidado com a casa comum, com o objetivo de promover um inteligente e sustentável desenvolvimento integral, investindo em novo estilo de vida. Reforça-se o pertinente alerta ao antropocentrismo moderno, que acabou colocando a razão técnica acima da realidade. Devem ser reconhecidos os limites que a realidade estabelece no que, habitualmente, é chamado de “desenvolvimento”, para que avanços sejam, de fato, humanos, sociais e fecundos.

         Cada vez mais pessoas se convençam sobre a importância urgente e inegociável de se pautar a vida por uma ecologia integral. Isto significa reconhecer a interrelação entre as dimensões ambiental, econômica, social e cultural. Nessa compreensão está inscrita a exigência de reflexões sobre as condições de vida e de sobrevivência na sociedade, com honestidade, conforme acentua o Papa Francisco, para questionar e substituir modelos de desenvolvimento, de produção e de consumo prejudiciais ao planeta e, consequentemente, à humanidade. Compreende-se, pois, que promover educação e espiritualidade ecológicas é tarefa missionária, intrinsecamente vinculada à fé cristã.

         A humanidade precisa passar por mudanças, caso contrário avançará com um desenvolvimento ilusoriamente lucrativo, mas, na verdade, suicida, por produzir irreversíveis prejuízos, com pandemias e outras catástrofes pesadas demais. Há um grande desafio cultural, espiritual e educativo a ser assumido por todos, oportunidade para viver longo processo de regeneração. Esse processo, para ser exitoso, demanda estudos técnicos com convincente lucidez e, especialmente, atitudes cada vez mais balizadas por princípios ético-morais inegociáveis. As discussões, os confrontos científicos, a coragem de se questionar marcos regulatórios e legislativos ineficazes para a proteção ambiental são indispensáveis à recuperação da casa comum.

         A mudança no estilo de vida poderá influenciar, a partir de pressão salutar, aqueles que detêm poder político, econômico e social. Por isso, toda a sociedade deve enfileirar-se em uma constante Romaria pela Ecologia Integral. Um percurso pedagógico que contempla sensibilizar-se pelos clamores dos pobres da Terra. Amanhã, a Romaria pela Ecologia Integral será presencial, com as suas restrições em razão da necessidade de se respeitar o distanciamento social, e, particularmente, congregando pessoas pelas redes tecnológicas de comunicação. Mas todos, a cada dia, sintam-se convidados a participar da Romaria pela Ecologia Integral, motivados a encontrar nova compreensão que permita fazer surgir renovado jeito de viver, impulsionando, assim, o desenvolvimento sustentável.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

 Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

 a) a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 131 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);

 

b)  o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:

 I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em abril a estratosférica marca de 335,25% nos últimos doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 124,51%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 6,76%);

 II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 521 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...);

 III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;

 

c)  a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2021, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,236 trilhões (53,83%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 1,603 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:

 

- pagar, sim, até o último centavo;

- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;

- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)

 

(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

 

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

 São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

 Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

 “VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

59 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2020)

 

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...

- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...

- Por uma Nova Política Brasileira ...

- Pela excelência na Gestão Pública ...

- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...

- A alegria da vocação: juntando diamantes... porque os diamantes são eternos! 

 

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem!  

 

E P Í L O G O

 

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

 

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!

Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra

Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e

Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do

Nosso patrimônio público.

Patrimônio esse construído com o

Sangue, suor e lágrima,

Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!

Senhor, que seja assim! Eternamente!”.

 

 

 

  

 

        

        

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